Rua da Junqueira - (2008) Foto de autor não identificado ("PALÁCIO DA EGA" na "Calçada da Boa-Hora", hoje "Arquivo Histórico Ultramarino") in INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL
Rua da Junqueira - (2008) ("Palácio da Ega" interior do Salão Pompeia", representando as vistas das cidades portuárias da Europa do século XVIII. Esta salão este aberto ao público no ano de 2008) in INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTIFICA TROPICAL
Rua da Junqueira - (anos 30 do séc. XX) Foto de Eduardo Portugal ( O "Palácio da Ega" também conhecido pelo "Palácio do Pátio Saldanha" e seus jardins) (Abre em tamanho grande) in AFML
Rua da Junqueira - (1946)? Foto de Horácio Novais (O "Palácio da Ega" com entrada pela "Calçada da Boa-Hora". Este palácio foi vendido em 1843 a um capitalista o "Barão Folgosa", que promoveu obras fundamentais, dando-lhe um aspecto exterior semelhante ao que apresenta actualmente. A partir de 1919, foi vendido ao "Ministério das Colónias" para instalação da Escola de Medicina Tropical e construção do "Hospital Colonial" sobre a "Rua da Junqueira") (Abre em tamanho grande) in AFML
(CONTINUAÇÃO) RUA DA JUNQUEIRA [ X ]
«O PALÁCIO DO PÁTIO DO SALDANHA OU PALÁCIO DA EGA ( 2 )»
O "PALÁCIO DO PÁTIO DO SALDANHA", vulgarmente conhecido pelo «PALÁCIO DA EGA", constitui um edifício de reconhecido valor artístico e histórico.
O seu núcleo primitivo deve remontar ao século XVI, pois sabe-se que em 1582 já existia a "CASA NOBRE", podendo ler-se esta data na curiosa fonte de "embrechados" à entrada do palácio.
O edifício apresenta-se dividido em três corpos principais: o da entrada, cuja fachada dava para o pátio, actualmente um bonito jardim; o do lado Sul, de dois pisos, com uma grande fonte para o TEJO, dando igualmente para um jardim embelezado por um grande lago; e o "SALÃO POMPEIA", a nascente, continuação do corpo anterior e ligando também com um jardim superior.
A fachada apresenta três grandes portões, ostentando o portão central o brasão dos "COUTINHO, ALBUQUERQUE e SALDANHA".
De cada lado do corpo central existem duas enormes varandas. Do átrio sobe-se ao piso superior por duas amplas escadarias, que apresentam lambris de azulejos do século XVII. As salas térreas viradas a sul apresentam também vestígios de azulejos da mesma época. No andar superior, embora as transformações fossem profundas, existe ainda uma grande sala totalmente decorada com painéis de azulejos portugueses de meados do século XVIII, em azul, com motivos campestres e de caça.
Nos princípios do século XVIII acrescentou-se ao Palácio um enorme salão, designado como sala da música, sala das colunas, sala dos marechais e "SALÃO POMPEIA".
É sobretudo neste magnifico salão que reside o interesse artístico deste edifício. Nele podem admirar-se oito painéis de azulejos holandeses do início do século XVIII, representando vistas das cidades portuárias de Antuérpia, Roterdão, Midelburgo, Colónia, Hamburgo, Veneza, Londres e Constantinopla, e que segundo a opinião de "SANTOS SIMÕES" serão da autoria do artista holandês "BOOMEESTER".
Este salão foi totalmente transformado nos princípios do século XIX. Foi arrancado o tecto primitivo de madeira, tapadas as janelas superiores e construída a falsa cúpula, cujo bordo assenta em oito colunas de madeira oca. No local das janelas foram pintadas painéis ao gosto da época; conservaram-se os painéis de azulejos, mas sacrificaram-se as fiadas extremas para acomodar a caixilharia de madeira.
Este salão foi classificado como imóvel de interesse público em 1950.
Durante as INVASÕES FRANCESAS conheceu este Palácio um grande esplendor. O "2º CONDE DA EGA", "AIRES JOSÉ MARIA DE SALDANHA", regressado de ESPANHA, onde estivera como "EMBAIXADOR DE PORTUGAL", mandara fazer importantes obras de embelezamento.
O general "JUNOT", (amigo da família "SALDANHA"), esteve instalado neste PALÁCIO, onde aí se realizaram faustosas festas mundanas. Como consequência dessa "permanência", após a expulsão das tropas francesas, o "CONDE DA EGA" vê-se obrigado a abandonar Portugal e parte com a família para o exílio.
Com o Palácio abandonado, vai servir como HOSPITAL às tropas anglo-lusas e mais tarde de quartel-general do "MARECHAL WILLIAM CARR BERESFORD"(1768-1854), a quem acaba por ser doado em 1820 por "D. JOÃO VI". Em 1823 a família "SALDANHA" é reabilitada e requer a posse da sua casa senhorial. Depois de longa demanda em tribunal, é-lhe finalmente entregue o Palácio em 1839, mas a situação financeira desta família já não lhe permitia a sua manutenção.
No ano de 1843 o edifício foi vendido a um capitalista o "BARÃO DE FORGOSA" que promove obras fundamentais, dando-lhe um aspecto exterior semelhante ao que apresenta na actualidade.
A partir de 1919, foi vendido ao "MINISTÉRIO DAS COLÓNIAS", para ali instalar a "ESCOLA DE MEDICINA TROPICAL" e a construção de um "HOSPITAL COLONIAL", (para doenças dos países quentes), sobre a "JUNQUEIRA". Porém são levadas a efeito grandes obras de vulto no PALÁCIO em 1931 para poder alojar condignamente o «ARQUIVO HISTÓRICO COLONIAL» hoje «ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO».
CURIOSIDADE
Na "GAZETA DE LISBOA" em 11 de Janeiro de 1806 era publicado o seguinte: O "CONDE DA EGA" aluga o "PALÁCIO DO SALDANHA". Quem quiser arrendar o "PALÁCIO" do Exmo. "CONDE DA EGA", à "JUNQUEIRA", por um ou mais anos, pode dirigir-se a "Francisco Caetano Tavares", morador no pátio do mesmo Palácio, denominado do "SALDANHA".
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XI ]O PALACETE PESSANHA-VALADA»
O seu núcleo primitivo deve remontar ao século XVI, pois sabe-se que em 1582 já existia a "CASA NOBRE", podendo ler-se esta data na curiosa fonte de "embrechados" à entrada do palácio.
O edifício apresenta-se dividido em três corpos principais: o da entrada, cuja fachada dava para o pátio, actualmente um bonito jardim; o do lado Sul, de dois pisos, com uma grande fonte para o TEJO, dando igualmente para um jardim embelezado por um grande lago; e o "SALÃO POMPEIA", a nascente, continuação do corpo anterior e ligando também com um jardim superior.
A fachada apresenta três grandes portões, ostentando o portão central o brasão dos "COUTINHO, ALBUQUERQUE e SALDANHA".
De cada lado do corpo central existem duas enormes varandas. Do átrio sobe-se ao piso superior por duas amplas escadarias, que apresentam lambris de azulejos do século XVII. As salas térreas viradas a sul apresentam também vestígios de azulejos da mesma época. No andar superior, embora as transformações fossem profundas, existe ainda uma grande sala totalmente decorada com painéis de azulejos portugueses de meados do século XVIII, em azul, com motivos campestres e de caça.
Nos princípios do século XVIII acrescentou-se ao Palácio um enorme salão, designado como sala da música, sala das colunas, sala dos marechais e "SALÃO POMPEIA".
É sobretudo neste magnifico salão que reside o interesse artístico deste edifício. Nele podem admirar-se oito painéis de azulejos holandeses do início do século XVIII, representando vistas das cidades portuárias de Antuérpia, Roterdão, Midelburgo, Colónia, Hamburgo, Veneza, Londres e Constantinopla, e que segundo a opinião de "SANTOS SIMÕES" serão da autoria do artista holandês "BOOMEESTER".
Este salão foi totalmente transformado nos princípios do século XIX. Foi arrancado o tecto primitivo de madeira, tapadas as janelas superiores e construída a falsa cúpula, cujo bordo assenta em oito colunas de madeira oca. No local das janelas foram pintadas painéis ao gosto da época; conservaram-se os painéis de azulejos, mas sacrificaram-se as fiadas extremas para acomodar a caixilharia de madeira.
Este salão foi classificado como imóvel de interesse público em 1950.
Durante as INVASÕES FRANCESAS conheceu este Palácio um grande esplendor. O "2º CONDE DA EGA", "AIRES JOSÉ MARIA DE SALDANHA", regressado de ESPANHA, onde estivera como "EMBAIXADOR DE PORTUGAL", mandara fazer importantes obras de embelezamento.
O general "JUNOT", (amigo da família "SALDANHA"), esteve instalado neste PALÁCIO, onde aí se realizaram faustosas festas mundanas. Como consequência dessa "permanência", após a expulsão das tropas francesas, o "CONDE DA EGA" vê-se obrigado a abandonar Portugal e parte com a família para o exílio.
Com o Palácio abandonado, vai servir como HOSPITAL às tropas anglo-lusas e mais tarde de quartel-general do "MARECHAL WILLIAM CARR BERESFORD"(1768-1854), a quem acaba por ser doado em 1820 por "D. JOÃO VI". Em 1823 a família "SALDANHA" é reabilitada e requer a posse da sua casa senhorial. Depois de longa demanda em tribunal, é-lhe finalmente entregue o Palácio em 1839, mas a situação financeira desta família já não lhe permitia a sua manutenção.
No ano de 1843 o edifício foi vendido a um capitalista o "BARÃO DE FORGOSA" que promove obras fundamentais, dando-lhe um aspecto exterior semelhante ao que apresenta na actualidade.
A partir de 1919, foi vendido ao "MINISTÉRIO DAS COLÓNIAS", para ali instalar a "ESCOLA DE MEDICINA TROPICAL" e a construção de um "HOSPITAL COLONIAL", (para doenças dos países quentes), sobre a "JUNQUEIRA". Porém são levadas a efeito grandes obras de vulto no PALÁCIO em 1931 para poder alojar condignamente o «ARQUIVO HISTÓRICO COLONIAL» hoje «ARQUIVO HISTÓRICO ULTRAMARINO».
CURIOSIDADE
Na "GAZETA DE LISBOA" em 11 de Janeiro de 1806 era publicado o seguinte: O "CONDE DA EGA" aluga o "PALÁCIO DO SALDANHA". Quem quiser arrendar o "PALÁCIO" do Exmo. "CONDE DA EGA", à "JUNQUEIRA", por um ou mais anos, pode dirigir-se a "Francisco Caetano Tavares", morador no pátio do mesmo Palácio, denominado do "SALDANHA".
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA JUNQUEIRA [ XI ]O PALACETE PESSANHA-VALADA»
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