quarta-feira, 29 de abril de 2015

RUA DO BENFORMOSO [ II ]

«A RUA DO BENFORMOSO ( 2 )»
 Rua do Benformoso - (2015) -(Início da "RUA DO BENFORMOSO" na "RUA FERNANDES DA FONSECA" (antiga "CARREIRINHA DO SOCORRO"), podemos ver ainda a placa toponímica Tipo I com a inscrição na esquina da "CALÇADA DA MOURARIA") in GOOGLE  EARTH
 Rua do Benformoso - (2015) - (A "RUA DO DO BENFORMOSO" vista da "TRAVESSA DO BENFORMOSO" e mais à frente do lado esquerdo, um prédio com o número 244 a que nos vamos referir mais detalhadamente) in  GOOGLE  EARTH
 Rua do Benformoso - (2011) - Foto de Luís Pavão - (Edificação nova na "RUA DO BENFORMOSO" no século XXI)  (Abre em tamanho grande) in  AML
 Rua do Benfornoso ( 1950-11) Foto de Eduardo Portugal  (A "RUA DO BENFORMOSO" na década de cinquenta do século XX) (Abre em tamanho grande)  in  AML
 Rua do Benformoso - (1950-11) - Foto de Eduardo Portugal ( O início da "RUA DO BENFORMOSO" no lado direito a "CALÇADA DA MOURARIA" e para a esquerda início da "RUA FERNANDES DA FONSECA". O edifício à nossa esquerda em primeiro plano, foi demolido para dar lugar ao CENTRO COMERCIAL DA MOURARIA) (Abre em tamanho grande)  in AML
 Rua do Benformoso - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado - (Uma vista da "RUA DO BENFORMOSO" com suas casas características e seus moradores da época) (Abre em tamanho grande)  in   AML
Rua do Benformoso - (Entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado - (Um pormenor da "RUA DO BENFORMOSO", na sobre-loja uma casa de "Empréstimos sobre Penhores", em finais do século XIX início do século XX) (Abre em tamanho grande)  in   AML

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO BENFORMOSO [ II ]

«A RUA DO BENFORMOSO ( 2 )»

A «PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS" percorria um caminho longo até "SÃO ROQUE" no BAIRRO ALTO e regressava à GRAÇA. O percurso era pontuado por "PASSOS", uma espécie de oratórios onde se assinalavam os "PASSOS" da  "PAIXÃO DE CRISTO", como ainda hoje sucede com procissões deste tipo em todo o país.

Na "RUA DO BENFORMOSO" existia numa empena de um dos seus centenários prédios, descoberto há muitos anos um "PASSO" do BENFORMOSO, construído provavelmente em 1673, do qual veio certamente a descender e já esquecida designação corrompida de «PAÇO».
Terá sido a influência da "PROCISSÃO DOS PASSOS DA GRAÇA" que durou por muitas décadas, sendo só interrompida no ano do terramoto de 1755, voltando novamente a ser efectuada até ao ano de 1795, ano em que a PROCISSÃO voltou a subir a "RUA DOS CAVALEIROS", desaparecendo então o  "PASSO" da "RUA DO BENFORMOSO" mas ficando no mesmo local um oratório dedicado ao "SENHOR DOS MILAGRES", o qual existiu até 1826. Estando assim esclarecida a designação de "PAÇO" por "PASSOS", cujo fundamento aqui ficou demonstrado.

Desde 1587 que se realiza a "PROCISSÃO DO SENHOR DOS PASSOS DA GRAÇA", sendo uma comemoração católica de LISBOA pela QUARESMA. Anualmente estabelece-se assim o testemunho cultural de uma tradição de grande magnitude do povo de LISBOA e dos "ALFACINHAS".
A "RUA DO BENFORMOSO" era uma RUA muito importante na época, pois ligava-se " AS PORTAS DA MOURARIA"
A "PORTA DE S. VICENTE"( 1 ) ou "PORTA DA MOURARIA", depois mais conhecida como "ARCO DO MARQUÊS DE ALEGRETE" que se conservou até 1948, era uma das "PORTAS" da "CERCA FERNANDINA", mandada erguer nos finais do 3º. quartel do século XIV, para a defesa de LISBOA, pelo REI D. FERNANDO. Esta "PORTA DA MOURARIA" no sentido Leste-Oeste, entre a RUA FERNANDES DA FONSECA" e o "LARGO MARTIM MONIZ", no sentido Norte-Sul, remontava à construção primitiva da Cerca, e nela começava uma ESTRADA importante de comunicação com os arrabaldes do Norte da cidade, que seguia pelo fundo do vale formado pelos MONTES DE SANTA ANA, de um dos lados e da "GRAÇA", "S. GENS" e da  "PENHA DE FRANÇA" do lado fronteiro.
A "RUA DO BENFORMOSO" tratando-se de uma entrada de LISBOA, por onde vinham os fornecedores de viveres da zona saloia com destino ao abastecimento do antigo mercado da "PRAÇA DA FIGUEIRA", é natural que existissem nesta RUA lojas, armazéns e estalagens relacionadas com esse intenso tráfego.
Era também local de muitas fábricas de Cerâmica, pois a encosta era fértil em barro e temos um pouco mais acima na colina, a identificação que chega até nós como a "RUA DAS OLARIAS".
- ( 1 ) -A primitiva denominação da porta, datado, pelo menos do ano de 1404-O Archeologo Português, vol. V, 1900, pág. 262.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO BENFORMOSO [III]A RUA DO BENFORMOSO (3)» 

sábado, 25 de abril de 2015

RUA DO BENFORMOSO [ I ]

«A RUA DO BENFORMOSO ( 1 )»
 Rua do Benformoso - (2011) Foto de Luís Pavão - (um troço da RUA DO BENFORMOSO no sentido para Sul, podendo-se observar o prédio cor de rosa já alterado e seu apêndice mais antigo. Ao lado do Nº. 133 era a antiga entrada para o "BECO DO BENFORMOSO" agora com um portão de ferro) ( Abre em tamanho grande )  in  AML 
 Rua do Benformoso - (2007)  (Uma panorâmica da "MOURARIA" e em especial a RUA DO BENFORMOSO)  in  GOOGLE EARTH 
 Rua do Benformoso - (2007)  (uma panorâmica mais aproximada da RUA DO BENFORMOSO ) in   GOOGLE EARTH
 Rua do Benformoso - (2011-09-16) - Foto de Luís Pavão (Nas varandas a "Exposição todos 2011", na "RUA DO BENFORMOSO", uma iniciativa da C.M.L.)  ( Abre em tamanho grande ) in  AML
 Rua do Benformoso - (2015) (A parte Norte da RUA DO BENFORMOSO que termina no "LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE" - neste momento da foto, estava em obras - ao lado esquerdo a "TRAVESSA DO BENFORMOSO") in  GOOGLE EARTH
 Rua do Benformoso - (2015) - (Início da "RUA DO BENFORMOSO" parte Sul - quem vem da Rua da Mouraria, ao lado direito a "CALÇADA DA MOURARIA") in  GOOGLE EARTH
Rua do Benformoso - (1950) - Foto de Eduardo Portugal  - (A "RUA DO BENFORMOSO" com um lance de passeio com "Calçada à portuguesa") (Abre em tamanho grande) in   AML 

RUA DO BENFORMOSO [ I ]

«A RUA DO BENFORMOSO ( 1 )»

A «RUA DO BENFORMOSO» pertencia a três freguesias, actualmente ficou a pertencer a duas. Uma à antiga freguesia dos "ANJOS" que juntamente com a freguesia de "SÃO JORGE DE ARROIOS" e "PENA", passou a designar-se de «ARROIOS», dos números 191 e 278 em diante. à antiga freguesia de "SANTA JUSTA" os números 1 a 189 e à antiga freguesia do "SOCORRO" do número 2 a 276. Estas duas freguesias, juntamente com mais onze, ao abrigo da REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passaram a chamar-se freguesia de «SANTA MARIA MAIOR».
Começa na "RUA FERNANDES DA FONSECA" (antiga "CARREIRINHA DO SOCORRO) e finaliza no "LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE" (antigo LARGO DO INTENDENTE). Tem como convergente no lado esquerdo a "TRAVESSA DO BENFORMOSO" e existia no século passado o "BECO DO BENFORMOSO" que ficava junto do Nº. 133 (hoje um portão de ferro).
Por Edital do GOVERNO CIVIL DE LISBOA de 1 de Setembro de 1859, as "RUAS DO PAÇO DO BOM FORMOSO" e "DIREITA DOS ANJOS" (só a parte até ao "LARGO DO INTENDENTE" passaram a ter a designação única de "RUA DO BENFORMOSO". Ainda no século XVI, parte desta RUA era chamada pela "RUA DIREITA DA MOURARIA". O Edital de 1859 veio normalizar a artéria.

«CRISTÓVÃO RODRIGUES DE OLIVEIRA" no seu livro "LISBOA em 1551-SUMÁRIO", já referenciava na freguesia de "SANTA JUSTA" a "RUA DA MOURARIA", "RUA DO POÇO DO BORRATÉM", "RUA DOS CAVALEIROS" o "BECO DA BARBA LEDA" que tem entrada pela "RUA FERNANDES DA FONSECA", onde  inicia a "nossa" "RUA DO BENFORMOSO".
Esta curiosa artéria antiga que ainda liga a "RUA DA MOURARIA" ao  "LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE", agora com outro nome, de acordo com a tradição, esta designação será eventualmente uma corruptela da primitiva palavra  de «BOY FORMOSO».
Consta ter existido numa quinta por estes lados um boi que de tal maneira deslumbrante, que mesmo depois de morto, o sítio ficou conhecido como "BOY FORMOSO". Em finais do século XVIII, já com o nome alterado, tal como o "BECO DA BARBA  LEDA", passou a chamar-se "BECO DA BARBADELA", junto da "RUA FERNANDES DA FONSECA", num BECO que ainda hoje existe.
Esta artéria também foi chamada de "PAÇO DO BENFORMOSO", este "PAÇO" deveria representar "PASSOS", pois neste lugar nunca existiu nenhum "PAÇO" ou "PALÁCIO" mas sim, um PASSO - oratório - motivado pela passagem da PROCISSÃO DOS PASSOS DA GRAÇA.
Esta procissão teve vários percursos em determinadas épocas, embora os "PASSOS" ou "ESTAÇÕES" eram em numero de sete, sendo uma na "IGREJA DA GRAÇA", e outro dentro da "IGREJA DE SÃO ROQUE" e os restantes cinco no seu percurso, cujo um deles seria na "RUA DO BENFORMOSO", quando deixou de passar pela "RUA DOS CAVALEIROS, devido ao seu estreitamento na época.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO BENFORMOSO [ II ] A RUA DO BENFORMOSO (2)».

sexta-feira, 24 de abril de 2015

41º. ANIVERSÁRIO DO 25 DE ABRIL

25 DE ABRIL SEMPRE!!!!!!!!!!!!!!!




CARTAZES DO 25 DE ABRIL DE 1974

FRASES RELACIONADAS COM O 25 DE ABRIL

1 - O 25 de Abril devolveu a Democracia e a Liberdade ao povo português.

2 - O 25 de Abril foi uma revolução onde não existiu violência.

3 - Com o 25 de Abril passou a conhecer-se o significado da palavra liberdade.

4 - A revolução de 25 de Abril foi dirigida por um movimento militar das forças Armadas.

5 - Acabou a ditadura, viva a DEMOCRACIA.

SINOPSE DO PROGRAMA DO MOVIMENTO DAS FORÇAS ARMADAS

A) - MEDIDAS IMEDIATAS
   (...)
   2 - A Junta de Salvação Nacional decretará:
   (...)
e) - Medidas que permitam uma vigilância e um controle rigoroso de todas as operações económicas e financeiras com o estrangeiro.
   (...)
g) - A abolição da censura e exame prévio.
   (...)
j) - Medidas que conduzam ao combate eficaz contra a corrupção e especulações.

[FOTOS RETIRADAS DA INTERNET - Texto do LIVRO 25 de ABRIL (Documento) Coordenação dos jornalistas: Afonso Praça; Albertino Antunes; António Amorim; Cesário Borga e Fernando Cascais - Casa Viva Editora, Limitada - LISBOA - (Este documento acabou de ser elaborado em 16 de Maio de 1974).

E VIVA O 25 DE ABRIL...

quarta-feira, 22 de abril de 2015

RUA DA BICA DO SAPATO [ IV ]

«A REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO»
 Rua da Bica do Sapato - (2012) Foto de Paulo Gonçalves (A autora  BELA SILVA em 1966 desenhou num jogo de ironia, sapatos antigos, simbolizando não só o local da "BICA DO SAPATO", como da própria fábrica) (Abre em tamanho grande) in  VIAJAR E DESCOBRIR
 Rua da Bica do Sapato - (2011) Foto de Luís Y - (Terrina supostamente atribuída à Fábrica da Bica do Sapato)  in  VELHARIAS
 Rua da Bica do Sapato - (2011) Foto de Luís Y - (Travessa do final do século XVIII que tem a marca da "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO")  in  VELHARIAS
 Rua da Bica do Sapato - (1999) (Painel BICA DO SAPATO, entre a rampa da Calçada de Santa Apolónia e o antigo  Palácio Quaresma/Alvito. Azulejos policromos uma produção da fábrica de Cerâmica do Monsanto) in ARTE PÚBLICA
Rua da Bica do Sapato - (1939-09) Foto de Eduardo Portugal ( A "RUA DA BICA DO SAPATO" a casa do expedidor da CARRIS, e chafariz. No lado direito da "RUA DIOGO DO COUTO" estavam demolindo os prédios e começa a aparecer em cima o "PALÁCIO QUARESMA/ALVITO, onde mais tarde viria a ser colocado o painel alusivo à "BICA DO SAPATO") (Abre em tamanho grande)  in AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA BICA DO SAPATO [ IV ]

«A REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO»

No local da actual "RUA DA BICA DO SAPATO" existiu uma fábrica de faianças e azulejos da qual não parece restar nenhum vestígio físico.
Muito se tem especulado acerca da produção da fábrica que dura relativamente pouco tempo. Alguns pintores desta fábrica foram trabalhar para a FÁBRICA DE ESTREMOZ, provavelmente depois do período das invasões francesas, transportando consigo as técnicas, o cromatismo e as maneiras da "FÁBRICA DA BICA DO SAPATO" pelo que por vezes se confunda a produção das duas fábricas. No entanto, parece não ter havido uma produção de azulejos significativa em ESTREMOZ, que se dedicava preferencialmente às peças de faianças.
A única peça de faiança que se pode atribuir com absoluta segurança a esta fábrica é a travessa (que aqui reproduzimos em foto), com os dizeres "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO", em moldura oval central. Trata-se de uma travessa moldada, de aba canelada decorada com sanefas e festões pendentes.
No interior um anjinho segura um compasso deitado sobre uma construção em volutas e concheados muito decorada com flores, grinaldas e frutos em composição assimétrica. Todos ou quase todos os pigmentos usados na época foram distribuídos pela decoração da peça, que provavelmente seria uma espécie de amostra das capacidades de produção da fábrica.
Algumas peças não marcadas são atribuídas pelos ceramógrafos portugueses à "FÁBRICA DA BICA DO SAPATO", e actualmente, no  "CATÁLOGO DA EXPOSIÇÃO DE CERÂMICA NEOCLÁSSICA EM PORTUGAL são-lhes atribuídas com reserva cerca de 15 peças. Também se publica excerto da documentação  da "JUNTA DO COMÉRCIO, ARQUIVO HISTÓRICO DO MINISTÉRIO DAS FINANÇAS, que se refere ao seu processo de licenciamento. O texto assinado por JOAQUIM FERNANDO BANDEIRA e DOMINGOS VANDELLI, datado de 1801, refere o período de licenciamento da FÁBRICA DE LUÍS SOARES HENRIQUES, junto à "BICA DO SAPATO", na HORTA DAS FLORES, junto ao CAIS DO TOJO quase se estaria a construir. O local e as peças que foram mostradas parecem convenientes, no entanto, o texto revela uma nota negativa em relação ao mestre da fábrica JOAQUIM SIMPLICIANO FRANCO. O pedido de licenciamento já datava de 1796 e ao que parece existem peças que se podem datar de 1795, o que significa que a Fábrica trabalhou sem licenciamento durante algum tempo. A fábrica durou até cerca de 1820.
Do mesmo Catálogo fica provada a existência de uma outra fábrica na zona, a "FÁBRICA DA CALÇADA DOS CESTEIROS"  (a que já nos referimos), pela sua importância na produção de azulejaria de fachada e que se instalava no "PALÁCIO DA COVA" em 1832, nada tendo a ver com a produção nem com o local físico da "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO". Nada nos diz, não tenha efectivamente usado a antiga fábrica em determinado momento. No entanto, não usa o nome, nem as produções respectivas têm qualquer sentido de continuidade.
Sabe-se que a Fábrica produziu azulejos pela declaração de FRANCISCO PAULA E OLIVEIRA, publicada no catálogo citado e proveniente da mesma fonte, em que afirma ter ido pintar azulejos para a "FÁBRICA DA BICA DO SAPATO" quando a REAL FÁBRICA DO RATO" fechou em 1808, por motivos das INVASÕES FRANCESAS, tendo regressado ao RATO quando da RESTAURAÇÃO. No entanto, não é possível atribuir nenhum revestimento cerâmico a esta fábrica, apenas conjecturas que tenha fabricado azulejos, peças de muito mais fácil produção do que as peças moldadas que lhe são atribuídas, exigindo, no entanto, maiores conhecimentos de desenho por parte dos mestres pintores, na medida em que se trabalha à escala mural.
Curioso é o facto de o prato com a tabela «REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO», referido acima , mostrar na sua decoração uma ALEGORIA AO DESENHO como modo de expressar a capacidade dos pintores da FÁBRICA. [ FINAL ].

BIBLIOGRAFIA DA:
RUA DOS CAMINHOS DE FERRO E RUA DA BICA DO SAPATO

- ACTAS da Com. Municipal de Toponímia de Lisboa-1943-1974-CML-2000-LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em LISBOA - Livro XV-1993-LISBOA.
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA-FILIPE FOLQUE-(1856-1858)-CML-2000
- CAMINHO DO ORIENTE -Guia do Azulejo de Luísa Arruda-Liv.Horizonte-1998-LISBOA
- CAMINHO DO ORIENTE -GUIA HIST. I de JOSÉ SARMENTO DE MATOS e JORGE FERREIRA PAULO - LIVROS HORIZONTE - 1999 - LISBOA.
- CAMINHO DO ORIENTE -GUIA DO PATRIMÓNIO INDUSTRIAL de DEOLINDA FOLGADO e JORGE CUSTÓDIO - LIVROS HORIZONTE-1999-LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de FRANCISCO SANTANA e EDUARDO SUCENA -1994-SACAVÉM.
- LISBOA EM MOVIMENTO 1850-1920-Exposição no Pavilhão, Pátio e Jardim do Museu da Cidade- Campo Grande - 1994 - LISBOA.

INTERNET


(PRÓXIMO)«RUA DO BENFORMOSO [ I ] - A RUA DO BENFORMOSO ( 1 )»

sábado, 18 de abril de 2015

RUA DA BICA DO SAPATO [ III ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 3 )»
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (A convergência da "RUA DIOGO DO COUTO" com a "RUA DA BICA DO SAPATO" no sítio em que outrora existia um chafariz, temos hoje um Quiosque) in GOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (2014) (Final da "RUA DA BICA DO SAPATO" vista da "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" ao nosso lado esquerdo o início da "CALÇADA DO CARDEAL" que liga com a "CALÇADA DOS CESTEIROS")  in  GOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (Um troço da "RUA DA BICA DO SAPATO" com as suas novas construções, e na direita as instalações da Estação de Santa Apolónia)  in  GOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (Anos 50 do século XX) Foto gentilmente cedida pelo amigo GRACIOSO residente em França) (Mais uma foto do antigo LAVADOURO da "BICA DO SAPATO" que ficava na parte de trás do chafariz)  in  GRACIOSO
Rua da Bica do Sapato - (1951) Foto de Eduardo Portugal (O chafariz da BICA DO SAPATO na parte de trás o LAVADOURO com entrada pela "RUA DIOGO DO COUTO") (Abre em tamanho grande)  in  AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA BICA DO SAPATO [ III ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 3 )»

PALÁCIO QUARESMA/ALVITO
A partir da segunda metade do século XVIII o PALÁCIO DE SANTA APOLÓNIA conheceu vários arrendatários.
Depois de um prolongado afastamento da propriedade de SANTA APOLÓNIA, os Marqueses-Barões regressam em 1824. No oratório, o 3.º MARQUÊS, D. JOSÉ, casou sua filha, D. HENRIQUETA, com o filho do 2.º MARQUÊS DE BORBA, casal que aqui viveu e baptizou quatro filhos até 1828.
O MARQUÊS, já viúvo voltou em 1831.
D. HENRIQUETA POLICARPO LOBO SILVEIRA QUARESMA, herdou a CASA DO ALVITO.
Os constantes apertos financeiros foram forçados a vender o seu CASTELO/SOLAR no ALVITO ao Rei D. LUÍS. As dificuldades financeiras continuaram e a inevitável venda de propriedades rústicas e a casa foram  realizadas. 
Por várias vezes o MARQUÊS viu-se obrigado a hipotecar a casa de SANTA APOLÓNIA. A última foi em 1868, como segurança de um empréstimo  da COMPANHIA GERAL DE CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS. A venda da propriedade concretizou-se em 22 de Junho de 1875.
Por essa altura o PALÁCIO era composto de um pátio de entrada, que tem o Nº. 25, pátio de madeira, três pavimentos ( r/c, 1.º e 2.º andar), cocheira, cavalariça, palheiro e quintais, um dos quais com um poço.
O comprador da propriedade foi JOSÉ PEREIRA PALHA BLANCO, fazendo-lhe grandes obras.
Em 5 de Setembro de 1876 a Câmara aprovou a alteração num projecto, já aprovado em Fevereiro, para um prédio agora em via de construção na "RUA DA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA"; tratava-se de um projecto para o gradeamento junto ao prédio em construção, em substituição ao já aprovado pelas Obras Públicas, em 20.09.1875.
Também em 1876, em Fevereiro, o proprietário apresentou um requerimento à CÂMARA propondo uma vistoria, com o fim da propriedade continuar a ter a antiga serventia para a «RUA DA BICA DO SAPATO».
No verão de 1915 ainda estava a propriedade na posse do mesmo senhor, decorrendo então pequenas obras no edifício.
A propriedade foi vendida em 1989 pertencendo então a vários herdeiros, netos e bisnetos do antigo proprietário.
Após grandes obras de adaptação, encontrava-se ali instalado o "OBSERVATÓRIO EUROPEU DA DROGA E DA TOXICODEPENDÊNCIA" agora em novas instalações na nova PRAÇA DA EUROPA ao CAIS DO SODRÉ
Hoje (2015) o  antigo PALÁCIO QUARESMA/ALVITO está para venda.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ IV ]-A REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO». 

quarta-feira, 15 de abril de 2015

RUA DA BICA DO SAPATO [ II ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )»
 Rua da Bica do Sapato (1942) Foto de Eduardo Portugal - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" junto dos Caminhos-de-ferro)  (Abre em tamanho grande) in AML 
 Rua da Bica do Sapato - (anos 50 do século XX) Foto gentilmente cedida pelo amigo GRACIOSO residente em França) ( A entrada para o antigo "LAVADOURO PÚBLICO" na RUA DIOGO DO COUTO, esquina com a "RUA DA BICA DO SAPATO", hoje desaparecido) in   GRACIOSO
 Rua da Bica do Sapato - (1979-06-17) (A "RUA DA BICA DO SAPATO" no lado esquerdo o sitio de embarque e desembarque de mercadorias da CP. Um eléctrico da carreira Nº 16, na altura POÇO DO BISPO/ALGÉS)  in  ELECTRICOS
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" ao lado direito na foto as instalações da ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA, e no lado esquerdo novas construções) in  GOOGLE EARTH
 Rua da Bica do Sapato - (2014) - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" no lado esquerdo com novos edifícios e o lado direito com o muro de CP.)  in  GOOGLE EARTH
Rua da Bica do Sapato - (2014) - (Palácio de QUARESMA-ALVITO renovado. Fachada principal com entrada pela "RUA DA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA", com traseiras para a rampa onde está a representação do "PAINEL DA BICA DO SAPATO")  in  IMÓVEIS - MILUTA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DA BICA DO SAPATO [ II ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )»

A «RUA DA BICA DO SAPATO» ou vulgo "CAMINHOS DE FERRO" era em meados do século XX um sítio com características definidas. No seu lado esquerdo de quem desce a  "CALÇADA DE SANTA APOLÓNIA" apresenta um muro seguido de telheiro que pertencem à "CP" para cargas e descargas do seu movimento. (Penso que hoje já não é feito neste lado).
Outra das curiosidades deste sítio eram as cheias constantes nos "CAMINHOS DE FERRO". A rua tinha um desnível acentuado e recebia as águas da chuva do "VALE DE SANTO ANTÓNIO" e ainda da "CALÇADA DOS BARBADINHOS" via "CALÇADA DE SANTA APOLÓNIA". Sendo que nos anos quarenta e metade dos anos cinquenta do século passado era muito frequente acontecer esta situação.
Na "RUA DA BICA DO SAPATO" a chapa da Carris "CAMINHOS DE FERRO" era um términos da Carris com a chapa Nº 16, e chegou durante muitos anos a ser iniciada nesta localidade com destino a BELÉM. Mais tarde passou a ser formada em XABREGAS.
No "BECO DO CARVOEIRO", assim chamado por existir ali instaladas muitas carvoarias.
Essas casas foram mais tarde derribadas e substituídas por um barracão inestético que, no âmbito do programa "CAMINHO DO ORIENTE", foi transformado em logradouro público, com um painel cerâmico alusivo à memória local da «BICA DO SAPATO" e mantendo-se a estrutura da respectiva rampa original.

PALÁCIO QUARESMA/ALVITO

Conta "JÚLIO CASTILHO" que o rei D. SEBASTIÃO passando certo dia na praia se referiu ao edifício do PALÁCIO, então em construção, exclamando: " Alta vai aquela Quaresma!". O trocadilho do monarca jogava com a alusão à posição no calendário das festas móveis e à crescente fortuna de MANUEL QUARESMA BARRETO, seu homem de confiança, Vedor da Fazenda (1576) e do CONSELHO DE ESTADO, construtor do edifício.

MANUEL QUARESMA acompanhou o REI a GUADALUPE e a ÁFRICA e morreu em ALCÁCER QUIBIR, juntamente com seu filho.
Do casamento com D. FILIPA PESSANHA ficaram duas filhas. A primeira casou com um CONDE CASTELHANO e a segunda, D. BÁRBARA, herdou a casa e o morgado, casando com D. RODRIGO LOBO, 5º BARÃO DE ALVITO.
Integrou-se assim, a propriedade de SANTA APOLÓNIA na CASA DE ALVITO, onde permaneceu até finais do século XIX.
Nos séculos XVII e XVIII  as casas de SANTA APOLÓNIA constituíam residência secundária para a família, andando geralmente arrendadas.Os Barões do ALVITO viviam sobretudo no seu Palácio à BOAVISTA, no ainda hoje chamado "LARGO DO CONDE BARÃO", proveniente também da herança  dos QUARESMAS. 

(CONTINUA) - (PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ III ] .A RUA DA BICA DO SAPATO ( 3 )».

sábado, 11 de abril de 2015

RUA DA BICA DO SAPATO [ I ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO  ( 1 )
 Rua da Bica do Sapato - (1939-09) Foto de Eduardo Portugal (Desenho do antigo chafariz Nº 21 da "BICA DO SAPATO" em 1851, da autoria de LUÍS GONZAGA PEREIRA (Abre em tamanho grande)  in  AML
 Rua da Bica do Sapato - (Anos cinquenta do século passado) (Foto gentilmente cedida pelo amigo GRACIOSO, residente em FRANÇA)- (O velho "LAVADOURO PÚBLICO" da "Bica do Sapato", hoje já nada resto desta antiguidade)  in  GRACIOSO
 Rua da Bica do Sapato - (1951) Foto de Eduardo Portugal (O chafariz da "RUA DA BICA DO SAPATO" próximo do lavadouro público, da Cabine dos TLP e a casinha do Expedidor da Carris) (Abre em tamanho grande)  in  AML
 Rua da Bica do Sapato - (1953-10--19) Foto de Fernando Martins Pozal (Marco fontanário em pedra com bebedouro, que existia na "RUA DA BICA DO SAPATO", ao fundo da RUA DIOGO DO COUTO à nossa direita, podemos ainda ver um típico "carro" de assador de castanhas da época) (Abre em tamanho grande)  in  AML
Rua da Bica do Sapato (2014) - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" sensivelmente no espaço onde existia o fontanário, está agora um Quiosque, no antigo espaço do Lavadouro Público está possivelmente um sistema de respiradores de alguma ETAR e recolha de resíduos urbanos) in GOOGLE EARTH

RUA DA BICA DO SAPATO [ I ]

«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 1 )»

A «RUA DA BICA DO SAPATO» pertencia a duas freguesias. À antiga freguesia de "SANTA ENGRÁCIA" os números ímpares e do número 2 a 28. À freguesia de "SÃO VICENTE DE FORA" do número 30 em diante. Com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA EM 2012, passou a designar-se freguesia de «SÃO VICENTE», englobando ainda a freguesia da "GRAÇA".

Esta artéria tem início na "CALÇADA DE SANTA APOLÓNIA" no número 36 e finaliza na "RUA DOS CAMINHOS DE FERROS", junto da "CALÇADA DO CARDEAL" e perto da "CALÇADA DOS CESTEIROS", no número um.
Já em 1856 aquando do levantamento do "ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA" de FILIPE FOLQUE, já esta artéria era assinalada como "BICA DO SAPATO".
Sabe-se que nesta zona sob "SANTA CLARA", outrora ocupado por serrações e fábricas de metalurgia, existiam também algumas Olarias, e entre as mais destacadas terá sido a "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO"
Em 1919 a "RUA DIOGO DO COUTO" veio ligar o "VALE DE SANTO ANTÓNIO" à artéria da linha dos eléctricos valorizando esta realização.
O nome da "RUA DA BICA DO SAPATO" provém da existência de uma bica ou fonte datada de 1674.
No ano de 1853 foi substituída por um outro chafariz, do qual temos uma foto do desenho da autoria de "LUÍS GONZAGA PEREIRA", onde está a "imagem de uma caravela", um tanque com duas saídas de água, assinalado com o "Nº 21 CHAFARIZ DO ÇAPATO", que veio também a desaparecer.
No século XX (conforme se pode ver na foto) existiu um chafariz de alvenaria constituído por um tanque redondo (possivelmente para dar de beber aos animais) e agarrado ao fontanário (também de pedra) com uma torneira para o tanque grande e outra na parte de trás para satisfazer as necessidades da população, tendo na parte inferior um pequeno tanque, possivelmente para suporte do vasilhame. Deste chafariz já não existem vestígios.
Na parte posterior do antigo chafariz (do século XX), existiu um "LAVADOURO PÚBLICO" (do qual  temos algumas fotos), com entrada pela "RUA DIOGO DO COUTO", também foi desmantelado para dar lugar a uma urbanização, bem como quase toda a zona envolvente; a casa do expedidor da carris, as casas vizinhas, tudo se foi em nome do progresso.

No antigo "BECO DOS CARVOEIROS", rampa de acesso para o "PALÁCIO QUARESMA/ALVITO, (com entrada pela RUA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA), declive recuperado no âmbito do programa "CAMINHO DO ORIENTE", com arranjo da responsabilidade dos serviços da C.M.L., sob a orientação do Arquitecto MARQUES DOS SANTOS, e decorado com um painel de azulejos oferecido pela fábrica "MONSANTO", alusivo à antiga toponímia da "BICA DO SAPATO" da autoria de BELA SILVA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ II ] A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )».

quarta-feira, 8 de abril de 2015

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ X ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA (5)»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" esquina com o antigo "LARGO DE SANTA APOLÓNIA" e parte da fachada da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" in  GOOGLE EARTH 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014) Foto de Ricardo Martins (Grupo Amigos de Lisboa) - (Uma vista panorâmica da ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA, possivelmente obtida da parte de cima de um navio, que periodicamente visitam LISBOA)  in  RICARDO MARTINS - FACEBOOK
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1994) Foto de Filipe Jorge ( A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" vista do lado Nascente) in  LISBOA VISTA DO CÉU 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1950-04-15) Foto de autor não identificado (Fotografia aérea da zona de SANTA APOLÓNIA e obras de abertura da Av. Infante Don Henrique, uma das maiores Avenidas de Lisboa, atravessando oito freguesias) (Abre em tamanho grande) in  AML 
Rua dos Caminhos de Ferro - (249 - Data da sua morte em Alexandria . Egipto)(Quadro pintado por Francisco de Zurbarán - (A Virgem Mártir "SANTA APOLÓNIA" padroeira dos "DENTISTAS")  in  RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ X ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHO DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA (5)»

Só  depois de 1890 (com a abertura da ESTAÇÃO CENTRAL DO ROSSIO), existiu uma diminuição na importância da «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA», embora a partir de 1956 o seu significado na vida da empresa afirma-se, com o alargamento da área da «GRANDE LISBOA», sem as correspondentes mutações da linha de circulação interna, actualmente com troços fechados ao transito.


A construção de mais um piso veio alterar a escala equilibrada da ESTAÇÃO, contribuindo para a sua falta de graciosidade, apesar da linguagem funcional que sempre apresentou.

A «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" - tal como outros cais ferroviários - foi e é um local de acontecimentos, espaços de partidas e chegadas, de mudanças de vida e quotidiano, de momentos altos da vida do país, de viagens e sucessos.
Conhecer a «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA» é também acompanhar a história dessa efemérides ou então das normalidades estatísticas, que marcam a regra ou a excepção dos gráficos dos movimentos económicos e sociais.
Nos últimos anos, a «ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA» readquiriu as funções de uma ESTAÇÃO CENTRAL, face à diminuição do significado ferroviário da «ESTAÇÃO DO ROSSIO».
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A SANTA APOLÓNIA

A SANTA APOLÓNIA fez parte de um grupo de virgens mártires que padeceram em ALEXANDRIA, no EGIPTO, durante um levante local contra o "Cristianismo" antes da perseguição de DÉCIO.   De acordo com a lenda, durante sua tortura teve todos os seus dentes violentamente arrancados ou quebrados. Por essa razão, é popularmente considerada como a "PADROEIRA DOS DENTISTAS" e daqueles que sofrem de dor de dentes ou outros problemas dentais.
A "SANTA APOLÓNIA" tem na mão esquerda uma palma e na direita uma tenaz ou turquês com o dente, atribuído ao seu martírio. 
A data do seu nascimento é desconhecida mas a da sua morte ocorreu no ano de 249 em ALEXANDRIA, é venerada por duas IGREJAS - A IGREJA CATÓLICA e a IGREJA ORTODOXA COPTA. [Fonte Wikipédia].
[ FINAL DA RUA DOS CAMINHOS DE FERRO, A SUA BIBLIOGRAFIA SERÁ PUBLICADA CONJUNTAMENTE COM A RUA DA BICA DO SAPATO]


(PRÓXIMO)-«RUA DA BICA DO SAPATO [ I ] A RUA DA BICA DO SAPATO(1)»
                                  

sábado, 4 de abril de 2015

RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IX ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHOS DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 4 )»
 Rua dos Caminhos de Ferro - (2014)  (A "RUA DOS CAMINHOS DE FERRO" no sentido para Oriente, tendo no seu lado direito a "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA"  in  GOOGLE EARTH
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1872) - (Um desenho da ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA no lado Sul/Nascente, quando o Rio ainda banhava a sua muralha. (Publicado in Diário Ilustrado Ano I, Nº 62 de 31 de Agosto de 1872)  in  CAMINHO DO ORIENTE 
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1940) Foto de autor não identificado (A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" na década de quarenta do século vinte)  in  RECORDAR O PASSADO
 Rua dos Caminhos de Ferro - (1940) Foto de Eduardo Portugal ( A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" já com os dois pisos superiores nos anos quarenta, embora ainda não existisse a AVENIDA INFANTA DON HENRIQUE) (Abre em tamanho Grande)  in  AML 
Rua dos Caminhos de Ferro - (1993) Foto de Filipe Jorge (A "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" vista do seu lado Sul e Poente)  in  LISBOA VISTA DO CÉU

(CONTINUAÇÃO) - RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ IX ]

«A ESTAÇÃO DE CAMINHO DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 4 )»

Do ponto de vista funcional a orgânica interna da "ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA" modificou-se ao longo das diferentes etapas da história dos CAMINHOS-DE-FERRO em PORTUGAL, sendo curioso observar as mutações ocorridas na estrutura organizativa da empresa responsável pela linha e modo de funcionamento da ESTAÇÃO. No entanto, para além dos serviços específicos respeitantes ao funcionamento ferroviário, a estação foi preparada para receber as diversas repartições e departamentos da empresa e as habitações dos chefes das linhas e da estação. 
Desde o início teve um "bufete", depois transformado em restaurante.

Nos primeiros tempos a fachada virada ao TEJO serviu de cocheiras das carruagens reais, salões e reservados. 
Inicialmente tinha apenas quatro vias de serviço. Com a ampliação da ESTAÇÃO passou a dispor de sete vias, para os diversos tipos de funções.
Tornaram-se bastante conhecidas as "Oficinas Gerais de Santa Apolónia".

A 6 de Abril de 1908, uma portaria aprova um projecto de ampliação do edifício ferroviário, demonstrando-se finalmente a exiguidade do plano inicial perante o aumento de tráfego.
As mudanças ocorridas à introdução de novos meios de locomoção ferroviária, sobretudo, antes da celebração do "1º CENTENÁRIO DA ESTAÇÃO DE SANTA APOLÓNIA", marcando uma nova fase da sua existência.
No entanto, nos anos 50 do século XX, toda a gare em ferro foi removida e substituída por uma de betão, facto que veio desvalorizar as suas características e estilo.
Reconheça-se que as obras revelam pouca ousadia de projecto, sobretudo do ponto de vista arquitectónico, em comparação com outros casos ferroviários europeus.
As suas linhas são sóbrias, procurando esconder as ousadias dos engenheiros por detrás da fachada clássica e materiais de construção nobres, como a pedra dos cunhais, das sacadas, dos entablamentos, das ombreiras e linteis, enfim das pilastras divisórias dos diversos corpos dos edifícios.
O vestíbulo, como noutras importantes estações portuguesas, não recebeu na altura grande tratamento artístico. 
Optou-se por uma solução construtiva prática e funcional, sem relevo decorativo.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DOS CAMINHOS DE FERRO [ X ]-A ESTAÇÃO DO CAMINHO DE FERRO DE SANTA APOLÓNIA ( 5 )».