Calçada de Dom Gastão - (2005 ) Foto de APS (Neste primeiro andar com entrada pelo Nº. 15 desta Calçada de D. Gastão, funcionou "O CENTRO ESCOLAR REPUBLICANO ELIAS GARCIA", desde 1908-1974) in ARQUIVO/APS
Calçada de Dom Gastão - (2005) - Foto de APS - ("O CENTRO ESCOLAR REPUBLICANO ELIAS GARCIA" esteve nesta CALÇADA DE DOM GASTÃO de 1908 a 1974, com entrada pelo Nº. 15) in ARQUIVO/APS
Calçada de Dom Gastão - (Século XIX) - O "Centro Escolar Republicano Elias Garcia" esteve instalado neste Palácio de D. Gastão Senhor das Ilhas Desertas até Abril de 1974) in CASARIO DO GINJAL
Calçada de Dom Gastão - ( Século XIX) - Foto de Joshua Benoliel (A figura de José Elias Garcia provavelmente na década de 60 do século XIX) in WIKIPÉDIA - AML
Calçada de Dom Gastão - ( Século XIX ) - (Selo do Centro Escolar Republicano Elias Garcia, a organização estava instalada na Calçada de D. Gastão, 15-1º nas casas dos senhores das Ilhas Desertas) in MUSEU VIRTUAL - PATRIMÓNIO EDUCATIVO DO CENTRO ESCOLAR REPUBLICANO
CONTINUAÇÃO - CALÇADA DE DOM GASTÃO [ VIII ]
«O CENTRO ESCOLAR REPUBLICANO ELIAS GARCIA»
Nesta "CALÇADA DE DOM GASTÃO" no número 15 primeiro andar, casas do antigo Palácio dos Senhores das Ilhas Desertas ou Palácio de D. Gastão, funcionou o «CENTRO ESCOLAR REPUBLICANO ELIAS GARCIA», Colectividade de instrução liberal foi uma entre muitas que frutificaram na CAPITAL e um pouco por todo o país, antes e depois do 5 de Outubro de 1910. Teve a sua génese na "ASSOCIAÇÃO PROPAGANDA DE INSTRUÇÃO E BENEFICÊNCIA "JOSÉ ELIAS GARCIA" ( 1 ), existente no início do século XX. Sem fins lucrativos, regia-se apenas pelos princípios da liberdade e da REPÚBLICA - propaganda dos ideais republicanos e democráticos, difusão da instrução pelos seus associados e promoção de palestras sobre temas políticos - , mantendo com instituições similares estreitos laços de solidariedade.
Teve como sócio fundador, em 20 de Abril de 1908, "ARTUR DA COSTA LEMA GRIJÓ", JOSÉ FERNANDES COELHO" e "EDUARDO FURTADO".
A DIRECÇÃO eleita anualmente em Assembleia Geral pelos sócios efectivos - os não efectivos apenas pagavam quota, enquanto mantinham os filhos ou pupilos a estudar - , reuniam com regularidade para tratar de assuntos correntes de gestão, ficando todas as matérias exaradas em acta.
O quadro do pessoal docente comportava duas professoras, (uma delas, a que leccionava a 3.ª e 4.ª Classe, era a Directora) e uma auxiliar para a classe infantil.
As escolas liberais conheceram o seu período áureo durante a PRIMEIRA REPÚBLICA, sendo com frequência obsequiadas com a visita de membros do governo por ocasião de exames ou celebrações. Beneficiavam então de apoio do ESTADO, da CÂMARA MUNICIPAL e das JUNTAS DE FREGUESIAS. Após a DITADURA MILITAR e com o advento do ESTADO NOVO, todas estas escolas, embora toleradas, tiveram de se submeter aos ditames do novo regime, como a adopção de livro único, MOCIDADE PORTUGUESA e até um preâmbulo aos alunos sobre o 28 de Maio ou o aniversário da investida de SALAZAR, quando para tanto a tutela oficiava. Um rude golpe foi também a lei que introduziu a separação de sexos, não só por contrariar o ideário defendido por estas instituições, como também por as obrigar a alterar de raiz a respectiva orgânica.
De então para cá lutou este Centro com dificuldades acrescidas ( 2 ), já que implantado num meio fabril de gente modesta, a sua manutenção dependia em boa parte do contributo de entidades públicas e privadas. De entre os muitos beneméritos, são de destacar o "interesse e a simpatia" sempre manifestados pelo próprio senhorio, "BENTO JOSÉ DE FREITAS ARAÚJO", o INDUSTRIAL FRANCISCO GRANDELLA, que foi um grande impulsionador das ESCOLAS LIBERAIS, e o médico, estadista, escritor e jornalista Dr. MANUEL DE BRITO CAMACHO, (1862-1934), com o seu legado a todos os "CENTROS OU CLUBES REPUBLICANOS DE LISBOA (...) QUE SUSTENTAREM UMA ESCOLA".
Por ocasião do seu 62.º aniversário, em 1970 apenas com 43 alunos, sendo já visível a sua decadência restavam então, sete congéneres em LISBOA.
Fechou definitivamente as suas portas depois do 25 de Abril de 1974, culminando décadas de luta tenaz em prol de uma pedagogia livre e democrática.
Em 1994, o senhor "JOÃO MENDES" que, entretanto passara de inquilino a proprietário, acabou por adquirir o edifício, incluindo todos os pertences do extinto "CENTRO ESCOLAR" ( 3 ).
- ( 1 ) - JOSÉ ELIAS GARCIA nasceu em Cacilhas, ALMADA a 30 de Dezembro de 1830 e faleceu no dia 21 de Junho de 1891.[ALMANAQUE REPUBLICANO, 14.12.2006].
- ( 2 ) - Em 31 de Julho de 1934, a Junta de Freguesia do Beato oficiava a cancelar o pagamento da sua quota de 20$00 mensais.
- ( 3 ) - Caderneta Predial do 1.º Bairro Fiscal, art.º 326 que corresponde ao artigo 773.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«CALÇADA DE DOM GASTÃO [ IX ]O PALÁCIO DE D. GASTÃO OU DAS ILHAS DESERTAS ( 1 )».
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