quarta-feira, 29 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ X ]

«PRAÇA DOM PEDRO IV(VULGO ROSSIO» (3 ).
 Praça Dom Pedro IV  - (2008)  Foto de APS  -  Uma das fotos da "PRAÇA DOM PEDRO IV" com a sua "calçada à portuguesa no feitio de ondas do TEJO) in     ARQUIVO/APS
 Praça Dom Pedro IV - (1912-01)  Foto de Joshua Benoliel  -  (Uma greve do operariado de LISBOA, na PRAÇA DOM PEDRO IV - vulgo ROSSIO- depois de decretado o estado de sítio. Ao fundo podemos ver o Edifício do antigo "REI DAS MEIAS" , a entrada para a RUA DOS SAPATEIROS -antiga Rua do Arco do Bandeira)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Praça Dom Pedro IV  -  (1919) Foto de Eduardo Alexandre Cunha  -  (Monumento a "DOM PEDRO IV" inaugurado em Abril de 1870, na "PRAÇA DOM PEDRO IV" - vulgo ROSSIO - a "calçada à portuguesa" aplicada com este feitio de "ONDAS" terá existido desde 1889, sendo retirado em 1919 e mais tarde reposto) ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in  AML 
Praça Dom Pedro IV   -   (1971-08) foto de Artur Pastor  -  (A "PRAÇA DOM PEDRO IV" vista do lado Norte junto do "TEATRO NACIONAL DONA MARIA II" quis o destino que fosse sua filha e ficassem muito perto) (ABRE EM TAMANHO GRANDE in   AML

(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ X ]

«PRAÇA DOM PEDRO IV(VULGO ROSSIO»(3).

Com a morte de "DOM JOÃO VI", ocorrida no ano seguinte , é "DOM PEDRO IV" designado pela REGÊNCIA como REI DE PORTUGAL - o que poderia vir a significar uma reunificação dos territórios de PORTUGAL e do BRASIL sob a mesma coroa. Mas "DOM PEDRO" logo abdica da coroa de PORTUGAL em favor de sua filha mais velha, (quando contava apenas  sete anos) D. MARIA DA GLÓRIA", que virá a ser a RAINHA DONA MARIA II (A EDUCADORA" (1819-1853).
Uma "carta CONSTITUCIONAL foi outorgada a PORTUGAL  por DOM PEDRO, em 29 de maio de 1826".
Nova abdicação de "DOM PEDRO" se registará em 7 de ABRIL de 1831. A seu segundo filho, "PEDRO DE ALCÂNTARA", transite o título de IMPERADOR DO BRASIL como "PEDRO II"-
Em PORTUGAL, desde 1828, reinava DOM MIGUEL. As CORTES, reuniram três estados, tinham abolido o "constitucionalismo", restaurando o "ABSOLUTISMO TRADICIONAL". "DOM MIGUEL" era reconhecido como o REI legítimo.
De regresso à EUROPA, DOM PEDRO irá liderar os "Liberais", proclamando-se REGENTE  em nome de sua filha "DONA MARIA II".
Este período de GUERRA CIVIL ficou conhecido na HISTÓRIA com o nome de "AS LUTAS LIBERAIS". 
A "CONSTITUIÇÃO DOS LIBERAIS" tinha como  base, eleger  pelo voto  os  DEPUTADOS que iriam elaborar uma CONSTITUIÇÃO. Durante as sessões parlamentares que se concluíram em 1822, O NOVO REGIME reconhecia no ESTADO a existência de três poderes: O EXECUTIVO para o REI e MINISTROS, o LEGISLATIVO para as CORTES; e o JUDICIAL para os TRIBUNAIS.
O GOVERNO seria portanto, CONSTITUCIONAL, pela fidelidade à CONSTITUIÇÃO, embora muitos NOBRES e alguns membros do CLERO que viviam agarrados ao REGIME ABSOLUTO; na verdade sabiam que o REGIME LIBERAL lhe retirava antigos privilégios.
Atacavam, por isso o GOVERNO todos quantos o apoiavam, tratando-os como inimigos.
A GUERRA CIVIL que durou de (1828-1834), até que se conseguiu a assinatura da convenção de ÉVORA-MONTE, em 27 de Maio de 1834, depois do termo às lutas, com o exílio definitivo de "DOM MIGUEL I". A "RAINHA DONA MARIA II" ficaria no trono enquanto seu pai continuaria como REGENTE. Porém "DOM PEDRO IV", morreria a 24 de Setembro de 1834.
MOUZINHO DA SILVEIRA (1780-1849) foi o Estadista português LIBERAL, sendo o grande REFORMADOR que redigiu as LEIS que tornaram possível a instauração do REGIME CONSTITUCIONAL.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL[ XI ]-A RUA DOM PEDRO V ( 1 )».

sábado, 25 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IX ]

«PRAÇA DOM PEDRO IV (VULGO ROSSIO) ( 2 )
 Praça Dom Pedro IV - (2008)  - Foto de APS  -  (A "PRAÇA DOM PEDRO IV" ao fundo o TEATRO NACIONAL DONA MARIA II, filha deste REI)      in    ARQUIVO/APS
 Praça Dom Pedro IV - ( 2008) Foto de APS   -  (A PRAÇA DOM PEDRO IV) o CONVENTO DO CARMO a espreitar no cimo, as "floristas" nas suas casas adaptadas ao negócio)   in     ARQUIVO/APS
 Praça Dom Pedro IV - ( 19--) Foto de José Chaves Cruz  -   (PRAÇA DOM PEDRO IV -Vulgo ROSSIO) no início do século XX, com o seu original "ONDULADO DO MAR" (ABRE EM TAMANHO GRANDEin    AML  
Praça Dom Pedro IV - (191-?) foto de Joshua Beneliel  -  ( Estabelecimento de ferragens "VIÚVA THIAGO DA SILVA, na "PRAÇA DOM PEDRO IV", esquina para a RUA DO AMPARO, actual freguesia de SANTA MARIA MAIOR) (ABRE EM TAMANHO GRANDEin   AML 

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IX ]

«PRAÇA DOM PEDRO IV (VULGO ROSSIO) ( 2 ) 

«DOM PEDRO IV» (1798-1834) foi o vigésimo oitavo "REI DE PORTUGAL" e o PRIMEIRO IMPERADOR DO BRASIL. Em 1818, casou no BRASIL com "DONA LEOPOLDINA" filha do IMPERADOR FRANCISCO DA ÁUSTRIA. Deste matrimónio teve sete filhos. E, viúvo em 1826, voltou a casar em 1829 - com DONA AMÉLIA DE BEAUHARNAIS - de quem virá a ter uma filha. Com a morte da AVÓ A RAINHA DONA MARIA I, ocorrida em 1816, fica DOM PEDRO a ser o herdeiro presuntivo do trono,enquanto seu pai deixa de ser o "Príncipe-Regente" e se torna REI.
Em 1821 quando "DOM JOÃO VI regressa a PORTUGAL, ficou "DOM PEDRO" como regente do BRASIL, tornada REINO desde 1815, esta antiga COLÓNIA. Vivia-se um período de agitação popular de inspiração LIBERAL. E "DOM PEDRO" ia considerando humilhantes para a sua regência as ordens que lhe chegavam de LISBOA, designadamente quando uma esquadra portuguesa foi ao RIO DE JANEIRO para o trazer de regresso a PORTUGAL em 1822.
Então o REGENTE DO REINO DO BRASIL não se limitou à recusa de embarcar para a LISBOA. - "FICO !", foi a palavra que a tradição histórica reteve da frase que DOM PEDRO terá  proferido enquanto, em 9 de Janeiro de 1822, "JOSÉ CLEMENTE PEREIRA" Presidente do SENADO da CÂMARA DO RIO DE JANEIRO, entregou a "DOM PEDRO" uma representação assinada por oito mil BRASILEIROS.
Então, a resposta de DOM PEDRO foi esta: "como é para bem de todos e felicidade geral da Nação, diga ao povo que fico". Tornando-se célebre , esse dia depois chamado do "FICO". Ele foi no dizer do historiador brasileiro "JOÃO RIBEIRO", "uma desobediência formal às CORTES PORTUGUESAS, uma aliança firmada com os brasileiros, e portanto palavra da próxima independência".
Entretanto as CORTES ordenaram ao príncipe que regressasse à EUROPA, "para viajar e aprimorar  a educação".
E uma frota de sete navios, sob o Comando do VICE-ALMIRANTE "FRANCISCO MAXIMIANO DE SOUSA", com tropas do Comando do CORONEL "ANTÓNIO JOAQUIM ROSADO", foi enviada ao RIO DE JANEIRO para repatriar o príncipe DOM PEDRO.
Vindo de "SÃO PAULO" recebeu os despachos de LISBOA quando regressava ao RIO DE JANEIRO, é, então que, nas margens do "RIO IPIRANGA", lançou o grito de "INDEPENDÊNCIA OU MORTE", em 7 de Setembro de 1822.
Assim, trinta anos depois da revolta que levou à execução do famoso ALFERES "TIRA DENTES" (21 de Abril de 1792), o BRASIL conseguiu a INDEPENDÊNCIA.
E, em 01 de Dezembro de 1822, foi DOM PEDRO proclamado " IMPERADOR E DEFENSOR PERPETUO DO BRASIL".
"DOM JOÃO VI" viria a reconhecer a INDEPENDÊNCIA DO BRASIL em 13 de Maio de 1825.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E  INFANTES DE PORTUGAL [ X ]«PRAÇA DOM PEDRO IV(VULGO ROSSIO) ( 3 )».

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VIII ]

«PRAÇA DOM PEDRO IV (VULGO ROSSIO)( 1 )»
 Praça Dom Pedro IV(Vulgo Rossio) - (1830)- Pintura  - (Esta retrato pintado por Simplício Rodrigues de Sá de "DOM PEDRO IV"-O Rei Soldado- primeiro do BRASIL, encontra-se no Museu Imperial de Petrópolis (BRASIL)  in  WIKIPÉDIA
 Praça Dom Pedro IV (Vulgo Rossio) - (início do século XX) Foto de autor não identificado ( A "PRAÇA DOM PEDRO IV" (VULGO ROSSIO) com o sei primeiro empedramento na forma de ondas do Rio Tejo - Litografia existente no MUSEU DA CIDADE)  in  RUAS DOS DIAS QUE VOAM
 Praça Dom Pedro IV (vulgo Rossio) - (2005)  -  Foto de APS  - A "PRAÇA DOM PEDRO IV"-Vulgo Rossio- o monumento a Dom Pedro no centro e o Teatro Nacional ao fundo)   in    ARQUIVO/APS
Praça Dom Pedro IV (Vulgo Rossio) - Foto de APS - (A parte sul da Praça Dom Pedro IV, no lado esquerdo a "TENDINHA" ao centro a "RUA DOS SAPATEIROS"(antiga RUA DO ARCO DO BANDEIRA)  in   ARQUIVO/APS


(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [VIII].

«PRAÇA DOM PEDRO IV-VULGO ROSSIO) ( 1 )»

A "PRAÇA DOM PEDRO IX" (VULGO ROSSIO) pertencia a duas freguesias, "SÃO NICOLAU" e "SANTA JUSTA", hoje pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia de «SANTA MARIA MAIOR».Esta PRAÇA fica entre as RUAS; da BETESGA, AUGUSTA, DOS SAPATEIROS.(antiga Rua do Arco do Bandeira), ÁUREA(Vulgo OURO), PRIMEIRO DE DEZEMBRO(antiga Rua do Príncipe), CALÇADA DO CARMO, PRAÇA DOM JOÃO DA CÂMARA(antigo LARGO CAMÕES), LARGO DE SÃO DOMINGOS e RUA DO AMPARO.
Em séculos passados apareceu uma designação de "ROSSIO", numa postura em que os "CORREGEDORES", "VEREADORES, "PROCURADORES" e os homens bons da cidade de LISBOA, proibindo o lançamento de esterco, terras e outras "bodeguices" no ROSSIO DA CIDADE.

No século XVIII o espaço já aparece denominado como "PRAÇA DO ROSSIO", até que há pouco mais de 180 anos, por DECRETO DO GOVERNO" de 08.11.1836, passou a designar-se "PRAÇA DE DOM PEDRO". Em 26.03.1971 um EDITAL MUNICIPAL alterou para «PRAÇA DOM PEDRO IV», retirando a preposição "de"  e acrescentando "IV".
"Diz-nos quem sabe... que existiam letreiros já ali afixados há longo tempo e ainda porque dessa forma melhor se identificava a figura histórica homenageada".
O nosso propósito é "neste episódio", destacar a pessoa REAL que o nome representa e não todos os pormenores do nosso "ROSSIO". Para isso já publicámos em 2009 de 14.06.2009[ I ] a 19 de Agosto de 2009 [ XX ] a "PRAÇA DOM PEDRO IV(ROSSIO) (Ver mais aqui.....), falámos dos rios que provinham do sítio de ANDALUZ e ARROIOS que vinham juntar-se no ROSSIO e finalizavam no RIO TEJO, seguindo o percurso da actual rua"ÁUREA" (vulgo RUA DO OURO"). Os rios foram sendo assoreados, a sua água secando perdendo assim a importância inicial, mas passando a terrenos inicialmente agrícolas, depois para construção de edifícios. No entanto ficou o PRAÇA DO ROSSIO onde o povo se reunia.
Numa das faces da "PRAÇA"  "DOM JOÃO II e DOM MANUEL I, mandaram erguer o "HOSPITAL REAL DE TODOS-OS-SANTOS" (Ver mais aqui...).
No aspecto físico, teve o "ROSSIO" algumas alterações significativas entre a reconstrução pombalina e os nossos dias, sendo talvez as mais notáveis na época, o desaparecimento de edifício da "INQUISIÇÃO" e a construção do "DONA MARIA II. Vem a propósito uma publicação recente no "CORREIO DA MANHÃ" de 28.06.2018 página 48. " Em causa estão as obras realizadas pela "SOC. IMOBILIÁRIA espanhola "MABELCAPITAL", da qual o tenista "RAFA NADAL" é o investidor. A "SOC," comprou o quarteirão do "ROSSIO" no passado mês de Fevereiro por 62 milhões de euros(...) O quarteirão é composto por quatro edifícios com uma área total de 12 mil metros quadrados, distribuídos por sete pisos".
Desaparecendo assim alguns estabelecimentos comerciais da nossa presença quotidiana, uns que ainda funcionavam; (caso da PASTELARIA SUIÇA), outros que os recordamos por naquele local terem existido.
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"PEDRO DE ALCÂNTARA FRANCISCO ANTÓNIO JOÃO CARDOSO XAVIER DE PAULO MIGUEL RAFAEL JOAQUIM JOSÉ GONZAGA PASCOAL SERAFIM DE BRAGANÇA E BOURBON",  nasceu em QUELUZ a 12.10.1798 e faleceu a 14.09.1834 também em QUELUZ. 2.º filho varão de DOM JOÃO VI e de sua esposa DONA CARLOTA JOAQUINA (o primogénito - DOM ANTÓNIO - morreria ainda criança, em 1801). Tendo a COROA PORTUGUESA fugido para o BRASIL a 29 de Novembro de 1807 das INVASÕES FRANCESAS, residiu entre 1807 e 1831."DOM PEDRO" durante a sua permanência no BRASIL,  não pode a sua educação ser muito esmerada, mas sabe-se que revelou para a música, fazendo estudos e compondo hinos.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL[ IX ]-PRAÇA DOM PEDRO IV(VULGO ROSSIO) ( 2 )»

sábado, 18 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VII ]

«AVENIDA DOM JOÃO II e a PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO»
 Avenida Dom João II - (2000) - foto de Luís Pavão  -  Torre de São Gabriel em construção, e Avenida Dom João II, no Parque das Nações)    in     AML 
 Avenida Dom João II  - (2002) -Foto de Andrés Lejona  - Entrada da Estação do Oriente e Avenida Dom João II, no PARQUE DAS NAÇÕES) (ABRE EM TAMANHO GRANDE in   AML 
 Praça do Príncipe Perfeito - (2007) Foto de Sérgio Dias  - (A "PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO" no PARQUE DAS NAÇÕES, início da AVENIDA DOM JOÃO II)  ( ABRE EM TAMANHO RAZOÁVEL)   in  TOPONÍMIA DE LISBOA
 Avenida Dom João II  -  (2017)  Foto de Sérgio Dias  -   (AVENIDA DOM JOÃO II no sentido Norte, na Freguesia do PARQUE DAS NAÇÕES)  in    TOPONÍMIA DE LISBOA
 Avenida Dom João II - (Época Quinhentista)- "Escola de Pintura Portuguesa " - (Dom João II, foi o 13.º REI de PORTUGAL e 4.º da SEGUNDA DINASTIA; reinou de 1481 a 1495)   in  WIKIPÉDIA
Avenida Dom João II - (09.09.1998) foto de Abílio Leitão - (Vista aérea do Recinto da EXPOR/98, tendo em primeiro plano a "AVENIDA DOM JOÃO II" e a "ALAMEDA DOS OCEANOS") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in     AML 

(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VII ]

«AVENIDA DOM JOÃO II E A  PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO»

A «AVENIDA DOM JOÃO II" e a "PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO" como "ao fim e ao cabo" é o Cognome de DOM JOÃO II, estão presentes com o seu Topónimo no "PARQUE DAS NAÇÕES".
A "EXPOSIÇÃO MUNDIAL DE LISBOA DE 1998" foi para nós portugueses um privilégio e uma honra em acolher e organizar a última exposição MUNDIAL, do SÉCULO e do MILÉNIO.
Esta exposição tinha como tema principal "OS OCEANOS - UM PATRIMÓNIO PARA O FUTURO". A localização da EXPOR/98, veio modernizar infraestruturas várias de saneamento, reabilitação do solo, criando novas residências no futuro, revitalizando as áreas ribeirinhas promovendo novos parques e jardins devolvendo ao povo uma parte de "LISBOA INDUSTRIAL", antiga e degradada, no agora chamado "PARQUE DAS NAÇÕES", veio introduzir na parte toponímica, normas ligados a grandes homens que estiveram envolvidos com os «DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES» ( e seus governantes), em séculos passados, bem como muitos nomes relacionados com os OCEANOS, das ESPECIARIAS, que transportavam para LISBOA.
A "AVENIDA DOM JOÃO II" (sendo a avenida mais comprida nesta freguesia) tem o seu início na "PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO" (Cognome deste REI),  e vem desembocar na "VIA DO ORIENTE". Esta AVENIDA composta por 4 ROTUNDAS, é atravessada por 10 artérias e são-lhe convergentes pelo lado "direito seis".
Com a requalificação urbana resultante da "EXPOR/98", a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, por EDITAL de 16 de Setembro de 2009 oficializou os topónimos  escolhidos pela organização do evento, que tinham representado as artérias durante o decorrer da "EXPOR/98" assim como se tornaram território administrativo do CONCELHO DE LISBOA, dando também o nome a uma FREGUESIA nova, que seria oficializada em 2012 como freguesia do «PARQUE DAS NAÇÕES».
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"DOM JOÃO II" nasceu em LISBOA (Paço das Alcáçovas) a 3 de Março de 1455 e faleceu em ALVOR a 25 de Outubro de 1495, filho de "DOM AFONSO V" de Portugal e de sua mulher DONA ISABEL, reinou de 1481 a 1495, tendo ficado conhecido na história pelo nome de "PRÍNCIPE PERFEITO". Em 1471 casou com sua prima direita "DONA LEONOR DE VISEU".
Foi regente do Reino durante as ausências de seu pai, quer  durante as conquistas por este feitas no NORTE DE ÁFRICA, quer durante as lutas que o "REI AFRICANO" travou para que sua sobrinha "DONA JOANA" ( a BELTRANEJA) ocupasse o trono de CASTELA ( o que não conseguiu). Esteve com DOM AFONSO V na conquista de ARZILA, em 1471, e também participou na batalha do TORO, em 1746. Ausente por largo tempo, na corte de LUÍS XI de FRANÇA, deixou DOM AFONSO V o governo de PORTUGAL entregue a seu filho. E, em 27 de Setembro de 1477, por expresso desejo de DOM AFONSO V de abdicar  desencantado, para se refugiar na RELIGIÃO, é aclamado REI, em SANTARÉM, DOM JOÃO II. Entretanto DOM AFONSO V regressa pouco tempo depois e o filho devolveu-lhe a coroa, embora "de facto". continuasse a governar o PAÍS, dedicando-lhe muito tempo especialmente à ORIENTAÇÃO DOS DESCOBRIMENTOS, com um sentido moderno da HISTÓRIA e da POLÍTICA. Protege as rotas marítimas , cria o "mare clausum" para impedir que estranhos se abeirassem das COSTAS DO GOLFO DA GUINÉ.
Pelo "TRATADO DE TOLEDO", firmado em 1480, divide o ATLÂNTICO com a ESPANHA, pelo paralelo das CANÁRIAS. Já REI de direito, após a morte de DOM AFONSO V ocorrida em 1481. Sem despotismo mas com firmeza, DOM JOÃO II afirma o "PODER REAL", face à abusiva prepotência de certas famílias nobres. Segue, pois, uma política de centralização do poder.
Quando COLOMBO chegou à AMÉRICA, logo DOM JOÃO II se preparou para, com uma frota comandada por DOM FRANCISCO DE ALMEIDA, fazer valer os direitos que a PORTUGAL advinham da celebração, em 1480, do já referido TRATADO DE TOLEDO. Os REIS CATÓLICOS entraram em negociações com o REI DE PORTUGAL, as quais conduziram ao célebre "TRATADO DAS TORDESILHAS", pelo qual se dividiu a TERRA em dois hemisférios - um de influência PORTUGUESA e outro de preponderância ESPANHOLA. Existiram autores que admitiram que DOM JOÃO II morreu possivelmente envenenado.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VIII ]-DOM PEDRO IV(ROSSIO)( 1 )». 

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VI ]

«RUA DOM DUARTE ( 2 )
 Rua dom Duarte - (2006) - Foto de APS  -  (Estátua de bronze com pedestal em pedra de DOM DUARTE "O Elequente", encontra-se na Praça Dom Duarte em VISEU. A obra foi executada por Álvaro de Brée, teve a sua inauguração em 1955)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   ARQUIVO/APS
 Rua Dom Duarte - ( entre 1497 e 1504) - Foto de Rui Pina  -  (ILUMINURA no tempo de D. MANUEL I - Crónica de El-Rei DOM DUARTE) (Representa um tipo de pintura decorativa aplicada às letras capitulares dos códices de pergaminhos Medievais( WIKI)   in   WIKIPÉDIA
 Rua Dom Duarte -  (1942)  -  ( Livro "LEAL CONSELHEIRO" de DOM DUARTE - Edição da Livraria Bertrand. Encadernação moderna em pele, títulos a ouro na lombada)   in   ELÉCTRICA LEILÕES 
 Rua Dom Duarte  - (195-)  Foto de Judah Benoliel   -   (A MOURARIA das demolições. Antigo troço final da RUA DOS FANQUEIROS,  - actual "RUA DOM DUARTE" - a entrada à direita era a Rua Silva Albuquerque já tapada, e ao fundo o início da RUA DA PALMA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in  AML 
Rua Dom Duarte - (1970) - Foto de Armando Maia Serôdio    -    ( Um dos lados do HOTEL MUNDIAL, virado para a Rua dom Duarte e seguimento da RUA DA PALMA)  in   AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VI ]

«RUA DOM DUARTE ( 2 ) »

A 15 de Agosto de 1433, dia seguinte ao falecimento de DOM JOÃO I, veio até DOM DUARTE o JUDEU MESTRE GUEDELHA, seu médico e astrólogo famoso, e pedi-lhe que adiasse a cerimónia de tomar o ceptro e entrar na real Sucessão, porquanto aquela hora e dia se lhe mostravam de ruins presságios, tanto para ele, rei, como para o PAÍS.
DOM DUARTE, porém, não concordou no adiamento. Em seguida reuniu CORTES em SANTARÉM, onde atendeu e desembarcou os capítulos (reclamações) e requerimentos das três ordens do ESTADO.

No seu curto reinado houve acontecimentos infelizes, como o desastre de TANGER a PESTE, que acabaria por também o vitimar em TOMAR.
DOM DUARTE convocou CORTES por cinco vezes
Promulgou a célebre "LEI MENTAL", com a qual procurou a restauração da FAZENDA DA COROA, e encarregou o jurista JOÃO MENDES, de coligir toda a legislação do REINO, trabalho de que resultariam as famosas "ORDENAÇÕES AFONSINAS".

No reinado de DOM DUARTE as navegações portuguesas ultrapassaram o CABO BOJADOR, com GIL EANES em 1434, e foram descobertas 100 léguas da COSTA AFRICANA.
Erudito, propenso à meditação, DOM DUARTE não só cultivou a poesia, mas também revelou esmerada formação humanitária. Deixou-nos uma valiosa colectânea de ensaios ético-religiosos e uma das mais belas prosas medievais num interessante manual filosófico de equitação.
A primeira destas obras será «O LEAL CONSELHEIRO» a segunda a famosa «ENSINANÇA DE BEM CAVALGAR TODA SELA» ( que não terminou motivado pelo seu falecimento 1438.
Estas obras têm mais que uma intenção didáctica, representam um propósito pedagógico e social amplo da sua época. Em contrapartida  "O LEAL CONSELHEIRO" é certamente mais moralista virado para as normas de conduta que os príncipes devem adoptar.
DOM DUARTE revelou-se homem de pensamento de tacto administrativo.
Do casamento de DOM DUARTE com D. LEONOR  nasceram nove filhos:
- 1 - DOM JOÃO, nasceu em LISBOA em Outubro de 1429 e faleceu antes da proclamação de seu pai. 
- 2 - DONA FILIPA, nasceu em SANTARÉM a 27.11.1430 e F. a 24.03.1439, com as primeiras ameaças de PESTE que assolou o REINO
- 3 - DOM AFONSO V - Sucedeu a seu pai no trono de PORTUGAL.
- 4 - DONA MARIA nasceu no SARDOAL a 07.12.1432 e F. no dia seguinte.
- 5 - DOM FERNANDO 2.º Duque de VISEU e 1.º DUQUE DE BEJA, nasceu em ALMEIRIM a 17.11.1433 e F. em SETÚBAL a 18.09.1470. Quando DOM AFONSO V ascendeu ao trono.
- 6 - DONA LEONOR, em 1434 (Casou com FREDERICO III, SACRO IMPÉRIO ROMANO-GERMÂNICO).
- 7 - DOM DUARTE, em 1435 (Faleceu no mesmo ano).
- 8 - DONA CATARINA, em 1436, faleceu jovem.
- 9 - DONA JOANA, em 1439 (Casou com HENRIQUE IV DE CASTELA, mãe de "JOANA A BELTRANEJA" ou EXCELENTE SENHORA. 

Os restos mortais destes dois Monarcas, DOM DUARTE e DONA LEONOR, estão em belos túmulos nas "CAPELAS IMPERFEITAS", do "MOSTEIRO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA",mais conhecido pelo "MOSTEIRO DA BATALHA", na vila da "BATALHA". 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VII ]-AVENIDA DOM JOÃO II E A PRAÇA DO PRÍNCIPE PERFEITO».

sábado, 11 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ V ]

«RUA DOM DUARTE ( 1 )»
 Rua Dom Duarte - (143_)  -  (Dom Duarte começou a governar ainda o pai era vivo, já em 1432, D. João I o associa à governação. Mas só em 1433 era aclamado Rei em Leiria)    in WIKIPÉDIA
 Rua Dom Duarte -  (2015)  - Foto de Rick Morais  -  (Brasão da Casa de Avis representando a 2.ª Dinastia dos Reis de Portugal)   in     WIKIPÉDIA
 Rua Dom Duarte - (2015)  - (A "RUA DE DOM DUARTE" começa na RUA DA PALMA e finda na Praça da Figueira. Este troço da Rua Dom Duarte, mais o lado nascente da Praça da Figueira, faziam parte da RUA DOS FANQUEIROS) in   TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Dom Duarte - (195-)  Foto de Judah Benoliel  -  (A MOURARIA a ser demolida. Antigo troço final da Rua dos Fanqueiros,   - actual RUA DOM DUARTE-a Rua da Palma ao fundo)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE in    AML
Rua Dom Duarte  - ( 1970 ) Foto de Armando Maia Serôdio  -  ( O HOTEL MUNDIAL na Rua Dom Duarte visto da Rua Barros Queiroz )   in     AML 


(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ V ]

«RUA DOM DUARTE ( 1 ) »


A "RUA DOM DUARTE" pertencia à freguesia de "SANTA JUSTA", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012 passou a pertencer à freguesia de «SANTA MARIA MAIOR». Tem início na "PRAÇA DA FIGUEIRA" 8-E e finda na "RUA DA PALMA" no número um.
Com as alterações urbanísticas em consequência dos desmantelamentos em 1949 do "MERCADO DA FIGUEIRA" a "RUA DOS FANQUEIROS", ficou mais curta, nascendo assim a "RUA DOM DUARTE pelo EDITAL de 28 de Agosto de 1950. Assim, na REUNIÃO DA COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA  registado na Acta Nº. 23  com a data de 3 de Novembro de 1949 e com visita ao ao local onde esteve instalado o "MERCADO DA FIGUEIRA" para se poder pronunciar acerca do Toponímia  do referido local, e das RUAS  circunvizinhas, a Comissão, depois de várias trocas de impressões, resolveu dar seu acordo às sugestões do Exmo. Vice-Presidente da Câmara, na reunião anterior. Além de outras alterações nas Ruas próximas, ao espaço que compreendia o "MERCADO DA FIGUEIRA" passe a denominar-se "PRAÇA DA FIGUEIRA", que a RUA DOS FANQUEIROS e dos CORREIROS terminem na "PRAÇA DA FIGUEIRA. O troço da "RUA DOS FANQUEIROS " compreendido entre a "PRAÇA DA FIGUEIRA" e a "RUA DA PALMA passe a ter a denominação de «RUA DOM DUARTE»
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Foi o décimo primeiro REI de PORTUGAL, DOM DUARTE, cognominado "O ELOQUENTE", homem de grande cultura e autor de vários escritos nasceu em VISEU a 31.10.1391 e faleceu em TOMAR a 09.09.1438, com 47 anos de idade de "PESTE".  Filho de DOM JOÃO I cognominado de "PRÍNCIPE DE BOA MEMÓRIA" e de "DONA FILIPA DE LENCASTRE", sendo o segundo REI DA SEGUNDA DINASTIA ( que teve o nome de "Joanina ou de Avis", por seu pai ter sido Mestre desta ORDEM MILITAR).

No ano de 1414 aquando dos preparativos para a expedição a CEUTA, não foi encarregado de nenhuma parte militar por lhe ser confiado o departamento de assunto de justiça e da fazenda ( que eram os negócios mais trabalhosos dos que ao soberano competiam) a fim de que o pai pudesse dedicar-se mais inteiramente aos assuntos relativos à empresa MARROQUINA. 
Metódico. aplicado, escrupuloso, exagerou os cuidados que os problemas lhe deveriam dar, a tal ponto que adoeceu. Participou depois da expedição, e no dia da conquista da PRAÇA, foi armado cavaleiro por "DOM JOÃO I".
A 22 de Setembro de 1428, DOM DUARTE casou com a INFANTA DONA LEONOR DE ARAGÃO, filha de "FERNANDO I" REI DE ARAGÃO" e das COROAS ARAGONESAS de 1412 até à sua morte.
Em 1955 foi inaugurado no "LARGO DA SÉ" em VISEU (seu local de nascimento). uma estátua de bronze, implantado em base de pedra, A obra foi executada pelo escultor "ÁLVARO DE BRÉE".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ VI ] RUA DOM DUARTE ( 2 )».

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ]

«RUA DOM DINIS ( 2 )»
 Rua Dom Dinis - (2012) . Postado por Manuel Cardoso  -  (DOM DINIS de Portugal a quem chamaram o Lavrador. Uma obra de Cristina Torrão editada pela ESQUILO)  in DOS MEUS LIVROS
 Rua Dom Dinis - (1968) - Foto de Augusto de Jesus Fernando - (Aspecto da "RUA DOM DINIS" nos anos sessenta em "CAMPO DE OURIQUE")   in  AML 
Rua Dom Dinis - (1970) - Foto de João Hermanes Cordeiro Goulart  -  ("VILA DOMINGUES" na RUA DOM DINIS, uma construção de 1875)   in   AML 


(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ]

«RUA DOM DINIS ( 2 )»

«DOM DINIS - REI DE PORTUGAL» apoiou os cavaleiros portugueses da "ORDEM DE SANTIAGO" a separarem-se do mestre Castelhano e manteve a "ORDEM DOS TEMPLÁRIOS", mudando-lhes o nome para «ORDEM DE CRISTO» mantendo-lhe todos os bens. Existiam nessa altura no Reino algumas lutas civis. Especialmente contra seu irmão "DOM AFONSO" e contra seu filho que temia ser afastado do trono por "AFONSO SANCHES.
"DOM DINIS" mandou reparar "burgos" (pequenas cidades) arruinadas e fundou outras tendo mandado construir mais 50 castelos. Foi, contudo, a agricultura o que mais o preocupou. Distribuiu as terras não honradas que estavam em poder das ORDENS RELIGIOSAS por todos os que as quisessem cultivar, aumentando o número de cultivadores e proprietários rurais.(mal comparado, seria uma espécie de "REFORMA AGRÁRIA" -a terra a quem a trabalha).
Entre  DOURO - e - MINHO dividiu as terras em casais; cada casal era propriedade Enfitêutica ( 1 ) um prazo pelo qual era devido um foro ou pensão à coroa, ao Município ou ao donatário como senhores directos; cada casal deu origem mais tarde a uma povoação. Em TRÁS-OS-MONTES as terras eram COMUNAIS, impedindo-se a apropriação individual. Na ESTREMADURA a forma de povoamento dominante foi a que teve base o "Imposto Predial da "JUGADA"( 2 )".
Mandou enxugar o "PAUL"(terra alagadiça; pântano; porção de água estagnada) de ULMAR, por conta da Coroa, para ser aplicado ao cultivo; e o de SALVATERRA DE MAGOS e VALADA.
Para a construção de casas, armazéns, bem como de navios para a frota, o REI precisa de boas madeiras. Manda por isso semear o extenso PINHAL DE LEIRIA, que infelizmente entre 15 e 15 de Outubro de 2017, foi consumido por um incêndio mais de 80% da sua área, que segundo os peritos afirmam terá sido planeado no mês anterior ao fogo, levando a Polícia Judiciária  a assumir que o incêndio tinha sido por mão criminosa.
DOM DINIS, mandou gravar moedas, o "bilhão" era a moeda NACIONAL, mas dinheiros dos Almorávidas - MORABITINOS VELHOS - circulavam a Norte do DOURO; a Sul e na ESTREMADURA corriam meios MORABITINOS AFONSINOS; as DOBRAS representavam o papel de moeda divisória, servindo para os grandes pagamentos. 
No primeiro quartel do século XIV o preço dos metais preciosos subiu na EUROPA. FERNÃO LOPES fala do velho ESCUDO e do FRANCO de ouro francês, correndo nos fins do século XIII e primeira metade do século XIV; ao lado destes, peças MUÇULMANAS e CASTELHANAS também de ouro e de prata; TORNESES (tornês s. m. antiga moeda de prata), dinheiros brancos CASTELHANOS, etc.; relativamente ao BILHÃO, os dinheiros NACIONAIS  aceitavam  a presença de peças negras, mas ele mantinha-se o mais forte.
Pelo que escreveu e pela protecção à instrução, deu "DOM DINIS" grande impulso à cultura NACIONAL.
Em 1286 é instituído o ensino de TEOLOGIA em LISBOA, onde em 1290, fundou um ESTUDO GERAL, no qual se deram as ARTES e, das disciplinas maiores, o DIREITO CIVIL e CANÓNICO e a  MEDICINA. Mandou traduzir obras importantes de HISTÓRIA e DIREITO. Chamou mestres-de-obras e imaginários de nomeada, começando a aparecer no seu tempo o ESTILO GÓTICO.
DOM DINIS era bastante inteligente sendo o continuador da gestão económica do reino. A Agricultura foi sem dúvida a que prendeu mais a sua atenção. Ele pretendeu ser o primeiro lavrador do país, dando nobilíssimo exemplo à fidalguia, que desprezava qualquer esforço que não fosse o da guerra. DOM DINIS divide as terras incultas em grupos de vinte e trinta casais, distribuindo cada um deles a uma família, em regime de propriedade "enfitêutica" (cada casal pagava um foro ou pensão à COROA).
DOM DINIS foi um grande mobilizador para a ocupação das frentes de reconquista (ALENTEJO e ALGARVE). Deu grande incentivo às FEIRAS E MERCADOS  e ainda do FORAIS. Foi um dos primeiros a adotar o PORTUGUÊS em vez do LATIM, na CHANCELARIA RÉGIA.

- 1 - ENFITÊUTICA - (Relativo a enfiteuse) (do Lat. emphytense «Gr. emphyteusis, enxerta, implantação), s.f. contrato pelo qual o dono de um prédio transfere para alguém o domínio útil do mesmo, mediante uma pensão anual chamada foro, aforamento, emprazamento. 
- 2 - JUGADA - (do Lat. Jugata) s. f. terra que uma junta de bois pode lavrar num dia; (ant.) tributo que incidia sobre terras lavradas. 

CURIOSIDADE

Existe uma iluminura do "LIVRO DE XADREZ" de DOM AFONSO X, O SÁBIO, REI DE LEÃO E CASTELA, e avô do REI de PORTUGAL DOM DINIS.
O gosto do XADREZ foi transmitido pelos ÁRABES aos EUROPEUS. [FONTE] :História de Portugal - O Rei Lavrador - Cood. de JOSÉ HERMANO SARAIVA - VOL. II-QUIDNOV-2003 - págs. 46 e 47).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ V ] -RUA DOM DUARTE ( 1 )». 

sábado, 4 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ III ]

«RUA DOM DINIS ( 1 )»
 Rua Dom Dinis - (Século XIII) - Postado na NET por Carlos Falch  - (DOM DINIS DE PORTUGAL e sua esposa DONA ISABEL DE ARAGÃO (a Rainha Santa)-"Voz do POVO: ISABEL DE ARAGÃO de ROSAS fazia PÃO". Retrato na Universidade de Coimbra-1297)   in  WIKIPÉDIA           
Rua Dom Dinis  -  (1970) - Foto de João Hermes Cordeiro Goulart  -  A RUA DOM DINIS, na antiga freguesia de "SANTA ISABEL")   in    AML 
Rua Dom Dinis - (1968) Foto de Augusto de Jesus Fernandes  -   (A "RUA DOM DINIS" na actual freguesia de "CAMPO DE OURIQUE" "antiga SANTA ISABEL")    in    AML  
Rua Dom Dinis  -  (1933) - Foto de Fernando Martinez Pozal   -  (Um antigo Marco Fontenário ou (FONTANÁRIO) a funcionar nessa época na RUA DOM DINIS)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE in   AML 

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ III ]

«RUA DOM DINIS ( 1 )»

A "RUA DOM DINIS" pertencia à freguesia de "SANTA ISABEL", com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia de «CAMPO DE OURIQUE».
A «RUA DOM DINIS» começa na "RUA DE SOL AO RATO" no número 9 e finda na "RUA SARAIVA DE CARVALHO no número 1. é uma artéria um pouco curta, tendo a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA lhe atribuído o nome por EDITAL de 19 de Novembro de 1923, colocando o seu Topónimo no "BAIRRO DE CAMPO DE OURIQUE". Mais ou menos no início da RUA do seu lado esquerdo (quem vem da RUA DO SOL AO RATO no actual número 19), ainda existe a "VILA DOMINGUES", uma vila datada de 1878, que abre em arco semicircular, de raio talvez maior do que seria necessário, possivelmente. para criar uma unidade mais equilibrada. No final desta RUA vem "tocar" sensivelmente a "RUA DA ARRÁBIDA" (Ver mais aqui...) em suave tranquilidade.

O REI DOM DINIS (1261-1325) 6.º REI DE PORTUGAL da PRIMEIRA DINASTIA. filho de DOM AFONSO III(1248-1274) e de DONA BEATRIZ DE CASTELA. Aclamado REI em LISBOA a 9 de Outubro de 1279, (após a morte de seu pai), reinou durante 46 anos, tendo-se mostrado inteligente e inovador. 
Em 24 de Abril de 1281 é realizado o casamento de DOM DINIS com DONA ISABEL (a RAINHA SANTA) (1274-1336), filha de DOM PEDRO III REI DE ARAGÃO. Desta união nasceu o futuro e 7.º REI DE PORTUGAL "DOM AFONSO IV" (1291-1357) que contraiu matrimónio com "DONA BEATRIZ DE CASTELA"(1293-1359); e sua filha "DONA CONSTÂNCIA"(1290-1313) que casou com "DOM FERNANDO IV DE CASTELA".
No reinado do pai de DOM DINIS, (DOM AFONSO III, marca o triunfo da monarquia apoiada nas forças populares contra o poder dos NOBRES, volta-se à política de DOM AFONSO II). Cortes, Leis, Inquirições (1250). 
DOM DINIS na lide dos "ALFAIATES" peleja ao lado do REI "CONCELHOS DE TODA A TERRA".
LISBOA escala da Navegação entre os portos do NORTE DA EUROPA e do MEDITERRÂNEO, torna-se a primeira cidade do país e aquela em que o REI permanece mais tempo. Na  Administração e na política domina a influência dos juristas que estudaram direito ROMANO e que defendam o fortalecimento da autoridade REAL. DOM DINIS terá sido o primeiro REI a nascer em LISBOA.
DOM DINIS em 1282 reforçou o poder real, e estabeleceu, que as apelações de quaisquer juízes só podiam fazer-se junto da Corte e, em 1283, revogou as doações que fizeram anteriormente.Todas as usurpações foram condenadas em 1290.
Na altura em que DOM DINIS subiu ao trono, a coroa portuguesa estava em luta com a SANTA SÉ, em virtude de usurpações de propriedades reais pelo Clero, tendo DOM DINIS chegado a acordo assinando uma CONCORDATA. Regularizou a amortização da propriedade, proibindo às ordens e ao Clero adquirirem bens de raiz.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ IV ] - RUA DOM DINIS ( 2 )».

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ II ]

«AVENIDA AFONSO III »
 Avenida Afonso III - (2006)  - Foto de APS    -  (A "AVENIDA AFONSO III" no seu  inicio, junto da ESTRADA DE CHELAS e RUA NELSON DE BARROS, na actual freguesia da "PENHA DE FRANÇA")   in    ARQUIVO/APS
 Avenida Afonso III  -  ( 2006) - Foto de APS   - (Convergência da "velhinha" "CALÇADA DAS LAJES" com a "AVENIDA AFONSO III". A casa que fazia esquina entre estas duas artérias, já tinha desaparecido)  in  ARQUIVO/APS
 Avenida Afonso III  - ( 1963-07)  Foto de Artur João Goulart  -  ("AVENIDA AFONSO III" o muro do lado esquerdo junto a casa do POSTO FISCAL)    in     AML 
Avenida Afonso III  -  (1954-04-15) - Foto de Fernando Martinez Pozal  - (A "AVENIDA AFONSO III" junto da casa do Posto Fiscal, na parede ao fundo em cima eram os quintais dos moradores da "QUINTA DO COXO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)     in    AML 
 Avenida Afonso III  -  (194 -) Foto de Eduardo Portugal  -  (A "AVENIDA AFONSO III" no seu início,  do lado direito a "ESTRADA DE CHELAS", no lado esquerdo o Muro da "QUINTA DO MANIQUE". A AVENIDA no sítio da sua maior inclinação)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
Avenida Afonso III  -  (Século XIII)  - (D. AFONSO III, de cognome "O BOLONHÊS", tem uma Avenida em LISBOA  que começa na Parada do Alto de São João e finda no inicio da Estrada de Chelas)  in   WIKIPÉDIA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ II ]

«AVENIDA AFONSO III»

A "AVENIDA AFONSO III" ( uma parte da antiga Estrada da Circunvalação de Lisboa), pertencia à freguesia de «SÃO JOÃO», com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia da "PENHA DE FRANÇA".
Esta artéria foi atribuída por DELIBERAÇÃO CAMARÁRIA em 13.07.1933 e pelo EDITAL de 18.07.1933;  a um troço da antiga ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO no prolongamento da RUA MORAIS SOARES, entre a PARADA DO ALTO DE SÃO JOÃO" e o inicio da "ESTRADA DE CHELAS.
Bem perto desta "AVENIDA"  e a "CALÇADA DAS LAJES" existe um «MONUMENTO»do século XVI.(Ver mais aqui...) trata-se do "BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA", imóvel de interesse público por Decreto Nº. 2-96, DR-56 de 6 de Março de 1996 (em 2008 bastante danificado). Junto dele uma Torre de vários pisos para habitação privada, o que tira um pouco de brilho ao BALUARTE. Construído entre 1652 e 1688, inseria-se numa linha de defesa da orla RIBEIRINHA DE LISBOA, com início na foz da RIBEIRA DE ALCÂNTARA e terminava na "CRUZ DA PEDRA", situado na antiga QUINTA DO MANIQUE,  tinha como função a defesa da parte ORIENTAL DA CIDADE DE LISBOA.

No ano de 1868 o REI DOM LUÍS autorizou a instalação de um CEMITÉRIO "JUDAICO"(Ver mais aqui.....), na antiga CALÇADA DAS LAJES (hoje parte da AVENIDA AFONSO III) onde ainda funciona
No final da "CALÇADA DAS LAJES e esquina com a "AVENIDA AFONSO III, existia uma
 pequena casa de dois pisos, "COR - DE - ROSA VELHO", (ver mais aqui....), funcionava ali um  dos POSTO FISCAIS da circunvalação da CIDADE decretada em 1852. Este posto depois de desactivado foi comprado pelo meu avô (paterno) onde residiu até ao terceiro quartel do século XX. Hoje já nada resta da Casa.
Segundo nos conta o mestre "LUÍS PASTOR DE MACEDO" no seu livro "LISBOA DE LÉS-A-LÉS volume IV (ver mais aqui...) "O CAMINHO DA QUINTA DOS APÓSTOLOS" desapareceu com a abertura desta "AVENIDA".

A AVENIDA homenageia o "REI" português nascido em COIMBRA (1210-1279), coroado em 1248 após a morte de seu irmão "DON SANCHO II", (embora já desde 1246 fosse "visitador", "curador" e defensor do Reino".
"DOM AFONSO III" segundo filho de " DOM AFONSO II" e de "DONA URRACA" este REI da PRIMEIRA DINASTIA, foi aquele que conquistou o "ALGARVE" em definitivo, no ano de 1249 e pela primeira vez convocou "CORTES" em que tomaram parte os procuradores dos CONCELHOS (LEIRIA 1254), sendo considerado mérito seu a consolidação administrativa do país.
O seu casamento, em 1238 com DONA MATILDE, CONDESSA DE BOLONHA, VIÚVA  DE FILIPE, "O CRESPO", elevou-se à dignidade de CONDE soberano, feudatário e vassalo de LUÍS IX, a quem acompanhou na guerra contra HENRIQUE III de INGLATERRA, distinguindo-se na batalha de SAINTES (1243). Discórdias com CASTELA que só terminaram com o casamento de DON AFONSO III com DONA BEATRIZ, filha ilegítima de AFONSO X, "O SÁBIO".  Só pelo tratado de BADAJOZ em 1267 foi estipulado que o RIO GUADIANA seria fronteira natural entre os dois países desde CAIA até ao mar.
Em 1258 procedeu a "INQUIRIÇÕES", que revelaram muitos abusos cometidos pela "NOBREZA" e pelo "CLERO".
Faleceu a 16 de Fevereiro de 1279, sendo sepultado no "MOSTEIRO DE ALCOBAÇA".
(não nos podemos esquecer que foi este REI que trouxe a "CAPITAL DO REINO" para LISBOA).


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL[ III ]-RUA DOM DINIS ( 1 ).