sábado, 19 de agosto de 2017

TRAVESSA DOS ALGARVES [ III ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 3 )»
 Travessa dos Algarves - (Século XVIII) Desenho do artista José Ruy  -  ( A "GALEOTA REAL" de D. Maria I, que possivelmente era guardada no sitio da "Travessa dos Algarves", sendo a sua tripulação assegurada pelos "Algarves")  in HISTÓRIA DOS BARCOS PORTUGUESES
 Travessa dos Algarves - (Século XVIII) - Desenho do artista José Ruy   -  (A Galeota Real de D. Maria I, de boca aberta, tinha apenas meia ponte à ré. A popa de rara beleza e a sua Galeria moldurava o "BRASÃO DE PORTUGAL" -1)GALERIA;  2)CAMARIM;  3)MASTRO; 4)LANTERNAS)   in  HISTÓRIA DOS BARCOS PORTUGUESES
 Travessa dos Algarves - (1899)  -  ("GALEOTA REAL" a remos, também denominada como "GALEOTA D.JOÃO VI", foi construída no BRASIL em 1808)   in   WIKIPÉDIA
 Travessa dos Algarves - (1967) - Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo  -  (O ARCO da "TRAVESSA DOS ALGARVES" na parte interna)    in    AML 
 Travessa dos Algarves - (2016)  -  (Vista de cima da "TRAVESSA DOS ALGARVES" que ligava a "RUA DA JUNQUEIRA" à "AVENIDA DA ÍNDIA")   in   GOOGLE EARTH 
Travessa dos Algarves -  (2016)  -  (A "TRAVESSA DOS ALGARVES" visto da "AVENIDA DA ÍNDIA" e os novos edifícios em construção)   in   GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - TRAVESSA DOS ALGARVES [ III ]

«OS REMADORES DAS GALEOTAS REAIS ( 3 )»


Estas «GALEOTAS REAIS» já não circulam com regularidade pelo "TEJO", estes e outros barcos do século XVIII, a não ser em casos muito particulares como em 1957, aquando da visita a PORTUGAL DA RAINHA ISABEL II DE INGLATERRA, que teve honras de ESTADO e pode navegar num "BERGANTIM REAL". Hoje podemos admirar esses e outros bonitos exemplares da mesma época, bem perto deste sítio de BELÉM, trata-se do "MUSEU DE MARINHA" onde actualmente se encontram em exposição barcos de várias épocas.
Voltando um pouco a trás, não nos podemos esquecer que no século XVIII o RIO TEJO chegava até ao local onde se guardavam as "GALEOTAS" e viviam ali bem perto os "ALGARVES", levando muitos anos para se completar o aterro que fez desaparecer a praia e aparecer a "AVENIDA DA ÍNDIA".

As "GALEOTAS REAIS" no final do século XVIII. As "GALEOTAS" evoluíram para embarcações do género do "AVISO" ( 1 ) ou de transporte de luxo, reservado a grandes figuras e membro da COROA.
Passaram, então, a chamar-se "BERGANTINS", nome de ilustre tradição Marítima, e primavam pela imponência dos adornos e pelo conforto.
Deixaram de ter aparelho de velas, passando a mover-se somente pela força concentrada de dezenas de remadores.
No reinado de "D.MARIA I", foi construído um "BERGANTIM REAL" manejado por cento e vinte remadores, três em cada remo.
O "BERGANTIM REAL" de "D.MARIA I foi possivelmente a "GALEOTA" por excelência. De boca aberta, tinha apenas meia ponte à ré. A popa era de rara beleza e a sua galeria moldurava o "BRASÃO DE PORTUGAL". O camarim, de elegantes vidraças, serviam de aposento régio. Todo o aparato exterior impressionava pela riqueza da talha dourada, a cor e o relevo trabalhado.
O Comandante era o Patrão-mor que seguia de pé, junto do leme.

O "BERGANTIM REAL" de "D.MARIA I" compunha-se com os dados seguintes: 1- GALERIA;  2- CAMARIM;  3-MASTRO;  4-LANTERNAS;  5-MEIA PONTE e  6-BANCOS. [FINAL].

- ( 1 ) - AVISO - Barco cuja missão era estabelecer comunicação entre os navios.

Agradecimento público: Existem duas fotos da pauta do mestre desenhador JOSÉ RUY, ao qual agradecemos, do "BERGANTIM" que nos dá uma excelente ideia da sua configuração e desempenho.

BIBLIOGRAFIA

- BELÉM - Reguengo da cidade - CML - Edições ASA -1990 - LISBOA
- BRAGA, Fernando C., - NÁUTICA - Marinhagem e Navegação para Patrão de Costa - 3ª. Ed. EDITORA DOMINGOS BARREIRA - 1980 - PORTO.
- LELLO UNIVERSAL - de JOSÉ LELLO e EDGAR LELLO - Dicionário Enciclopédico Luso-Brasileiro - 2 Volumes - 1976 - PORTO.
- NÉU, João B. M., - EM VOLTA DA TORRE DE BELÉM - Vol. II - Liv. Horizonte-1988-LISBOA.
- REIS, A. do Carmo e RUY, José, -História dos Barcos Portugueses-Edições ASA- 1989 - PORTO.

INTERNET

- AFML
- BLOGUE DE LISBOA
- PAIXÃO POR LISBOA
- TOPONÍMIA DE LISBOA 

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