Alguns textos e fotos de ruas da minha terra, coisas que vou investigando e transcrevendo, dando assim conhecimento para quem como eu goste de Lisboa.
quarta-feira, 30 de março de 2011
CALÇADA DOS BARBADINHOS [ V ]
sábado, 26 de março de 2011
CALÇADA DOS BARBADINHOS [ IV ]
Calçada dos Barbadinhos - (1909) Foto de autor não identificado (Os quatro primeiros frades Capuchinhos Italianos em MANAUS-BRASIL) in JOOMLA
quarta-feira, 23 de março de 2011
CALÇADA DOS BARBADINHOS [ III ]
(CONTINUAÇÃO)
sábado, 19 de março de 2011
CALÇADA DOS BARBADINHOS [ II ]
Calçada dos Barbadinhos - (2005) Foto de autor não identificado (Junta de Freguesia de Santa Engrácia na Calçada dos Barbadinhos,36) in CLUBE RECREATIVO BELA VISTA
Calçada dos Barbadinhos - (1959) Foto de Armando Serôdio (Igreja de Nª. Srª. da Porciúncula, fachada principal - antigas instalações da Freguesia de Santa Engrácia) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
quarta-feira, 16 de março de 2011
CALÇADA DOS BARBADINHOS [ I ]
Calçada dos Barbadinhos - (1967) - Foto de Arnaldo Madureira ( Um troço da Calçada dos Barbadinhos nos anos 60) in AFML
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CALÇADA DOS BARBADINHOS [ I ]
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«A CALÇADA DOS BARBADINHOS»
A «CALÇADA DOS BARBADINHOS» pertence à freguesia de «SANTA ENGRÁCIA».
Tem início na «RUA DE SANTA APOLÓNIA» e o seu final na «RUA DOS SAPADORES» (antiga Cruz dos Quatro Caminhos).
São convergentes com esta artéria as seguintes ruas: «RUA AFONSO DOMINGUES», «RUA BARTOLOMEU DA COSTA», «RUA MACHADO DE CASTRO», «RUA CAPITÃO HUMBERTO ATAÍDE», «RUA DO MATO GROSSO», «RUA DO BARÃO DO MONTE PEDRAL», «RUA FERNÃO DE MAGALHÃES» e «RUA DO ALVIELA».
Não se sabe ao certo a data da atribuição deste topónimo, - no entanto, em 1744 já era referida como "RUA NOVA DOS BARBADINHOS" hoje Calçada ( 1 ) - mas podemos assegurar com verdade, que ela está inteiramente ligada aos frades religiosos italianos «BARBADINHOS», que se vieram instalar nesta zona no século XVIII.
A «CALÇADA DOS BARBADINHOS» sensivelmente com pouco mais de 268 anos de existência, é uma artéria bastante extensa, ainda com algum casario modesto no troço mais antigo, denotando o seu aspecto oitocentista.
Em 1738 o Rei «D. JOÃO V» deu um terreno de grandes dimensões neste sítio onde os frades «BARBADINHOS ITALIANOS» construíram a sua casa religiosa, embora esta congregação só viesse a ser regulamentada no ano de 1752, tendo sido estes generosos frades, que deram nome à CALÇADA.
Foi iniciativa dos frades a abertura desta artéria. A questão dos acessos para a nova casa na parte Sul, foi praticamente resolvida pela cedência de uma parcela de terreno pelas freiras vizinhas do «CONVENTO DE SANTA APOLÓNIA». Assim, desta forma, puderam abrir o caminho que lhes permitia a serventia à sua casa religiosa.
O conjunto conventual dos «BARBADINHOS» fica situado entre as antigas propriedades dos «VAN ZELLER» anteriormente pertencentes à casa dos «PANCAS/PALHA», e no outro lado da calçada, a correnteza de casas pequenas que fizeram parte da grande propriedade de «VASCO LOURENÇO VELOSO», mais tarde ocupada pela «FÁBRICA DA COMPANHIA LISBONENSE DE TABACOS» e, mais recentemente as instalações do «COMANDO-GERAL da G.N.R.».
A sul desta «CALÇADA» estava instalado o «MOSTEIRO DE SANTA APOLÓNIA» e sua Igreja, invocação já referenciada no último quartel do século XV, embora esta como ermida, o que constitui referencia toponímica desta zona, fazendo margem ribeirinha com o Tejo.
A parte Norte da «CALÇADA DOS BARBADINHOS» está ligada à «RUA DOS SAPADORES» que antigamente era muito conhecida pelos «QUATRO CAMINHOS».
Possui esta calçada um chafariz cuja data do projecto se reporta ao ano de 1904, situando-se na parte mais larga da calçada, sobranceiro à entrada da «IGREJA DE SANTA ENGRÁCIA».
O chafariz é constituído por um tanque oval para os serviços públicos, tendo um outro mais pequeno e em nível mais inferior, destinado a bebedouro para animais.
Sabe-se que o desenho inicial apresentava apenas um tanque, tendo sido o mais pequeno acrescentado mais tarde. O custo total da obra (na época) foi orçamentado em 230 mil réis ( 2 ).
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- ( 1 ) - IAN/TT, RP (Instituto de Arquivos Nacionais - Torre do Tombo, Registos Paroquiais), Santa Engrácia, Óbitos. Cx. 26, Lº. 4 fl. 253v.
- ( 2 ) - LISBOA - Revista Municipal Nº 24-2º Trimestre de 1988 página 35.
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DOS BARBADINHOS [ II ] - A FREGUESIA DE INVOCAÇÃO A SANTA ENGRÁCIA»
sábado, 12 de março de 2011
RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA [ V ]
Rua dos Duques de Bragança - (2007) Foto de Jorge Dias (Paço dos Duques de Bragança em GUIMARÃES) in OLHARES
Rua dos Duques de Bragança - s/d (Armas da sereníssima CASA DE BRAGANÇA) in CASA REAL PORTUGUESA
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(CONTINUAÇÃO)
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RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA [ V ]
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«A CASA DE BRAGANÇA (2)»
- 1º)«D. AFONSO I » (1377-1461)
- 2º)«D. FERNANDO I » (1403-1478
- 3º)«D. FERNANDO II » (1430-1483)«
- 4º)«D. JAIME I » (1479-1532)
- 5º)«D. TEODÓSIO I » ( 1520 - 1563)
- 6º)«D. JOÃO I » (1543-1583)
- 7º)«D. TEODÓSIO II » (1568-1630
- 8º)«D. JOÃO II -(D.JOÃO IV, REI DE PORTUGAL» (1604-1656)
- 9º)«D. TEODÓSIO III » (1634-1653)
- 10º)«D. AFONSO II - (D. AFONSO VI, REI DE PORTUGAL» (1643-1683)
- 11º)«D. JOÃO III - (D. JOÃO V, REI DE PORTUGAL) (1689-1750)
- 12º)«D. JOSÉ I - (D. JOSÉ I, REI DE PORTUGAL» (1714-1777)
- 13º)«D. MARIA I - (D. MARIA I, RAINHA DE PORTUGAL» (1734-1816)
- 14º)«D.JOSÉ II (1761-1788)
- 15º)«D.JOÃO IV - (D. JOÃO VI, REI DE PORTUGAL» (1767-1826)
- 16º)«D.PEDRO I - (D. PEDRO IV, REI DE PORTUGAL» (1798-1834)
- 17º)«D. MIGUEL I - (D. MIGUEL I, REI DE PORTUGAL» (1802-1866)
- 18º)«D. MARIA II - (D. MARIA II, RAINHA DE PORTUGAL» (1819-1853)
- 19º)«D. PEDRO II - (D. PEDRO V, REI DE PORTUGAL» (1837-1861)
- 20º)«D. MIGUEL II (1853-1927)
- 21º)«D. CARLOS I - (D. CARLOS I, REI DE PORTUGAL» (1863-1908)
- 22º)«D. LUÍS FILIPE (1887-1908)
- 23º)«D. MANUEL II - (D. MANUEL II, REI DE PORTUGAL» (1889-1932)
- 24º)«D. DUARTE NUNO (1907-1976)
- 25º)«D. DUARTE PIO (1945 - ).
NOTA: As datas entre parêntese correspondem ao nascimento e morte dos titulares.
[ FINAL ]
BIBLIOGRAFIA
- Actas da Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa - 2000- Edição da CML - Coordenação e Concepção da Edição de: Agostinho Gomes; Paula Machado; Rui Machado e Teresa Sandra Pereira.
- ARAÚJO, Norberto de - 1993 - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Livro XIII- Vega- Lisboa- Patrocínio da Fundação Cidade de Lisboa.
- CASTILHO, Júlio de - 1937 - LISBOA ANTIGA - BAIRROS ORIENTAIS - 2ª Edição Volume VIII - Serviços Industriais da CML.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - 1994 - Coordenação e Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena.
- MACEDO, Luís Pastor de - 1985 - LISBOA DE LÉS A LÉS - VOLUME III - 3ª edição - Publicações Culturais da CML.
- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - 1960 - Volume II - Editora Enciclopédia, Ltda.
- SILVA, A. Vieira da - 1987 - A CERCA FERNANDINA DE LISBOA - Volume II - Edição CML.
- III Jornadas sobre Toponímia de Lisboa - 2000 - Edição da CML - Departamento de Adm. Geral, Coordenação de: António Trindade, Paula Machado e Teresa Sandra Pereira
(PRÓXIMO) - «CALÇADA DOS BARBADINHOS [ I ] - A CALÇADA DOS BARBADINHOS»
quarta-feira, 9 de março de 2011
RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA [ IV ]
sábado, 5 de março de 2011
RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA [ III ]
Rua dos Duques de Bragança - (s/d) (O Dr. Manuel de Brito Camacho fundador e Director do Jornal "A LUTA" na RUA DUQUE DE BRAGANÇA) in WIKIPÉDIA
(CONTINUAÇÃO)
quarta-feira, 2 de março de 2011
RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA [ II ]
Rua dos Duques de Bragança - (2010) (A Rua dos Duques de Bragança depois de passar o Largo do Picadeiro para Sul) in GOOGLE EARTH
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(CONTINUAÇÃO)
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RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA [ II ]
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«A RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA (2 )»
Colina conhecida por «MONTE FRAGOSO» mais tarde chamado de «MONTE DE SÃO FRANCISCO», na altura sobranceiro ao TEJO, sobre o qual caíam abruptas ravinas e córregos, tal como ainda hoje o deixam entender os declives da «CALÇADA DE S. FRANCISCO» da «RUA DO FERRAGIAL». Sítio altaneiro e ao mesmo tempo com cariz sagrado. Ali acamparam (por altura do ano de 1147) os «CRUZADOS INGLESES» que sitiaram LISBOA para ajudar o nosso rei «D. AFONSO HENRIQUES», na "tomada de Lisboa aos Mouros"; campo santo dos «MÁRTIRES» que morreram como CRUZADOS, em defesa da fé cristã.
«D. AFONSO HENRIQUES» mandou edificar uma ermida em acção de graça a Nossa Senhora, tal como nos diz a crónica. "El-Rei mandou logo fazer ali um oratório a Nª. Senhora dos MÁRTIRES". E por ser já lugar de romarias devotas e piedosas peregrinações, é que certamente, ali fizeram erguer o seu primeiro ermitério os frades franciscanos em (1217), o «CONVENTO DE SÃO FRANCISCO» e logo ficou mais notabilizado através do espírito e da sua projecção social.
Por alguns documentos existentes, sabe-se que desde finais do século XIV estes terrenos pertenceram a «NUNO ÁLVARES PEREIRA», e por motivo do casamento de sua filha «D. BEATRIZ», com «D. AFONSO», filha natural de «D. JOÃO I», mais tarde «DUQUE DE BRAGANÇA», todos estes chãos e prédios entraram na «CASA DE BRAGANÇA».
Existia ao fundo do último quarteirão da «RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO» que antigamente teve outras designações: «RUA DO PICADEIRO», «RUA DO TESOURO» ou ainda «RUA DO TESOURO VELHO», junto à «RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA» (antiga RUA DA LUTA), os «PAÇOS DOS DUQUES DE BRAGANÇA» ou «PALÁCIO DA CASA DE BRAGANÇA» instalado no planalto do outeiro, no extremo sul do quarteirão de prédios.
A Sul dos «PAÇOS» corria antes do terramoto de 1755, uma rua sem nome, que tinha aproximadamente a direcção da actual «RUA VÍTOR CORDON». Esta rua fazia a separação dos «PAÇOS» e o edifício do «TESOURO» que lhe ficava a SUL, quase à beira do escarpado do outeiro. No local que aproximadamente ocupava a «CASA DO TESOURO», foi construído em meados do século XIX, uma hospedaria que no início de (1845) se chamava «HOSPEDARIA BRAGANÇA», e depois «HOTEL BRAGANÇA». Mais tarde foi alugado às «COMPANHIAS REUNIDAS GÁS E ELECTRICIDADE» (hoje EDP) onde tinha os seus serviços administrativos.
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No século de quinhentos os «DUQUES DE BRAGANÇA» adquiriram aos frades de «SÃO FRANCISCO» muitos terrenos para alargarem suas hortas, e compreende-se assim que tudo isto por aqui fosse na maioria dos «BRAGANÇA». A artéria para onde estava virada a fachada principal do «PAÇO» chamava-se em meados do século XVI, «RUA DO DUQUE». Depois passou a «RUA DO PICADEIRO», «PAÇO DO DUQUE» e por fim, «RUA DO TESOURO» (esta última atribuída com a restauração em 1640).
No tempo de «D. JOÃO IV», foi abandonado este «PAÇO» como moradia, instalaram-se então no «PALÁCIO» o arquivo. o tesouro e a guarda das jóias.
«D. JOÃO V» mandou fazer grandes obras no «PALÁCIO», e assim ele chega ao terramoto cheio de riqueza.
O cataclismo de 1755 destruiu tudo e o sítio na altura, converteu-se num montão de escombros.
Em meados do século XIX, a artéria foi finalmente rectificada e edificada nos moldes actuais.
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(CONTINUA)-(PRÓXIMO)- «RUA DOS DUQUES DE BRAGANÇA [ III ] - BRITO CAMACHO E O SEU JORNAL "A LUTA"»