sábado, 5 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IV ]

RUA JOÃO VILLARET
 Rua João Villaret - (2014) (A RUA JOÃO VILLARET com entrada pela AVENIDA DE ROMA, na freguesia do AREEIRO)  in  GOOGLE EARTH

Rua João Villaret - (2014) (A RUA JOÃO VILLARET paralela com a linha de Cintura dos Caminhos de Ferro, na zona do AREEIRO) in GOOGLE EARTH
Rua João Villaret - (2014) - (um troço da RUA JOÃO VILLARET no sentido Nascente-Poente e no seu lado direito a separação do caminho de ferro, linha de cintura de Lisboa) in GOOGLE EARTH
Rua João Villaret - (Finais dos anos 40 do século XX) (JOÃO HENRIQUE PEREIRA VILLARET foi um grande mestre da recitação poética, tendo trabalhado como actor no teatro D. MARIA I, na revista e no cinema português. Tem uma rua em LISBOA na freguesia do AREEIRO)  in  AVEIRO CULTURAL
Rua João Villaret - (1950) (Paulo Borges) (JOÃO VILLARET no filme FREI LUÍS DE SOUSA" interpretando o papel de TELMO PAIS ao lado da jovem MARIA DULCE) in OS ANOS DE OURO DO CINEMA
Rua João Villaret - (1959) (Um momento de JOÃO VILLARET no seu programa aos Domingos à noite na RTP, recitando alguns dos mais famosos poetas nacionais) in RTP

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IV ]

«JOÃO VILLARET»


A «RUA JOÃO VILLARET» pertencia à freguesia de S.JOÃO DE DEUS, que pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 20013, juntamente com a freguesia do ALTO DO PINA passou a designar-se por freguesia do «AREEIRO». Começa na AVENIDA DE ROMA junto ao número 31-D, não tendo ainda uma finalização definida. São convergentes a esta rua, do seu lado esquerdo a RUA ACTOR VIANA, RUA AUGUSTO GIL e RUA DAVID SOUSA.
Pelo Edital de 4 de Março de 1961 a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA escolheu uma RUA na freguesia de SÃO JOÃO DE DEUS (hoje AREEIRO) para acolher a figura do genial actor e declamador. À RUA JOÃO VILLARET (actor-1913-1961) foi-lhe atribuído a artéria conhecida como rua projectada à AVENIDA SACADURA CABRAL, RUA ACTOR VIANA e ainda como rua projectada à RUA DAVID DE SOUSA. Igualmente a COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA na sua Acta Nº 78 de 1 de Maio de 1961, emitiu parecer favorável para que a RUA JOÃO VILLARET figurasse na rua projectada à AVENIDA SACADURA CABRAL.
JOÃO HENRIQUE VILLARET, nasceu em LISBOA a 10 de Maio de 1913 e faleceu também em LISBOA no dia 21 de Janeiro de 1961. Evidencia-se como actor de teatro de cinema, declamador, encenador e ainda chegou  a ter um programa na TELEVISÃO. Deu nas vistas pela sua maneira muito pessoal e inédita como recitava poesia. Estudou no LICEU PASSOS MANUEL e começou logo a fazer teatro amador, o que levou de seguida a frequentar o CONSERVATÓRIO NACIONAL, concluindo em 1931 sem uma classificação muito alta. Nesse ano, junta-se à COMPANHIA DE TEATRO REY COLAÇO-ROBLES MONTEIRO e mais tarde à COMPANHIA DE TEATRO OS COMEDIANTES DE LISBOA, dirigida por RIBEIRINHO e seu irmão ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, fundada em 1944.
Estreou-se em OUTUBRO no D. MARIA II em LEONOR TELES de MARCELINO MESQUITA. VILLARET terá feito muitas revistas no NACIONAL, prática comum em todos os actores da altura. Teve grande sucesso e cedo se destacou pela forma como dizia poesia.
No ano de 1942 JOÃO VILLARET representou no TEATRO AVENIDA a revista BELEZAS DE HORTALIÇA de Fernando Santos, Almeida Amaral e L. Rodrigues com música de Jaime Mendes e José Nobre. Um quadro de comédia em verso, um poema patriótico de ANTÓNIO BOTO e uma rábula cómica, marcavam a sua presença, notada sobretudo neste último número, que se adaptava à circunstância política portuguesa da época, com a célebre cançoneta de MAURICE YVAIN, "C'est mon homme". Referia-se a SALAZAR nas entrelinhas quando cantava, com uma piscadela maliciosa de olho. "Aquele a quem dou tudo, tudo a sorrir, - cést mon homme, - e a quem dou la chemise se ele um dia ma pedir, (...)". No ano seguinte no palco do D. MARIA II representou ELECTRA e "OS FANTASMAS" de O´Neil, um dos papeis que mais marcas lhe deixou.
A partir de 1946 passa a trabalhar nos COMEDIANTES DE LISBOA, desempenhando o papel principal de MISS BA;  O REI; CADÁVER VIVO; PIGMALEÃO e BÂTON.
Em 1947 na Revista TÁ BEM OU NÃO TÁ de Ascenção Barbosa, Aníbal Nazaré e Nelson de Barros no TEATRO AVENIDA, com música de FERNANDO DE CARVALHO e FREDERICO VALÉRIO.
Escreveu um dia PAVÃO DOS SANTOS..."Ao som das guitarras, num ritmo crescente, entrecortado de pausas dolentes, VILLARET conta uma história de vida e põe o público ao rubro no "FADO FALADO" - de quem HERMINIA SILVA faria a contrapartida cómica um ano depois, no seu "FADO MAL FALADO" na revista "AÍ, BATE, BATE" de Fernando Santos, Almeida Amaral e Fernando Ávila".
JOÃO VILLARET durante vinte anos esbanjou versatilidade e talento não só em palcos como nos estúdios. No cinema teve a sua primeira participação em 1936 interpretando D. JOÃO VI no filme O BOCAGE de Leitão de Barros, segue-se O PAI TIRANO(1941) onde interpreta o papel de um pedinte mudo, INÊS DE CASTRO (1945), CAMÕES (1946), FREI LUÍS DE SOUSA (1950) na interpretação de (TELMO PAIS), A GARÇA E A SERPENTE (1952) e O PRIMO BASÍLIO (1959). 
Na RTP  JOÃO VILLARET teve um programa aos Domingos onde declamava poesia NACIONAL, e isto ajudou a dar a conhecer os nossos grandes poetas. Na memória dos portugueses fica ainda muito do seu estilo inconfundível na A PROCISSÃO de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO e O MENINO DE SUA MÃE entre outros. Aos 48 anos JOÃO VILLARET deixa-nos, ficando para sempre a lembrança do seu estilo inconfundível de dizer poesia.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ V ]RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO)»

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