sábado, 28 de maio de 2011

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ IV ]

Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS (Antido "Palácio dos Condes de Coculim" e o brasão de armas dos "Mascarenhas") in ARQUIVO/APS


Rua do Cais de Santarém - (2009) (Antigo "Palácio dos Condes de Coculim" na Rua do Cais de Santarém) in SKYSCRAPERCITY



Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de Paula Bobone (Portão ao estilo do século XVII, hoje em ruínas) in PAULA BOBONE EVENTOS



Rua do Cais de Santarém - (Entre 1930 e 1939) Foto de Eduardo Portugal (Portão do Armazém de ferro da firma SOMMER & Cª. -este portão era pertença do Palácio dos Condes de Coculim, que deitava para a Ribeira) in AFML



Rua do Cais de Santarém - (1900)-(Lisboa de 1850 a 1974) Foto de autor não identificado (Final do "Campo das Cebolas" e início da "Rua do Cais de Santarém", no lado esquerdo o Brasão de armas dos "MASCARENHAS" e o "Palácio dos Condes de COCULIN" bastante alterado) in RECORDAR O PASSADO


(CONTINUAÇÃO)


RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ IV ]


«PALÁCIO DOS CONDES DE COCULIM ( 1 )»


O «PALÁCIO DOS CONDES DE COCULIM», cujo brasão de armas dos «MASCARENHAS» ostenta numa esquina do velho edifício, pertenceu ao segundo filho do «1º MARQUÊS DE FRONTEIRA», «FRANCISCO MASCARENHAS», 1º «CONDE DE COCULIM», que nasceu em 1662 e morreu a 20.05.1685, foi membro do Concelho de «D. PEDRO II», senhor de «CUNCOLIN» e «VERODÁ» no Estado da Índia, comendador de S. João de Castelães. de S. Martinho de Cambres na Ordem de Cristo.
O «1ºCONDE DE COCULIM» (grafia generalizada mas errónea, visto que se refere à povoação e freguesia de «CUNCOLIM» no Concelho de «SALSETE», do antigo ESTADO DA ÍNDIA PORTUGUESA), foi também um homem de grande erudição e letras, particularmente versado no latim, compôs um discurso heróico a «LUÍS XIV», impresso em Paris no ano de 1684.


Casou com sua prima «D. MARIA DE NORONHA», que faleceu a 22.06.1731, filha dos 2ºs. «MARQUESES DE NISA».


O «PALÁCIO DOS CONDES DE COCULIM» fica situado na «RUA DO CAIS DE SANTARÉM», vizinho afastado do «CHAFARIZ DE EL-REI» e da «CASA DOS BICOS» mas muito próximo do antigo «PALÁCIO DE FRANCISCO TÁVORA» e ligado com o «ARCO DE JESUS». Na sua aparência, podemos deduzir ter sido uma belíssima casa, embora só nos restem as lojas, poucas janelas de sacada no primeiro andar e um enorme portão, no mais arrogante estilo do século XVII. A fachada foi alterada ao longo dos anos, confirmado pelos vários estilos que apresenta. Um pouco de «MANEIRISMO» e de «NEOCLÁSSICO», fundem-se em dois corpos distintos, dando a entender o interregno do período «BARROCO», possivelmente devido à sua derrocada, após o terramoto de 1755. Não foi só o terramoto que investiu com este Palácio, já em 19 de Novembro de 1724 um medonho vendaval, depois de desmoronar o fronteiro «CAIS DE SANTARÉM», arrastou muita água do Tejo e muitas pedras da muralha, até dentro da habitação dos «CONDES DE COCULIM», causando danos significativos.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ V ]- PALÁCIO DOS CONDES DE COCULIM ( 2 )».









quarta-feira, 25 de maio de 2011

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ III ]

Rua do Cais de Santarém - (2009) -Foto de APS (O "ARCO DE JESUS" visto do lance de escadas) in ARQUIVO/APS

Rua do Cais de Santarém - (2009) foto de APS ( O "BECO DOS ARMAZÉNS DO LINHO" no Arco de Jesus) in ARQUIVO/APS


Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS ("Beco dos Armazéns do linho" no Arco de Jesus) in ARQUIVO /APS

Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS (Arco de Jesus o lance de escadas que nos leva à Rua de S. João da Praça) in ARQUIVO/APS


Rua do Cais de Santarém - (Início do século XX) Foto de Alberto Castro Lima ( Arco de Jesus e esquina do Palácio dos Condes de Coculim) in AFML

(CONTINUAÇÃO)

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ III ]

«O ARCO DE JESUS ( 2 )»

Segundo nos diz «FREI APOLINÁRIO DA CONCEIÇÃO», pelo ano de 1750 tinha este «ARCO DE JESUS» a nobilitação de uma imagem do «menino Jesus» colocado em cima da abóbada.

Diz-nos o Mestre «JÚLIO DE CASTILHO» no seu livro «A RIBEIRA DE LISBOA» de 1893 página 180; "Por cima do arco existia, do lado interior, desde muito tempo, um painel com a imagem do "menino Jesus", pois dum documento de 1627 já se depreendia a sua existência".

Sabe-se também que ficava neste arco até aproximadamente ao ano de 1750, no troço inferior do lado esquerdo, um portão principal que daria acesso às instalações de «FRANCISCO DE TÁVORA».

A este «ARCO» chama-lhe o «TOMBO DE 1755», beco do «MENINO JESUS»( 1 ): o troço superior, junto a «S. JOÃO DA PRAÇA», formado hoje por dois lanços de escadaria, era então uma, estreita passagem coberta, que o mesmo «TOMBO» designara por «BECO DE SANTO ANTÓNIO» ( 2 ).

Aqui existiu outrora um "ORATÓRIO" que ficava por cima do vão da travessa (que nos leva a S.JOÃO DA PRAÇA), onde era venerado «SANTO ANTÓNIO».

No primeiro quartel do século XVII, desconhecendo-se, porém desde quando, esta passagem estava mudada no «ARCO» chamado "de JESUS", sendo as suas dimensões de três metros e trinta de largura (como o era em 1755) por nove metros de comprimento.

Na parte do «ARCO DE JESUS» que fica para a «RUA DO CAIS DE SANTARÉM», dá-nos um aspecto bastante pitoresco. Metade do edifício que fica por cima do arco, pertence ao prédio da esquerda, a outra metade pertence ao edifício da direita.

( 1 ) - Demonstração Histórica, etc. por Frei A. da Conceição, 1750 pág. 185

( 2 ) - Bairro da Ribeira, fl. 13


(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ IV ] PALÁCIO DOS CONDES DE COCULIM ( 1 )»









sábado, 21 de maio de 2011

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ II ]

Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS (Arco de Jesus virado para a Rua do Cais de Santarém) in ARQUIVO/APS


Rua do Cais de Santarém - (2009) - Foto de APS -(Arco de Jesus lanço de escadaria que liga à Rua de S. João da Praça) in ARQUIVO/APS



Rua do Cais de Santarém - (2009) - (Arco de Jesus junto ao Palácio dos Condes de Coculim) in SKYSCRAPERCITY

Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS (Arco de Jesus junto à "Rua de S. João da Praça" parte norte) in ARQUIVO/APS



Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de Paula Bobone (Entrada do Arco de Jesus junto do antigo Palácio dos Condes de Coculim, na Rua do Cais de Santarém) in PAULA BOBONE EVENTOS



Rua do Cais de Santarém - (Início do século XX) Foto de autor não identificado (Arco de Jesus, entrada pela "RUA DO CAIS DE SANTARÉM") in AMAR ALFAMA


(CONTINUAÇÃO)


RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ II ]


«O ARCO DE JESUS ( 1 )»


Entre o antigo «PALÁCIO DE FRANCISCO TÁVORA» e o «PALÁCIO DOS CONDES DE COCULIM» existe o chamado «ARCO DE JESUS», representando uma das antigas portas abertas na «CERCA VELHA» ou «CERCA MOURA» da cidade de LISBOA. Designado também por «ARCO DO MENINO JESUS», e ainda por porta ou postigo de «D. GIL EANES» no século XVI. Este nome de «D. GIL EANES DA COSTA» corresponde ao nome de um presidente da Câmara de Lisboa que dirigiu os destinos da edilidade entre 1595 e 1602.


Também por outro nome foi chamado este «ARCO»; chamavam-lhe postigo do «CONDE DE LINHARES» que ficava possivelmente muito próximo do Palácio daquele titular.


Em 1551 (Segundo nos indica o SUMMÁRIO DE LISBOA de C.R. de Oliveira), esta porta também foi conhecida por «PORTA DO FURADOURO». A citação de "FURADOURO" deve estar relacionada a uma porta que existia no século XV, e que ficava em frente do actual «ARCO DE JESUS», outrora «PORTA DO FURADOURO». Este «ARCO DE JESUS» que liga a «RUA DO CAIS DE SANTARÉM» à «RUA DE S. JOÃO DA PRAÇA» é composta de metade em rampa e a outra metade em escadaria, tem no seu lado direito (sentido norte) o «BECO DOS ARMAZÉNS DO LINHO».


Os vestígios que deste arco se conservam e dado à sua situação geográfica, calcula-se ter sido uma das primeiras portas da «CERCA MOURA», no lanço paralelo ao Tejo, dando saída da cidade para a praia. Na grossura do arco da abóbada nota-se uma zona reentrante, último vestígio da abertura pela qual se fazia a subida e descida da porta de correr. Na quina de alvenaria ou recanto que a fachada forma com o prédio do lado direito, ainda se nota o envasamento de uma guarida, mas de construção relativamente mais moderna.


Não é fácil reconstruir a disposição da muralha nos lados da porta nem das torres que provavelmente a protegiam, porque tudo isto já desde há muito tempo desapareceu.




(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ III ] - O ARCO DE JESUS ( 2 )»












quarta-feira, 18 de maio de 2011

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ I ]

Rua do Cais de Santarém (Fragmento da planta da cidade de Lisboa antes do Terramoto de 1755. Reconstituição atribuída a JOSÉ VALENTIM DE FREITAS cujo original se guarda na BNL (Publicado por Luiz Pastor de Macedo no Volume III Publicações Culturais da CML) in LISBOA DE LÉS A LÉS - LEGENDA - 1)Cais de Santarém (que deu o nome à Rua) - 2)Palácio do Duque de Aveiro - 3)Palácio de Francisco Távora - 4)Palácio do Conde de Coculim - 5)Palácio do Conde de Vila-Flor - 6)Palácio do Marquês de Angeja - 7)Chafariz de El-Rei - 8)Beco da Mosca (hoje Trav. de S. João da Praça) - 9)Praça da Ribeira (hoje Ribeira Velha) - 10)A Cerca Moura de Lisboa.

Rua do Cais de Santarém - (1939) Desenho do Engº. A. Vieira da Silva (Parte do Lanço da CERCA MOURA DE LISBOA ao longo do Tejo, destacando-se a RUA DO CAIS DE SANTARÉM e seu envolvente) IN A CÊRCA MOURA DE LISBOA - LEGENDA - A)-Rua do Cais de Santarém - B)Arco de Jesus (antiga porta do Furadouro) - C)Propriedade e Palácio do Conde de Coculim - D)Cozinha Económica Nº5 - E)Propriedade e Palácio do Conde de Vila-Flor - F)Palácio do Marquês de Angeja - G)Chafariz de El-Rei - H)Porta do Chafariz de El-Rei (hoje Travessa de S. João da Praça) - I)Travessa de S. João da Praça


Rua do Cais de Santarém - (2010) ( A RUA DO CAIS DE SANTARÉM e seu envolvente vista de Satélite) in GOOGLE EARTH

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ I ]
«O SÍTIO DA RIBEIRA VELHA»
A «RUA DO CAIS DE SANTARÉM» pertence a duas freguesias. À freguesia da «» os números pares, à freguesia de «SANTO ESTEVÃO» os números ímpares. Tem o início do arruamento no «LARGO DO TERREIRO DO TRIGO» e finaliza no «CAMPO DAS CEBOLAS». São convergentes à «RUA DO CAIS DE SANTARÉM» o «ARCO DE JESUS» e a «TRAVESSA DE S. JOÃO DA PRAÇA».
Os «DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES» foram talvez os grandes responsáveis, não só por levarem para junto do Tejo o «Comércio» e a «Administração», como também aguçando os mais privilegiados, que copiaram o seu soberano, com a finalidade de ter também junto ao rio, a sua residência em LISBOA. Para satisfação deste capricho, quase toda a «CERCA MOURA» que contornava o Tejo, situada entre a antiga «PRAÇA DA RIBEIRA» e o «CHAFARIZ DE EL-REI», foi demolida em vários troços, ou simplesmente incorporada nos novos prédios que se foram construindo sobre ela ou que a ela se encostaram. Estabelecendo, na realidade, um alinhamento de fachadas nobres, diversificadas, apertadas umas contra as outras, o conjunto de casas que se levantaram do lado Norte a Oriental da «RIBEIRA VELHA», entre as quais podemos destacar pela sua estranha decoração, a «CASA DOS BICOS», solar dos «ALBUQUERQUES», pertencendo as casas solarengas e até palácios, mais para o lado do «CHAFARIZ DE EL-REI», o «PALÁCIO DO DUQUE DE AVEIRO», «PALÁCIO DE FRANCISCO TÁVORA» seguido pelo «PALÁCIO DE COCULIM», o «PALÁCIO DO CONDE DE VILA FLOR» e por final o «PALÁCIO DO MARQUÊS DE ANGEJA» (a alguns destes Palácios iremos referir-nos mais detalhadamente) e chegamos até ao «CHAFARIZ DE EL-REI».
É de salientar que alguns destes Palácios (na época) eram providos do seu cais privativo. Este sítio que nos propomos tratar, antes do terramoto de 1755, era designado por «RUA DA RIBEIRA», tendo um lugar à beira rio que servia para embarque e desembarque de pessoas ou mercadorias, denominado « CAIS DE SANTARÉM» o qual mais tarde, veio dar o nome à RUA.

No dizer dos serviços de «TOPÓNIMIA DE LISBOA» da CML no seu historial: "O Topónimo «CAIS DE SANTARÉM» é muito antigo e já o encontramos na obra «MAPAS DE PORTUGAL» do «PADRE CASTRO», 1758. Passados dois séculos ainda existia, e foi incluído no levantamento dos topónimos em uso que a «COMISSÃO DE TOPÓNIMIA» efectuou entre 1943 e 1945. Os cais sempre fizeram parte da paisagem ribeirinha de LISBOA, Os topónimos dos mais antigos estão geralmente associados aos produtos que aí aportavam, caso do «CAIS DO TOJO» ou do «CAIS DO CARVÃO», que já aparece mencionado no «SUMÁRIO de LISBOA de 1551». Outros há em que a associação é feita à proveniência desses produtos, caso do «CAIS DE ALHANDRA» ou do «CAIS DE SANTARÉM» (AA).

(CONTINUA) - (PRÓXIMO)-«RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ II ] -O ARCO DE JESUS ( 1 )»




sábado, 14 de maio de 2011

CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVIII ]

Calçada dos Barbadinhos - (2009) - (Estação Elevatória dos Barbadinhos, hoje MUSEU DA ÁGUA) in GOOGLE EARTH
Calçada dos Barbadinhos - (200_) Foto de autor não identificado (Estação Elevatória dos Barbadinhos, hoje MUSEU DA ÁGUA) in MUSEU DA ÁGUA





Calçada dos Barbadinhos - (1997) Foto de autor não identificado (Estação elevatória dos Barbadinhos - Casa das Máquinas a Vapor, hoje MUSEU DA ÁGUA) in CAMINHO DO ORIENTE



(CONTINUAÇÃO)



CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVIII ]



«A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS ( 4 )»



A primeira fase da «ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS) era composta por três máquinas a vapor verticais do sistema «WOOLF», fabricadas em «RUÃO» pela empresa «E.W. WINDSOR & FILS» de 104 c/v e 100 c/v. O contrato entre a «COMPANHIA DAS ÁGUAS» e a firma francesa realizaram-se em 1876. Uns anos depois da inauguração, em 1889 a «WINDSOR & FILS» ainda fornece mais uma máquina do mesmo tipo, completando-se o aparato motriz que garantiu a completa remodelação do abastecimento de água à cidade. As máquinas podiam elevar 300 metros metros cúbicos de água à altura de 70 metros e uma delas 500 metros metros cúbicos a 43 metros, servindo os reservatórios do «MONTE» e da «VERÓNICA» respectivamente. A montagem da nova central data de 1928. Construiu-se uma casa com vários grupos de bombas eléctricas, servida por uma porta central na qual está colocado um painel de azulejos com o tema da água, executado na «FÁBRICA DE SACAVÉM» desse mesmo ano.


A «ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS» constitui o núcleo a partir do qual se edificou o «MUSEU DA ÁGUA». Que pelas caracteristicas da maquinaria instalada, quer pelo rigoroso estado de conservação, representa um testemunho de extrema raridade e valia no campo da arqueologia Industrial. No interior do «MUSEU» alinham-se vestígios significativos da história do abastecimento de água à cidade de LISBOA, desde o tempo dos romanos até aos nossos dias. De salientar o acervo da referência à evolução técnica, exemplos de aparelhagem e utensílios ligados ao transporte e distribuição de água. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de - 1993 - Peregrinações em Lisboa - Livro XV - Vega _ LISBOA - Patrocínio da Fundação Cidade de Lisboa.


- ATLAS da CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA - sob a direcção de FILIPE FOLQUE:1856-1858 - 2000- CML Departamento de Património Cultural - Arquivo Municipal de Lisboa.


- CAEIRO, Baltazar Matos - OS CONVENTOS DE LISBOA - 1989 - DISTRIEDITORA - SACAVÉM.


- DICIONÁRIO DE HISTÓRIA DE LISBOA - 1994 - Coordenação e direcção de FRANCISCO SANTANA e EDUARDO SUCENA.


- FOLGADO, Deolinda e CUSTÓDIO, Jorge - CAMINHO DO ORIENTE - Guia do Património Industrial - 1999 - LIVROS HORIZONTE.


- MATOS, José Sarmento e PAULO, Jorge Ferreira - CAMINHO DO ORIENTE - Guia Histórico I - 1999 - LIVROS HORIZONTE.


- MESQUITA, Alfredo - LISBOA - 1987 - Actualização ortográfica, notas introdutorias e tábua bibliográfica de VITOR WLADIMIRO FERREIRA - Edição de Perspectivas & Realidades -LISBOA.


- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Direcção e Coordenação do Dr. Afonso Eduardo Martins Zuquete -1961- Volume III- Editorial Enciclopédia, Lda. - LISBOA - BRASIL.


- PINTO, Luís Leite - HISTÓRIA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA A LISBOA - 1972 - Imprensa Nacional Casa da Moeda - LISBOA.


- SILVA, Augusto Vieira da - AS FREGUESIAS DE LISBOA - 1943 - Publicações Culturais da CML.

INTERNET



(PRÓXIMO) - «RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ I ] - O SÍTIO DA RIBEIRA VELHA»







quarta-feira, 11 de maio de 2011

CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVII ]

Calçada dos Barbadinhos - (1998) Autor não identificado (Planta Aerofotogramétrica 4-7,Escala 1:2000. Maio de 1963. Actualizada em 1987- Área que pertencia à cerca dos Frades Barbadinhos Italianos, hoje MUSEU DA ÁGUA) in CAMINHO DO ORIENTE


Calçada dos Barbadinhos - (200_) Foto de autor não identificado (Estação Elevatória dos Barbadinhos, hoje MUSEU DA ÁGUA) in VIAJAR



Calçada dos Barbadinhos - (1906) Foto de Alberto Carlos Lima ( Estação Elevatória dos Barbadinhos) in AFML


(CONTINUAÇÃO)


CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVII ]


«A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS ( 3 )»


*PERCURSO DO CANAL DO ALVIELA*


Depois de passar o vale da «OTA», vem atravessar a estrada real de «LISBOA» ao «PORTO» a 1,5km da «OTA»; e seguindo à direita e próxima desta estrada, atravessa-a novamente junto da «QUINTA DA BELA VISTA», onde deixando a estrada à direita, passa na encosta à esquerda dos «MOINHOS DA FORCA», atravessa depois o vale de «ALENQUER», no sítio dos «PEDROGÃOS», com um sifão de 450 m. Seguindo, depois, a baixa que de «ALENQUER» se estende até aos «CASAIS», passando junto da «QUINTA DA D. TERESA», vai atravessar o vale do «CARREGADO» ou do «CADAFAIS», junto da «QUINTA DO VALE DE FLORES». Segue, depois, as encostas que ficam ao Norte de «VILA FRANCA DE XIRA» e «ALHANDRA», atravessando em sifões as depressões que cortam aquelas encostas, passa na «PROVERBA», depois de atravessar o vale dos «CANIÇOS» ao norte da «PÓVOA», passa no ângulo sudoeste da «QUINTA DO MARQUÊS DE ABRANTES», atravessa o vale de «SANTA IRIA» com um sifão e depois o da «QUINTA DO BOLONHO» por meio de uma arcada. Passando depois em «S. JOÃO DA TALHA» e em «BOBADELA», vem, por meio de um sifão, atravessa o vale de «SANTARÉM» entre as duas pontes que actualmente existem, a da estrada e a do Caminho de ferro. O sifão será enterrado no rossio de «SACAVÉM DE BAIXO» e passará sobre o rio em tubos de ferro, que formarão eles mesmos as aduelas de um arco com 30 metros de corda e 3 metros de flecha. Depois do vale de «SANTARÉM», passa o canal na «QUINTA DO CABEÇO», vai atravessar o vale dos «OLIVAIS», ao sul da Igreja, segue na direcção do «DESTERRO», passando em túnel à direita do canal daquele nome, seguindo depois a encosta oeste para ir passar o vale de «CHELAS» pouco acima da «FÁBRICA DE XABREGAS», atravessando a estrada da circunvalação entre as portas da «MADRE DE DEUS» e as da «CALÇADA DAS LAJES». Entra na cidade em túnel e atravessa, depois, o vale de «LÁZARO LEITÃO», por meio de um sifão que vem terminar no reservatório de chegada, na «QUINTA DOS BARBADINHOS ITALIANOS», com a cota de 31,66m.


As águas do «ALVIELA» chegaram aos «BARBADINHOS» em 19 de Setembro de 1880. Tratou-se de ensaiar as máquinas elevatórias, cujo funcionamento satisfez perfeitamente. Tudo ficou, então a postos para dar começo à utilização destas novas águas, tão depressa fossem aprovados os trabalhos realizados.


A inauguração efectuou-se, com toda a solenidade, na tarde do dia 3 de Outubro de 1880. A ela presidiu o rei «D. LUÍS », com a presença do rei «D. FERNANDO II» e do infante «D. AUGUSTO», assistiram os «MINISTROS DA COROA», as vereações da Câmara Municipal de LISBOA, BELÉM e OLIVAIS, membros do CORPO DIPLOMÁTICO, PARES DO REINO, e DEPUTADOS, e outras altas individualidades. O arcebispo de MITILENE lançou a bênção do canal, do reservatório e das máquinas; e o «MINISTRO DAS OBRAS PÚBLICAS», por incumbência de SUA MAJESTADE, abriu a válvula do sifão Nº 50 na «CERCA DO CONVENTO DAS COMENDADEIRAS DE SANTOS», para dar passagem às águas do canal para o reservatório. Em seguida , os Reis e Infante dirigiram-se à casa das máquinas e aí o «D. LUÍS» deu sinal para que elas iniciassem o seu trabalho de elevação para a cisterna do «MONTE», onde as águas chegaram pouco depois.


Cada uma das fases da notável festa era assinalada por fogo de artifício e salvas de morteiro. E nessa noite e nas duas que se lhe seguiram houve luminárias e música no «LARGO DO PELOURINHO».


Só em finais do século XX, depois da inauguração do «SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE CASTELO DE BODE», o aqueduto do «ALVIELA» deixou de ser o principal abastecedor de água à cidade de LISBOA.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVIII]- A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS ( 4 )».




sábado, 7 de maio de 2011

CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVI ]

Calçada dos Barbadinhos - (1998) Foto de Autor não identificado (Reservatório dos Barbadinhos I) in CAMINHO DO ORIENTE
Calçada dos Barbadinhos - (2003) - Foto de autor não identificado (Arco em sifão sobre o RIO TRANCÃO em SACAVÉM, um dos pontos da conduta entre o ALVIELA e os BARBADINHOS) in WIKIPÉDIA


Calçada dos Barbadinhos - (2003) - Foto de autor não identificado (Ponte sobre o Rio Trancão em SACAVÉM e sifão do CANAL DO ALVIELA) in TIO SAM

Calçada dos Barbadinhos - (200_)? Foto de autor não identificado (OLHOS DE ÁGUA nascente no Rio ALVIELA onde era captada a água que se consumia em LISBOA) in O RIBATEJO(CONTINUAÇÃO)

CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVI ]

«A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS (2)»

"O CANAL DO ALVIELA"

O local conhecido por «OLHOS DE ÁGUA», cuja bacia de alimentação está estimada em cerca de 180 Km2. "a água que brota da nascente é originária da chuva que se precipita e se infiltra no *Planalto de Santo António* e é conduzida até este local por uma complexa rede de galerias subterrâneas que constituem centenas de grutas existentes na região"(Guia de percursos Pedestres do PNSAC, 2006 -in Ciência Viva). As águas foram transportadas por meio de condutas superficiais e subterrâneas, aquedutos e sifões desde as origens até ao reservatório dos «BARBADINHOS» (reservatório receptor) e depois bombeá-la daí para outros reservatórios superiores (VERÓNICA) e (MONTE) localizados em diferentes partes da cidade, servindo um leque de consumidores, em qualquer lugar onde estivessem, desde que estabelecessem contrato com a Companhia.

Foi a primeira vez que se levou a cabo uma captação de água a longa distância (114 050 metros). Para isso foram realizadas obras hidráulicas importantes (Aquedutos, sifões e pontes) na totalidade do percurso e das quais podemos realçar o «SIFÃO DO CANAL DO ALVIELA» ou «ARCO DO CANAL DO ALVIELA» em SACAVÉM (que constitui um dos "ex-líbris" desta cidade, atravessa o "RIO TRANCÃO" a poucas centenas de metros da sua foz).

Assim, a execução do traçado do aproveitamento de água do «RIO ALVIELA», tinha o seguinte percurso: O canal, em que já correram as águas captadas nos «OLHOS DE ÁGUA» seguem a margem direita do «ALVIELA» até à distância de 2 Km a montante de «PERNES»; deixando aí o vale do «ALVIELA», atravessa em sifão o vale do «TORNO», afluente daquele, atravessa em túnel a altura que fica ao norte da Igreja de «PERNES» e que separa o vale do «ALVIELA» do vale do «ARNEIRO» e, atravessando este vale com um sifão, segue à direita da estrada real de «PERNES» a «SANTARÉM» até às proximidades da «QUINTA DAS CUMEIRAS», onde, atravessando aquela estrada e deixando-a à direita, segue na direcção de «ALCANHÕES», passa a 1 Km a oeste desta povoação e, depois, próximo à «QUINTA DO D. JORGE», donde se dirige ao vale que vem de «AZOIA», que atravessa em sifão a jusante da estrada real, passando depois por baixo da estrada, deixa-a à esquerda e segue na direcção da «QUINTA DA MAFARRA», «POROFILHO» e «SICÁRIO» até ao vale que vai à ponte de «ASSECA», o qual atravessa em sifão a jusante da boca das «TRÊS VALAS», onde já se acham reunidas as águas que vêm de «ALCOENTRE» com as que vêm de «RIO MAIOR» e de «ALCANEDE». Seguindo, depois, a margem direita do vale de «ALMOSTER», passa a montante dessa povoação e, atravessando junto de «VILA NOVA DE S. PEDRO» o vale que vem de «TORRE BELA», segue a margem direita do vale de «ALCOENTRINHO», a meia encosta, depois em trincheira até à «RETORTO», onde passa, em túnel de 2690 metros, do vale de «ALCOENTRINHO» para o vale da «AMEIXOEIRA», e, deixando este vale à esquerda, atravessa as charnecas da «AMEIXOEIRA» e da «VIDIGUEIRA», tomando a direcção da «OTA», cujo vale atravessa junto da aldeia, por meio de um sifão de 990m.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XVII ] - A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS(3)».




quarta-feira, 4 de maio de 2011

CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XV ]

Calçada dos Barbadinhos - (2009) - (A cerca dos Frades Barbadinhos Italianos, visto de satélite, hoje instalado o MUSEU DA ÁGUA) in GOOGLE EARTH
Calçada dos Barbadinhos (Finais do século XIX) Foto de autor não identificado (Estação Elevatória dos Barbadinhos nos finais do século dezanove) in CÂMARA CORPORATIVA



Calçada dos Barbadinhos - (Início do século XX) Fotógrafo não identificado (Estação elevatória dos Barbadinhos no início do século vinte) in AFML

Calçada dos Barbadinhos - (1880) Gravura de J.N. (Inauguração da chegada das águas do Alviela a Lisboa - publicado no OCIDENTE, 1880. página 169) in OCIDENTE

(CONTINUAÇÃO)

CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XV ]

«A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS ( 1 )»

Na antiga cerca do «CONVENTO DOS FRADES BARBADINHOS ITALIANOS», ordem religiosa Italiana que se fixou, em 1739, na freguesia de «SANTA ENGRÁCIA» constituiu-se, depois de 1876 a «ESTAÇÃO ELEVATÓRIA A VAPOR», destinada a distribuir, para consumo na cidade de Lisboa, a grande quantidade de água proveniente do «RIO ALVIELA».

Muito se tem escrito sobre este importante monumento do antigo abastecimento de água à cidade de Lisboa, cuja bibliografia não cessa de crescer. A «ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS» não foi a primeira estação em Lisboa, a «ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DA PRAIA» em ALFAMA ( hoje MUSEU DO FADO» já existia desde 1868, constituindo a primeira experiência do abastecimento moderno de água, à cidade de Lisboa, utilizando máquinas a vapor.

A concepção da «FÁBRICA DE ÁGUA DOS BARBADINHOS», como na época eram conhecidas as estações elevatórias de abastecimento, derivou de duas ideias fundamentais. Por um lado, apetrechar a cidade de Lisboa de grandes quantidades de água, em todos os bairros, de modo a instalar o abastecimento domiciliário, cobrando-se o seu consumo por família, empresa ou serviço. Por outro lado, introduzir um vector bastante descurado, indispensável numa cidade moderna e em crescimento: o saneamento básico. Abastecimento domiciliário, higiene pública, esgotos, combate a incêndios, que reestruturam-se a partir das novidades introduzidas nos «BARBADINHOS», que colocariam a cidade de LISBOA a par de outras cidades da Europa.

A necessidade de grandes caudais de água obrigou à sua captação a alguma distância a à utilização de meios técnicos potentes para a bombear. Assim, a «COMPANHIA DAS ÁGUAS DE LISBOA» obteve autorização para a exploração nas nascentes do «RIO ALVIELA».

O «RIO ALVIELA» nasce no "PARQUE NATURAL DAS SERRAS DE AIRES E CANDEEIROS" no Concelho de «ALCANENA», freguesia da «LOURICEIRA» e desagua na margem direita do «RIO TEJO», perto do «VALE DA FIGUEIRA», no Concelho de «SANTARÉM».

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