Rua do Beato - (Década de cinquenta do século vinte)(Panorâmica do conjunto monumental fabril da "COMPANHIA INDUSTRIAL DE PORTUGAL E COLÓNIAS", o conjunto representa essencialmente a parte mais antiga, as velhas instalações do «CONVENTO DO BEATO», embora para nascente se possa ainda observar alguns edifícios e silos) in ARQUIVO DE A NACIONAL
Rua do Beato - (2014) (Um troço da Alameda do Beato" junto do antigo "CONVENTO DO BEATO" in GOOGLE EARTH
Rua do Beato - (2014) (Início da "RUA DO BEATO", final da "RUA DO AÇÚCAR" conforme no indicam as placas toponímicas tipo II) in GOOGLE EARTH
Rua do Beato - (2005) Foto de APS (Mais uma foto da antiga IGREJA DO BEATO ANTÓNIO, na ALAMEDA DO BEATO) in ARQUIVO/APS
Rua do Beato - (1967) Foto de João H. Goulart (A "RUA DO BEATO" na década de setenta do século passado, ao fundo a RUA DO AÇÚCAR) (Abre em tamanho grande ) in AML
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO BEATO [ IV ]
«O CONVENTO DO BEATO ( 1 )»
O «CONVENTO DOS CÓNEGOS DE SÃO JOÃO EVANGELISTA», ditos os "LÓIOS", terá sido uma das maiores casas conventuais de LISBOA, embora, tenha variado de designação consoante a evolução da sua própria história
Foi construído no século XV no local de uma pequena ERMIDA de invocação a SÃO BENTO, SÃO BENTO além de XABREGAS ou, mais vulgarmente "SÃO BENTO DE XABREGAS". A Rainha D. ISABEL, mulher de D. AFONSO V, obteve autorização do Abade de ALCOBAÇA para implantar um hospício e que se entregasse aos "BONS HOMENS DE VILAR" da consagração dos FRADES AZUIS ou LÓIOS, ordem introduzida em PORTUGAL por D. JOÃO I.
Segundo os variados testemunhos, era uma casa modesta, resultante de um amontoado de sucessivos acrescentos, entre os quais merecem destaque as casas de aposento que D. MANUEL mandou dispor para as suas frequentes deslocações, situadas, pelo que as informações permitem conjecturar, onde hoje se ergue o grande corpo dos dormitórios, sobre a "RUA DO BEATO".
Obras recentes levadas a cabo no actual claustro (no quarto quartel do século vinte) levaram à descoberta, embebidos na grossura das paredes, de vários restos da primitiva construção, possivelmente da IGREJA. Destaca-se parte de uma bela arca gótica ainda do século XV, no templo eventualmente erguido com dádivas feitas à consagração pelo Condestável D. PEDRO, irmão da rainha fundadora. Com efeito, a sua orientação a Poente, aliás canonicamente correcta, permite-nos perceber que o acesso à construção original se fazia a partir da ESTRADA DE MARVILA, através de uma azinhaga de que o troço inicial da CALÇADA DO DUQUE DE LAFÕES poderá eventualmente ser uma reminiscência. Não nos podemos esquecer que toda esta área foi profundamente alterada para a implantação da NOVA IGREJA, nos primeiros anos do século XVII, no local " onde se levantava uma montanha de 7 braças de altura em muitas partes, e em outras de menos, mas em todas de rochedo duríssimo (...)". Cujo corte abrupto é hoje bem visível no lado esquerdo de quem olha a fachada da actual "IGREJA". Note-se que no cimo dessa ravina se abre ainda um pequeno LARGO no cotovelo da CALÇADA DO OLIVAL, em cujo topo fechado se poderá conjecturar que nasceria então a via de acesso ao CONVENTO, descendo daí pela encosta em declive, mais tarde, como vimos, cortada a pique.
Com a abertura definitiva do CAMINHO DO ORIENTE, a nova via ribeirinha, que várias referências dispersas nos permitem fixar como um processo que se arrastou ao longo do século XVI, com especial incidência na sua segunda metade, veio com certeza colocar aos LÓIOS o desafio de conformar a sua casa com a nova disposição da rede viária, virando-a à RUA que a pouco e pouco se tornava o eixo principal de toda a ZONA ORIENTAL, vindo a nova realidade a justificar a mudança de nome pelo qual passou a ser conhecido - O BEATO.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO BEATO [ V ] - O CONVENTO DO BEATO ( 2 )»
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