quarta-feira, 16 de abril de 2008

TRAVESSA DAS MÓNICAS [ I ]

Travessa das Mónicas - (195-) Foto Artur Goulart (Esquina para Rua de S. Vicente-Placa Toponímica) in AFML
Travessa das Mónicas - (195_) Foto Artur Goulart in AFML Travessa das Mónicas - (1949) -Foto Eduardo Portugal (Igreja das Mónicas, portal com nicho) in AFML
Travessa das Mónicas - (Início do século XX?) -Foto de José Artur Leitão Barcia (Convento das Mónicas) in AFML
Travessa das Mónicas - (Entre 1898 e 1908) Fotógrafo não identificado in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa


A TRAVESSA DAS MÓNICAS pertence a duas freguesias. À freguesia da GRAÇA todos os números ímpares e do número 6 a 28, à freguesia de S. VICENTE DE FORA do número 2 a 4 e a Cadeia das Mónicas. Tem início na Rua de S. Vicente no número 26 e termina no Largo da Graça no número 85.


Durante o século XVII esta artéria era designada por Rua de Santa Mónica e Travessa do Convento de Santa Mónica.
A zona da Graça (Lisboa Oriental - no século XIX) situada entre a Calçada da Graça e a Cerca das Mónicas, tem como referência o Convento de Santa Mónica e a Igreja da Graça.

Esta típica zona remonta à ocupação muçulmana sendo apelidada de «ALMAFALA». Durante o cerco de Lisboa (1147) foi na colina da Graça que os cruzados ingleses e bretões montaram acampamento «por ser local elevado e protegido».
A designação de «Graça» data do ano de 1305. Ali se estabeleceu, no ultimo quartel do século XIII os monges Agostinhos, fundado em 1291 o Convento de Nossa Senhora da Graça, pouco depois de ser construído o Convento vizinho de S. Vicente. Data da época a primitiva urbanização da zona, que até aí mais não era do que quintas e terras de semeadura pertencentes a casas conventuais e particulares.


No século XIV, aquando da construção da chamada cerca Fernandina, toda a zona permaneceu de fora.
Antes do terramoto de (1755) ainda existiam poucas habitações, se se excluir o convento e a zona central do bairro.
O Convento Igreja, ampliado e melhorado em 1556, foi transformado em quartel, com a nacionalização dos bens das Ordens Religiosas em 1834.
Da Igreja da Graça sai a famosa procissão lisboeta do Senhor dos Passos, que percorria várias Ruas de Lisboa, indo terminar na Igreja de S. Roque.
Frente à Igreja existe um pequeno largo (Largo da Graça) de cujo mirante, ainda hoje, se pode apreciar a vista sobre Lisboa. Saindo do Jardim, pelo lado esquerdo, encontra-se a Travessa das Mónicas, descritas no ITINERÁRIO LISBONENSE DE 1804 como «a primeira à esquerda da rua Nova de São Vicente de Fora vindo do Arco de S. André, e terminando no Largo da Graça».


16 comentários:

  1. Adorei o seu blog:)
    Os meus pais nasceram no número 15 da Travessa das Mónicas e eu vivi lá desde que nasci até aos 18 anos. Amo Lisboa e tenho muito orgulho na nossa terra.
    Obrigada por transmitir esta informação e partilhar estas belissimas fotos:)
    Maria Inês Reis
    www.myspace.com/epifanada87ines

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  2. Cara Maria Inês
    Agradeço as suas amáveis referências ao meu Blog.
    «A vida é feita de pequenos nadas!»
    (Lá dizia o poeta - se não me engano o Sérgio Godinho).
    Seus pais nasceram numa rua com alguma História, você lá viveu também.
    Eu nasci em Lisboa (Xabregas)ia muito à Rua das Beatas (próximo da sua rua)vivi 51 anos no Concelho de Cascais, hoje estou em Coimbra.
    Mais uma vez obrigado e até sempre...
    APS

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  3. Oi. Parabéns pelo seu excelente blog. Gostaria de lhe convidar para visitar meu blog e conhecer um pouco sobre o Brasil. Abração

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  4. Pelo que li a poetisa Sofia de Mello Breyner viveu na Travessa das Mónicas, de que gostava muito. Por mera curiosidade, sabe dizer-me qual era o número da sua porta?

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  5. Caro JFM(H)

    Na realidade não lhe sei dizer qual o número da porta da Sofia de Mello Breyner, mas posso lhe dar uma dica.
    O filho dela (Miguel Sousa Tavares) (aquele que escreveu o EQUADOR) é jornalista na estação da TVI.
    Obrigado pela consulta do meu Blogue.
    Cumpt
    APS

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  6. Olá, também nasci na Travessa das Mónicas no nº.33,e vivi lá durante 3 anos; no nº. 31 viveram durante muitos anos os meus Avós maternos.
    Embora viva nos Açores, nunca esqueci a minha linda lisboa.
    Obrigada por partilhar connosco toda a informação que possui.
    Aproveito para recomendar uma visita a estas belas Ilhas!

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  7. Cara Lourdes

    Bem-vinda a este blogue e muito agradecido pelas suas palavras.

    Sei que as Ilhas dos Açores são muito bonitas, mas nunca as visitei. Tenho apreciado muitos e-mails que me enviam, com imagens espectaculares.
    Volte sempre.

    Cumpts:)
    APS

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  8. Se não me engano Sofia de Mello Breyner Andersen viveu no nº 57 da Travessa das Mónicas. A minha mãe nasceu nessa rua e o meu pai na Rua de S. Vicente, no prédio que torneja para a Travessa das Mónicas. Também me consta que o Prof. Marcelo Caetano nasceu na Travessa das Mónicas. Cumps

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  9. Caro Senhor, a sua obra é, simplesmente incomensuravelmente bela e brilhante...

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  10. Caro Manual Paula

    Agradeço reconhecidamente as suas amáveis palavras a este blogue.
    Aproveito esta quadra para lhe desejar umas BOAS FESTAS e um próspero ANO NOVO.
    Cumprimentos
    APS

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  11. https://www.facebook.com/LisboaDevolutaRetomarACidade/photos/a.481584401937133.1073741827.451757988253108/618628551566050/?type=1&theater

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  12. Os condes de Ponte de Lima eram os donos do edifício do posto 14. As traseiras do edifício tem terreno virado para o Castelo. Ouvi muitas histórias verdadeiras ( Alcina sua afilhada)dos tiroteios de cá para lá e vice versa. As empregadas de lavar as roupas escondiam-se atrás dos tanques de lavar a roupa.....

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  13. Ó meu Deus, Trav. das Mónicas, não me recordo o número, mas chamava-se TERMO PLÃSTICOS fábrica de loiças de plástico e eu era, porque tinha jeito, pintor dessas loiças, flores, emblemas de clubes de futebal, etc. Estávamos no ano de +/- 1952/3, era puto, deveria de ter 16/17 anos
    Belos Tempos, em que se vivia com prazer e segurança.
    SAUDADES

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  14. Caro JOSÉ COSTA

    É para mim motivo de alegria, quando alguém através dos meus escritos, sente nostalgia, causada pelas saudades do lugar onde foi feliz.
    Praticamente somos da mesma década - 30 do século passado - tenho neste momento 84 anos e nasci em Xabregas. Estou um pouco afastado do Blogue, por questões de saúde familiar, embora vá acompanhando os MAILS que me enviam.
    Lamento não conhecer a "TERMO PLÁSTICOS"-Fábrica de Loiças de Plástico, mas aqui fica para a posteridade.
    Despeço-me com um abraço de amizade e boa saúde.
    Agostinho Paiva Sobreira-APS

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  15. Essa fábrica de termos plásticos era no numero 65 onde depois veio a ser um restaurante/bar "ópera" e mais tarde uma clínica de análises.

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  16. É engraçado que o José Costa se lembre da Termo Plásticos e recorde que pintou lá nas loiças…
    Eu sou a filha do dono dessa fábrica e recordo muito bem, pai e filho, artistas que pintavam as loiças feitas na fábrica.
    O filho era pouco mais velho que eu que tenho 75 anos.
    Engraçado juntar estas peças da história dos lugares e das pessoas.
    Nessa altura a fábrica do meu pai era das primeiras da indústria de plásticos
    Um abraço para o José Costa

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