Avenida 24 de Julho - (1962) Foto de Armando Serôdio (Avenida 24 de Julho junto à Praça de D. Luís I, antigo espaço do Forte de S. Paulo) in AFML
Avenida 24 de Julho - (1936) (Mercado da Ribeira - Mercado 24 de Julho na Avenida 24 de Julho) in AFML
Avenida 24 de Julho - (19__?) Foto de Eduardo Portugal ( Mercado da Ribeira Nova antes de lhe ser colocada a cúpula) in AFML
Avenida 24 de Julho - (Post. 1873) Foto de Paulo Guedes (Avenida 24 de Julho e Mercado da Ribeira) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA 24 DE JULHO [ V ]
«MERCADO DA RIBEIRA NOVA (1)»
Existiram desde cedo em Lisboa locais aonde eram trazidos os produtos vindos do campo para abastecer a cidade. Os mercados floresceram assim em sítios diversos, de acordo com o aparecimento das comunidades compradoras.
Nesta cidade, quando se fala em praça ou mercado tradicional, logo vem à ideia a palavra «RIBEIRA».
Há razões para tal: a chamada «RIBEIRA VELHA» instituída como única praça destinada para a venda do peixe, fruta e hortaliças, já vem do século XVI.
Ficava, obviamente junto do TEJO, sensivelmente em frente à «CASA DOS BICOS». A sua celebridade veio do facto de ter sido o grande mercado lisboeta durante mais de 200 anos, como do facto de se terem ali celebrizados os fritadores de peixe, que deram ao local o aspecto e o cheiro que se adivinha. Chamava o povo ao sítio e as respectivas locadas «O MAL COZINHADO».
Mas depois do Terramoto de 1755, surgia a «RIBEIRA NOVA», já para OCIDENTE do Terreiro do Paço.
Coexistiram, durante largo tempo, as duas Ribeiras.
O novo mercado instaurado por alvará de 1771, formava quase um quadrado, com cento e trinta e dois telheiros ou cabanas (lugares de vendas) o chão era calcetado e lajeado.
O próprio «MARQUÊS DE POMBAL» determinou medidas policiais que impedissem a concentração de vendedores ambulantes nas ruas de acesso à Praça, o que possivelmente nunca veio a acontecer.
O «MERCADO DA RIBEIRA NOVA», projectado por «RESSANO GARCIA», foi erguido nos terrenos do antigo «FORTE DE S. PAULO», demolido no último quartel do século XIX, por ocasião das obras que deram origem ao «ATERRO DA BOAVISTA» e à actual «AVENIDA 24 DE JULHO», foi aproveitado o terreno para edificar um mercado já com ares mais modernos.
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FORTE DE SÃO PAULO
Situava-se onde hoje fica a Praça de D. Luís era, possivelmente, uma pequena fortificação setecentista, de forma trapezoidal, em que a maior frente, voltada para Norte, tinha cerca de 50 metros de comprimento, e o menor, voltada para poente, perto de 28 metros. Em 1 de Dezembro de 1864, o Ministério da Marinha comunicou à C.M. de Lisboa já ter expedido as ordens convenientes para que fosse demolido, o que teria sido executado de imediato, pois, em 13 de Janeiro de 1865, parte dos materiais da demolição foram vendidos em haste pública (1).
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( 1 ) - CASTILHO, Júlio de - RIBEIRA DE LISBOA - Lisboa - 1893.
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «AVENIDA 24 DE JULHO [ VI ] -MERCADO DA RIBEIRA NOVA (2)»
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ResponderEliminarTenho feito pouco caso da 24 de Julho - o lado ocidental da cidade é-me menos familiar. - Também do forte de São Paulo andava a Leste. Só agora dei conta que a fisionomia da praça foi alterada. Nos anos 40?
ResponderEliminarMais atrás fala em tercenas. Não eram elas em Santa Apolónia?
Grato pela referência.
O postalinho consta dum álbum de Bilhetes Postais Antigos do Rato à Praça de D. Luís, de José manuel da Silva Passos. Talvez conheça.
Cumpts.
Caro Bic Laranja
ResponderEliminarFico muito agradado pelo seu comentário.
Efectivamente aparece-nos umas «TERCENAS» entre o «TERREIRO DO TRIGO» e «SANTA APOLÓNIA». Mas estas também existiram (embora com características diferentes), eram as «TERCENAS ANTIGAS» nome pelo qual lhe chamou «NORBERTO DE ARAÚJO» no Livro XIII páginas 90 e 91.
Um abraço
APS