Rua do Grilo - (2009) (Edifício com influência de Arquitectura tipicamente Inglesa, do último quartel do século XIX. A "MANUTENÇÃO MILITAR" instalou-se no antigo "CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS") in RESTOS DE COLEÇÃO
Rua do Grilo - (1917) (Album da "M.M.") (Fábrica e fornos de pão na primeira década do século XX) in CAMINHO DO ORIENTE
Rua do Grilo - (1998) Foto de António Sacchetti (O amassador eléctrico na sala dos fornos da "Manutenção Militar") in CAMINHO DO ORIENTE
(CONTINUAÇÃO - RUA DO GRILO [ XII ]
«A MANUTENÇÃO MILITAR ( 3 )»
Em termos funcionais e industriais a «MANUTENÇÃO MILITAR» compunha-se de: uma fábrica de moagem de cereais; uma padaria; uma oficina para o fabrico de massas alimentares; uma oficina para bolachas e produtos similares; um depósito de material de padarias de campanha; armazéns para trigo, farinhas, massas e outros produtos ou géneros destinados à alimentação dos militares; oficinas de reparações de material; um laboratório químico e tecnológico para estudo de cereais, farinhas, fermentos, assim como pão e outros produtos; secretaria e suas dependências, alojamento de pessoal, enfermaria e cavalariças.
Nos projectos iniciais encontra-se concebida uma das primeiras estruturas de ensilagem moderna do país.
A «MANUTENÇÃO MILITAR» tinha conservado a organização inicial até ao ano de 1907. Só então, através do novo regulamento, redimensionou a sua estrutura e produção. Daqui por diante, cabia-lhe o fornecimento de todos os géneros de alimentação às tropas (rancho e conservas) e instrução na parte fabril. dos oficiais e praças da "COMPANHIA DE SUBSISTÊNCIA" no serviço de campanha; a apresentação da proposta para a aquisição de matérias-primas, géneros e forragens; a organização de reservas de todos os produtos fabricados de acordo com os índices de consumo indicado pelo "MINISTÉRIO DA GUERRA".
A autonomia administrativa é alcançada pelo regulamento de 1911, libertando-se de um papel meramente executivo.
Com a entrada para o cargo directivo de um dos homens mais enérgicos que passaram pelas chefias da "M.M.", o Coronel "LUÍS ANTÓNIO VASCONCELOS DIAS", de 09.06.1911 a 08.12.1920), operou-se várias mudanças.
Até cerca de meados dos anos 30, um dos períodos cronológicos mais importantes para o crescimento e afirmação da "M.M.", desenvolvem-se as suas estruturas industriais e alarga-se o seu dispositivo a todo o território nacional.
A "M.M." estava agora a concretizar uma área de produção baseada no decreto da sua fundação. Para tal vamos muito resumidamente descrever as principais fábricas que nasceram nessa época.
FABRICA DE MOAGEM
(Distribuída por três andares em 1922 estava com 8 amassadores eléctricos e 16 fornos metálicos, nessa altura ultrapassava sensivelmente os cinquenta mil quilos de pão). (No livro «Farinhas, Moinhos e Moagens» de 1999 diz-nos que no ano de 1926, entre diversos estabelecimentos moageiros que existiam em LISBOA a no país, a moagem da "M.M." era considerada a maior do país". "(...) com dois moinhos, de uma capacidade total de 300 000 Kg em 24 horas)". ( 1 )
FABRICA DE MASSAS
(Com dois fornos contínuos)
FABRICA DE CONSERVAS
(Integrando também frutos cristalizados)
REFINARIA DE AÇÚCAR
(Com uma produção média de 4500 quilos por dia)
MATADOURO E SALSICHARIA
(Produção de ração para gado, na Salsicharia fabricava 75 quilos de chouriço de sangue, 150 quilos de chouriço de carne, 90 quilos de farinheira e 150 quilos de banha em 24 horas de serviço).
LEITARIA E FÁBRICA DE MANTEIGA
(Produzia a manteiga necessária para o fabrico das bolachas e abastecia deste produto as diversas sucursais do país, "COIMBRA" por exemplo).
TRATAMENTO DE VINHOS
(Instalado junto da Estação de caminho-de-ferro na "RUA JOSÉ DO PATROCÍNIO" em MARVILA, com um depósito de vinhos com capacidade total de 606 600 litros. Ali se procedia também ao engarrafamento, dispondo de três máquinas de engarrafamento, lavagem, de rolhamento e capsulagem).
O conjunto destas fábricas tinham como apoio técnico e funcional um número elevado de oficiais também na área produtiva como: latoaria, serração, lavandaria, canastraria, tipografia etc. etc.
( 1 ) - Boletim do Trabalho Industrial, Nº 36 de 1926.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ XIII ]-A MANUTENÇÃO MILITAR ( 4 )»
Um tema que me interessa bastante. Bom dia!
ResponderEliminarBoa tarde cara Margarida Elias.
ResponderEliminarEspero que continue a gostar destes temas, pois para muita gente devem ser muito maçadores.
Tenha um dia feliz!