Rua da Junqueira - (2013) - Foto de APS (Fachada do "PALÁCIO DOS CONDES DA RIBEIRA GRANDE" na "Rua da Junqueira", já um pouco degradado) in ARQUIVO/APS
Rua da Junqueira - (2011) Foto de autor não identificado (Fachada do "Palácio dos Condes da Ribeira Grande" na "Rua da Junqueira,66) in VALE DA TERRUGEM
Rua da Junqueira - (2011) - Foto de autor não identificado (Pedra de Armas com Brasão dos "Câmaras" no "Palácio dos Condes da Ribeira Grande" in VALE DA TERRUGEM
Rua da Junqueira - (2008) Foto de Dias dos Reis (Palácio dos Condes da Ribeira Grande" do século XVIII) in DIAS DOS REIS
Rua da Junqueira - (1953) Foto de Fernando Martins Pozal (Pormenor dos "Frades de Pedra" junto das cocheiras do "Palácio dos Condes da Ribeira Grande" in AFML
Rua da Junqueira - (1935) ? Foto de Eduardo Portugal ("Palácio dos Condes de Ribeira Grande" fachada principal na "Rua da Junqueira, 66) in AFML
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ III ]
«O PALÁCIO DOS CONDES DA RIBEIRA GRANDE ( 1 )»
O «PALÁCIO DOS CONDES DA RIBEIRA GRANDE» resultou de transformações feitas nas casas nobres do século XVIII, pertencentes ao «MARQUÊS DE NISA».
O primeiro proprietário foi o 1º Marquês (e único) da RIBEIRA GRANDE "D. FRANCISCO DE SALES GONÇALVES ZARCO DA CÂMARA", 8º Conde da Ribeira Grande (1819-1872), casado em terceiras núpcias com "D. LUÍSA CUNHA E MENESES", da "CASA LUMIARES". O filho único do 3º casamento, "D FRANCISCO DA CÂMARA", nasceu, viveu e morreu neste "PALÁCIO DA JUNQUEIRA".
A fachada é extensa e imponente, de dois andares e quinze tramos separados por frades de cantaria no andar térreo. O corpo Central é avançado em relação aos laterais, criando espaços de protecção às janelas do andar térreo por meio de gradeamentos implantados em murete e ritmados por pilares de pedra.
Ao centro rasga-se o largo portão, ladeado por dois mais estreitos. Abrange as três portas a varanda nobre, que é encimada por um frontão triangular com as armas dos «CÂMARAS»; com uma torre coberta de prata, rematada por uma cruzeta de ouro e sustido por dois lobos rampantes afrontados. Divisa: «Pela Fé, pelo Príncipe, pela Pátria». Remata o conjunto uma platibanda arrendada adornada de acrotérios aos lados e fogaréu ao centro.
As janelas do andar nobre são de sacada coroadas de sobreverga angular. De cada lado, o corpo principal tem dois corpos dum só piso e três vãos cobertos por terraço e coroados por platibanda de balaústre. Por baixo dos terraços existem dois portais com as molduras trabalhadas que dão para grandes espaços cobertos de tecto de abóbada de aresta e arcaria.
Ao nível do primeiro andar encontra-se uma lápide mandada colocar, em 1922 pela CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA para recordar o nascimento, vida e morte no palácio, do poeta e dramaturgo «D. JOÃO DA CÂMARA» (1852-1908).
O exterior esconde por completo a arquitectura interior do edifício, que foi remodelado e adaptado às funções da escola. Perto da antiga entrada das carruagem situa-se a escada nobre, que se desenvolve em dois ramos inscritos num cilindro de base elíptica coberto por uma cúpula com óculos iluminantes e uma clarabóia.
A fachada Norte do Palácio dá para os antigos jardins e remata, no corpo central, por um frontão triangular com as armas dos "Câmaras".
CURIOSIDADE - Foi neste palácio que em 4 de Novembro de 1836, se reuniram o "MARECHAL SALDANHA" e o "VISCONDE DE SÁ DA BANDEIRA", pondo termo ao movimento político conhecido por «BELENZADA» ( 1 ).
( 1 ) - BELENZADA - Nome por que ficou conhecido, na história portuguesa, a conspiração palaciana e tentativa de golpe de Estado de Novembro de 1836, para destruir a obra da Revolução de Setembro que, restabelecera a «CONSTITUIÇÃO DE 1822»; conspiração e tentativa que o povo e a "Guarda Nacional", tendo à sua frente "PASSOS MANUEL" e "SÁ DA BANDEIRA" fizeram malograr.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ IV ] -O PALÁCIO DOS CONDES DA RIBEIRA GRANDE ( 2 )».
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