Rua da Junqueira - (2007) - Foto de autor não identificado ( O "Palácio Burnay" na "Rua da Junqueira" visto do lado Nascente in SABER TROPICAL
Rua da Junqueira - (2007) - Foto de autor não identificado (O "Palácio Burnay" na "Rua da Junqueira" onde funciona o "Instituto de Investigação Cientifica Tropical-IICT) in SABER TROPICAL
Rua da Junqueira - (finais do séc. XIX) Foto de Francesco Rochini (Jardins e Palácio do Conde Burnay visto do lado Norte, com o rio Tejo em fundo)(Abre em tamanho grande) in AFML
Rua da Junqueira - (1930) Foto de Eduardo Portugal ( O "Palácio Burnay" na "Rua da Junqueira" no segundo quartel do século XX) in AFML
Rua da Junqueira - (1965) Foto de Armando Serôdio ("Palácio Burnay" na "Rua da Junqueira" visto de Nascente) in AFML
Rua da Junqueira - (2007) Foto de autor não identificado (O antigo Salão de baile do "Palácio Burnay", o tecto de estuque de "Rodrigues Pita", tem medalhões alusivos à música" in SABER TROPICAL
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA JUNQUEIRA [ VI ]
«O PALÁCIO BURNAY OU PALÁCIO DOS PATRIARCAS ( 2 )»
Após 1974, e depois de muitas vicissitudes, ficou no pavimento térreo o «INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS E POLÍTICAS-ISCSP». No andar nobre e num pavilhão ao fundo do jardim estão os serviços do «INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL-IICT».
O palácio é um grande imóvel com varanda corrida avançada no andar nobre e uma frente com três janelas de peitoril sobre o portal de entrada. Os corpos laterais, de duas janelas cada, são coroados por torreões.
No centro do edifício, pelo lado de dentro, sobressai um zimbório ( 1 ) a nível superior ao dos torreões, com lanternim de quatro faces e quatro janelas. A construção deste zimbório é posterior à do edifício.
De cada lado, nascem dois corpos com platibanda de balaústres ornada de estátuas de mármore, vasos e urnas.
O andar térreo deste corpo tem seis janelas e duas portas largas que dão para o espaço onde talvez tivessem sido as cocheiras. O interior dá para um átrio com escadaria de dois ramos, de tecto de abóbada de aresta, e em cada lado existe uma porta que dá acesso aos corpos térreos. A escadaria é de um só lanço, em curva, tem corrimão e grades de ferro do século XVIII.
As paredes são pintadas a claro-escuro, trabalho do último quartel do século XIX. A abóbada é de aresta oitavada. As salas foram beneficiadas em 1942 com restauros das pinturas dos tectos e das paredes, de "CONCEIÇÃO E SILVA".
O átrio superior, de talha escura, abre-se sobre uma galeria envidraçada que dá para os jardins, e tem cinco portas para as várias salas. As sobrepostas estão decoradas com um castelo ou com um leão.
O antigo salão de baile, com tecto de estuque de "RODRIGUES PITÁ", tem medalhões alusivos à música. A antiga sala de jantar, de forma elíptica, tem o tecto pintado por "JOSÉ MALHOA" (1886), representando um céu com meninos alados conduzindo flores e frutos. A antiga sala das colunas tem quatro colunas de madeira, caneladas, de capitéis dourados e tecto de estuque com ornatos. "ORDÑES" foi o artista que se ocupou da decoração pictórica do teatro anexo ao palácio. Outras salas, por terem sofrido muitas alterações são destituídas de interesse.
No JARDIM, com acesso para as esplanadas, existem duas estufas, e na do lado poente via-se uma porta de mármore com colunas salomónicas e pedra de armas do século XVIII. Existe também do mesmo lado, um teatro muito danificado. Os Jardins, completamente deteriorados, ainda têm algumas estátuas e nelas se encontram os edifícios modernos do "INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL-IICT".
CURIOSIDADE
Uma grande reportagem fotográfica feita em 23 de Novembro de 2008 pelo blogue «LISBOA S.O.S.» sobre este palácio, durante o período que era permitida a sua visita.
O documento fotográfico mostra bem como o nosso património é tratado.
( 1 ) - ZIMBÓRIO - A parte mais alta que exteriormente remata ou cobre a cúpula das grandes Igrejas ou dos edifícios monumentais.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ VII ] - O PALACETE DOS CONDES DA PONTE»
Por esta rua tenho passado centenas de vezes. Conheço o palácio, por fora, não sabia que se chamava Burnay. Teriam sido seus familiares que fundaram o extinto Banco Burnay? É triste o nosso património ficar abandonado. No sentido Alcântara - Belém, logo a seguir ao HEMoniz, existe também um palácio abandonado, qual o seu nome? Muito obrigado pelo seu blogue, que sempre visito.
ResponderEliminarOs meus cumprimentos,
Manuel Tomaz
Caro MANUEL TOMAZ
ResponderEliminarBem-vindo mais uma vez a este blogue e obrigado pela referência.
Estou em crer que foi este "Henrique Burnay" o fundador do Banco, aliás ele era considerado na época, um grande banqueiro.
O palácio depois de passar o "Hospital Egas Moniz" e separado pela "Calçada da Boa-Hora", existe efectivamente o "PALÁCIO E QUINTA DAS ÁGUIAS", com entrada pela "Rua da Junqueira" Nº 138 (em gradeamento com um portão de ferro ladeado por pilares, encimados por duas águias) e pela "Calçada da Boa-Hora", nº 1 e 5.
Está realmente um pouco degradado, mas se tiver a paciência de esperar pelos capítulos XVI e XVII entre 02.10.2013 e 05.10.2013, terá mais desenvolvimento sobre o referido palácio.
Despeço-me com amizade, volte sempre.
Os meus cumprimentos,
APS
Caro APS
ResponderEliminarMuito obrigado pelas suas informações. Sempre que vejo um palácio, ou mesmo uma simples vivenda em degradação, ocorre-me alguma curiosidade sobre a sua história.
Os meus cumprimentos,
Manuel Tomaz