Vila Flamiano - (2011) Foto de APS - ( Uma perspectiva da chamada "RUA DO SOL" na VILA FLAMIANO, vista de Norte para Sul) in ARQUIVO/APS
Vila Flamiano ( 2011) Foto de APS - (A "VILA FLAMIANO" no lado da RUA GUALDIM PAIS, a chamada "RUA DO SOL" no seu prolongamento para Norte, ao nosso lado esquerdo junto da mesa, as traseiras do "Ferro Velho" "Aguinaldo & Higíno") in ARQUIVO/APS
Vila Flamiano - (anterior a 2009) - Edifício onde estava inserida a Padaria do senhor RIBEIRO já entaipado para demolição. Mais à frente o arco que dava acesso à VILA FLAMIANO) in GOOGLE EARTH
Vila Flamiano - (2005) Foto de APS - (A VILA FLAMIANO junto ao seu ex-"Largo", hoje ocupado pela oficina de carros. No topo de cada bloco de casas estava inscrito "VILA FLAMIANO" que, com o tempo, foi caindo) in ARQUIVO/APS
Vila Flamiano - (Final dos anos noventa do século XX) - ( ARCO que servia de passadiço entre o "Condomínio fechado da VILA FLAMIANO" - nesta altura já muito danificado - e o "LARGO MARQUÊS DE NISA". Foi demolido na primeira década do século XXI) in ARQUIVO/APS
Vila Flamiano - ( 1967 ) Foto de João H. Goulart - (A "VILA FLAMIANO" vista da "RUA GUALDIM PAIS" nos anos sessenta do século XX) in AML
(CONTINUAÇÃO) - VILA FLAMIANO [ IV ]
«O DIÁRIO DE NOTÍCIAS DE 23.10.1888 - ( 1 )»
No dia 23 de Outubro de 1888 era publicada a notícia; um bairro operário construído no recinto da «FABRICA DE ALGODÕES DE XABREGAS».
Reunidos os convidados que os directores receberam com extrema delicadeza, comparecendo o "PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA" "FERNANDO PEREIRA PALHA DE OSÓRIO CABRAL (1850-1897)", vereador do pelouro de higiene, o administrador do bairro, membros do Conselho fiscal, alguns accionistas e diversos jornalistas, foram todos examinar as edificações do novo BAIRRO OPERÁRIO.
Consta este de dois extensos paralelogramos, divididos por uma RUA CENTRAL de 14 metros de largura e ocupando uma área total de 4 040 metros quadrados, sendo 1 080 em construção e 2 960 em logradouro e ruas. Quando se entra no novo bairro a que a direcção deu o nome de «VILA FLAMIANO», como homenagem póstuma à memória de um director benemérito, encontra-se uma praça modesta, onde se está construindo o lavadouro para os moradores e daí se prolongam no sentido Leste-Oeste, os dois quarteirões de casas simples e alegres, inundadas de luz e que hão-de receber mais tarde o eflúvio salutar do arvoredo que a vai cercar.
O ar do sítio é bom e beneficia a vizinhança do TEJO, dando-lhe calor e animação a aproximação do Caminho de ferro.
Um dos agrupamentos tem habitação para 32 inquilinos e o outro tem-no para 40. São caiadas externamente e estucadas no seu interior.
Cada quarto tem medidas iguais com 3,70 metros de comprimento, 2,50 metros de largura e 2,50 metros de altura. Todas as casas tem luz directa recebida por 1 ou 2 janelas.
A divisão é feita de modo que cada família operária pode ocupar os quartos que quiser, pois se comunicam em agrupamentos de 4 e mais, sendo o preço de cada quarto, os do rés-do-chão 600 réis mensais e do andar superior 750 réis. Aos inquilinos também é fornecida água gratuitamente. O senhor Dr. SILVA AMADO, que representava a higiene municipal, disse num pequeno discurso proferido na ocasião do "beberete" com que a direcção quis obsequiar os seus convidados, que as casas estavam nas melhores condições higiénicas, o que sobrelevava os méritos do altíssimo serviço que a Companhia prestava aos seus operários. [DIÁRIO DE NOTÍCIAS DE 23.10.1888].
Algumas considerações ao artigo do DN após 127 anos.
O Lavadouro e o chafariz não foram construídos dentro do perímetro da "VILA", mas sim no chamado "LARGO DE XABREGAS" (uma distância aproximada de cem metros), o que levava as pessoas a ter de acartar a águas para as sua residências ou pagar para esse efeito. Devo acrescentar que a luz eléctrica ( 1 ) só chegou em finais da década de 30 do século XX, assim como a água na década de 50. O benefício do Tejo e sua "praia" é hoje um aterro e presentemente um cais de contentores de Xabregas. A animação dos comboios servia nos anos 40 para fazer tremer a VILA, além da sujidade que saia da chaminé dos comboios.
Do arvoredo inicialmente plantado no século XIX, nos anos 40 do século passado restavam 2 árvores na parte mais larga da "RUA DO MEIO" que, passado anos acabariam por secar. Só em finais dos anos 90, existiu uma reabilitação da "VILA " com replantação de árvores, pontuando com bancos de jardim, os passeios foram normalizados e as "RUAS" asfaltadas, um serviço meritório da Câmara Municipal de Lisboa e Junta de Freguesia do BEATO.
Algumas considerações ao artigo do DN após 127 anos.
O Lavadouro e o chafariz não foram construídos dentro do perímetro da "VILA", mas sim no chamado "LARGO DE XABREGAS" (uma distância aproximada de cem metros), o que levava as pessoas a ter de acartar a águas para as sua residências ou pagar para esse efeito. Devo acrescentar que a luz eléctrica ( 1 ) só chegou em finais da década de 30 do século XX, assim como a água na década de 50. O benefício do Tejo e sua "praia" é hoje um aterro e presentemente um cais de contentores de Xabregas. A animação dos comboios servia nos anos 40 para fazer tremer a VILA, além da sujidade que saia da chaminé dos comboios.
Do arvoredo inicialmente plantado no século XIX, nos anos 40 do século passado restavam 2 árvores na parte mais larga da "RUA DO MEIO" que, passado anos acabariam por secar. Só em finais dos anos 90, existiu uma reabilitação da "VILA " com replantação de árvores, pontuando com bancos de jardim, os passeios foram normalizados e as "RUAS" asfaltadas, um serviço meritório da Câmara Municipal de Lisboa e Junta de Freguesia do BEATO.
( 1 ) - Existiu a necessidade de pagar um ramal da via pública, para levar a electricidade à VILA. Depois do primeiro, quase todos se ligaram.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«A VILA FLAMIANO [ V ]-O DIÁRIO DE NOTÍCIAS de 23.10.1888 ( 2 )»
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