Rua da Escola Politécnica - (2002) - Foto de autor não identificado - (Fachada principal da antiga "Real Fábrica das Sedas" na "Rua da Escola Politécnica" frente ao Palácio Palmela) ( Abre em tamanho grande) in DGPC
Rua da Escola Politécnica - (1993) Foto de Henrique Ruas - (O comprido edifício da "Real Fábrica das Sedas" na Rua da Escola Politécnica" a tornejar para o "Largo do Rato" era adquirida em 1835 por MANUEL JOAQUIM JORGE) in SÉTIMA COLINA
Rua da Escola Politécnica - (1910-07) Foto de Joshua Benoliel - (Habitações para o pessoal da "Fábrica de Sedas" na "RUA DAS FÁBRICAS DAS SEDAS" actual "Rua Maestro Pedro Freitas Branco" que naquele tempo fazia esquina para a antiga "Rua Direita da Fábrica das Sedas", depois Rua da Escola Politécnica) (Abre em tamanho grande) in AML
Rua da Escola Politécnica - (entre 1897 e 1908) Foto de autor não identificado - (Real Fábrica das Sedas, na Rua da Escola Politécnica. Antigo edifício incendiado na madrugada de 03.08.1897, funcionou numa parte deste edifício a Escola Primária Nº 43) (Abre em tamanho grande) in AML
(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXIII]
«A REAL FÁBRICA DAS SEDAS ( 3 )»
A este período podemos chamar o ciclo de ouro da "FÁBRICA DAS SEDAS". Com a extinção da DIRECÇÃO DA REAL FÁBRICA DAS SEDAS, na sequência do afastamento do MARQUÊS DE POMBAL, principal impulsionador da política estatal das manufacturas, segue-se o 4.º período, no qual a administração foi entregue à JUNTA DE ADMINISTRAÇÃO DAS FÁBRICAS DO REINO ( 1777-1788).
Esta Administração vai iniciar a privatização das unidades manufactureiras e dos teares de meias do ESTADO. No entanto, tanto a REAL FÁBRICA DE SEDAS DO RATO, como a dos GALÕES, a do "TIRADOR DE OIRO" e de "LOUÇA", se mantêm no património régio. Na ausência de subsídios estatais, este período corresponde a um momento de mudança com falta de fundos para funcionamento dos equipamentos e diminuição do número de teares em funcionamento. "ACÚRCIO DAS NEVES" refere, todavia, a introdução dos panos damascos rasos como nova produção da Fábrica. Um novo período de prosperidade económica relança a partir de 1788 até 1819 a "FÁBRICA DAS SEDAS", agora sob a tutela da "REAL JUNTA DO COMÉRCIO, AGRICULTURA, NAVEGAÇÃO E FÁBRICAS".
Nesta sentido volta a funcionar uma nova direcção, durante cuja gerência a fábrica deu lucros.
Nesta período aumentou-se o número de teares ( 203 em 1792), reestabeleceu-se o fabrico das meias e introduziu-se um "filatório" ( 1 ) para organizar a seda pelo sistema "piemontês" ( 2 ) ( a energia calórica), junto à RIBEIRA DE ALCÂNTARA.
Na implementação desta última medida não é estranha a acção do "CONDE DE LINHARES", impulsionador da construção de mestres italianos - os ARNAUD - igualmente responsável pelo desenvolvimento da fiação da SEDA em CHACIM, Trás-os-Montes.
Este longo período de quarenta e dois anos, de concepções realistas, foi preenchido de diversos subperíodos, cuja história está por fazer. A partir das INVASÕES FRANCESAS assiste-se a lutas políticas no interior da direcção da REAL FÁBRICA , entre grupos pró-liberais e pró-absolutistas de ideias económicas, por vezes antagónicas, que levaram a fábrica à crise de 1819. Com o "VINTISMO" reforçam-se as correntes não intervencionistas, "Liberalizantes" e "Nacionalistas", cujo simbolismo se materializou com a mudança de nome da manufactura para "FÁBRICA NACIONAL DAS SEDAS" e pelas tentativas de reforma do seu sistema económico e técnico. Neste último aspecto refira-se as diversas propostas de reforma apresentadas às COMISSÕES DA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE e LEGISLATIVA e, depois de 1826 às CORTES, no sentido da reestruturação da manufactura. Por esta razão estamos na presença de um 5.º período da história fabril (1820-1830).Na realidade as Direcções continuaram a estar submetidas à REAL JUNTA DO COMÉRCIO, mas muitas vezes durante as vagas de liberalismo dessa década a indefinição política da sua gestão foi mais a norma que a excepção. Durante as discussões políticas-económicas foi pedida a sua extinção que curiosamente se começou a concretizar durante o Governo de D. MIGUEL.
Em Julho de 1833 uma SOCIEDADE composta pelo "BARÃO DAS PICOAS", MANUEL EMÍLIO DA SILVA, RAFAEL PEREIRA e JOÃO PASTOR predispõem-se a adquirir a velha manufactura em 1835, e constituíram uma COMPANHIA para a sua exploração com capitais de seis mil acções de valor nominal de 100$000 réis. Mas foi infrutífero . A "FÁBRICA DAS SEDAS", como manufactura real ou nacional, não mais se restabeleceu, nem conseguiu arranjar compradores para a reerguer a partir de outro plano. Todavia, em 1865, o espaço laboral era ainda aproveitado por empresas privadas que se dedicavam à produção e ao comércio de tecidos de seda.
Em 1 de Agosto de 1897 era noticiado o rescaldo de um incêndio, no qual só as paredes ficaram de pé. Após a reconstrução do edifício a situação não se alterou. Voltou a servir outros negócios, outras funções e outros interesses, desafiando até hoje a capacidade de identificação com algum monumento sem história, não com certeza a de algum palácio ou de alguma Igreja do património lisboeta.
( 1 ) - "FILATÓRIO" - (do Lat. filu, fio) adj. relativo a fiação; aparelho para fiação.
( 2 ) - "PIEMONTES" - Natural ou habitante do PIEMONTE - (ITÁLIA).
(CONTINUA)-(NO PRÓXIMO ANO DE 2016)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [XXIV] - A IMPRENSA NACIONAL ( 1 )» - [SEGUE ÍNDICES]-
Nesta sentido volta a funcionar uma nova direcção, durante cuja gerência a fábrica deu lucros.
Nesta período aumentou-se o número de teares ( 203 em 1792), reestabeleceu-se o fabrico das meias e introduziu-se um "filatório" ( 1 ) para organizar a seda pelo sistema "piemontês" ( 2 ) ( a energia calórica), junto à RIBEIRA DE ALCÂNTARA.
Na implementação desta última medida não é estranha a acção do "CONDE DE LINHARES", impulsionador da construção de mestres italianos - os ARNAUD - igualmente responsável pelo desenvolvimento da fiação da SEDA em CHACIM, Trás-os-Montes.
Este longo período de quarenta e dois anos, de concepções realistas, foi preenchido de diversos subperíodos, cuja história está por fazer. A partir das INVASÕES FRANCESAS assiste-se a lutas políticas no interior da direcção da REAL FÁBRICA , entre grupos pró-liberais e pró-absolutistas de ideias económicas, por vezes antagónicas, que levaram a fábrica à crise de 1819. Com o "VINTISMO" reforçam-se as correntes não intervencionistas, "Liberalizantes" e "Nacionalistas", cujo simbolismo se materializou com a mudança de nome da manufactura para "FÁBRICA NACIONAL DAS SEDAS" e pelas tentativas de reforma do seu sistema económico e técnico. Neste último aspecto refira-se as diversas propostas de reforma apresentadas às COMISSÕES DA ASSEMBLEIA CONSTITUINTE e LEGISLATIVA e, depois de 1826 às CORTES, no sentido da reestruturação da manufactura. Por esta razão estamos na presença de um 5.º período da história fabril (1820-1830).Na realidade as Direcções continuaram a estar submetidas à REAL JUNTA DO COMÉRCIO, mas muitas vezes durante as vagas de liberalismo dessa década a indefinição política da sua gestão foi mais a norma que a excepção. Durante as discussões políticas-económicas foi pedida a sua extinção que curiosamente se começou a concretizar durante o Governo de D. MIGUEL.
Em Julho de 1833 uma SOCIEDADE composta pelo "BARÃO DAS PICOAS", MANUEL EMÍLIO DA SILVA, RAFAEL PEREIRA e JOÃO PASTOR predispõem-se a adquirir a velha manufactura em 1835, e constituíram uma COMPANHIA para a sua exploração com capitais de seis mil acções de valor nominal de 100$000 réis. Mas foi infrutífero . A "FÁBRICA DAS SEDAS", como manufactura real ou nacional, não mais se restabeleceu, nem conseguiu arranjar compradores para a reerguer a partir de outro plano. Todavia, em 1865, o espaço laboral era ainda aproveitado por empresas privadas que se dedicavam à produção e ao comércio de tecidos de seda.
Em 1 de Agosto de 1897 era noticiado o rescaldo de um incêndio, no qual só as paredes ficaram de pé. Após a reconstrução do edifício a situação não se alterou. Voltou a servir outros negócios, outras funções e outros interesses, desafiando até hoje a capacidade de identificação com algum monumento sem história, não com certeza a de algum palácio ou de alguma Igreja do património lisboeta.
( 1 ) - "FILATÓRIO" - (do Lat. filu, fio) adj. relativo a fiação; aparelho para fiação.
( 2 ) - "PIEMONTES" - Natural ou habitante do PIEMONTE - (ITÁLIA).
(CONTINUA)-(NO PRÓXIMO ANO DE 2016)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [XXIV] - A IMPRENSA NACIONAL ( 1 )» - [SEGUE ÍNDICES]-
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