sábado, 28 de janeiro de 2012

RUA AUGUSTA [ VII ]

RUA AUGUSTA - s/d (Catálogo de apresentação das renovadas instalações da "PARCERIA A. M. PEREIRA, Lda." na "RUA AUGUSTA" Números 44-54) in ALMOCREVE DAS PETAS Rua Augusta - (1943) - (Autor da capa não identificado) (Frontispício do livro "MEMÓRIAS DA LINHA DE CASCAIS" de "BRANCA DE GONTA COLAÇO" e "MARIA ARCHER" editado pela "PARCERIA ANTÓNIO MARIA PEREIRA" na "RUA AUGUSTA") in RUA BRANCA DE GONTA COLAÇO [ II ] Rua Augusta - (1930) - (Obra de "BRANCA DE GONTA COLAÇO" editada na "PARCERIA A.M.PEREIRA" na "RUA AUGUSTA") in RUAS DE LISBOA Rua Augusta - (Século XIX) -Fotógrafo não identificado ("António Maria Pereira" 1º fundador da «LIVRARIA A.M.PEREIRA EDITORA» «RUA AUGUSTA» Nº 188 no ano de 1848) in THECA LIBRARIA

(CONTINUAÇÃO) - RUA AUGUSTA [ VII ]

«PARCERIA A. M. PEREIRA ( 1 )»

A «LIVRARIA A. M. PEREIRA» (mais tarde Parceria) fundada por «ANTÓNIO MARIA PEREIRA» em 1848, é considerada a mais antiga casa editora portuguesa.

«ANTÓNIO MARIA PEREIRA» tinha o ofício de livreiro e encadernador, este desconhecido de 23 anos de idade que foi aprendiz do ofício na «CASA DOS VINTE E QUATRO» (Corporação extinta em 7 de Maio de 1834 por D. Pedro), depois caixeiro da «CASA MARQUES», começa a partir do dia 18 de Agosto de 1848, quando se instala na «RUA AUGUSTA» no número 188. Conseguiu tornar a sua loja na mais importante de LISBOA, tendo editado não apenas o que o público da época apreciava (comédias, farsas, dramalhões e até livros religiosos), como também, destacados e grandes escritores da época como: «JÚLIO CÉSAR MACHADO» e «CAMILO CASTELO BRANCO» com quem manteve assídua correspondência que começou na «CADEIA DA RELAÇÃO» no PORTO onde se encontrava detido, por crime de adultério.

A primeira obra editada foi o romance histórico «O MESTRE DE CALATRAVA» de «AIRES PINTO DE SOUSA E MENEZES» (numa edição de 300 exemplares que custavam 7$200 réis). Foi, também, o editor de «O MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA» obra atribuída a «EÇA e RAMALHO» sendo o primeiro romance policial português. E nunca mais pararam as edições que se sucederam ao longo dos anos.

No ano de 1880 sucedeu ao pai na administração da Livraria o segundo «ANTÓNIO MARIA PEREIRA». Pessoa de raras qualidades humanas e intelectuais. «EÇA DE QUEIROZ» considera-o mesmo "um homem de letras" pois também escrevia com pseudónimo, nas publicações da época. Editou os maiores escritores: «CAMILO» (de que reuniu uma obra vastíssima), «MARTINS «EÇA», «PINHEIRO CHAGAS», «RAMALHO ORTIGÃO», «OLIVEIRA» entre outros.

Morreu jovem, não tendo completado muitos dos seus projectos editoriais, mesmo assim, conseguiu que a LIVRARIA fosse a mais importante e prestigiada do país.

É reconhecido e considerado o maior editor português do século XIX.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA AUGUSTA [ VIII ] - PARCERIA A.M.PEREIRA (2)»


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

RUA AUGUSTA [ VI ]

Rua Augusta - (2007) (Fotógrafo não identificado) (Hotel Internacional, início da RUA AUGUSTA e a "LOJA DAS MEIAS" ainda a funcionar, mas seria o último ano neste local) in SKYSCRAPERCITY
Rua Augusta - (2010) Foto de Lampião) (A antiga "LOJA DAS MEIAS" hoje "United Colors of Benetton") in SKYSCRAPERCITY
Rua Augusta - (2008) - Foto de CARLOSO (Internacional Hotel de Lisboa na RUA AUGUSTA com entrada pela Rua da Betesga, 3, a "LOJA DAS MEIAS" já tinha fechado ao público neste local) in PANORAMIO
Rua Augusta - (1961) Foto de Armando Serôdio (Hotel Internacional esquina para a RUA AUGUSTA e "LOJA DAS MEIAS" com esquina para o ROSSIO) in AFML
Rua Augusta - (anos 50 do século XX) Fotógrafo não identificado (A "LOJA DAS MEIAS" na esquina da RUA AUGUSTA esquina com o ROSSIO) in XANALICIOUS
Rua Augusta - (anos 40 do século XX) Fotógrafo não identificado (A "LOJA DAS MEIAS" já com alteração na fachada) in MODA E MERCADO
Rua Augusta - (1917) - Fotógrafo não identificado ( A "LOJA DAS MEIAS" na RUA AUGUSTA quase no seu primitivo aspecto) in O BLOG DA RUA

(CONTINUAÇÃO) - RUA AUGUSTA [ VI ]

«A LOJA DAS MEIAS»

A «LOJA DAS MEIAS» instalada na «RUA AUGUSTA» números 291 a 295, esquina para a «PRAÇA D. PEDRO IV (Vulgo ROSSIO» nos números 1 a 3, em 1846 era uma «LOJA DE MODA» e pertencia a «JOAQUIM ANTÓNIO VIEIRA». No ano de 1903 era herdada por quatro empregados, dos quais um abandonou o estabelecimento e dois entretanto tinham falecido. Ficava apenas um como proprietário de nome «FRANCISCO PEDRO RODRIGUES DA COSTA». Dedicado ao negócio de meias e espartilhos é no ano de 1905, que a loja sofre algumas intervenções de fundo no seu aspecto.
Mas no anos de 1925 o espaço da «LOJA DAS MEIAS» é ampliado com a ocupação do andar superior, introduzindo-lhe um elevador e rasgando as montras do 1º piso com vistas panorâmicas tanto para a «RUA AUGUSTA», como para o «ROSSIO». Foi também adoptado nesse ano a originalidade de conceito de montras temáticas.
Na década de 30, realizaram-se obras de modernização luxuosa com projecto de «RAUL LINO» e colaboração de artistas plásticos mais famosos na época. São remodeladas as fachadas exteriores, ampliada a loja e criadas novas secções. Antes de finalizar a década de 30, com o aparecimento da 2ª Guerra Mundial, LISBOA é visitada por variadíssimas personalidades, algumas das quais ficaram clientes desta casa.
No anos de 1960 a «LOJA DAS MEIAS» sempre atenta à dinâmica da história, soube aproveitar a prosperidade da época e faz a sua grande remodelação, com projecto do arquitecto «CARLOS TOJAL», com a colaboração do artista plástico "QUERUBIM LAPA".
Na «LOJA DAS MEIAS» a partir das obras de modernização e ampliação do espaço, dá-se um grande desenvolvimento comercial, nomeadamente na "Secção de Perfumaria" onde representava as mais conceituadas marcas internacionais e, ao gosto dos clientes portugueses.
Com a expansão da cidade de LISBOA, surgem novas zonas comerciais e em 1971, abre na «RUA CASTILHO» um Centro Comercial moderno, dinâmico e servido de estacionamento próprio. É nesta filosofia de servir bem o cliente que a «LOJA DAS MEIAS» abre o seu segundo estabelecimento.
Aparece o 25 de Abril de 1974, a alteração dos hábitos dos consumidores sofrem uma substancial mudança de mentalidades. É nesse momento que a maior parte do material consumido na loja, passou a ser produzido em Portugal, dando assim, grande impulso à Industria Nacional, e nomeadamente a fábricas de confecção e acessórios de moda.
Em 1981 a «LOJA DAS ,MEIAS» abre a sua 3ª loja no «CENTRO COMERCIAL DAS AMOREIRAS» ou «AMOREIRAS SHOPPING CENTER», projecto dirigido pelo Arquitecto «CARLOS TOJAL».
Numa pequena moradia dos anos 40 era aberta no ano de 1995 uma nova loja, no «CENTRO HISTÓRICO DE CASCAIS». Foi responsável pela obra de restauro e adaptação da moradia, o Arquitecto «FRANCIS LEON».
Ao longo dos anos todas as "LOJAS DAS MEIAS" continuaram a sofrer alterações e remodelações, que ajudaram a manter os estabelecimentos acolhedores e sofisticados.
No ano de 2007 é encerrado o primeiro estabelecimento que funcionava na «RUA AUGUSTA» à mais de um século, no entanto são mantidas as instalações no «CENTRO COMERCIAL DAS AMOREIRAS», «CENTRO COMERCIAL CASTIL» e na "VILA DE CASCAIS", deixando na «RUA AUGUSTA» um vazio do seu grande nome, nesta zona histórica da «BAIXA POMBALINA»

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA AUGUSTA [ VII ]-PARCERIA A.M.PEREIRA ( 1 )»


sábado, 21 de janeiro de 2012

RUA AUGUSTA [ V ]

Rua Augusta - (2011) - (Autor da fotografia não identificado) (Embora exista uma rua no Brasil com o mesmo nome "RUA AUGUSTA", nesta foto não resta dúvida tratar-se da portuguesa, ao fundo podemos ainda ver uma parte do "Teatro Nacional D. Maria II" e o "ROSSIO") (Um trecho da "RUA AUGUSTA" à noite) in ESPAÇO TURISMO
Rua Augusta - (1949) (Anúncio da loja de artigos de utilidades domésticas e ferragens de"HORÁCIO ALVES, Lda." instalada na "RUA AUGUSTA" nos números 43 a 51 in ALMANAQUE SERÕES 1949
Rua Augusta - (1944) Fotografo não identificado ("A DIPLOMATA", "OLD ENGLAND", "ALFAIATARIA JOÃO B. CARNEIRO" e "CASA AFRICANA" eram lojas bastante concorridas na "RUA AUGUSTA" na década de 40 do século passado) in RUAS DOS DIAS QUE VOAM
Rua Augusta, 195 e 197 - (início do século XX) Foto de Joshua Benoliel (A "Camisaria PITTA" na "RUA AUGUSTA" no início do século XX) in AFML
Rua Augusta, 109 - (190_) Foto de Joshua Benoliel (A loja "Old England" na "Rua Augusta") in AFML
Rua Augusta - (1919) Foto de Joshua Benoliel (A "Nova Sapataria da Moda" na "RUA AUGUSTA" esquina com a "Rua de S. Nicolau" in AFML
Rua Augusta - (1885) -(Gravura retratada por Eduardo Portugal em 1942) ("Alfaiataria J. Nunes Correia & Cª." situada na RUA AUGUSTA no século XIX) in AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUA AUGUSTA [ V ]

«A RUA AUGUSTA ( 5 )»

Na "BAIXA POMBALINA" temos observado o perder constante do seu papel não só de espaço de passeio como de zona comercial, desde finais do século passado. Neste momento, com algumas excepções, assistimos a uma desactivação no comércio local.
A «RUA AUGUSTA» sempre foi uma rua de montras bonitas e de salutar comércio. Pela situação económica que Portugal atravessa neste momento, muitas lojas têm fechado nesta artéria e outras procuram novos mercados noutros locais.

Vamos tentar relembrar algumas lojas de comércio que habitaram na «RUA AUGUSTA», umas do século passado, outras que conseguiram vencer e chegar até ao século XXI. Possivelmente algum nome relevante poderá eventualmente falhar e atraiçoar a nossa memória, para isso, pedimos a vossa compreensão.
ALGUM COMÉRCIO DA «RUA AUGUSTA» EM VÁRIAS ÉPOCAS:
«A DIPLOMATA»(Camisaria no nº 79) - «A. LEMOS»(Alfaiates e Mercadores nos números 113 a 115) - «A. RIBEIRO DA COSTA»( Nºs. 245 a 247) - «ALFAIATARIA J. NUNES CORREIA & Cª.» - «ALFAIATARIA JOÃO B. CARNEIRO, Lda.»(Alfaiates de Senhoras nos números 213 a 215) - «ALFAIATARIA ROSADO E. PIRES»(Nºs. 154 a 156) - «CAMISARIA FÉNIX»(Nºs. 125 a 127) - «CAMISARIA PITTA»(Nºs. 195 a 197) - «CASA AFRICANA» - «CASA MACÁRIO»(No nº. 272) - «CASA PENIM»(Rendas, Sedas, Lãs e Algodão, nos números 184 a 186) - «HORÁCIO ALVES, Lda.»(Casa de artigos de utilidade doméstica e ferragens nos números 43 a 51) - «LOJA DAS MEIAS» (Nºs. 291 a 295) - «LOJA LOUIS VUITTON»(Nº 196) - «LONDRES SALÃO»(Lãs, Sedas e Algodões Nºs. 277 a 279) - «MEIA DE VIDRO»(Meias e Malhas interiores no nº 158) - «NOVA SAPATARIA DA MODA» - «OLD ENGLAND»(Nº 109) - «PERFUMARIA BENAMOR»(Nº 200) - «PERFUMARIA ZINÁLIA»(Nº 180) - «SAPATARIA CHARLES» - «SAPATARIA LISBONENSE» (Nos nºs. 202 a 204.

A «RUA AUGUSTA» DEVOLVIDA AOS PEÕES
Artéria nobre da cidade a «RUA AUGUSTA» foi encerrada oficialmente ao transito de veículos no dia 28 de Julho de 1984, dando assim cumprimento ao projecto de reordenamento do transito na «BAIXA POMBALINA». Esta medida, que surge na sequência de aprofundados estudos entre técnicos da CML e da CARRIS, iniciados em 1982 e se insere num plano global de recuperação da zona histórica da cidade, permitiu afectar uma grande área para circulação de peões, criando, por outro lado, as condições necessárias à sua futura transformação num grande centro de estar e convívio para a população com a implantação de esplanadas e quiosques.
No âmbito deste plano, procedeu-se ao alargamento dos passeios e foram encerradas ao transito outras artérias, permitindo assim o estabelecimento de circuitos correntes e integrados, conduzindo ao aumento da velocidade de circulação dos transportes públicos.
(CONTINUA) - (PRÓXIMA) - «RUA AUGUSTA [ VI ] - A LOJA DAS MEIAS».


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

RUA AUGUSTA [ IV ]

Rua Augusta - (2010) Foto de Lampião (O Hotel Duas Nações na "RUA AUGUSTA" esquina com a "RUA DA VITÓRIA") in SKYSCRAPERCITY
Rua Augusta - (2011) (HOTEL INTERNACIONAL, na esquina da "RUA AUGUSTA" com a "RUA DA BETESGA") in GOOGLE EARTH
Rua Augusta - (2010) (Panorâmica da Baixa Pombalina parte sul, na parte central encontramos a "RUA AUGUSTA") in GOOGLE EARTH
Rua Augusta - (1964) Fotografo não identificado (Medalhão de bronze, representando o logótipo do BNU, inspirado na obra do escultor "Leopoldo de Almeida", numa das esquinas da "RUA AUGUSTA") in BANCO NACIONAL ULTRAMARINO
Rua Augusta - (1963) Foto de Armando Serôdio (A "RUA AUGUSTA" nos anos 60 do século passado in AFML
Rua Augusta - (1890) Foto de Louis Levy (A "RUA AUGUSTA" ainda com os carros "chora" na última década do século XIX) (Colecção de Eduardo Portugal) in PROVAS ORIGINAIS 1858-1910.

(CONTINUAÇÃO)

RUA AUGUSTA [ IV ]

«A RUA AUGUSTA ( 4 )»

A «RUA AUGUSTA» (hoje a principal rua pedonal de LISBOA), onde diariamente por ela circulam centenas de turistas estrangeiros e nacionais, entre esplanadas, artesãos, vendedores ambulantes, música de rua e homens estátua, numa magnífica "CALÇADA PORTUGUESA" que já foi via de acesso onde circulavam os "choras", muito antes do aparecimento da C.C.F.L..

Existem ainda duas unidades hoteleiras com suas janelas e varandas viradas para a "RUA AUGUSTA". A primeira, o «HOTEL INTERNACIONAL» (hoje "INTERNACIONAL DESIGN HOTEL LISBOA") instalado num edifício projectado pelo arquitecto «J.C.P. FERREIRA DA COSTA» em 1909, cuja entrada é feita pela «RUA DA BETESGA» número 3.
O «HOTEL INTERNACIONAL» era propriedade de «FRANCISCO F. GONÇALVES Júnior & Cª. (Irmãos), inaugurado provavelmente no ano de 1914, sabendo-se (por fotos) que em 1911 ainda não existia neste edifício. Existiu ainda uma antiga unidade hoteleira neste mesmo local, o «HOTEL CAMÕES», antecessor do «HOTEL INTERNACIONAL».

A segunda é o «HOTEL DUAS NAÇÕES» fundado em 1875, com entrada pela «RUA DA VITÓRIA» número 41 de janelas e varandas viradas para a «RUA AUGUSTA». Num anúncio publicado no "ALMANAQUE-GUIA de TURISMO de 1946", o «GRANDE HOTEL DUAS NAÇÕES» anunciava que estava situado no centro da cidade, tinha água corrente quente e fria em todos os quartos e casas de banho em todos os andares. Possuía cozinha excelente a preços módicos. Existia caixa de correio e elevador. Também se falavam três línguas: alemão inglês e espanhol.
A «Companhia I.B.M. Portuguesa», bastante conhecida hoje nos meios informáticos, estava instalada em 1955 na «RUA AUGUSTA» no número 27, com a sua representação de "Máquinas de Contabilidade" e "Máquinas de Escrever Eléctricas". A «Companhia de Seguros Tranquilidade» fundada em 1871 no Porto, estava no ano de 1955 na «RUA AUGUSTA» nos números 39 a 41. No ano de 2011 completou 140 anos de existência. Actualmente está instalada na «AVENIDA DA LIBERDADE», 242.
O sector bancário desde muito cedo procurou instalar-se também nesta rua, "Casas de Câmbios", "Bancos" que mais tarde foram incorporados ou adquiridos por outros Bancos. O ano de 1864 foi fértil na criação de instituições financeiras. Nesse mesmo ano foi celebrada a escritura de constituição da sociedade designada por: «COMPANHIA GERAL DO CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS», com sede na «RUA AUGUSTA», 233 a 241 (desde o ano de 1925). Depois de nacionalizada em 1974 no ano de 1992 através de uma "oferta pública de venda", foi privatizada sendo o seu adquirente o «BANCO TOTTA & AÇORES».
Também esteve instalada a sebe do «BANCO NACIONAL ULTRAMARINO» fundado em 16 de Maio de 1864 e assimilado em 2001 pela «CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS».
O «BANCO INDUSTRIAL PORTUGUÊS» que se iniciou em 1920, teve uma vida curta devido à sua falência em 1924, sendo incorporado no «BANCO PINTO & SOTTO MAYOR» no ano de 1925.
Não podia deixar de assinalar um episódio interessante de «JOSÉ MARIA DO ESPÍRITO SANTO e SILVA», "um cambista que chegou a banqueiro". No ano de 1880 abre uma "Casa de Câmbios" na «RUA AUGUSTA» números 11 e 15 com esquina para a «RUA NOVA D'EL-REI» (actual "RUA DO COMÉRCIO"), tendo os seus herdeiros em 1920 constituído o «BANCO ESPÍRITO SANTO».
É notório que por estas paragens da «RUA AUGUSTA» ainda exista o "poder financeiro", representado não só pelo "BPI", "BES", "SANTANDER", "Millennium-BCP" e seria também a "CGD" se não tivesse alienado as instalações do "BNU" à CML.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA AUGUSTA [ V ] - A RUA AUGUSTA ( 5 )»

sábado, 14 de janeiro de 2012

RUA AUGUSTA [ III ]

Rua Augusta - (2005) - Foto de APS (Rua Augusta e a sua "CALÇADA PORTUGUESA" in ARQUIVO/APS
Rua Augusta - (Anos 50 do século XX) (Anúncio da "CASA AFRICANA" in RUA DOS DIAS QUE VOAM
Rua Augusta - (1947) - Foto de Judah (Comemorações do VIII centenário da tomada de Lisboa aos Mouros- 1147 - Cortejo Histórico) in AFML
Rua Augusta - (194_) - Foto de Amadeu Ferrari (Rua Augusta vendo-se à direita o reclame da "CASA AFRICANA") in AFML
Rua Augusta - (192_) (Foto de Alfredo Mota) (A "CASA AFRICANA" na "RUA AUGUSTA" esquina com a "RUA DA VITÓRIA" no anos 20 do século passado) in FLICKR
Rua Augusta - (1911) Foto de António Novais (A "RUA AUGUSTA" enfeitada por ocasião do 1º Aniversário da República) in AFML

(CONTINUAÇÃO)

RUA AUGUSTA [ III ]

«A RUA AUGUSTA ( 3 )»

Diz-nos «THOMÁS MANN(1875-1955)» nas suas "Confissões de FÉLIX KRULL" (1895), que «MARIA JOÃO JANEIRO» transcreve no seu livro «LISBOA HISTÓRIAS e MEMÓRIAS», referente a esta artéria.
"Subi a «RUA AUGUSTA», uma rua muito frequentada por peões e veículos, até uma praça que o porteiro do hotel me tinha recomendado como uma das mais importantes da cidade, a «PRAÇA DOM PEDRO IV» que, na boca do povo, toma o nome de «ROSSIO». Para entendimento da minha descrição acrescentarei que LISBOA está encaixada entre colinas, por vezes bastante altas, por onde sobem as casas brancas dos bairros de habitação mais elevados, à direita e à esquerda das ruas rectilíneas da cidade nova. (...) Eu senti um prazer em olhar à minha volta para a população dessa rua bastante frequentada, esses indivíduos de cabelos negros, olhos vivos e móveis, com as mãos que, através dos seus gestos meridionais, reproduziam os seus discursos, e fiz um ponto de honra em entrar em contacto pessoal com ele. Embora conhecesse o nome da Praça para a qual me dirigia, informei-me algumas vezes junto dos transeuntes ou dos habitantes - crianças, mulheres, burgueses e marinheiros - com o único fim de observar o seu rosto, a sua mímica e de escutar a sua linguagem estranha e o timbre da sua voz, muitas vezes de uma rouquidão um pouco exótica".

«FERNANDO PESSOA» e a sua ligação a esta artéria.
A «RUA AUGUSTA» fez parte da vida de «FERNANDO PESSOA». Tendo trabalhado no número 228-1º andar na firma "E. DIAS SERRAS, LDA.", dedicada a «IMPORTAÇÃO e REPRESENTAÇÃO», mais conhecida na época por «CASA SERRAS». Sabe-se que «FERNANDO PESSOA» terá trabalhado nesta morada durante praticamente um ano, entre 1934 e 1935. Num diário de 1913 terá referido que nesta mesma «RUA AUGUSTA» no número 75-2º ficava o escritório da firma «MARTINS LAVADO».

«CASA AFRICANA»
No lado poente da «RUA AUGUSTA» com esquina para a «RUA DA VITÓRIA», existiu a famosa «CASA AFRICANA» celebrizada pelo seu ícone de marca, no painel da fachada do estabelecimento, onde era visível a identificação da loja, pela conseguida imagem do «PRETO DA CASA AFRICANA» que transportava os pacotes aos clientes. Uma casa de tradição, um estabelecimento comercial de renome que se perdeu na Baixa Pombalina.
Fundada no ano de 1856 numa loja quase fronteira com o «HOTEL DUAS NAÇÕES», por «LOURENÇO RUMINA & AZEVEDO». Mais tarde, quando esta firma entrou em falência, o administrador da massa falida «MANUEL FERREIRA DA CRUZ», tomou conta da casa.
No ano de 1909 a «CASA AFRICANA» é transferida para este prédio onde a conhecíamos, era pertença de «D. MARIA EUGÉNIA PIMENTEL». Ocupando de início apenas as lojas, logo teve necessidade de se alargar e até elevando sucessivamente as suas instalações, chegando mesmo a possuir quatro andares. A «CASA AFRICANA» encerrou as suas portas em finais dos anos 90 do século passado.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA AUGUSTA [ IV ] -A RUA AUGUSTA ( 4 )»

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

RUA AUGUSTA [ II ]

Rua Augusta - (Depois de 1984) - Fotógrafo não identificado (A "RUA AUGUSTA" já sem carros) in PURA TERYLENE VIRGEM
Rua Augusta - (Depois de 1984) - A "RUA AUGUSTA" antes de ter a "calçada á portuguesa" mas já funcionando como rua pedonal) in AFML
Rua Augusta - (antes de 1984) - (A "RUA AUGUSTA" antes do seu encerramento ao transito de veículos) in AFML
Rua Augusta - (1960) -Foto de Arnaldo Madureira (Iluminações de Natal na "RUA AUGUSTA" vendo-se o movimento de transito ascendente nessa rua, hoje pedonal) in AFML
Rua Augusta - (1914) - Foto de Joshua Benoliel (RUA AUGUSTA na parte Norte junto ao "ROSSIO" esquina para a "RUA DA BETESGA") in AFML

(CONTINUAÇÃO)

RUA AUGUSTA [ II ]

«A RUA AUGUSTA ( 2 )
A «RUA AUGUSTA» é uma das principais ruas da "Baixa Pombalina" e talvez o mais importante centro de ligação entre a «PRAÇA DO COMÉRCIO» e a «PRAÇA D. PEDRO IV» (vulgo ROSSIO).
Quando pretendemos analisar a variação dos preços nos edifícios pombalinos, encontramos dois sistemas bem definidos no século XIX. O primeiro, característico da «RUA AUGUSTA», é inversamente proporcional à altura do andar. Em média, o dinheiro de uma loja chegava e sobrava para arrendar três águas furtadas e quase dava para dois terceiros andares. Mais de metade das lojas eram alugadas por quantias iguais ou superiores a 100$000 (cem mil réis) e aproximadamente um terço ultrapassava a fasquia dos 120$000 (cento e vinte mil réis) ano.
Com esta importância era então fácil alugar uma casa nobre em qualquer zona de LISBOA.
O segundo sistema de preços surgia nas ruas: «RUA ÁUREA»(rua do Ouro); «RUA BELA DA RAINHA» (hoje rua da Prata); «RUA DOS DOURADORES»; «RUA DOS SAPATEIROS»; «RUA NOVA DA PRINCESA»(hoje rua dos Fanqueiros) e «CALÇADA DO CARMO», onde o primeiro andar era o piso mais caro e as águas furtadas e as lojas eram os espaços mais acessíveis em termos de valor.
Assim, na «RUA AUGUSTA», as rendas das lojas eram inflacionadas, sinal de uma função comercial distinta na época.
Quem, no ano de 1780 se dirigisse do «ROSSIO» para a «PRAÇA DO COMÉRCIO» pela «RUA AUGUSTA» poderia contar do lado direito daquela via vinte edifícios e do lado esquerdo vinte e sete. Com 123 lojas abertas, a «RUA AUGUSTA» possuía então um colorido característico dos panos de lã ou seda, expostos nas montras e portas dos seus estabelecimentos
Em 1771 no dizer de «ARTHUR WILLIAM COSTIGAN» a «RUA AUGUSTA» era referida como de "Rua fina", donde se avistava de um lado o CASTELO e do outro o BAIRRO ALTO. A sua passagem para a «PRAÇA DO COMÉRCIO» faz-se através do majestoso «ARCO DA RUA AUGUSTA» cujo o nome revela a importância que lhe era atribuída.
Esta rua grandiosa, com suas vistosas lojas de comércio que diariamente estendiam os seus toldos sobre o passeio, e abriam as suas montras, era também uma zona para a "alta finança".
Nos finais do século XIX, apresentava já um aspecto movimentado, com pessoas de todas as classes que a ela se deslocavam para fazerem as suas compras, ou simplesmente passearem, apreciando as últimas novidades da época.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA AUGUSTA [ III ] -A RUA AUGUSTA ( 3

sábado, 7 de janeiro de 2012

RUA AUGUSTA [ I ]

RUA AUGUSTA - (2005) Foto de APS (A RUA AUGUSTA no século XXI, com a sua "CALÇADA À PORTUGUESA" e esplanadas) in ARQUIVO/APS RUA AUGUSTA - (LISBOA em 1876) (Baixa Pombalina a RUA assinalada a amarelo é a RUA AUGUSTA) in A BAIXA POMBALINA - PASSADO E FUTURO RUA AUGUSTA - (Planta envolvente da Baixa Pombalina) - LEGENDA -- 1)-ARCO DA RUA AUGUSTA ; 2)-BANCO ESPÍRITO SANTO; 3)-BANCO NACIONAL ULTRAMARINO; 4)-CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS; 5)-CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS; 6)-SANTANDER-TOTTA; 7)-LOJA DAS MEIAS; 8)-BANCO PINTO & SOTTO MAYOR; 9)-MILLENNIUM-bcp; 10)-CASA AFRICANA; 11)-PARCERIA A.M.PEREIRA; 12)-HOTEL INTERNACIONAL; 13)-RUA AUGUSTA; 14)-HOTEL DUAS NAÇÕES. RUA AUGUSTA - (entre 1900 e 1945) Fotografado da gravura por José Artur Leitão Bárcia em suporte negativo de gelatina e prata em vidro. (Postal Ilustrado da RUA AUGUSTA no século XIX) in AFML RUA AUGUSTA - (1758) (Reprodução em "offset" pela Litografia Portugal (1949) - (Planta da reconstrução de Lisboa aprovado em 1758 - Publicada em Plantas Topográficas de Lisboa de A.Vieira da Silva - Lisboa ) - "Arrumada", segundo o novo alinhamento dos arquitectos "EUGÉNIO DOS SANTOS" e "CARLOS MARDEL" in MUSEU DA CIDADE RUA AUGUSTA - (d. 1758) (Estampa I) (Fragmento da Planta de Lisboa actual, sobreposta à Lisboa anterior ao Terramoto de 1755) Desenho do Engº A. Vieira da Silva - Volume I "As Muralhas da Ribeira de Lisboa, Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa - 1940). O assinalado com amarelo representa a nossa RUA hoje tratada. in CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA

- RUA AUGUSTA [ I ]

«A RUA AUGUSTA ( 1 )»

A «RUA AUGUSTA» pertence à freguesia de «SÃO NICOLAU», tem início na «PRAÇA DO COMÉRCIO» (antigo TERREIRO DO PAÇO) e termina na «PRAÇA D. PEDRO IV» (vulgo ROSSIO). A «RUA AUGUSTA» é atravessada no seu percurso de Sul para Norte pelas ruas: «RUA DO COMÉRCIO» (Antiga Rua Nova de El-Rei, vulgarmente chamada pelo menos até 1782, de "RUA DOS CAPELISTAS"), «RUA DE S. JULIÃO» (antiga Rua dos Algibebes) ( 1 ), «RUA DA CONCEIÇÃO», «RUA DE SÃO NICOLAU», «RUA DA VITÓRIA», «RUA DA ASSUNÇÃO» e «RUA DE SANTA JUSTA».

Ainda a maioria dos quarteirões se encontravam por construir na cidade baixa, ordenada geograficamente no plano, já se traçavam as principais actividades de comércio para as suas ruas, de acordo com a distribuição de comerciantes e artífices, tendo como base um arruamento por profissão, conforme se referia o Decreto de 05.11.1760. A «RUA AUGUSTA» denominada com esta designação pelo mesmo decreto, foi destinada para alojar os mercadores de lã e de seda.

Segundo «GOMES DE BRITO» em "RUAS DE LISBOA", "esta artéria tinha vinte palmos a mais de largura do que as ruas de "S. Julião" e da "Conceição", ou seja, quarenta palmos de leito e vinte igualmente divididos, para passeios marginais».

A «RUA AUGUSTA» que homenageia a "AUGUSTA" figura do rei «D. JOSÉ I», juntamente com a actual «RUA DO COMÉRCIO» (desde 05.11.1910), antiga "Rua Nova de El-Rei», invocava no seu nome este mesmo soberano.

Para a reconstrução da "BAIXA POMBALINA" esteve presente o já idoso «MANUEL DA MAIA» tendo como colaboradores o Arquitecto Capitão «EUGÉNIO DOS SANTOS» e o Tenente-Coronel «CARLOS MARDEL», húngaro imigrado desde 1733, arquitecto dos Paços Reais e das Ordens Militares, "que além de serem engenheiros de profissão, eram também na arquitectura civil, os primeiros arquitectos". O "trio", MANUEL DAMAIA, EUGÉNIO DOS SANTOS e CARLOS MARDEL, mais do que uma equipa, formavam com efeito um triângulo de forças convergentes para uma obra em comum da «NOVA LISBOA».

A Igreja de «SÃO JULIÃO», chamada popularmente de «S. GIÃO», dizem alguns autores que já estava criada como paróquia, no ano de 1200 (Agiológio Lusitano). Sabe-se que já existia no tempo de «D. AFONSO II», sendo o seu primitivo local o 3º quarteirão de prédios de casas da actual «RUA AUGUSTA», (conforme foto de 1758) do lado esquerdo de quem sobe, partindo da «PRAÇA DO COMÉRCIO». O Adro do lado ocidental da Igreja, ocupava a metade, e a Capela-Mor caía toda sobre a «RUA AUGUSTA», abrangendo com o seu comprimento a largura total desta rua. Com o Terramoto de 1755 foi destruída completamente, e a freguesia veio instalar-se numa "pobre barraca" de madeira, mandada construir pelo seu pároco no «TERREIRO DO PAÇO».

- ( 1 ) - (ALGIBEBE) - (do Árabe) - Aquele que vende fato feito (Fonte: Lello Universal-1976 página 102.

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