terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

RUA DE SÃO JOSÉ

Rua de São José - (Actual) Autor não identificado (Edifício principal dos CTT) in Junta de Freguesia de S. José
Rua de São José - (1909) Foto Joshua Benoliel (Palácio onde mais tarde se instalará os CTT) in AFML

Rua de São José - (Actual) Autor não identificado (Os três edifícios dos CTT) in Junta de Freguesia de S. José


Rua de São José - (Actual) Autor não identificado (Ascensor do Lavra)



Rua de São José - (Actual) Autor não identificado (Igreja de S. José dos Carpinteiros-arquitectura barroca) in Junta de Freguesia de S.José


A RUA DE SÃO JOSÉ pertence à freguesia de SÃO JOSÉ, tem inicio no Largo da Anunciada no número 20 e termina na Rua de Santa Marta no número 2.


«A Rua de S. José é a continuação da Rua da Anunciada, vindo do Rossio e termina na Rua de Santa Marta», esclarecia o ITINERÁRIO LISBONENSE em 1804.
Nessa mesma rua erguia-se a Igreja de S. José dos Carpinteiros, chamados no século XVI, S. José entre hortas. Sede de confraria dos artífices de madeira, ostentava o testemunho da reconstrução efectuada após o terramoto - uma inscrição e uma data (1757). A Caetano Tomas se ficou a dever a obra de restauro da freguesia Igreja, mandada construir em 1545 e tomada paroquia, em 1567, pelo Cardeal D. Henrique.
No interior foram colocados uns magníficos azulejos representando o nascimento de Jesus.
Continuando a percorrer a rua em direcção ao Rossio, encontra-se o Largo da Anunciada. Erguia-se ali desde 1539 o Convento da Anunciada das religiosas dominicanas.
Fora edificado no local onde existia o Convento dos Frades Agostinhos Descalços de Santo Antão.
Segundo Norberto de Araújo, o Convento da Anunciada "muito ligado à nobreza", fora dos mais importantes de Lisboa "pela austeridade de que gozava fama e pelo bom-nome das suas religiosas, algumas delas escritoras e artistas". O terramoto arruinou o Convento, as religiosas mudaram-se para Santa Joana. No local foi construída a Igreja Paroquial de S. José.
Do lado esquerdo, subia a calçada do Lavre aberta por Manuel Lopes Lavre. Ali viria a ser colocado em 1884 o ascensor do Lavre, da responsabilidade de Raul de Mesnier.
Á esquina norte da Calçada está o Palácio que pertenceu no século XVI ao Desembargador Damião Aguiar Ribeiro, antigo vereador da Câmara de Lisboa e colaborador no novo código filipino (1595). No século XVIII este edifício passou para a posse da família Lavre ou Lavra.
A ascensão social e económica desta família começou com Manuel Lopes de Lavre, em 1712 deputado da Junta e Alfândega do Tabaco e com seu irmão André Lopes Lavre, secretário do Conselho Ultramarino.
D. Pedro II viria a beneficiar os dois irmãos com várias honras, o que, aliado a casamento aprazados, contribuiu para o prestígio dos Lavre. Sinal da opulência recentemente adquirida, terá sido a compra do imóvel para a morada da família. Como consequência, a rampa até então denominada Damião Aguiar passou a chamar-se Calçada do Lavre, em memória de quem a beneficiara.
ASCENSOR DO LAVRA
Em 3 de Junho de 1882 foi fundado a Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa a qual, segundo os seus próprios estatutos, se propunha (...) a construção e exploração de Ascensores Mecânicos, ou planos inclinados, movidos por tracção mecânica (...).
O primeiro a ver a luz do dia foi o da Calçada do Lavra, com uma inclinação média de 22,9%, estabelecendo ligação entre o Largo da Anunciada e a Travessa do Forno do Torel.
Em meados de Abril de 1884 já as obras da sua construção tinham terminado.
Inaugurado no dia 19 de Abril de 1884 após vistoria camarária presidida pelo Engenheiro Ressano Garcia.
Em 1914 são iniciadas obras de electrificação, tendo sido assegurado o fornecimento de energia através da Central Eléctrica de Santos, propriedade da Carris.
Em Dezembro de 1915 o ascensor do Lavra retomou o serviço. No dia 15 de Dezembro de 1926, por dissolução da Nova Companhia dos Ascensores Mecânicos de Lisboa, passou a ser propriedade da Companhia Carris.
Tendo comemorado um século de existência em 1984, o ascensor da Calçada do Lavra detém o privilégio de ser o 1º transporte que Lisboa viu defrontando com êxito uma das suas encostas mais íngremes e encontra-se, desde Fevereiro de 2002, classificado como Monumento Nacional.
A construção em 1764 de dois edifícios (para residência e panificação) do comerciante italiano Tomás Monjiardino.
(Cerca de 1720-1802), em terrenos aforados por Joaquim Miguel Lopes de Lavre a norte do seu Palácio. Em 1785 Joaquim de Lavre adquire toda a propriedade do edifício. Após o seu falecimento em 1796 e sem descendentes, seus herdeiros em 1880 colocam à venda ambos os edifícios, sendo o conjunto adquirido pelo comendador Manuel José de Silva Franco, que nele executa obras de transformação.
O edifício é arrendado, sucessivamente, a altos funcionários do Estado, à Embaixada de Espanha e à Intendência Geral da Polícia.
Depois do falecimento do comendador Silva Franco em 1815, o edifício é partilhado pelos seus filhos, que aí habitam. No ano de 1831 é comprado em haste pública pelo desembargador José António da Silva Pedrosa que realiza importantes restauros. Em 1860 na sequência de penhora do edifício (dois) é adquirido pelo africanista José Oliveira de Sousa Leal, morgado de Alfeizerão (cerca de 1821-1881), que arrenda para funcionamento do Liceu Central. Tendo o Liceu sido transferido por volta de 1885-1886, o proprietário da altura António de Oliveira de Sousa Leal procedeu a importantes abras de alterações interiores e exteriores.
No ano de 1912 são arrendados todos os edifícios à Administração Geral dos Correios e Telégrafos que ainda lá permanece.

3 comentários:

  1. A Rua de S. José em Lisboa, após a implantação da república passou a chamar-se Rua Alves Correia e a Rua das Portas de Santo Antão passou a chamar-se de R. Eugénio dos Santos. A anterior toponímia foi recuperada em 1956,por deliberação da CML.

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  2. Cara Fernanda Cunha
    Agradeço a sua informação e fica aqui registada.
    Tenho conhecimento dessa atitude da 1ª República em mudar os nomes a tudo que lhe parecesse RELIGIOSO ou MONÁRQUICO.
    Em 2008 raramente colocava os nomes antigos, agora tenho mais cuidado.
    A Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa já se tinha ocupado deste pedidos de restituição do nome antigo, na acta Nº 50 de 11.11.1955.
    Renovo os meus agradecimentos e despeço-me com amizade,
    APS

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  3. Ao minuto 2:10 deste video é visível a Rua Alves Correia. Cumprimentos e parabéns.

    https://www.facebook.com/RestaurantesdeLisboa/videos/830573003709632/

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