quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [VIII]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1998) Fotografo não identificado (Convento Santos-o-Novo no lado poente, com a avenida em primeiro plano) in Caminho do Oriente-Guia Histórico I
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (Santos Mártires de Lisboa - Cenas da vida e martírio de VERÍSSIMO, MÁXIMA e JÚLIA. Os quadros foram a leilão em 1921 e adquiridos pelo Industrial Vasco Bensaúde que em meados do século XX os seus herdeiros doaram os painéis ao Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada) in pup.netcabo.pt/batores/santos_martires_2

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (Santos Mártires de Lisboa - fazem parte da colecção do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada. Pintura renascentista portuguesa da primeira metade do Século XVI. (Desconhece-se documentalmente a origem das pinturas) in pup.netcabo.pt/batores/santos_martires_2
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«O CONVENTO DE SANTOS - O - NOVO (1)»
No início, a Sul da Avenida Mouzinho de Albuquerque, próximo da Calçada de Santa Apolónia com entrada pelo velho portal na Calçada da Cruz da Pedra, (antiga Estrada do Vale de Xabregas), encimado por uma pedra com as armas da ordem, fica o «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO» na freguesia de SÃO JOÃO.
Para poente da referida Avenida fica o «RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO» este na freguesia de SANTA ENGRÁCIA
A história do «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO» está relacionada com a lenda dos três Santos Mártires: «VERÍSSIMO, MÁXIMA e JÚLIA», irmãos da mesma fé, filhos de Lisboa que, não querendo renunciar à sua fé, foram levados à presença de «TARQUÍNIO», o representante nestas terras do Imperador Romano «DIOCLECIANO-(284 a 305 d.c.)».
Foram submetidos a vários martírios, como o espancamento e arrastados pelas ruas da cidade, torturas que sempre suportaram. «TARQUÍNIO» determinou que fossem lançados ao rio com pesadas pedras atadas ao pescoço. Mas ocorreu um milagre. Atirados às águas entre Lisboa e Almada, logo os corpos voltaram à margem, mesmo antes do regresso do barco que os havia levado para meio das águas.
Esta tradição foi mantida entre os poucos cristão que restavam na cidade, conservando os restos mortais dos mártires escondidos em lugar seguro.
Após a conquista de Lisboa aos Mouros, D. Afonso Henriques mandou erguer naquele sítio uma Igreja.
O Mosteiro de Santos-o-Velho, localizado em Santos, teve o seu início numa casa doada por D. Sancho II aos freires da Ordem de Santiago e Espada, passando a ser ocupada pelas mulheres, filhas e viúvas daqueles monges-cavaleiros em 1290, convertendo-se no Mosteiro das Comendadeiras da Ordem de Santiago.
"onde entravam as mulheres de maior obrigação dos Comendadores e Freires que no tempo que eles andavam ocupados na guerra contra os Mouros, viviam recolhidas no Mosteiro em grande honestidade.
E como algumas vieram a professar os votos dos Cavaleiros, elegeram uma que como Prelada as governaria, à qual deram o título de COMENDADEIRA, e foi a primeira que teve este título uma senhora ilustre de sangue, e mais ainda de virtude, que se dizia DONA SANCHA, a qual por revelação do Céu, achou as relíquias dos Santos Mártires (1).
No entanto, sendo o Mosteiro de pequenas dimensões, D. João II mandou construir um outro em Xabregas, no ano de 1470, no local de uma pequena Ermida dedicada a Nossa Senhora do Paraíso.
Relata-nos «GARCIA DE RESENDE» que "em 05.09.1490, foram transferidas as recolhidas para junto de Santa Maria do Paraíso - onde possuía uma quinta, hortas, vinhas e olivais, no sítio entre o Mosteiro de Santa Clara e o da Madre de Deus - em procissão acompanhadas do Cabido e de todas as religiosas da cidade, com as cruzes das Igrejas paroquiais. As Comendadeiras bem como as freiras seguiam a pé a procissão, acompanhando as «SANTAS RELÍQUIAS» que eram guardadas numa tumba dourada (...) e chegaram ao novo Convento se recolheram na Igreja as Santas Relíquias, trazidas do lugar de Santos, mantendo a nova casa o velho orago, agora com a designação de «SANTOS-O-NOVO». (2)
(1) - História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa - CML 1972 Tomo II páginas 223-230.
(2) - Resende, Garcia de - Crónicas de D. João II -Lisboa 1902 - Cap. 42 - Pag. 964.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «O CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (2)»



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