quarta-feira, 8 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ]

«RUA DOM DINIS ( 2 )»
 Rua Dom Dinis - (2012) . Postado por Manuel Cardoso  -  (DOM DINIS de Portugal a quem chamaram o Lavrador. Uma obra de Cristina Torrão editada pela ESQUILO)  in DOS MEUS LIVROS
 Rua Dom Dinis - (1968) - Foto de Augusto de Jesus Fernando - (Aspecto da "RUA DOM DINIS" nos anos sessenta em "CAMPO DE OURIQUE")   in  AML 
Rua Dom Dinis - (1970) - Foto de João Hermanes Cordeiro Goulart  -  ("VILA DOMINGUES" na RUA DOM DINIS, uma construção de 1875)   in   AML 


(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ]

«RUA DOM DINIS ( 2 )»

«DOM DINIS - REI DE PORTUGAL» apoiou os cavaleiros portugueses da "ORDEM DE SANTIAGO" a separarem-se do mestre Castelhano e manteve a "ORDEM DOS TEMPLÁRIOS", mudando-lhes o nome para «ORDEM DE CRISTO» mantendo-lhe todos os bens. Existiam nessa altura no Reino algumas lutas civis. Especialmente contra seu irmão "DOM AFONSO" e contra seu filho que temia ser afastado do trono por "AFONSO SANCHES.
"DOM DINIS" mandou reparar "burgos" (pequenas cidades) arruinadas e fundou outras tendo mandado construir mais 50 castelos. Foi, contudo, a agricultura o que mais o preocupou. Distribuiu as terras não honradas que estavam em poder das ORDENS RELIGIOSAS por todos os que as quisessem cultivar, aumentando o número de cultivadores e proprietários rurais.(mal comparado, seria uma espécie de "REFORMA AGRÁRIA" -a terra a quem a trabalha).
Entre  DOURO - e - MINHO dividiu as terras em casais; cada casal era propriedade Enfitêutica ( 1 ) um prazo pelo qual era devido um foro ou pensão à coroa, ao Município ou ao donatário como senhores directos; cada casal deu origem mais tarde a uma povoação. Em TRÁS-OS-MONTES as terras eram COMUNAIS, impedindo-se a apropriação individual. Na ESTREMADURA a forma de povoamento dominante foi a que teve base o "Imposto Predial da "JUGADA"( 2 )".
Mandou enxugar o "PAUL"(terra alagadiça; pântano; porção de água estagnada) de ULMAR, por conta da Coroa, para ser aplicado ao cultivo; e o de SALVATERRA DE MAGOS e VALADA.
Para a construção de casas, armazéns, bem como de navios para a frota, o REI precisa de boas madeiras. Manda por isso semear o extenso PINHAL DE LEIRIA, que infelizmente entre 15 e 15 de Outubro de 2017, foi consumido por um incêndio mais de 80% da sua área, que segundo os peritos afirmam terá sido planeado no mês anterior ao fogo, levando a Polícia Judiciária  a assumir que o incêndio tinha sido por mão criminosa.
DOM DINIS, mandou gravar moedas, o "bilhão" era a moeda NACIONAL, mas dinheiros dos Almorávidas - MORABITINOS VELHOS - circulavam a Norte do DOURO; a Sul e na ESTREMADURA corriam meios MORABITINOS AFONSINOS; as DOBRAS representavam o papel de moeda divisória, servindo para os grandes pagamentos. 
No primeiro quartel do século XIV o preço dos metais preciosos subiu na EUROPA. FERNÃO LOPES fala do velho ESCUDO e do FRANCO de ouro francês, correndo nos fins do século XIII e primeira metade do século XIV; ao lado destes, peças MUÇULMANAS e CASTELHANAS também de ouro e de prata; TORNESES (tornês s. m. antiga moeda de prata), dinheiros brancos CASTELHANOS, etc.; relativamente ao BILHÃO, os dinheiros NACIONAIS  aceitavam  a presença de peças negras, mas ele mantinha-se o mais forte.
Pelo que escreveu e pela protecção à instrução, deu "DOM DINIS" grande impulso à cultura NACIONAL.
Em 1286 é instituído o ensino de TEOLOGIA em LISBOA, onde em 1290, fundou um ESTUDO GERAL, no qual se deram as ARTES e, das disciplinas maiores, o DIREITO CIVIL e CANÓNICO e a  MEDICINA. Mandou traduzir obras importantes de HISTÓRIA e DIREITO. Chamou mestres-de-obras e imaginários de nomeada, começando a aparecer no seu tempo o ESTILO GÓTICO.
DOM DINIS era bastante inteligente sendo o continuador da gestão económica do reino. A Agricultura foi sem dúvida a que prendeu mais a sua atenção. Ele pretendeu ser o primeiro lavrador do país, dando nobilíssimo exemplo à fidalguia, que desprezava qualquer esforço que não fosse o da guerra. DOM DINIS divide as terras incultas em grupos de vinte e trinta casais, distribuindo cada um deles a uma família, em regime de propriedade "enfitêutica" (cada casal pagava um foro ou pensão à COROA).
DOM DINIS foi um grande mobilizador para a ocupação das frentes de reconquista (ALENTEJO e ALGARVE). Deu grande incentivo às FEIRAS E MERCADOS  e ainda do FORAIS. Foi um dos primeiros a adotar o PORTUGUÊS em vez do LATIM, na CHANCELARIA RÉGIA.

- 1 - ENFITÊUTICA - (Relativo a enfiteuse) (do Lat. emphytense «Gr. emphyteusis, enxerta, implantação), s.f. contrato pelo qual o dono de um prédio transfere para alguém o domínio útil do mesmo, mediante uma pensão anual chamada foro, aforamento, emprazamento. 
- 2 - JUGADA - (do Lat. Jugata) s. f. terra que uma junta de bois pode lavrar num dia; (ant.) tributo que incidia sobre terras lavradas. 

CURIOSIDADE

Existe uma iluminura do "LIVRO DE XADREZ" de DOM AFONSO X, O SÁBIO, REI DE LEÃO E CASTELA, e avô do REI de PORTUGAL DOM DINIS.
O gosto do XADREZ foi transmitido pelos ÁRABES aos EUROPEUS. [FONTE] :História de Portugal - O Rei Lavrador - Cood. de JOSÉ HERMANO SARAIVA - VOL. II-QUIDNOV-2003 - págs. 46 e 47).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ V ] -RUA DOM DUARTE ( 1 )». 

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