domingo, 31 de maio de 2009

PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [V]

Praça Luís de Camões - (200_) Fotógrafo não identificado ( Monumento a Luís de Camões) in WIKIPÉDIA
Praça Luís de Camões - (1968) Foto de Armando Serôdio (Homenagem a Luís de Camões no dia de Portugal) in AFML

Praça Luís de Camões - (1949) Estúdio Mário Novais (Monumento a Luís de Camões e Igreja do Loreto e Igreja da Encarnação) in AFML


Praça Luís de Camões - (1868) - Foto de Moreira (Monumento a Luís de Camões) in ÁLBUM MOREIRA PHOTOGRAPHO.
(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [V]
«A ESTÁTUA DO POETA (2)»
O Poeta foi representado de capa e espada, o que foi considerado pouco dignificante por alguns.
Mas o escultor decidiu colocar à volta do épico, num plano mais baixo, as figuras de homens notáveis que, em seu entender, estariam relacionados com o grande homenageado.
Logo os alfacinhas fizeram anedotas do caso, dizendo que aquela era a estátua de Camões com "OS LUSÍADAS" à sua roda... É acusado o escultor de ter dado a mesma altura a cada uma das figuras representadas: um realismo suposto teria beneficiado a verosimilhança mas prejudicaria o conjunto. O convencionalismo é um principio de arte.
O Monumento em pedra a «LUÍS VAZ DE CAMÕES», integra mais oito figuras da cultura portuguesa dos séculos XV, XVI e XVII, os retratados são: «FERNÃO LOPES - Cronista», «GOMES EANES DE AZURARA - Cronista», «PEDRO NUNES - Cosmógrafo», «JOÃO DE BARROS - Historiador», «FERNÃO LOPES DE CASTANHEDA - Historiador», «VASCO MOUZINHO DE QUEVEDO - Poeta», «JERÓNIMO CORTE-REAL - Poeta» e «FRANCISCO DE SÁ DE MENESES - Poeta».
Claro que a escolha é muito discutível, misturando possíveis fontes de Camões (FERNÃO LOPES ou AZURARA) com contemporâneos e com outros posteriores a quem o poeta maior poderá ter influenciado.
A obra foi executada por «VICTOR BASTOS» entre os anos de 1860 e 1867, o lançamento da primeira pedra em 28 de Junho de 1862.
O Monumento foi erigido após subscrição pública, tendo sido inaugurado (como já nos referimos) a nove de Outubro de 1867.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [VI]-LUÍS VAZ DE CAMÕES(BIOGRAFIA)»



sexta-feira, 29 de maio de 2009

PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [IV]

Praça Luís de Camões - (2008) Foto de APS (Monumento a Luís de Camões) ARQUIVO/APS
Praça Luís de Camões - (2007) - Fotógrafo não identificado (Estátua a Luís de Camões) in OLHARES

Praça Luís de Camões - (2002) - Foto de Andres Lejona (O Monumento a Luís de Camões, ao fundo as duas Igrejas) in AFML


Praça Luís de Camões - (1965-03) -Foto de Armando Serôdio (A Praça vendo-se a estátua do Poeta) in AFML



Praça Luís de Camões - (19__) Foto de Chaves Cruz (Monumento a Luís de Camões) in AFML

(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [IV]
«A ESTÁTUA DO POETA (1)»
Lisboa estava em dívida para com o poeta maior de nacionalidade: «Luís Vaz de Camões» não tinha uma estátua na capital.
O escultor Victor Bastos modelou em gesso um primeiro projecto e levou-o ao Rei D. Pedro V, em 1860. Ao que parece, o jovem monarca gostou. Mas morreu cedo (com 24 anos a 11 de Novembro de 1861) e foi já seu irmão e sucessor, D. Luís, quem presidiu à colocação da primeira pedra do futuro monumento.
A cerimónia foi levada a sério: perante um Largo engalanado, estiveram presentes, além do monarca, a família real, o corpo diplomático, os ministros, a corte e a Câmara de Lisboa.
O Duque de Saldanha procedeu à leitura do auto: Em 9 de Outubro de 1867, teve lugar a inauguração, com igual luzimento, sendo então presidente do Conselho de Ministros «JOAQUIM ANTÓNIO DE AGUIAR».
A estátua de bronze tem quatro metros de altura assenta sobre um pedestal de sete metros e meio, tendo quase dois metros e meio as figuras que se encontram à roda do monumento e provocou algumas polémicas.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [IV]-A ESTÁTUA DO POETA (2)»



quarta-feira, 27 de maio de 2009

PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [III]

Praça Luís de Camões - (ant. 1925) - Fotógrafo não identificado (Largo de Camões e um trecho da Praça dos Restauradores no lado esquerdo a Estação do Rossio) - 105 Verso: G.et F. Lisboa. in O Rossio em Postal antigo de Carlos Consiglieri e Marília Abel-Livros Horizonte - 2003.
Praça Luís de Camões - (1949) Foto de Eduardo Portugal - (Antigo Largo de Camões actual Praça Dom João da Câmara) in AFML

Praça Luís de Camões - (ant. a 1925) - Fotógrafo não identificado (Largo de Camões no Rossio, actual Praça Dom João da Câmara) in AFML


Praça Luís de Camões - (Século XIX) - Fotógrafo não identificado ( Largo de Camões junto ao Teatro D. Maria II) 106-Verso: sigla - S.R. in O Rossio em Postal antigo de Carlos Consiglieri e Marília Abel-Livros Horizonte - 2003.
(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [III]
«O LARGO DE CAMÕES»
A actual «PRAÇA DE DOM JOÃO DA CÂMARA», situada lateralmente junto do Teatro D. Maria II (ao Rossio), designado por este nome desde 1925, foi substituir a sua antiga denominação toponímica de «LARGO DE CAMÕES».
Embora este «CAMÕES» nada tenha a ver com o nosso poeta «LUÍS VAZ DE CAMÕES», o nome do anterior homenageado tratava-se de «CAETANO JOSÉ DA SILVA SOTOMAIOR», nasceu em Olivença, talvez em 1694, e morreu em 1739. Foi um notável poeta humorístico barroco , formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, e é na cidade do Mondego que os colegas o comparam a Camões. Vem para Lisboa entra na a corte de D. João V como corregedor do Bairro do Rossio e Juiz do Crime da Mouraria, escritor enigmático, que tinha morada no Rossio (1).
«O CAFÉ MARTINHO no LARGO DE CAMÕES»
O «CAFÉ MARTINHO» no «LARGO DE CAMÕES» (actual Praça Dom João da Câmara) é de altura do segundo quartel do século XIX, tendo como seu fundador «MARTINHO RODRIGUES» que, mais tarde iria adquirir o «CAFÉ ARCADA» (actual MARTINHO DA ARCADA no Terreiro do Paço).
O «CAFÉ MARTINHO» um dos mais belos e concorridos cafés do «ROSSIO». Após um período de encerramento, apresenta-se como «CAFÉ-RESTAURANTE» em 1909.
A «ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA» da época publicava em referência: «O Martinho - o velho café das tradições literárias e boémias - quis também modernizar-se, e, ao cabo de alguns meses de encerramento, reabriu agora, transformado de uma maneira completa, com uma aparência rejuvenescida.
O Projecto das decorações e todas as pinturas foram feitas pelo distinto artista Sr. JOÃO VAZ, director da Escola Industrial de Xabregas, e o trabalho de escultura executado pelo Sr. JOSEF FULLER, professor de modelação da mesma escola»
Este café fechou definitivamente as suas portas para lá ser instalado o «BANCO DO ALENTEJO» em 1968, no entanto foi grande centro cultural e de lazer.
Lembramo-nos que aquando do fecho em 1963 do «CAFÉ DO CHIADO» onde tínhamos as nossas reuniões Charadísticas, passámos para a cave deste café no antigo «LARGO DE CAMÕES». Até ao fecho das suas portas (1968) a Tertúlia Edípica com o seu órgão informativo «O CHARADISTA», privilegiou este local para as suas reuniões semanais. Aí nasceu (e fazia parte da nossa ferramenta de trabalho) o «DICIONÁRIO DE SINÓNIMOS», de cujos direitos foram vendidos à Porto Editora, Lda. em 1977, que o juntou à sua vasta gama de Dicionários. Em 2003 na sua 2ª Edição do Dicionário, tem ainda um prefácio da 1ª edição, com alusão à «TERTÚLIA EDÍPICA».
Neste Largo, além do «MARTINHO» existiu (no inicio do Século XX) o café «SUÍSSO», (que nada tem em comum com a Pastelaria Suíça do Rossio), ocupava quatro portas deste Largo. No local onde se encontrava edificado o «PALÁCIO CADAVAL» foi construída em 1887 a «ESTAÇÃO DO ROSSIO».
(1) - "O Ocidente" de 01 de Setembro de 1887 página 195.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [IV]-A ESTÁTUA DO POETA (1)»




domingo, 24 de maio de 2009

PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [ II ]

Praça Luís de Camões - (2008) Foto de APS (A Praça vista entre a Rua das Gaveas e a Rua da Misericórdia) Arquivo/APS
Praça Luís de Camões - (s/d) - Fotógrafo não identificado ( O Largo de Camões, talvez no primeiro quartel do século XX) in Jornal «A CAPITAL»

Praça Luís de Camões - (19__) Fotógrafo não identificado (Praça e Monumento a Camões) in AFML


Praça Luís de Camões - (19__) foto de Paulo Guedes (A Praça no início do século XX) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [ II ]
«A PRAÇA »
Era designado por «Largo do Loreto» a parte de fora da(s) «PORTA(S) DE SANTA CATARINA», lugar construído na Cêrca de D. Fernando entre 1373 e 1375.
A parte de dentro das «PORTAS» foi conhecida por duas designações: «LARGO DA CORDOARIA DE DENTRO» devido à existência da Rua da Cordoaria (que ficava junto à face nascente da Igreja da Encarnação); e por «LARGO DAS CAVALARIAS», designação atribuída em virtude da vizinhança das Cocheiras de Casa de Bragança.
Em 1707, as portas (ou porta) de SANTA CATARINA seriam demolidas.
Com a construção da Igreja da Encarnação (inaugurada em 1708) e a Igreja do Loreto (ou dos Italianos) este Largo foi também conhecido durante longos anos pelo nome de «LARGO DAS DUAS IGREJAS», (hoje Largo do Chiado) fronteiro ao «LARGO DE CAMÕES».
Existia neste local um grande quarteirão de prédios, que compreendia entre a Rua do Conde, e chegava à esquina do Loreto. A Rua Direita do Loreto, a Rua da Horta Seca e a Rua dos Gatos, troço de ligação entre estas duas últimas, onde nesse espaço frontal para a Praça, no topo do quarteirão de hoje, encontramos o Consulado do Brasil e tem na esquina com a Rua da Horta Seca uma estação dos CTT.
A Praça Luís de Camões foi construída sobre o chão terraplanado (num quarteirão onde foram as casas e Palácio seiscentista, arruinados pelo Terramoto) o solo corrigido, empedrada a área da Praça, começa a prepara-se o levantamento do Monumento.
A Praça teve o seu encanto, pelas Tílias que nela foram plantadas e pela quantidade de pássaros que ali se acolhiam e faziam tremenda chilreada (1).
Mestre Abel Manta pintou, em diferentes épocas, a Praça Luís de Camões, dela fazendo algumas das suas mais conhecidas a apreciadas obras.
Ao olharmos o Largo no seu enfiamento do Chiado, achamos-lhe uma graça alfacinha ingénua, e uma ponta de beleza. O seu pitoresco de outrora dos «QUIOSQUES DE CAPILÉ» (ouvi dizer que vão voltar) às barracas de venda de presentes na época de NATAL, o Natal do Sinaleiro, sempre junto a este Largo.
Na Praça Luís de Camões com esquina para a Rua do Norte, nos finais dos anos 50 principio dos anos 60 do século passado, estava instalada a firma «GENERAL ELECTRIC PORTUGUESA». Existiu também, nesta rua com entrada pelo número três de 1907 a 1923 o jornal «A CAPITAL», fundado por um grupo de jornalistas.
(1) - Chamados «Os pardais do Camões», que em revoadas chegavam dos campos, num espectáculo bem curioso de uma ternura de cidade romântica.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES III - (O LARGO DE CAMÕES)»




quarta-feira, 20 de maio de 2009

PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [ I ]

Praça Luís de Camões - (2006) Foto de Luca Galuzzi (Lucag) (Praça Luís de Camões e seu monumento) in commons.wikimedia
Praça Luís de Camões - (2008) - Foto de APS (Monumento a Camões e parte da Praça, ao fundo o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa) Arquivo/APS

Praça Luís de Camões - (2009) - (Imagem de satélite do Largo de Camões e envolventes) in WIKIMAPIA


Praça Luís de Camões - (s/d) - Desenho de Júlio Castilho - (Casebres do Loreto à direita a Rua Direita do Loreto) in www.skyscrapercity.com/
PRAÇA LUÍS DE CAMÕES
«O SÍTIO DOS CASEBRES DO LORETO»
A Praça Luís de Camões pertence à freguesia da «ENCARNAÇÃO». Fica entre o Largo do Chiado, Rua do Alecrim, Rua da Misericórdia, Rua do Loreto, Rua do Norte, Rua das Gaveas, Rua da Horta Seca e Rua das Flores.
O local onde iria nascer a Praça Luís de Camões e seu espaço envolvente mais a Norte, era ainda no século XV, um autentico ermo, como naturalmente acontecia em todos os locais extra-muros.
Toda aquela extensão de terreno reduzida a campos com terras de semeadura, oliveiras, hortas dispersas aqui e ali com uns telhados de campo, até que a família dos «ANDRADES» juntos aquele espaço (quase o Bairro Alto de Hoje) numa única propriedade.
Mais tarde a herdade foi dividida em parcelas aforados, e começou assim a construção de casas e palácios, levando ao crescimento do Bairro Alto.
Com a edificação da Igreja de São Roque no século XVI, começaram a afluir pessoas e inicia-se a construção no local.
O Palácio setecentista dos Condes de Cantanhede, depois Marqueses de Marialva, onde brilhou a Nobreza de Portugal em sumptuosas festas, não era de grande beleza arquitectónica, mais valendo pelos pormenores e pelo recheio do que pela aparência.
Ficava na confluência da Rua Larga de São Roque (hoje Rua da Misericórdia) e da Rua Direita do Conde (hoje Rua do Alecrim), olhando para as Portas de Santa Catarina (actual Largo do Chiado). A fachada com portal nobre e três varandas rasgadas no primeiro andar, além de três frestas e uma trapeira. Os cunhais eram sólidos, três vezes brasonados o da esquina para a Rua Direita do Loreto.
Existiram neste local uns prédios modestos que após o Terramoto de 1755 os seus estragos eram tão consideráveis,que talvez por isso, os seus proprietários os abandonaram.
Aos escombros do Palácio e de mais umas casas pobres entretanto construídas, passou o povo a chamar os «CASEBRES DO LORETO». Só em 1859, mais de um século depois do sismo, se efectuou a limpeza do sítio e por edital do Governador Civil de Lisboa de 12 de Outubro de 1860, determinara que seriam deitados a baixo.
Estava assim criado um novo espaço com os contornos como hoje se apresenta.
Como dizia o Mestra Norberto de Araújo: «desafrontou-se então o que viria a ser o "CAMÕES", durante a obra até 1863».

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [II] - (A PRAÇA)»

domingo, 17 de maio de 2009

RUA GUALDIM PAIS [VIII]

Rua Gualdim Pais - (2007) - Fotógrafo não identificado (Vitral de D. Gualdim Pais) in FLICKR
Rua Gualdim Pais - (2008) Foto de Carlos Silva (Gualdim Pais Templário em Azulejo) in AZUL DESEJO.

Rua Gualdim Pais - 1989 - Foto de APS (A Rua Gualdim Pais à esquerda o Balneário à direita o Mercado) Arquivo/APS
(CONTINUAÇÃO)
RUA GUALDIM PAIS
«O TEMPLÁRIO GUALDIM PAIS (2)»
Todo o amuralhamento defensivo de um espaço que acompanhava esforços conducentes ao respectivo repovoamento e valorização económica, como o provam as cartas de foral (1) concedidas pelo mestre a «FERREIRA-(1156)», «REDINHA-(1159)», «TOMAR-(1162)» e «POMBAL-(1174)».
Esta organização militar e esta implantação económica, por sua vez, ajudaram e incentivaram a repetir as incursões almóadas de 1184 e 1190, tendo os Templários, na segunda das datas mencionadas, suportado heroicamente um cerco ao Castelo de Tomar, acontecimento julgado digno de figurar numa inscrição lapidar, mandada colocar pelo Mestre nas respectivas muralhas.
A acção militar dos freires do Templo era assim exaltada, confundindo-se o seu valor colectivo com a fama e valor do seu Mestre, ideia subjacente a outra lápide comemorativa onde se evocava o percurso bélico-espiritual de «GUALDIM PAIS»: teria permanecido, antes de ser Mestre, cinco anos em Jerusalém no combate com os infiéis, passando depois por Antioquia antes de regressar ao Reino.
Os Templários portugueses, pelo seu mestre, comungavam deste modo das proezas que a Cristandade empreendia nas diversas frentes da cruzada.
Como Templário fez grande número de incursões pelas terras maometanas. Cercado pelo Rei Muçulmano Yacube (2) no Castelo de Tomar em (1190), forçou-o a retirar, após seis dias de assaltos consecutivos, adquirindo glória imortal apesar de ser septuagenário. Foi ainda figura saliente na grande luta nos primeiros anos da monarquia contra os Mouros.
A estátua de «GUALDIM PAIS» inaugurada em 9 de Julho de 1940, encontra-se ma Praça da República na cidade de Tomar e como pano de fundo, em lugar mais elevado, o Castelo que ele fundou para os Templários. Os seus restos mortais repousam numa das capelas de «SANTA MARIA DOS OLIVAIS» em TOMAR.
--//--
(1) - Foral, ou carta de Foral é um diploma concedido pelo Rei ou por um senhorio laico ou eclesiástico a determinada terra contendo normas que disciplinam as relações dos seus povoados ou habitantes entre si e destes com a entidade outorgante.
(2)- Lello Universal - 1976 páginas 433 e 434.
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(PRÓXIMO) - «PRAÇA LUÍS DE CAMÕES [I] - O SÍTIO DOS CASEBRES DO LORETO»


quarta-feira, 13 de maio de 2009

RUA GUALDIM PAIS [VII]

Rua Gualdim Pais - (2007) - Foto de Mariano Jimenez - (Na Cidade de Tomar) in caminandosinrumbo
Rua Gualdim Pais - (Templário D. Gualdim Pais) in GEOCITIES

Rua Gualdim Pais - (2005) - Foto de APS - (Placa toponímica-no sítio de Xabregas) Arquivo/APS
(CONTINUAÇÃO)
RUA GUALDIM PAIS
«O TEMPLÁRIO GUALDIM PAIS (1)»
GUALDIM PAIS, foi um freire cavaleiro de D. Afonso Henriques e cruzado, Mestre da Ordem do Templo em Portugal e sexto grão-mestre dos Templários em Portugal, nasceu em AMARES (arredores de Braga) no ano de 1118 e faleceu em Tomar no ano de 1195.
Oriundo de uma família de Nobreza(1) segunda de Entre Douro e Minho, seu pai, PAIO RAMIRES, nobilíssimo fidalgo portucalense, apoiou AFONSO HENRIQUES e sua mãe, D. TERESA, em 1128.
GUALDIM PAIS foi criado na companhia de AFONSO HENRIQUES que o terá armado cavaleiro nos campos da batalha de Ourique, em 25 de Julho de 1139(2). Seguiu depois, como cruzado, para a Palestina onde permaneceu cinco anos, tendo-se ali distinguido no cerco de Gaza e de onde regressou Templário.
Os RAMIRES, cujo núcleo patrimonial inicial se situava na margem direita do rio Ave, distingue-se, tal como o irmão VASCO PAIS RAMIRES, Alcaide de Coimbra entre 1180 e 1186, na reconquista, governando, entre 1157 e 1195, a Ordem Militar do Templo, da qual foi o primeiro mestre em Portugal, tipificando assim o caso da migração para Sul de membros da nobreza minhota que, aliados ao núcleo de Cavaleiros de Coimbra, colaboram, nos meados do Século XII, no alargamento territorial do novo reino, em busca de oportunidades para a formação de novas fortunas, dificilmente alcançáveis na sua região natal. Os trinta e oito anos em que permaneceu à frente da Ordem foram decisivos para a respectiva implantação e desenvolvimento. É a ele que Afonso I, após a Conquista de Lisboa, confia a defesa da fronteira do Tejo, doando-lhe, para o efeito, uma vasta região em redor do Castelo de Ceras, local onde os Templários começaram a construir o Castelo de Tomar (1160), sua futura sede tendo o mestre GUALDIM PAIS mandado edificar outros castelos (POMBAL, ALMOUROL, CERAS, IDANHA, ZÊZERE e MONSANTO) que, no seu conjunto, constituíam um bem planeado e poderoso sistema de fortificações(3) militares.
(1) - Classe privilegiada na qual só se pode entrar pelo nascimento ou por nobilitação conferida pelo Soberano ou por quem tem o direito a nobilitat.
(2) - Dicionário Ilustrado de História - 1985 Volume II páginas 72 e 73.
(3) - Poderá ser definida como a técnica de reforçar a defesa de um lugar através da organização de obstáculos artificiais.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA GUALDIM PAIS [VIII] - TEMPLÁRIO GUALDIM PAIS (2)»


domingo, 10 de maio de 2009

RUA GUALDIM PAIS [VI]

Rua Gualdim Pais - (1989) - Foto de APS (Balneário Municipal de Xabregas) Arquivo/APS
Rua Gualdim Pais, 76 (196_) - Foto de João H. Goulart (Oficina de Luís Ribeiro) in AFML.

Rua Gualdim Pais - (1989) Foto de APS ( Entrada para o Beco da Horta das Canas) Arquivo/APS


Rua Gualdim Pais - (1946) Foto de Ferreira da Cunha (Antigo Mercado de Xabregas cujas bancadas e barracas foram em parte, desfeitas e arrastadas pelas águas que desceram em torrentes a Rua Gualdim Pais procedentes do Vale de Chelas) in AFML.
(CONTINUAÇÃO)
RUA GUALDIM PAIS
«AS ENXURRADAS DO VALE DE CHELAS»
A «RUA GUALDIM PAIS» foi, nos anos 40 e 50 do século passado, muito castigada por enxurradas oriundas especialmente de todo o Vale de Chelas.
Durante muitas décadas o calvário cíclico das cheias em «XABREGAS» passava por esta rua, chegando mesmo a provocar-lhe grandes prejuízos no seu percurso.
As enxurradas vindas desde o Alto de Chelas reduzia a destroços os haveres de inúmeras famílias causando-lhes elevadíssimos danos.
Se caísse chuva torrencial durante um certo período de tempo e principalmente se coincidisse com o praia-mar, antevia-se que vinha aí uma enxurrada de certeza.
Na Rua Gualdim Pais, lembramo-nos que um dia, a enxurrada era tão violenta que arrastava tudo à sua frente. A meio daquela artéria, junto da Calçada que leva ao Alto dos Toucinheiros, abateu o pavimento da rua numa extensão aproximadamente de 50 metros de comprimento e uma largura de 5 metros, no fundo da qual se podia ver parte do colector. Era um espectáculo impressionante, como a força da cheia podia fabricar aquele buraco.
A enxurrada escava no meio da «RUA GUALDIM PAIS» e da «ESTRADA DE CHELAS» querendo retomar por direito, aquilo que tinha perdido, há muito anos.
Por mapas e documentos antigos, chegamos à conclusão que aquele caminho já foi o leito de um afluente do Rio TEJO.
«É tradição antiquíssima herdada de uns para outros, que pelo "VALE DE CHELAS" entrava um esteiro do mar, o qual chegava até ao pátio do Mosteiro, onde está o poço dos SANTOS MÁRTIRES, e que naquele lugar tomara porto uma barca guiada por ordem do Céu, em que vinha o corpo de S. Felix, e os outros gloriosos Mártires; cujas relíquias se guardam naquele Mosteiro com grande veneração... o corpo de S. Felix veio a Lisboa por vontade divina» (1).
(1) -Furtado, Mário - Do antigo sítio de Xabregas - Lisboa - pág. 26-1997.
(CONTINUA) -(PRÓXIMO) -«RUA GUALDIM PAIS [VII] -O TEMPLÁRIO GUALDIM PAIS (1)»



quarta-feira, 6 de maio de 2009

RUA GUALDIM PAIS [ V ]

Rua Gualdim Pais - (1989) - Foto de APS ( A Tinturaria Portugália já um pouco agonizante) Arquivo/APS
Rua Gualdim Pais, 99 a 111 - (196_) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (Tinturaria Portugália nesta rua) in AFML.

Rua Gualdim Pais - (1966) - Foto de João H. Goulart (Chafariz na esquina do Pátio José Inglês ou do Inglês com a Rua Gualdim Pais) in AFML.


Rua Gualdim Pais - (196_) -Foto de João H. Goulart (Esta Rua na ligação com a Estrada de Chelas, à esquerda as antigas instalações da Fábrica de Malhas do "MAGALHÃES") in AFML.



Rua Gualdim Pais - (s/d) - Foto de Artur Goulart (Palácio da Quinta do Lavrado e Viaduto na Estrada de Chelas, 113 a 121) in AFML.
(CONTINUAÇÃO)
RUA GUALDIM PAIS
«O CEMITÉRIO DAS FÁBRICAS»
Quase em frente à residência de Luís Ribeiro existiam várias moradias da época, de pessoas com melhor situação económica.
Seguindo para Norte ao longo da «RUA GUALDIM PAIS» o sítio era chamado ainda à pouco tempo «O CEMITÉRIO DE FÁBRICAS DO VALE DE CHELAS», ali encontramos a «AMIDEX» a «TINTURARIA PORTUGÁLIA» já completamente moribunda, restando-lhe o seu perfil superior de azulejos mostrando o seu "logótipo", que ainda hoje está presente na memória de quem a via.
Chegámos ao «PÁTIO JOSÉ INGLÊS»ou do «INGLÊS», deste já nada resta. Casas de rés-do-chão e primeiro andar, varandas de ferro corrido, o seu chafariz que deitava para esta rua, a ligação que se fazia entre este pátio e a Estrada de Chelas, tudo acabou... eu nem queria acreditar!
Habitou neste pátio um tio meu que era conhecido pelo nome de «ZÉ DA VIOLA», por nessa época dos anos 40/50, ter tocado numa "banda". Foi funcionário durante toda a sua vida da empresa C.P. e ocupou durante muitos anos o cargo de «CHEFE DE ESTAÇÃO», nos ramais circundantes de Lisboa.
Nesta rua mesmo na sua convergência com a Estrada de Chelas, existiu no seu lado esquerdo a «FÁBRICA DE MALHAS DE INÁCIO MAGALHÃES BASTO & CIA» era conhecida pela «FÁBRICA DO MAGALHÃES» -onde alguns familiares meus trabalharam nos seus teares- cujas instalações foram recuperadas pelo município, que nelas instalou um departamento camarário.
No final da «RUA GUALDIM PAIS», podemos ver um «VIADUTO DO CAMINHO DE FERRO» e o «PALÁCIO DO LAVRADO»(1), actualmente está em bom estado de conservação (reabilitado pela CML) com o seu espaço adaptado a uma «ETAR».
Muito recentemente aquele nobre edifício oitocentista dos Viscondes «FONTE ARCADA», seus antigos proprietários, se encontrava em muito mau estado, quando lá existia o «PÁTIO DO LAVRADO».
Não existe qualquer dúvida de que com a abertura da «RUA GUALDIM PAIS», este lanço de sentido único, que representava a antiga «ESTRADA DE CHELAS», perdeu toda a importância de via fundamental.
Nesta nossa conclusão não queríamos deixar de acrescentar mais duas linhas dizendo que a Rua Gualdim Pais finaliza na Estrada de Chelas, antiga Estrada Pública, vulgo «AVENIDA DE CHELAS», ou mais remotamente via ou caminho para CHELAS. A «ESTRADA DE CHELAS» é antiquíssima, remontando a sua abertura à época em que, secado o esteiro, ao Convento de Chelas se impunha como factor determinante a fixação do elemento humano.
(1) - Apresenta na fachada duas pedras de armas dos antigos titulares. Com uma história por definir, já foi fábrica, pátio e hoje é propriedade da CML que ali instalou um serviço.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «ENXURRADAS NO VALE DE CHELAS»




domingo, 3 de maio de 2009

RUA GUALDIM PAIS [ IV ]

Rua Gualdim Pais, 104 - (1989) Foto de APS (Vila Emília - entrada) Arquivo/APS
Rua Gualdim Pais, 78 - (1968) Foto de João H. Goulart (Moradia de Luís Ribeiro) in AFML.

Rua Gualdim Pais, 9 - (1968)? Foto de João H. Goulart (Uma moradia) in AFML.


Rua Gualdim Pais - (196_) Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo (Balneário Municipal de Lisboa) in AFML.
(CONTINUAÇÃO)
RUA GUALDIM PAIS
«A VILA EMÍLIA»
Na Rua Gualdim Pais no número 104, Luís Ribeiro, mandou construir uma vila no ano de 1931, atribuindo-lhe o nome de sua mulher «EMÍLIA».
A Vila, situada nesta artéria, foi construída num terreno Municipal não urbanizado que estava transformado em depósito de Madeiras.
Para construírem as habitações, e devido à profundidade dos terrenos, sabe-se que os alicerces tiveram de ser aterrados.
Luís Ribeiro natural de «VIEIRA DE LEIRIA», foi o impulsionador de todos os negócios da firma, cujos herdeiros ainda continuam a viver nesta freguesia, numa moradia, construída no ano de 1928, nesta rua.
Luís Ribeiro veio para Lisboa como vendedor de madeiras e, rapidamente, começou a gerir o seu próprio negócio.
Madeireiro por conta de Faustino Alves Vieira e de José Antunes, Luís Ribeiro acabou, por alugar a parte que um dos patrões detinha numa serração. Mais tarde, compraria a totalidade das Serrações de Madeiras.
O negócio, porém, iria expandir-se a outros ramos de actividade. E, em 1930, comprou a Fábrica de Blocos de Cimento ao alemão «HANS SCHETTER» e ao Judeu «BUZAGLOS». A «TINTURARIA PORTUGÁLIA», de fundação datada de 1920, também lhe pertenceu em determinada época.
O saudoso Industrial Luís Ribeiro ainda hoje conhecido em Xabregas, faleceu no ano de 1980. (1)
Com uma Oficina de Carpintaria e Serração Mecânica na Rua da Manutenção Militar, lembro-me de ter lá estado várias vezes, pois meu pai tinha negócios com este Industrial.
Recordo-me também de em finais dos anos quarenta, nos ter dado uma boleia (à família) no seu carro, de Xabregas à Praça do Comércio, onde íamos assistir a um programa de fogo de artifício.
(1) - A Freguesia do Beato na História - Junta de Freguesia do Beato, 1995, pág. 83.
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