sábado, 12 de agosto de 2017

TRAVESSA DOS ALGARVES [ I ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 1 )»
 Travessa dos Algarves - (1856-1858)  -  (Mapa Nº. 61 de FILIPE FOLQUE zona "RUA DA JUNQUEIRA", podendo-se ver que no século XIX ainda era feita a ligação com o mar pela "praia dos Algarves" e "TRAVESSA DOS ALGARVES"  in  ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Travessa dos Algarves - (2015)  -  (Panorâmica da "TRAVESSA DOS ALGARVES" na "RUA DA JUNQUEIRA")    in      GOOGLE EARTH
 Travessa dos Algarves - (2016)  -  (Panorâmica aproximada da "Travessa dos Algarves" com vista da "Rua da Junqueira" e ao fundo a "Avenida da Índia")  in    GOOGLE EARTH
 Travessa dos Algarves - (2014)  -  (Fachada do prédio por onde se pode entrar para a "TRAVESSA DOS ALGARVES" na "RUA DA JUNQUEIRA")    in     BLOGUE DE LISBOA
 Travessa dos Algarves  (2015) - Foto de Sérgio Dias  -  ((Entrada da "TRAVESSA DOS ALGARVES" na "RUA DA JUNQUEIRA")  in    TOPONÍMIA DE LISBOA
 Travessa soa Algarves - (1967) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo  -  (A "TRAVESSA DOS ALGARVES" na Rua da Junqueira, deve o seu nome a um telheiro que ai existia, sob o qual se albergavam os remadores algarvios, vulgarmente conhecidos por "ALGARVES")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in        AML
Travessa dos Algarves  - (1961) - Foto de Artur João Goulart  -  (O ARCO da "TRAVESSA DOS ALGARVES", à "RUA DA JUNQUEIRA" no terceiro quartel do século vinte)   in    AML 


(INÍCIO) - TRAVESSA DOS ALGARVES [ I ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 1 )»

A «TRAVESSA DOS ALGARVES» pertencia à freguesia de "SANTA MARIA DE BELÉM". Em consequência da "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", sendo acrescentada à freguesia de "SÃO FRANCISCO XAVIER", passou a designar-se por freguesia de «BELÉM».
Começa na "RUA DA JUNQUEIRA" no número 243 e finaliza junto da "AVENIDA DA ÍNDIA".

Esta artéria inicialmente designada por "BECO" passou a "TRAVESSA" por deliberação camarária de 23 de Setembro de 1880. Presume-se que este é um topónimo alfacinha bastante antigo que se conhece para referir os tripulantes algarvios, vindos para LISBOA como possíveis trabalhadores nas embarcações, nomeadamente dos "ESCALERES" ( 1 ) e das "GALEOTAS REAIS", que neste sítio se abrigavam nas casas da "MALTA" existentes nesta área.
A "TRAVESSA DOS ALGARVES" servia de ligação entre a "AVENIDA DA ÍNDIA" (antiga praia durante vários anos, no século XIX) e a "RUA DA JUNQUEIRA", onde desemboca através de um arco aberto num pequeno edifício assemelhando-se à entrada, de um antigo "PÁTIO".
Escondida e escura, apesar de pitoresca, mantendo a antiga e serpenteada "calçada", esta serventia é referida pela primeira vez nos livros de arruamentos no ano de 1819.
Artéria desconhecida possivelmente da maior parte dos lisboetas, que em princípio era designada por "BECO DOS ALGARVES", passou despercebida nos vários "ITINERÁRIOS LISBONENSE" e "ROTEIROS DE LISBOA", publicados ao longo de século XIX, que só a mencionaram em 1881.
Esta zona da praia da "JUNQUEIRA" era chamada de "ESCALERES REAIS", em virtude de estas embarcações, juntamente com as "GALEOTAS", serem ali arrecadadas em barracões no areal, localizados no final das mais modernas; "TRAVESSA DOS ESCALERES" e "TRAVESSA DAS GALEOTAS", ou "GALEOTAS REAIS".

- ( 1 ) - ESCALERES - Pequeno barco de quilha, ordinariamente de remos ou vela, para serviço de um navio ou de uma "REPARTIÇÃO" ou "ESTAÇÃO PÚBLICA". São construídos em madeira, ferro ou alumínio. Na MARINHA, o "ESCALER" caracteriza-se pela proa pontiaguda e a popa quadrada; mas, em linguagem vulgar, o "ESCALER" é toda a pequena embarcação a remos, de passagem, de passeio ou de regata etc.. A bordo dos navios e Vapores, os "ESCALERES" são suspensos nos "turcos" (peças de ferro, que servem para suspender os "ESCALERES" na borda do navio, tendo também a função de os poder descer ou içá-los).


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«TRAVESSA DOS ALGARVES [ II ]-OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 2 )».

2 comentários:

  1. Para Senhor APS

    Este é seguramente um grande blogue: Fotos maravilhosas das "Ruas de Lisboa" e tudo muito bem explicado....
    Agradecimentos ao seu mentor, pelo seu incomensurável empenho.

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  2. Caro amigo CASTRO

    Quero agradecer as suas amáveis palavras para com este blogue.

    Poderá eventualmente não ser um grande Blogue, mas posso afirmar que é preparado com bastante rigor e seriedade e, se lá chegarmos ao final deste ano de 2017, completa 10 anos de actividade, com publicações regulares de duas por semana.

    Despeço-me com amizade
    Volte sempre
    APS-AGOSTINHO PAIVA SOBREIRA

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