sábado, 22 de março de 2008

RUA DOS FANQUEIROS [ II ]

Rua dos Fanqueiros - (1968) Foto Armando Serôdio (Convento CORPUS CRISTI) in AFML
Rua dos Fanqueiros - (194-) Foto Eduardo Portugal (Convento CORPUS CRISTI na parte de baixo está instalado uma loja de Abel Pereira da Fonseca com venda de Azeite) in AFML

Rua dos Fanqueiros - (1963) Foto Armando Serôdio in AFML
Rua dos Fanqueiros - (1945) Foto Eduardo Portugal (Companhia do Papel Prado, depois edifício da Pollux) in AFML

Rua dos Fanqueiros - (194--) Foto Eduardo Portugal (Convento CORPUS CRISTI no antigo Largo dos Torneiros) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa




(CONTINUAÇÃO)
Entretanto, no século XVII, surgiu a meio da Rua dos Fanqueiros o Convento do CORPUS CRISTI, construído em 1684 a expensas da Rainha D. Luísa de Gusmão, em acção de graças pelo facto de seu marido, El-Rei D. João IV, ter escapado a um atentado que contra ele se preparava quando ali passasse pegando uma das varas do pálio na procissão do Corpo de Deus.
Para lá foram religiosas Carmelitas de Santo Alberto. Mas o povo não lhes chamava assim: como ao lado ficava uma antiga Rua dos Torneiros ou da Tornearia, os bons frades passaram a ser «Frades Torneiros».
O Convento acabou em 1834, com a extinção das Ordens Religiosas. Mas ainda é visível, no prédio que esquina com a Rua de São Nicolau e dá para a Rua dos Douradores: a pequena cúpula, as janelas, as portas, os corredores, tudo aquilo tem um ar conventual.



Voltamos ao sítio da Igreja de Santa Justa, para dizer que, saído daí o culto para São Domingos, foi lá instalar-se um Batalhão da Guarda Nacional. Por pouco tempo, em 1849, era ali inaugurado o Teatro de D. Fernando. Fechado este, abriu a seguir o Hotel Pelicano e depois uma fábrica de Tabacos. Finalmente, uma empresa de papel do Concelho de Tomar, a Companhia de Papel do Prado, comprou o prédio em 1922 e por lá ficou muitos anos. Diga-se num parêntese que esta Companhia chegou a integrar as fábricas do Prado e da Mariana, em Tomar, e ainda as do Penedo, na Lousã, e de Vale Maior, em Albergaria-a-Velha.
Curiosamente, a rua parece ter exercido algum fascínio sobre as firmas da cidade de Tomar, já que no prédio com o número 150 estiveram as instalações em Lisboa da Companhia da Fábrica de Fiação e Tecidos de Tomar, a primeira do País a dedicar-se à fiação de algodão.
Lembra Pastor de Macedo que aquela empresa já integrava na sua acção industrial a Real Fábrica dos Chapéus de Tomar, fundada em 1771 e dirigida por dois franceses, Sauvage e Fournol.
Para além destas, muitas firmas têm passado por esta rua essencialmente comercial. Na impossibilidade de as mencionar, lembramos aquelas que ficaram ligadas a algum acontecimento relevante.
«Os Armazéns Azevedos» um prédio de três andares e águas furtadas, dedicava-se a tudo que dissesse respeito a fazendas, tanto em peça como na confecção. Existindo no último andar a secção de acabamentos de costura. O prédio fica em frente à Rua da Assunção.

2 comentários:

  1. A fábrica de Papel do Prado estava localizada em Valmaior (ou Vale Maior)

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  2. Agradeço ao OF o seu cuidado.
    Realmente faltava em "MAIO" um "R" que alterava todo o sentido da localidade. (MAIOR)
    Espero que me desculpe.

    Muito obrigado
    APS

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