sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

BOAS FESTAS

«BOAS FESTAS»




- Desejamos a todos os "BLOGUISTAS», visitantes desta página, familiares e amigos,   FELIZ NATAL e um BOM ANO DE 2018.

- Como vem sendo habitual vamos fazer uma pausa, voltaremos se DEUS quiser e nos dê muita força para isso, no próximo ANO com mais RUAS. Até lá, espero que vivamos esta quadra com espírito NATALÍCIO.         -  RUAS DE LISBOA COM ALGUMA HISTÓRIA -  APS

PENSAMENTO  - "Não há verdadeira força sem serenidade, nem verdadeira grandeza sem modéstia" (EÇA DE QUEIROZ).

(PRÓXIMO) «LARGO RAFAEL BORDALO PINHEIRO   [ I ]  O LARGO DA ABEGOARIA ( 1 )».

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

ÍNDICE DE ARTÉRIAS EDITADAS NESTE BLOGUE DURANTE O ANO DE 2017

«ÍNDICE DE RUAS DURANTE O ANO DE 2017»

ÍNDICE DE - LARGO, PRAÇAS RUAS E TRAVESSAS REPRESENTADOS POR ORDEM ALFABÉTICA.

FREGUESIAS REPRESENTADAS ESTE ANO: AJUDA - AVENIDAS NOVAS - AREEIRO - ARROIOS - BENFICA - ESTRELA - LUMIAR - MARVILA - MISERICÓRDIA - PENHA DE FRANÇA - SANTA MARIA MAIOR - SANTO ANTÓNIO  E  SÃO DOMINGOS DE BENFICA.

O ÍNDICE DE ARRUAMENTOS ESTÁ ELABORADO POR ORDEM ALFABÉTICA.

ESTE ANO FORAM TRATADOS:  1 LARGO  -  2  PRAÇAS  13 RUAS   e  2 TRAVESSAS,  num total de 96 publicações referentes a arruamentos de LISBOA.


(PRÓXIMA)--«BOAS FESTAS»

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

RUA DO CAPELÃO [ IV ]

«A SEVERA REPRESENTADA NO TEATRO, EM OPERETA E NO CINEMA»
 Rua do Capelão - (Entre 1825-1881)  -  ( A única imagem conhecida que pode, com alguma verosimilhança, ser considerada como retratando  "A SEVERA", é este esboço a tinta da china (17 X 11,8 cm) encontrado no espólio do artista e pintor FRANCISCO METRASS. Apresenta no verso a simples nota: "A SEVERA" in Guitarra de Portugal - Nº 366)   in   LIVRO HISTÓRIAS DO FADO 
 Rua do Capelão - (19--) Foto de Eduardo Portugal   - (A antiga "RUA DO CAPELÃO" hoje "LARGO DA SEVERA", povo da Mouraria num Domingo ameno, mostrando os seus trajes populares no início do século XX) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua do Capelão - (1971) - Foto de Armando Maia Serôdio  -  (A "RUA DO CAPELÃO", casa onde viveu a fadista MARIA SEVERA, no sítio da MOURARIA)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  In  AML 
 Rua do Capelão - (2008)  -  ( Na "RUA DO CAPELÃO" junto ao "LARGO DA SEVERA" existe uma placa assinalando que ali morou "MARIA SEVERA ONOFRIANA", sublime do fado, faleceu em 30.11.1846 com 26 anos de idade. LISBOA - 3.6.1989)  in  LISBOA S.O.S.
 
Rua do Capelão - (10.10.2008)  -  (Cartaz do Filme de LEITÃO DE BARROS "A SEVERA" história da conhecida "cigarra"   criada pelo ilustre escritor "JÚLIO DANTAS")    (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in    LISBOA S.O.S.
Rua do Capelão - (10.10.2008)  -  (Peça  " A SEVERA" em 4 actos representada no Teatro "DONA AMÉLIA" - actual SÃO LUÍS - , adaptação do romance de "JÚLIO DANTAS" apresentado nesta foto)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   LISBOA S.O.S. 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO CAPELÃO [ IV ]

«A SEVERA REPRESENTADA NO TEATRO, EM OPERETA E NO CINEMA»

Até certa altura «SEVERA» era uma figura da tradição boémia com o seu anedotário, a sua auréola das esperas de toiros, e seu destino na cama desconfortável de um hospital da época. De compreensão fácil, inteligência e com algumas luzes de instrução, pois sabia ler, escrever e contar, ela tinha a noção do descalabro da sua vida, da impossibilidade de a refazer e da proximidade do seu fim. Não se iludia! Sofrendo com os períodos menstruais, passou também a sofrer da garganta e a partir de certa altura ficou com a voz velada, enrouquecida.
Acontecia-lhe por vezes perder os sentidos e expelir sangue pela boca, acidentes ao que ala chamava "VADAGAIOS". Mas não se poupava. O "CONDE DE VIMIOSO", que tentou contrariar-lhe os vícios do tabaco e da bebida, nada conseguiu. Por último, deu-lhe para beber café fortíssimo. Queria morrer e...  morreu.
Não está determinado o período em que a SEVERA manteve relações intimas com o "CONDE DE VIMIOSO", as quais, no entanto, não chegaram a durar dois anos (talvez entre 1843 e 1845). parecendo que foi ela quem, reconhecendo a inviabilidade dessa ligação, tomou a iniciativa de se afastar do titular, por quem se apaixonara. mas que, de facto, pela sua posição social, não era homem para si. Essa paixão contribuirá, aliás, para agravar as desventuras de MARIA SEVERA, que despertando do seu sonho dourado se sentiu ainda mais infeliz.

"TINOP" revela-nos também que SEVERA antes de encetar amores com o "CONDE DE VIMIOSO", tivera um namorado com um rapaz da "MOURARIA", o "CHICO DO 10" (alcunha por ter pertencido ao Regimento de Infantaria 10),  o qual, por ciúmes, assassinou na "RUA DO CAPELÃO" um rival à navalhada, pelo que foi expirar a culpa nas costas de "ÁFRICA", e por lá morreu.
"MARIA SEVERA" criada ao Deus-dará, vivendo desde criança em ambientes nada dignificantes, que mais se poderia esperar dela? Um amigo chegou a instalá-la numa casa da "RUA DA BEMPOSTA" e depois noutra de que era proprietário, na "RUA DA AMENDOEIRA", onde ela e a mãe viveram viveram algum tempo. Será, porém, naquela casa da "RUA DO CAPELÃO" (hoje com o número 36) que ainda teima em resistir e onde recebeu alguns dos mais ilustres fidalgos de então, assim como figuras gradas da tauromaquia, que a "SEVERA" havia de experimentar o gosto irrefutável da popularidade e também o travo amargo do mais profundo desalento.

A notícia da morte de "MARIA SEVERA" teve um certo eco doloroso entre todos os que tocavam e cantavam o (FADO); deixando funda impressão no ânimo do fidalgo que ela popularizou na " BANZA"( 1 )  com seus improvisos.  E dizia a SEVERA cantando...
                           Tenho vida amargurada,
                           Ai que destino infeliz!
                           Mas se sou tão desgraçada
                           Não fui eu que assim o quis.

                           Quando eu morrer, raparigas,
                           Não tenham pesar algum
                           E ao som das vossas cantigas
                           Lancem-me à vala comum.
Pese esta celebridade, é contudo indiscutível  que o maior contributo dado para a entrada definitiva da "RUA DO CAPELÃO" no imaginário fadista e lisboeta, acabaria por ser dado por alguém que com o meio nada tinha em comum: o mito circunspecto escritor e dramaturgo "JÚLIO DANTAS" (1876-1962) que em 1901 escreveu uma peça aproveitando o essencial da história da SEVERA, alterando contudo bastantes aspectos do que é possível considerar verdade histórica: o "CONDE DE VIMIOSO" é trocado por um "CONDE DE MARIALVA", a "SEVERA" é dada como de origem CIGANA etc.. O enredo dramático da peça de DANTAS é inteiramente baseado na "A DAMA DAS CAMÉLIAS" de ALEXANDRE DUMAS FILHO (1824-1895) que a escreve inicialmente como novela, publicando-a como peça Teatral em 1852.
Tal peça serviria igualmente de base ao libreto da Ópera "LA TRAVIATA" composta por "GUISEPPE VERDI" nesse mesmo ano.
Estreado em 25 de Janeiro de 1901 no TEATRO DONA AMÉLIA (hoje SÃO LUÍS) a peça de "DANTAS" contou com uma soberba criação de "ÂNGELA PINTO"(1869-1925) na protagonista e foi um êxito à sua adaptação a opereta, com o mesmo título em 1909. Para esse novo espectáculo, o autor contou com a colaboração preciosa de um dos mais populares e talentosos dos escritores teatrais da época, "ANDRÉ BRUN (1881-1926) com música do maestro e compositor FILIPE DUARTE (1855-1928). Em 1931 foi apresentado "A SEVERA" o primeiro filme português sonoro, realização de "LEITÃO DE BARROS".
Em 1957 "VASCO MORGADO" apresenta "AMÁLIA RODRIGUES" no TEATRO MONUMENTAL (sendo Amália, uma estreia no teatro declamado) ao lado de "ASSIS PACHECO" na obra prima do TEATRO português "A SEVERA" original do dramaturgo "JÚLIO DANTAS".

- ( 1 ) - BANZA - s.f. (pop.) viola, guitarra.

BIBLIOGRAFIA

- "ALFACINHAS" os lisboetas do passado e do presente - ALBERTO SOUSA - 1964 -LISBOA
- ARAÚJO, Norberto de - Peregrinações em LISBOA- Livro III-Vega - 1992-LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA-Direc. de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994-LISBOA.
- HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - de A.J. SARAIVA e Óscar Lopes -Porto Editora-17.ª Ed. - 1996 - PORTO.
- HISTÓRIA DO FADO - de MARIA GUINOT-RUBEN DE CARVALHO e JOSÉ MANUEL OSÓRIO - EDICLUBE - 1999 - LISBOA
- HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL - de Luiz Francisco Rebello - Vol. I - PUB. DOM QUIXOTE - 1984 - LISBOA.
- LISBOA EM 1551.- SUMÁRIO  - CRISTÓVÃO RODRIGUES DE OLIVEIRA - Ed. LIVROS HORIZONTE - 1987 - LISBOA.
- LISBOA, O FADO E OS FADISTAS - de EDUARDO SUCENA - VEGA - 2002 - LISBOA.
- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Coord. A.E.M. ZUQUETE - Editorial Enciclopédica, Lda. - 1961 - LISBOA. 

INTERNET

- JUNTA DE FREGUESIA DA MADRAGOA
- REVELAR LX
- TOPONÍMIA DE LISBOA
- UNIVERSIDADE DO MINHO

(PRÓXIMO) - «ÍNDICE DE: LARGO, PRAÇAS, RUAS e TRAVESSA - EM 2017 E FREGUESIAS».

sábado, 2 de dezembro de 2017

RUA DO CAPELÃO [ III ]

«DA SEVERA AO VIMIOSO»
 Rua do Capelão -  (2012) - Foto de Mário Marzagão  -  (A "RUA DO CAPELÃO" na MOURARIA freguesia de "SANTA MARIA MAIOR" foi o último lugar que "MARIA SEVERA" habitou)  in  MÁRIO MARZAGÃO ALFACINHA
 Rua do Capelão  - (início do século XX) Desenho de Roque Gameiro  -  (A "RUA DO CAPELÃO" tal como a encontrou e desenhou "ROQUE GAMEIRO" no século vinte)  in  MÁRIO MARZAGÃO ALFACINHA
 Rua do Capelão  - (1968)  Foto de Armando Maia Serôdio  -  (As casas seiscentistas da "RUA DO CAPELÃO", vistas da RUA DA MOURARIA)    in     AML
 Rua do Capelão - (184-)  -  (Retrato do "CONDE DE VIMIOSO", amante de "MARIA SEVERA", publicado no jornal "A TRINCHEIRA" em 1893 - BIBLIOTECA NACIONAL in  ALFACINHAS OS LISBOETAS DO PASSADO E DO PRESENTE
 Rua do Capelão - (1902) Postal ilustrado de promoção do espectáculo  -  (Postal editado em 1902 para a divulgação da REVISTA "NA PONTA DA UNHA", apresentada na RUA DOS CONDES: com um quadro da "SEVERA" representada por "ROSA OLIVEIRA" e "ACÁCIA REIS" no papel de "ROSA ENJEITADA" uma revista de ALFREDO MESQUITA e CÂMARA LEME)  in  HISTÓRIA DO FADO
 Rua do Capelão - (1964) Desenho de ALBERTO SOUSA  -  (Em 1964 aparece um livro com os estudos de ALBERTO DE SOUSA, com o titulo: "ALFACINHAS-os lisboetas do passado e do presente". O artista terá sido levado em erro ao atribuir o nome da "SEVERA" a "Rosa Oliveira", embora estivesse a representar um quadro da SEVERA e a ROSA ENJEITADA")  in  ALFACINHAS OS LISBOETAS DO PASSADO E DO PRESENTE
Rua do Capelão - (29.04.2014) - (Painel de azulejos representando um quadro de JOSÉ MALHOA de RUI CAMPOS-Azulejaria Artística)  -  (Um Painel de azulejos representando o "FADO DE MALHOA" do pintor Caldense JOSÉ MALHOA)   in   FADO MALHOA


(CONTINUAÇÃO) - RUA DO CAPELÃO [ III ]

«DA SEVERA AO VIMIOSO»

«MARIA SEVERA ONOFRIANA" (1820-1846)  é o nome mais destacado, da primeira geração de fadistas. Rameira afamada pela têmpera rija, a mestria na dança e canto do fado e o romance que mantinha com o "13.º CONDE DE VIMIOSO - DOM FRANCISCO PAULA DE PORTUGAL E CASTRO", insigne Cavaleiro Tauromáquico.
"MARIA SEVERA" era conhecida no seu tempo como autora (improvisadora) de célebres quadras de despique e galhardia, das quais "TINOP" regista, entre outras façanhas. 
O ambiente taurino que a fadista evoca, e que constitui um dos principais divertimentos populares da época ( 1 ),  espalhava-se pelas tabernas e retiros ( 2 )  que acompanhavam  os percursos das manadas desde os campos  Ribatejanos aos locais urbanos das lides (ESTRADA DE SACAVÉM e do LUMIAR) e é o contexto físico e cultural onde o fado fado começou por ser cultivado e onde destronou os antigos cantares como: o "lundum", a "fofa" e o "fandango" que antes dele ali se praticava.
Até finais do século XIX, fado e touradas andavam a par, com a particularidade de a lide portuguesa incluir a participação de cavaleiros aristocratas. Os contactos entre a aristocracia e o povo prolongavam-se então nos locais de sociabilidade nocturna dos bairros populares, "nas equívocas relações entre a pobreza, e o excesso, o jogo, a criminalidade e a prostituição, onde o fado deu os primeiros passos".
O par "SEVERA" e "VIMIOSO" é fruto dessa convivência, em que figuram muitas outras personagens históricas, entre elas partidários miguelistas.

A "MARIA SEVERA", figura romanesca de LISBOA popular de meados do século XIX, que havia de ser transformada em «ÍCONE» e mito do fado.
Diz-nos ainda "TINOP" a "SEVERA" conheceu o crime, o "CONDE DE VIMIOSO", que se aproximou, atraído pela fama que ela desfrutava de tratar por tu as musas fáceis, de ter um palavreado muito típico e de cantar, inigualável, ao som namorado da soluçante guitarra.  Foi o amor pelas guitarras e pelo doce canta - em que são abordados os temas de ascendência ao desejo - que levou o "CONDE DE VIMIOSO" a procurar "MARIA SEVERA", porque ele não tocava, não cantava e não tinha o mínimo gosto para a música. No entanto, o "CONDE DE VIMIOSO" vinha, muitas vezes, buscar a "MARIA SEVERA" de "SEGE", à "RUA DO CAPELÃO".

"PINTO DE CARVALHO" (TINOP) cronista fiel da vida alfacinha da pitoresca segunda metade de Oitocentos, que  conheceu  SEVERA e lhe falou, traça deste modo um retrato que não deve ter sido ornado de fantasias: "MARIA SEVERA não era mulher para pieguices, nem para choradeiras. Forte e determinada como alguma dessas (Viragos)( 3 )  de que rezam as crónicas, com os cabelos soltos, e o clássico cigarro ao canto da boca, não pretendia ser amada pelos seus dotes femininos, mas comprazia-se em dominar os seus admiradores pela suavidade da sua vos de meio-soprano, pelo gracioso desembaraço da sua dança voluptuosa e, acima de tudo, pela irascibilidade do seu génio  e não pouco também, pela fortaleza do seu punho".

- ( 1 ) -No século XVIII havia em LISBOA quatro PRAÇAS DE TOIROS: a da "ESTRELA" (no actual "JARDIM DA ESTRELA", a da "PARADA", junto do ROSSIO, a do "SALITRE" e a do "CAMPO DE SANTANA", além do "TERREIRO DO PAÇO" onde foram realizadas touradas de grande pompa. (PIMENTEL, 1904:131). A "PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO PEQUENO" foi edificada em 1892.

- ( 2 ) -Verdadeiros "TEMPLOS DO FADO" celebrizados  nas letras da canção até hoje, de que são exemplos: "O FERRO DE ENGOMAR", "O CHARQUINHO", "O CALIÇA", ou "O PERNA DE PAU".

- ( 3 ) -VIRAGO- Do Latim, significa semelhança a um homem e era uma palavra usada para descrever mulheres, geralmente em contexto Mitológico.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO CAPELÃO[ IV ]-A SEVERA DO TEATRO, À OPERETA E AO CINEMA».

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O 1.º DE DEZEMBRO DE 1640

«PRIMEIRO DE DEZEMBRO DE 2017»


1.º de Dezembro de 2017 - (RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL - 1640-2017 = 377.º ANIVERSÁRIO)   in   CDN - IMAGENS 

 1.º de Dezembro de 2017 - (1.º de Dezembro de 1640 - Restauração da independência de Portugal em relação a Espanha - (Um pouco de História de Portugal) - Com a morte de DOM SEBASTIÃO, em ALCÁCER QUIBIR, sem deixar descendência, assim como outros motivos de natureza diversa, terão concorrido para a perda da INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL.  Sem um sucessor directo, a coroa passou para Filipe II de Espanha.  Este aquando da tomada de posse, nas Cortes de LEIRIA, em 1580, prometeu zelar pelos interesses do País, respeitando as leis, os usos e os costumes Nacionais.  Com o passar do tempo, essas promessas foram sendo desrespeitadas, os cidadãos Nacionais foram perdendo privilégios e passaram a uma situação de subalternidade em relação  à ESPANHA.
Esta situação leva a que se organize um movimento conspirador para a recuperação da  Independência, onde estão presentes elementos do clero e da nobreza. A 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 fidalgos são introduzidos no "Paço da Ribeira", onde residia a "Duquesa de Mântua", representante da Coroa espanhola, o grupo mata o seu secretário MIGUEL DE VASCONCELOS e vem à janela proclamar D. JOÃO, DUQUE DE BRAGANÇA como REI DE PORTUGAL. Termina, assim 60 anos de domínio espanhol sobre PORTUGAL.  A revolução de LISBOA foi recebida com júbilo em todo o país. Restava, agora, defender as fronteiras de PORTUGAL de uma possível retaliação espanhola. (Tendo contribuído nessa época indirectamente os "CATALÃES" que se encontravam em revolta). Para o efeito, foram mandados alistar todos os homens dos 16 aos 60 anos e fundidas mais peças de artilharia. [Fonte: LEME]. - foto de  in  SLIDEPLAYER
 1.º Dezembro de 2017 -  O "OBELISCO"  dos RESTAURADORES é um MONUMENTO (Ver mais aqui...........) consagrado à Restauração e reconquista da Independência Nacional. Nele se pode observar as inscrições nos seus laterais, onde assinala as batalhas que estiveram relacionadas com a nossa Independência e expansão marítima Portuguesa)   in   GUIA DA CIDADE
1.º de Dezembro de 2017 - ( A "PRAÇA DOS RESTAURADORES" que consagra os valentes "CONJURADOS", que tornaram possível a Restauração da Independência de PORTUGAL)      in      GALERIA - VISIT LISBON


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO CAPELÃO [ III ] -DA SEVERA AO VIMIOSO».

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

RUA DO CAPELÃO [ II ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 2 )»
 Rua do Capelão - (Início do século XX) Desenho de Roque Gameiro (1864-1935)  -  (O grande Mestre do desenho e da pintura,  elaborou um retracto da SEVERA, segundo indicações de pessoas contemporâneas da fadista, pensamos ser este o mais aproximado, mas não afirmamos. MARIA SEVERA terá falecido em 1846 e a primeira máquina fotográfica introduzida em Portugal andará por volta do anos de 1847)    in    HISTÓRIAS DO FADO
 Rua do Capelão  - (2017)  -  (Vista de cima da "RUA DO CAPELÃO" agora mais encurtada com a realização do "LARGO DA SEVERA"  in   GOOGLE EARTH
 Rua do Capelão - (entre 1900 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia  -  (Entrada da "RUA DO CAPELÃO" -a rua onde MARIA SEVERA terá eventualmente morado-, quem se apresente pela "RUA DA MOURARIA" - agora zona pedonal -) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua do Capelão - (entre 1900 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia - Negativo de gelatina e prata em vidro)  -  Casa da MARIA SEVERA na "RUA DO CAPELÃO", ao fundo o futuro "LARGO DA SEVERA")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua do Capelão - (31.01.1902)  Foto de Machado & Sousa  -  (Entrada da RUA DO CAPELÃO" na "RUA DA MOURARIA")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in   AML 
Rua do Capelão -  (2008)  - ( Num dos cunhais da "RUA DO CAPELÃO" esta afixada uma pedra de mármore rosa, um baixo relevo com o nome da "RUA DO CAPELÃO" e dizeres: Símbolo da Mouraria e Matriz do Fado)   in   URBANUS DETALHE


(CONTINUAÇÃO) - RUA DO CAPELÃO [ II ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 2 )»

«MARIA SEVERA ONOFRIANA», filha de SEVERO MANUEL DE SOUSA e de ANA GERTRUDES SEVERA (Alcunha adaptada do nome próprio do marido), foi baptizada em 12 de Setembro de 1820 na PARÓQUIA DOS ANJOS, razão pela qual há quem refira que ela terá nascido na MOURARIA, onde de facto, na "RUA DO CAPELÃO, viveu parte da sua vida, e onde faleceu em 1846.
A colocação de uma lápide comemorativa do seu nascimento na "RUA VICENTE BORGA" (antiga "RUA DA MADRAGOA"),confirma a importância deste BAIRRO HISTÓRICO  na génese do FADO. A memória da mítica SEVERA com a colocação da lápide no local do seu nascimento, marca o início da evocação de outros grandes símbolos do FADO.
Não havendo pois absoluta certeza ou registo do local exacto do nascimento de SEVERA, há no entanto referências claras que indicam que ele se deu em 26 de Julho na MADRAGOA, na então "RUA DA MADRAGOA", actual RUA VICENTE BORGA, onde a mãe tinha uma Taberna. A data do nascimento é o que consta no registo do seu posterior baptismo em Setembro.
PINTO DE CARVALHO (TINOP) em "HISTÓRIA DO FADO", de 1903, indica que: "após investigações algo trabalhosas e demoradas, conseguimos, enfim, tirar a limpo a vida acidentada desta (meio-soprano dos conservatórios do vício). Maria Severa - assim se chamava - não era cigana como propalou a lenda, mas nasceu na MADRAGOA. Sua mãe, a "BARBUDA", tinha uma das três Tabernas que então existia naquela (RUA chamada da MADRAGOA), e alcunhavam-na assim, porque possuía tanta barba, que a obrigava a cortá-la frequentemente e a cobri-la com um lenço. Ali a "SEVERA" batia o fado com o MANOZINHO, o mais antigo fadista do sítio e com o "MESQUITA", um fadista que andava embarcado".

Existem outras referências sobre a fadista que indicam que depois do seu nascimento na "RUA VICENTE BORGA" e antes da sua fixação até final da sua vida na RUA DO CAPELÃO, terá morado noutros sítios da cidade.
Em 1831 habitava a "RUA DIREITA DA GRAÇA",  escrevendo-se também que viveu com sua mãe no "PÁTIO DO CARRASCO, ao LIMOEIRO, e na TRAVESSA DO POÇO DA CIDADE, no BAIRRO ALTO.

É pois redutora a ideia, variadas vezes difundida, que a mítica fadista nasceu, morou e faleceu confinada a um bairro da cidade.
O nascimento e a morte de MARIA SEVERA nos bem característicos e antigos bairros da MADRAGOA e da MOURARIA, não só os une na história da cidade, como também na "história do fado" e da sua génese. Pela importância que a MADRAGOA teve na primeira fase na vida da SEVERA, é pois bem merecida a colocação da lápide evocativa.

NESTE LOCAL ONDE SUA MÃE TINHA UMA TABERNA SEGUNDO A TRADIÇÃO, NASCEU EM 26 DE JULHO DE 1820  A MÍTICA FADISTA «MARIA SEVERA ONOFRIANA». Homenagem da CIDADE em 26.07.2013 - CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA - JUNTA DE FREGUESIA DE SANTOS-O-VELHO.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO CAPELÃO[ III ] O 1.º DE DEZEMBRO DE 1640»

sábado, 25 de novembro de 2017

RUA DO CAPELÃO [ I ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 1 )»
 Rua do Capelão - (19--) Foto de Eduardo Portugal   -  ("RUA DO CAPELÃO, esquina com o "BECO DO FORNO", edifício onde dizem ter vivido a "SEVERA")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua do Capelão - (2017)  -  (Panorâmica da "MOURARIA" em particular a "RUA DO CAPELÃO, num casario seiscentista)   in   GOOGLE EARTH
 Rua do Capelão  -  (2017)  -  (Panorâmica da "MOURARIA" - um pouco mais aproximado - onde se insere a "RUA DO CAPELÃO" possivelmente última residência da Fadista)  in  GOOGLE EARTH
Rua do Capelão - (entre 1890 e 1945) Foto de José Artur Leitão Barcia  -  (O "LARGO DA SEVERA",  fazia parte da "RUA DO CAPELÃO)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua do Capelão - (entre 1901 e 1970) Foto de Ferreira Cunha  -  (A última casa onde morou a SEVERA, na RUA DO CAPELÃO) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua do Capelão - (entre 1909 e 1984) Foto de Armando Ferrari  -  (A "RUA DA MOURARIA" e a entrada para a "RUA DO CAPELÃO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
Rua do Capelão - (1932) Foto de Eduardo Portugal (negativo de gelatina e prata em vidro) - (A "RUA DA MOURARIA" vista da "RUA DO CAPELÃO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML

"RUA DO CAPELÃO" [ I ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 1 )»

A "RUA DO CAPELÃO" pertencia à freguesia do "SOCORRO", hoje com a "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012" passou a pertencer à freguesia de «SANTA MARIA MAIOR».
Temos conhecimento por "CRISTÓVÃO RODRIGUES DE OLIVEIRA" autor de "LISBOA EM 1551 - SÚMARIO" pág. 21, que nessa época já existia a "RUA DO CAPELÃO" (um pouco mais comprida)  e pertencia nessa altura, à freguesia de "SANTA JUSTA".
A "RUA DO CAPELÃO" começa na "RUA DA MOURARIA" no número 90 e finaliza na "RUA DA GUIA" no número 1. No entanto, em 18 de Dezembro de 1989 a edilidade pegou num troço da própria "RUA DO CAPELÃO" entre o "BECO DO FORNO" e a "RUA DA GUIA", para consagrar a «SEVERA» com um "LARGO", sendo essa a figura principal do nosso tema, na "RUA DO CAPELÃO". Assim, devemos rectificar o final da "RUA DO CAPELÃO" que hoje não finaliza na "RUA DA GUIA" mas sim no "LARGO DA SEVERA".
A "RUA DO CAPELÃO" é uma Rua típica e mística da MOURARIA. O seu nome  estará possivelmente ligado a um oratório numa parede com frente para a "RUA" e que merecia a maior devoção dos habitantes do lugar, que "à tardinha" ali se reuniam para rezar.
A "RUA DO CAPELÃO" é envolvida em pequenos BECOS que nos levam à "RUA MARQUÊS DE PONTE DE LIMA". Repetem-se as casinhas que em tempos tiveram outra cor e algumas com vestígios da graça que as vestiu no final do século XVIII.
Diz-nos "NORBERTO DE ARAÚJO", nas suas "PEREGRINAÇÕES EM LISBOA", Vol. III, pág. 70 - "Da "RUA DO CAPELÃO, no largo, ao fundo nasce o "BECO DO FORNO", que corre para tràs de um prédio vulgar, e vai sair na parte estreita da RUA. Pois foi no prédio da esquina deste "BECO DO FORNO" e "RUA DO CAPELÃO" no número 34, do lado de baixo, que assentou, ao nível do chão - ou no primeiro andar segundo outras versões -  a "CASA DA SEVERA",  rameira célebre da MOURARIA, e que viveu algum tempo na "RUA DA AMOREIRA" no "BAIRRO ALTO".

A "SEVERA" e sua inseparável mãe mudaram-se para a "RUA DO CAPELÃO"  (vulgarmente chamada de "RUA SUJA"), então bastante frequentada pela marujada Inglesa e portuguesa.
A "SEVERA" cantava e "batia o fado" na  "TABERNA DA MARIA ROSÁRIA DOS ÓCULOS", que ficava no topo da "RUA DO CAPELÃO", na chamada casa de pedra. 
Algumas quadras (anónimas e alusivas à morte de MARIA SEVERA, estão entre os mais antigos versos ligados a musa da "RUA DO CAPELÃO").

                O FADINHO DA SEVERA 
                VAI DIREITO AO CORAÇÃO; 
                CANTAI O FADO DA MUSA 
                DA RUA DO CAPELÃO. 

               
               CHOREM, CHOREM OS FADISTAS 
               E CHORE TODA A NAÇÃO!  
               MORREU A SEVERA, A FLOR 
               DA RUA DO CAPELÃO!  

               A SEVERA MORREU JOVEM,
               TRISTE FOI O SEU CONDÃO; 
               CHORAI FADISTAS, A DEUSA 
               DA RUA DO CAPELÃO.

               QUANDO A SEVERA FALECEU, 
               AS GUITARRAS SOLUÇARAM,
               TODA A MOURARIA GEMEU,  
               E OS FADISTAS CHORARAM. 

(CONTINUA).(PRÓXIMO)«RUA DO CAPELÃO [ II ]A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA(2)»

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

RUA BRAAMCAMP FREIRE [ II ]

«BRAAMCAMP FREIRE UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO ( 2 )»
 Rua Braamcamp Freire - (1964-03) foto de Artur João Goulart   -  (A "RUA BRAAMCAMP FREIRE" uma das artérias do "BAIRRO LOPES" na freguesia da "PENHA DE FRANÇA"  in  AML
 Rua Braamcamp Freire - (2017)  -  (Foto do "BAIRRO LOPES" mais aproximada vista de cima. Quase em primeiro plano um conjunto de casas com a parte central fazendo uma curva "côncava", era o antigo "CENTRO MATERNAL INFANTIL" que ficava entre a "QUINTA DO COXO" e a "QUINTA DOS APÓSTOLOS" para Norte)   in  GOOGLE EARTH
 Rua Braamcamp Freire  - (2017)  -  (A "RUA BRAAMCAMP FREIRE" no sentido para Norte, ao fundo o muro do "CEMITÉRIO DO ALTO DE SÃO JOÃO")   in   GOOGLE EARTH
 "RUA BRAAMCAMP FREIRE - (2017)  -  (A "RUA BRAAMCAMP FREIRE" o cruzamento da "RUA ADOLFO COELHO" e à direita depois de passar o cruzamento, edifícios do antigo "CENTRO MATERNAL INFANTIL")    in    GOOGLE EARTH 
 Rua Braamcamp Freire - (Início do século XX)  -  (O retrato mais divulgado de "ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE" já nos finais da sua vida)   in  LEME
Rua Braamcamp Freire - (1849 - 1921)  -  (Um trabalho realizado por vários alunos do 8.º ano da disciplina: T.I.C. com a colaboração da professora PAULA MICHELE PÓ)  in  POETAS E ESCRITORES REPUBLICANOS


(CONTINUAÇÃO) - RUA BRAAMCAMP FREIRE  [ II ]

«BRAAMCAMP FREIRE UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO ( 2 )».

ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE ( 1849-1921) nascido no seio de uma família aristocrática rica de raiz liberal, tendo revelado uma mentalidade versátil, embora sempre cioso de uma invulgar seriedade cívica. Esta forte consciência cívica terá sido, certamente, fortalecida pela sua grande formação humanística.
HISTORIADOR e ARQUEÓLOGO, dedicou-se sobretudo à GENEALOGIA e HERÁLDICA e temas dos séculos XV e XVI. Fundou em 1903, em colaboração com DOM JOSÉ PESSANHA, o "ARQUIVO HISTÓRICO PORTUGUÊS".(Sendo a primeira grande revista de investigação histórica em Portugal) Esta publicação periódica, publicada entre 1903 e 1916, prestou um grande serviço aos estudos históricos, não apenas pelo nível de artigos, mas pela crítica e edições, custeadas pelo fundador.  Neste domínio exerceu, graças à sua avultada fortuna pessoal, um verdadeiro mecenato, que muito contribuiu para o desenvolvimento da pesquisa e do espírito cientifico da história.
Nesta papel de investigador e de divulgador da HISTÓRIA DA PÁTRIA emergiu, também como figura central em diversas efemérides comemorativas. ( 1.º ANIVERSÁRIO DA REPÚBLICA, V CENTENÁRIO DA CONQUISTA DE CEUTA e IV CENTENÁRIO DA MORTE DE AFONSO DE ALBUQUERQUE).  Como membro destacado da ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA, atribuíram-lhe a incumbência de publicar a importante obra documental "PORTUGALIAE MONUMENTA HISTÓRICA".
No final do século XIX, iniciou uma carreira política no PARTIDO PROGRESSISTA convicto do ideal liberal, no regime monárquico, herdado do seu tio,   "ANSELMO JOSÉ BRAAMCAMP".
Assim, foi designado por carta régia "PAR DO REINO" em 1887. Nos últimos anos do século XIX, já filiado no PARTIDO PROGRESSISTA, foi eleito PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES a 2 de Janeiro de 1887 e em 1893 é eleito para novo mandato na mesma Câmara.  Em 1907 adere ao PARTIDO REPUBLICANO, o que lhe permite chefiar uma lista republicana à CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (1908), tornando-se o primeiro Presidente de uma vereação republicana na CÂMARA em 1908 a 1913, embora o regime monárquico, despeitado com a sua adesão ao PARTIDO REPUBLICANO,  nunca o tenha investido nessas funções à margem da própria lei. Só em 1910, após a Implantação da República, viria a ser reconhecido como PRESIDENTE DA CÂMARA LISBOA, funções que exercia, de facto, desde 1908.  "ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE" a 7 de Abril de 1909, como Presidente da CML, integrou a comissão criada para a elevação de um Monumento a "JOÃO DE DEUS". Em Maio de 1911 recusa a nomeação como representante diplomático português em BERLIM. A 28 de Maio de 1911 é eleito deputado nas listas republicanas de LISBOA, para a ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, e a 20 de Junho é eleito PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, tendo em 24 de Agosto sido eleito para PRESIDENTE DO SENADO. 
Recusou-se ser candidato à PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Os seus trabalhos históricos foram publicados em vários JORNAIS e REVISTAS, como por exemplo no "JORNAL DO COMÉRCIO" (era o diário mais antigo do país até 1983). 
Da sua vastíssima obra destacamos algumas: "BRASÕES DA SALA DE SINTRA", 3 Volumes, 1.ª Edição 1899-1905) LISBOA; "O CONDE DE VILA FRANCA E A INQUISIÇÃO", LISBOA, (1899); "AS SEPULTURAS DO ESPINHEIRO", LISBOA, (1901): "EM VOLTA DE UMA CARTA DE GARCIA DE RESENDE", LISBOA, (1905); "CRITICA E HISTÓRIA"(Estudo), (1910); "CONDADOS DE MONCORVO E DA FEIRA" (ousada falsificação de Documentos, desvendada) COIMBRA, (1919); "IDA DA IMPERATRIZ D. ISABEL PARA CASTELA", COIMBRA, (1920); ARMARIA PORTUGUESA s/data Nº. 1; "OBRAS DE BERNARDIM RIBEIRO e CRISTÃO FALCÃO (conforme a edição de FERRARA, preparada e revista por ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE e Prefaciada por  Dona CAROLINA MICHAELIS DE VASCONCELOS), 2 Volumes, COIMBRA, (1923 e 1932). 
BRAAMCAMP FREIRE legou à cidade de SANTARÉM a sua vasta biblioteca, as suas múltiplas obras de arte e a casa onde viveu, que é hoje a BIBLIOTECA MUNICIPAL DE SANTARÉM. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- DICIONÁRIO ILUSTRADO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL -Volume I - Pub. ALFA - Coord. JOSÉ COSTA PEREIRA - 1986 - LISBOA.
-HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - A.J.SARAIVA e ÓSCAR LOPES - 17.ª Ed.- PORTO EDITORA - 1996 - PORTO.
- LISBOA DE LÉS A LÉS -LUÍS PASTOR DE MACEDO - PUB. CULTURAIS DA CML-VOL. III - 3.ª Ed. - 1985 - LISBOA.
- LIVRO DE ACTAS DA COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA- 1943/1974 - Coord. Agostinho Gomes, PAULA MACHADO, Rui Pereira e Teresa Sancha Pereira - Ed. da CML  - 2000 - LISBOA.
- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Direcção de A.E.Martins Zuquete - EDITORIAL ENCICLOPÉDIA, LDA. - VOL. II - 1960 a 1984 - LISBOA.
- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSE - Dir. LEONEL DE OLIVEIRA-C. LEITORES-VOL. 11.º - 1997 - LISBOA. 

INTERNET

- O LEME (Motor de Busca)
-TOPONÍMIA DE LISBOA
- CRÓNICAS DO PROFESSOR NUNO SOTTOMAYOR FERRÃO

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