Rua Actor Epifânio - (depois de 1971) (Imagem da Placa Toponímica Tipo IV, da RUA ACTOR EPIFÂNIO(1813-1857) na freguesia do LUMIAR) in TOPONÍMIA DE LISBOA
Rua Actor Epifânio - (2007) (Vista Panorâmica da freguesia do LUMIAR onde está inserida a RUA ACTOR EPIFÂNIO) in GOOGLE EARTH
Rua Actor Epifânio - (Século XX) - ( Um troço da Rua Actor Epifânio ) in TOPONÍMIA DE LISBOA
Rua Actor Epifânio - (2014) - (A RUA ACTOR EPIFÂNIO com início na ESTRADA DO DESVIO) in GOOGLE EARTH
Rua Actor Epifânio - (2014) - ( A RUA ACTOR EPIFÂNIO na freguesia do LUMIAR) in GOOGLE EARTH
Rua Actor Epifânio - (2014) (O final da "RUA ACTOR EPIFÂNIO" forma um beco sem saída) in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIII ]
«RUA ACTOR EPIFÂNIO»
A «RUA ACTOR EPIFÂNIO» pertence à freguesia do «LUMIAR». Começa na ESTRADA DO DESVIO, em frente ao número 206 e não tem saída.
Este topónimo já anteriormente atribuído a um arruamento projectado, mas que não chegou a ter execução. A COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA, na sua "Acta Nº 101 de 19 de Março de 1971", formulou o parecer que o nome do ACTOR EPIFÂNIO passa-se a denominar o arruamento "QUARTA T.F. da ESTRADA DO DESVIO", pelo topónimo "RUA ACTOR EPIFÂNIO (1813-1857), tendo passado a ter existência oficial pelo Edital de 26 de Março de 1971.
«EPIFÂNIO ANICETO GONÇALVES» nasceu em LISBOA a 07 de Abril de 1813 e faleceu também em LISBOA a 15 de Outubro de 1857.
No passado dia 7 de Abril de 2014 passaram 201 anos sobre o nascimento deste actor do século XIX.
EPIFÂNIO, homem do teatro estreou-se no TEATRO DO SALITRE em 1832, em "O TRIBUTO DAS CEM DONZELAS", num período em que o teatro português atravessava uma das fases mais difíceis do seu desenvolvimento. O grupo de actores em actividade era constituído por gente de pouca cultura, sem ninguém com qualificações suficientes e capaz de assumir uma direcção competente dos espectáculos.
As grandes preocupações dos actores resumiam-se à necessidade de "pisar bem, saber quadrar-se bem, saber gesticular, saber cair bem e saber recuar". A declamação, por sua vez era lastimável. Estando ciente desta realidade o jovem EPIFÂNIO decide incentivar "EMILE DELOUX", "actor de uma prestigiada troupe francesa em digressão pelo nosso país", a aceitar o desafio de ALMEIDA GARRETT de ficar em LISBOA e fundar uma COMPANHIA PORTUGUESA DE TEATRO.
EPIFÂNIO, nome que ficaria para a história do TEATRO PORTUGUÊS, integrou desde a primeira hora o elenco daquela Companhia que viria a ter sede no TEATRO DA RUA DOS CONDES, convertendo-se no mais acérrimo defensor da nova escola de representação francesa. Quando DELOUX decide voltar ao seu país, EPIFÂNIO, homem dotado de superior inteligência, possuída de grande carisma e espírito de liderança, não só deu continuidade ao trabalho do mestre como o superou em ousadia e inovação. A burguesia lisboeta era arrastada até aquele velhinho teatro, com a curiosidade de ver em cena, Cavalos e Camelos, de forma a rivalizar com o circo (espectáculo das grandes multidões da época).
E bem depressa o Teatro se transformou no divertimento por excelência dos burgueses alfacinhas. Embora as péssimas condições dos teatros, apesar disto tudo, o teatro passou a ser o centro da vida citadina.
O TEATRO D. MARIA II é inaugurado em 1846 (onde se juntava meia LISBOA para dizer bem do próximo e mal do afastado, e saber as últimas novidades do mundo político e financeiro).
EPIFÂNIO foi o primeiro director, sócio, ensaiador e um dos mais bem pagos actores do TEATRO D. MARIA II, onde foi encontrar as condições materiais e de espaço para se tornar no maior encenador. Lança-se na produção de espectáculos de grande montagem, cuidando ele próprio de todos os aspectos técnicos e artísticos, bem como da formação de novos actores. EPIFÂNIO passa onze anos da sua vida no TEATRO fundado pelo seu particular amigo ALMEIDA GARRETT, vivendo os maiores êxitos como actor e director, mas aguentando também as críticas mais violentas que à época eram normais numa sociedade em grande transformação.
EPIFÂNIO era um homem de forte estatura e também de grande sobranceria, mas doce e solidário com os colegas de profissão. Dizia-se que quando não estava no palco, no seu gabinete de trabalho ou no camarim, passeava no ROSSIO a admirar o frontispício do D.MARIA II, com seu olhar de profunda melancolia.
Ficam registados os mais diversos escritos e suas criações nos espectáculos "O TRAPEIRO DE LISBOA" de Bayard, "O TEMPLO DE SALOMÃO" um drama francês que MENDES LEAL traduzira, e se estreara em 1849 neste TEATRO, numa aparatosa encenação de EPIFÂNIO, e fora reposto na temporada seguinte mas sem os Camelos que tinham figurado na primeira e triunfal série de representações. Ainda o "ALFAGEME DE SANTARÉM" (no papel de FOLIÃO DIAS) de ALMEIDA GARRETT, "RUYBLAS" de VICTOR HUGO e "FREI LUÍS DE SOUSA" (no papel de TELMO) também de GARRETT.
EPIFÂNIO foi distinguido com uma condecoração (o hábito de Cristo), atribuído em Fevereiro de 1839 pelo REI D. FERNANDO II.
Em 1857 a cidade de LISBOA é varrida por uma epidemia de febre-amarela. O filho mais novo do actor é contagiado e o actor passa noites inteiras à sua cabeceira, sem dormir. Mas o rapaz não resiste. E EPIFÂNIO acaba também ele por sucumbir à febre, e assim desaparecia um verdadeiro ícone do TEATRO PORTUGUÊS.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XIV ]-RUA ANTÓNIO VILAR».
Estou a tentar fazer um pequeno trabalho (formação de professores) sobre EPIFÂNIO ANICETO GONÇALVES e o seu blogue foi decisivo para a escolha do tema do trabalho. Perguntava se era possível indicar a fonte. Júlio César Machado escreveu várias bigrafia de atores. Escreveu alguma coisa sobre Epifânio?
ResponderEliminarGrata desde já
Ana Martins
Cara Ana Martins
ResponderEliminarEstive a consultar algumas fontes e cheguei à conclusão que "JÚLIO CÉSAR MACHADO" embora tenha escrito várias biografias de Actores, este que pretende, não foi contemplado. No entanto acho que deve existir mais alguma coisa na NET nesse sentido. Vou enviar-lhe um Link que talvez ajude um pouco. (No palco da saudade: Actor Epifanio)
Link:http://www.jornalaudiencia.pt/index.php/opiniao/401-no-palco-da-saudade-ator-epifanio
Espero ter contribuído com alguma coisa, agradeço a sua visita a este blogue, despeço-me com amizade.
Cumprimentos
Agostinho Paiva Sobreira-APS