Rua Luz Soriano - (1967) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (Sede do Jornal "DIÁRIO DE LISBOA" na Rua Luz Soriano) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA LUZ SORIANO [ II ]
«SIMÃO JOSÉ DA LUZ SORIANO (2)»
Vai para Coimbra, sendo a sua forte ambição, para estudar, mas é "roubado de todos os seus haveres", deixa Coimbra e procura ir viver para a vila da Azambuja.
Aqui começou a fase agitada da vida deste lisboeta persistente.
Decide-se pela vida monástica, tenta ingressar no «MOSTEIRO DE SANTA MARIA DA ARRÁBIDA», mas não é aceite por não saber latim.
Parte novamente para Coimbra, instalando-se no velho Colégio da Broa. Troca Engenharia por Medicina, tornando-se bacharel anos depois.
Estava-se na segunda década do século XIX, em plena agitação das lutas liberais e absolutistas. «LUZ SORIANO» não só abraçou a causa liberal como se alistou no respectivo exército académico, fazendo parte do «BATALHÃO DE VOLUNTÁRIOS ACADÉMICOS» (ver mais aqui).
No decorrer deste tempo, que foram contrários aos seus ideais políticos, teve de exilar-se: andou pela «GALIZA», pela cidade inglesa de «PLYMOUTH» e, como muitos dos seus companheiros, acabou por ir parar aos «AÇORES», mais exactamente à «ILHA TERCEIRA», tomando parte no «DESEMBARQUE DO MINDELO» (ver mais aqui).
Foi na bela cidade açoriana de «ANGRA DO HEROÍSMO» que «LUZ SORIANO» teve os seus primeiros contactos com os jornais.
Criou a «CRÓNICA DA TERCEIRA», de que foi redactor principal.
Não havia, porém, em Angra trabalhadores especializados nos trabalhos de composição e impressão, pelo que o próprio «SORIANO», além de redigir o jornal, várias vezes foi para a pequena tipografia, ocupando-se da feitura completa do periódico. Como estas funções não eram muito compensadoras monetáriamente falando, conseguiu empregar-se no sector administrativo do Ministério da Marinha, funções que conservou quando do regresso ao continente e das quais só veio a reformar-se em 1867, ou seja ao fazer os 65 anos.
Com a capitulação de D. Miguel e a celebração da «CONVENÇÃO DE ÉVORA MONTE» (ver mais aqui) em 26 de Maio de 1834, «LUZ SORIANO» pode, como muitos dos seus companheiros, regressar ao continente. E aqui não se sabe o que mais admirar neste homem, se a coerência com que voltou à Universidade para acabar o curso (formou-se em Medicina), se a acção exercida por força do seu emprego (que o levou a ter um papel preponderante na defesa e engrandecimento dos territórios de ANGOLA e MOÇAMBIQUE), se o ser trabalho como escritor que acabou por se tornar quase lendário.
Com a capitulação de D. Miguel e a celebração da «CONVENÇÃO DE ÉVORA MONTE» (ver mais aqui) em 26 de Maio de 1834, «LUZ SORIANO» pode, como muitos dos seus companheiros, regressar ao continente. E aqui não se sabe o que mais admirar neste homem, se a coerência com que voltou à Universidade para acabar o curso (formou-se em Medicina), se a acção exercida por força do seu emprego (que o levou a ter um papel preponderante na defesa e engrandecimento dos territórios de ANGOLA e MOÇAMBIQUE), se o ser trabalho como escritor que acabou por se tornar quase lendário.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA LUZ SORIANO [III] - SIMÃO JOSÉ DA LUZ SORIANO (3)»
Muito caro APS,
ResponderEliminartambém adoro esta rua. tenho umas fotos dela algures em Outubro no blog.
beijinhos!
Cara Popelina
ResponderEliminarTive a paciência de ir procurar e constatei que as fotos lá estão. Uma é muito idêntica à que hoje publiquei.
O prédio já estava pintado de azul, mas a rua estava mais movimentada.
Bem vinda ao trabalho!
BJS
APS
Sr.Agostinho,
ResponderEliminarAndei pelo Rossio, pela rua Luz Soriano, mas não achei o tal prédio pintado de azul.
Além das varandas enfeitadas (coloridas)adoro ficar olhando as àguas - furtadas,(mansardas) sou apaixonada por elas.
Um abraço!!!
Digo,águas-furtadas...
ResponderEliminarCara Marcia Faria
ResponderEliminarA Rua Luz Soriano não está digitalizada na sua totalidade.
Também achei estranho, mas seguindo a seta, repara que esta vira (direita) ou (esquerda) para a Travessa das Mercês.
É uma pena, mas não faz mal, pode ver mais um prédio azul no "Post" de hoje, julgo ser um pequeno Hotel no Bairro Alto.
Um abraço
APS
;) queria dizer: em vez de Trav. das Mercês- Travessa dos Inglesinhos.rsrs
ResponderEliminarFiquei cansada de tanto que andei de uma ponta a outra, e voltava sempre na Travessa dos Inglesinhos.
ResponderEliminarVoltava a pedir e lá vinha a Rua
da Rosa,ufa,rsrs.
Fiz um passeio emocionante,saindo da estação São Bento,Gaia (terra do meu avô materno)até Campanhã.
Acho o prédio da estação muito lindo, eu ficaria horas só olhando...
Tenho passeado por lugares lindos, obrigada...
Uma excelente semana!!!
Olá! estou lendo o delicioso livro Trem Noturno para Lisboa (sou brasileira) de Pascal mercier. Procuro acompanhar a trajetória do personagem para melhor compreendê-lo. O consultório a que ele se refere é uma casa azul na rua Luiz Soriano. Uma casa de 3 andares, com azulejos, janelas sob abobodas.. será que essa casa existe? Gostaria de conhecer os caminhos por onde "Gregorius" anda.
ResponderEliminarCara Angela
ResponderEliminarEu quando escrevo uma rua, procuro sempre seu lado histórico, o personagem que lhe emprestou o nome etc. Acontece que o seu pedido efectivamente não se enquadra com a minha pesquisa.
Realmente não conheço o livro em referencia nem o autor, que se me afigura ser um francês. Pelo título do livro, também é uma tradução brasileira. Mesmo assim fui à GOOGLE EARTH no STREET VIEW, espreitar a Rua Luz Soriano.
A maioria das casas são de terceiro andar de várias cores, só uma (mais antiga) mas de 2º andar tinha a fachada com azulejo azul, mas as janelas não correspondiam ao pretendido, e duvido que lá alguma vez tivesse existido um consultório.
Por vezes os autores procuram um pouco de ficção, ou como se pode dizer "liberdade poética", para ilustrar a sua narrativa. Poderá até ser esse o caso do "PASCAL MERCIER"
Peço imensa desculpa de não poder seguir como desejava os caminhos do "Gregorius", mas poderá imaginar numa das
casas azuis no capitulo [ II ] que eu publiquei.
Despeço-me com amizade
Volte sempre
Agostinho Sobreira-APS