sábado, 31 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [XI]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1946) - Fotógrafo não identificado (Escola Primária Nº 15 dentro do Convento de Santos-o-Novo, grupo da 3ª classe eu estou na 2ª fila o terceiro a contar da direita "pullover" às riscas) Arquivo APS.
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (194_) Fotógrafo não identificado ( Entrada na cerca para o Convento e Igreja, pelo Largo de Santos-o-Novo) in AFML.

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (194_) - Foto de João H. Goulart (Pátio das Comendadeiras de Santos, na Calçada da Cruz da Pedra, 44) in AFML.


Avenida Mouzinho de Albuquerque - (194_) foto de Arnaldo Madureira (Convento de Santos-o-Novo) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (4)»
Este recolhimento de Santos-o-Novo das Comendadeiras de Santiago e Espada, é um edifício de grandes dimensões, tendo a sua construção levado 80 anos, e nunca ter chegado a ser concluída. (1).
O Mosteiro possui o maior claustro da Península Ibérica, de dois andares e com 13 arcos de volta redonda (2).
A Igreja de amplitude mais modesta, embora um dos raros exemplares que sobreviveram mais ou menos íntegros aos vários cataclismos naturais e à extinção das Ordens Religiosas. Igreja de nave única, tem cinco capelas laterais, integra talha dourada, mármores polícromos e painéis de azulejos, destacando-se os que revestem as paredes e narram os passos da vida dos «SANTOS MÁRTIRES».
As Comendadeiras usavam manto branco com a cruz de Santiago bordado a vermelho no ombro esquerdo. No tempo de D. João V, a cor mudou para o roxo.
As freiras professas habitavam os pisos superiores, enquanto os pisos inferiores eram destinados às Comendadeiras, conhecidas por Comendadeiras de Santos que residiram neste local até 1910.
Neste Convento esteve encarcerada a DUQUESA DE MÂNTUA, (MARGARIDA DE SABÓIA), na sequência da Restauração de Portugal em 1640.
Também a Rainha D. LUÍSA DE GUSMÃO ingressa na Irmandade da Bem Aventurada Virgem Maria da Encarnação, em 23 de Março de 1708, sediada na Capela com este orago (3).
Em 1983 é classificado como imóvel de Interesse Público abrangendo a Igreja, o claustro e demais dependências, assim como as zonas exteriores ajardinadas, formando o conjunto da cerca conventual (4).
(1) - Santana, Francisco e Eduardo Sucena - Dicionário da História de Lisboa - 1994 p. 870.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (5)»


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [X]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1997) Foto de António Sacchett (Claustros e Jardim do Convento de Santos-o-Novo) in Lisboa um passeio a Oriente.
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1947-48) (Grupo de alunas na Escola Primária Nº15 instalada no Convento de Santos-o-Novo) Arquivo APS.

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1947-48) (Grupo de Alunos -onde faço parte - da 4ª classe na Escola Primária Nº 15 dentro do Convento de Santos-o-Novo) Arquivo APS.

(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (3)»
Com o Terramoto de 1755 o edifício "pouco ficou incapaz de habitar-se nelle" (1), ficando o interior arruinado, impondo a construção "na cerca, de várias barracas"(2).
No ano de 1773 sofreu um incêndio, ardendo a sacristia, uma Capela interior e dormitório, ao que foi necessário alojar as religiosas no vizinho Mosteiro de Santa Apolónia (3).
O Convento de Santos-o-Novo foi formalmente extinto em 09.05.1895, dando lugar a um dos Recolhimentos da Capital e, encontra-se sob a tutela do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social (MTSS).
O segundo piso recebeu em 1911, já depois da proclamação da República, a Escola Primária Superior de D. António Costa, e a partir de 1927, a secção masculina do Instituto do Professorado Primário Oficial Português.
Desde 1932 o Instituto Sidónio Pais, para os filhos dos professores primários. No ano de 1998 este Instituto passou a designar-se Residência Pinto Peixoto(4).
(Segundo fontes - ainda não oficialmente confirmadas - consta que este Convento foi vendido em 2008).
Em referencia ao piso superior do lado Poente (com as janelas viradas para a Quinta das Comendadeiras), e com entrada pelo Largo de Santos-o-Novo, existiu a Escola Primária Nº 15, onde entre 1944 a 1948 fiz a Instrução Primária.
A actividade masculina era ministrada de manhã e a feminina na parte da tarde.
Na foto que ilustra este Blogue referente ao ano lectivo 1947-48 (4ª classe) eu estou na segunda fila o quarto a contar do lado direito junto do colega de cor. Lamento profundamente que nessa altura (conforme se pode ver na foto) um colega da (2ªclasse) esteja descalço.
Faço referencia também a uma foto da mesma escola mas da classe feminina do ano 1947-48, onde está a minha mulher sentada ao lado esquerdo da professora. (Como diz o ditado O MUNDO É PEQUENO...Quem sabe se na "BLOGESFERA" alguém ao ver estas fotos se veja ali retratado?).
A Escola Primária que funcionava no Convento foi desactivada, após a construção de uma nova Escola, no início da Calçada das Lajes, no lado direito de quem sobe e com frente para a Calçada da Cruz da Pedra. (Escola Básica do 1º Ciclo Nº 15 e Jardim de Infância Nº 1).
(1) - Portugal, Fernando e Alfredo de Matos, Lisboa em 1758 - Memórias Paroquiais Lisboa - Coimbra Editora - 1974 pp 310-320.
(2) - Castro, João B. de, - Mappa de Portugal Antigo e Moderno, Lisboa 1747, Tomo III pp. 274-275.
(3) - Conceição, Frei Cláudio de - Gabinete Histórico, Lisboa, Impressão Régia - T. XVII p. 99.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (4)»

BLOGUEMANIA ALFACINHA NO JORNAL DESTAK


ESTE BLOGUE FOI NOTÍCIA NO DESTAK
No passado dia 26 de Janeiro este blogue foi noticiado no Jornal DESTAK. Cumpre ao seu autor agradecer ao DESTAK, bem assim como à sua jornalista Inês Gonçalves pela referencia.
Devo acrescentar que fiquei muito feliz, pois é assim que se ganha força para continuar.
O meu muito obrigado.

sábado, 24 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [IX]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1996) Foto António Sacchett (Convento de Santos-o-Novo) in Lisboa um passeio a oriente.
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2006) Foto de Ana Mântua (Convento Santos-o-Novo vista do lado poente) in http://pt.wikipedia.org/wiki/convento-de-santos-o-novo

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (194_) Foto de Artur Goulart (Entrada para o Convento pela Calçada da Cruz da Pedra -Portal encimado com as armas da Ordem) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«O CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (2)»
A referencia tradicional à situação adiante do Paraíso tem levantado algumas dúvidas sobre a efectiva localização. No entanto, pelo menos desde 1522, sabemos que esta casa provisória era no local actual do Recolhimento de Lázaro Leitão.
É possível que numa zona ainda bastante despovoada a referência ao Mosteiro do Paraíso fosse indicativa de uma direcção e a casa das Comendadeiras tivesse sido desde a mudança no mesmo local de facto, adiante do Paraíso. Com efeito, "em 1522 emprezavam um assentamento de quinta que está pegada com o dito Mosteiro, (...) partindo (...) da parte do mar com entrada pública que vai para Xabregas e outro com caminho público onde está a ermida de Santa Apolónia "(1).
"Esta nova casa, que em 1551 tinha 24 freiras professas, com 33 servidores e 15 noviças, servindo à Comendadeira 40 pessoas"(2).
Mais tarde projectava-se, pois, a casa definitiva nos terrenos que a Ordem possuía, iniciada depois pela dinastia filipina. É com Filipe II de Portugal (1598-1621) (3), durante o vice-reinado do Marquês de CASTELO RODRIGO que se lança a primeira pedra em 09.02.1609, dia de Santa Apolónia.
O edifício projectado era tão grandioso "que por ser enorme não havia muitas esperanças de ser acabado conforme a traça com que se começou"(4).
Logo em 1613, sendo necessários "as casas e quintal de Francisco Álvares Varejão o rei mandou comprá-las"(5).
D. Álvaro Pereira, seu vizinho, serve de referência à situação do Convento no vale: em 1606 é dado como morador detrás de Santos e, em 1627, na sua quinta junto ao Mosteiro de Santos-o-Novo.
"Na data de 1708 abrigava além das Comendadeiras, 16 Freiras e 16 senhoras recolhidas, a quem faziam companhia oito meninas, parentes suas, sendo as criadas que servem a Comendadeira como as Freiras e recolhidas oitenta e três"
(6).
As Comendadeiras professavam sem obrigação de votos, pelo que podiam tomar estado de matrimónio, não estando obrigadas a clausura. Possuíam rendas e outros bens, estes eram doados por sua morte, uma vez que não tinham obrigação de voto de pobreza. A dignidade de Comendadeira era vitalícia, sendo o cargo provido por nomeação régia, após consulta da Mesa da Consciência e Ordens, procurando sempre uma senhora de primeira qualidade.
ABREVIATURAS
IAN - Instituto de Arquivos Nacionais
TT - Torre do Tombo
CSN - Convento Santos-o-Novo
(1) - CSN cx. 2, Doc. 134
(2) - Oliveira, Cistóvão Rodirgues de, Sumário, Lisboa Casa do Livro, 1939
(3) - IAN/CSN - Cx. 22 Doc. 2039 e Caetano de Sousa, ob. cit., p. 123.
(4) - História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa, CML-1972, Tomo II p.227.
(5) - IAN/TT - Chancelaria de D. Filipe II, Lº. 28.
(6) - História dos Mosteiros (...) -Tomo II páginas 229-230
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (3)»


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [VIII]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1998) Fotografo não identificado (Convento Santos-o-Novo no lado poente, com a avenida em primeiro plano) in Caminho do Oriente-Guia Histórico I
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (Santos Mártires de Lisboa - Cenas da vida e martírio de VERÍSSIMO, MÁXIMA e JÚLIA. Os quadros foram a leilão em 1921 e adquiridos pelo Industrial Vasco Bensaúde que em meados do século XX os seus herdeiros doaram os painéis ao Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada) in pup.netcabo.pt/batores/santos_martires_2

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (Santos Mártires de Lisboa - fazem parte da colecção do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada. Pintura renascentista portuguesa da primeira metade do Século XVI. (Desconhece-se documentalmente a origem das pinturas) in pup.netcabo.pt/batores/santos_martires_2
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«O CONVENTO DE SANTOS - O - NOVO (1)»
No início, a Sul da Avenida Mouzinho de Albuquerque, próximo da Calçada de Santa Apolónia com entrada pelo velho portal na Calçada da Cruz da Pedra, (antiga Estrada do Vale de Xabregas), encimado por uma pedra com as armas da ordem, fica o «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO» na freguesia de SÃO JOÃO.
Para poente da referida Avenida fica o «RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO» este na freguesia de SANTA ENGRÁCIA
A história do «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO» está relacionada com a lenda dos três Santos Mártires: «VERÍSSIMO, MÁXIMA e JÚLIA», irmãos da mesma fé, filhos de Lisboa que, não querendo renunciar à sua fé, foram levados à presença de «TARQUÍNIO», o representante nestas terras do Imperador Romano «DIOCLECIANO-(284 a 305 d.c.)».
Foram submetidos a vários martírios, como o espancamento e arrastados pelas ruas da cidade, torturas que sempre suportaram. «TARQUÍNIO» determinou que fossem lançados ao rio com pesadas pedras atadas ao pescoço. Mas ocorreu um milagre. Atirados às águas entre Lisboa e Almada, logo os corpos voltaram à margem, mesmo antes do regresso do barco que os havia levado para meio das águas.
Esta tradição foi mantida entre os poucos cristão que restavam na cidade, conservando os restos mortais dos mártires escondidos em lugar seguro.
Após a conquista de Lisboa aos Mouros, D. Afonso Henriques mandou erguer naquele sítio uma Igreja.
O Mosteiro de Santos-o-Velho, localizado em Santos, teve o seu início numa casa doada por D. Sancho II aos freires da Ordem de Santiago e Espada, passando a ser ocupada pelas mulheres, filhas e viúvas daqueles monges-cavaleiros em 1290, convertendo-se no Mosteiro das Comendadeiras da Ordem de Santiago.
"onde entravam as mulheres de maior obrigação dos Comendadores e Freires que no tempo que eles andavam ocupados na guerra contra os Mouros, viviam recolhidas no Mosteiro em grande honestidade.
E como algumas vieram a professar os votos dos Cavaleiros, elegeram uma que como Prelada as governaria, à qual deram o título de COMENDADEIRA, e foi a primeira que teve este título uma senhora ilustre de sangue, e mais ainda de virtude, que se dizia DONA SANCHA, a qual por revelação do Céu, achou as relíquias dos Santos Mártires (1).
No entanto, sendo o Mosteiro de pequenas dimensões, D. João II mandou construir um outro em Xabregas, no ano de 1470, no local de uma pequena Ermida dedicada a Nossa Senhora do Paraíso.
Relata-nos «GARCIA DE RESENDE» que "em 05.09.1490, foram transferidas as recolhidas para junto de Santa Maria do Paraíso - onde possuía uma quinta, hortas, vinhas e olivais, no sítio entre o Mosteiro de Santa Clara e o da Madre de Deus - em procissão acompanhadas do Cabido e de todas as religiosas da cidade, com as cruzes das Igrejas paroquiais. As Comendadeiras bem como as freiras seguiam a pé a procissão, acompanhando as «SANTAS RELÍQUIAS» que eram guardadas numa tumba dourada (...) e chegaram ao novo Convento se recolheram na Igreja as Santas Relíquias, trazidas do lugar de Santos, mantendo a nova casa o velho orago, agora com a designação de «SANTOS-O-NOVO». (2)
(1) - História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa - CML 1972 Tomo II páginas 223-230.
(2) - Resende, Garcia de - Crónicas de D. João II -Lisboa 1902 - Cap. 42 - Pag. 964.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «O CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (2)»



domingo, 18 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [VII]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (195_) Foto de Artur Goulart (Entrada do referido TÚNEL na Praça Olegário Mariano, freguesia de São Jorge de Arroios) in AFML.
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (196_) Foto Artur Goulart (Obras de prolongamento da Avenida) in AFML.

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (s/d) Foto de Artur Goulart (Caminho de acesso ao Alto Varejão, no vale seria implantada a Avenida Mouzinho de Albuquerque) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«A PRAÇA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE»
Mouzinho de Albuquerque também foi referenciado numa Praça de Lisboa (hoje bastante central).
Numa referencia do mestre e olisipógrafo Alfredo Mesquita, no seu livro «LISBOA» do inicio do século XX na página 507 dizia: "A Avenida Ressano Garcia pertencia à 2ª zona, por começar já fora da circunvalação.(...) Na planta, o grande ângulo formado pela Estrada da Circunvalação com o Arco do Cego era o que tinha de seguir-se antes da Avenida Ressano Garcia, para ir por exemplo à Praça do Duque de Saldanha, (antiga PRAÇA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE), à entrada do Campo Grande».
A designação de Praça Mouzinho de Albuquerque foi alterada como consta na Acta Número 39 de vinte de Junho de mil novecentos e cinquenta e três (1953) "a Comissão manteve o parecer de que seja integrada no Campo Grande a Praça Mouzinho de Albuquerque" (1).
Por informação da Divisão de Alvarás, Escrivania e Toponímia da C.M.L., concluímos que a actual Praça Duque de Saldanha, anteriormente designada «PRAÇA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE» antes tinha sido a Rotunda das Picoas 3º Bairro.
TÚNEL COM LIGAÇÃO À AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
Foi abordado no ano de 2001 pela Câmara de Lisboa, a construção de um túnel sob a colina da Penha da França, com 670 metros de extensão e 14 de largura (duas vias e duas faixas em cada sentido). Iria ligar a «PRAÇA OLEGÁRIO MARIANO» - prolongamento da Rua Pascoal de Melo, nas proximidades da Praça do Chile -à «AVENIDA CORONEL EDUARDO GALHARDO» e esta a uma nova Rotunda a construir na «AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE», que constitui o troço final da primeira circular de Lisboa.
Recordo-me que o início deste túnel na Praça Olegário Mariano, já era visível nos anos 50 do século XX, quando eu diariamente transitava na Passos Manuel, Rua Cavaleiro de Oliveira em direcção à Morais Soares.
O novo túnel tinha por objectivo aliviar o intenso tráfego na zona da Avenida Almirante Reis/Praça do Chile/Rua Morais Soares com uma nova ligação directa à primeira circular de Lisboa, que ligava pelo interior da Cidade às Avenidas de Ceuta a Infante D. Henrique, junto à Estação de Santa Apolónia. (2)
(1) - Actas - 1943-1974 da Comissão Municipal de Toponímia de Lisboa página 159.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «O CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (1)»



quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [VI]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2008) - Foto gentilmente cedida por Rafael Santos - (A Av. Mouz. de Albuquerque, vendo-se a Praça João Azevedo Coutinho e mais à frente a Praça Aires de Ornelas).
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2008) - (Os Heróis das Campanhas de África junto ao Vale Escuro) - (A)-Av. Mouz. de Albuquerque - (B)-PRAÇA AIRES DE ORNELAS - (C)-PRAÇA PAIVA COUCEIRO - (D)-AV. CORONEL EDUARDO GALHARDO - (E)-AVENIDA GENERAL ROÇADAS - in http://Wikimapia.org/

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2008) - (Panorama do envolvente na Av. Mouz. de Albuquerque - (A)-Av. Mouzinho de Albuquerque - (1)-Convento de Santos-o-Novo - (2)-Escola Patrício Prazeres in http://Wikimapia.org/


(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«EPISÓDIOS SOBRE "AS CAMPANHAS DE ÁFRICA" DE MOUZINHO E SEUS COMPANHEIROS DE ARMAS (2)»
Sem a bravura destes brilhantes oficiais portugueses, não seria possível voltar à normalidade na Província de Moçambique.
Os nomes atrás destacados foram companheiros de armas nas "CAMPANHAS DE ÁFRICA" por isso, os seus nomes foram perpetuados em ruas do antigo «VALE ESCURO». A uma das Avenidas foi dado o nome de «AVENIDA GENERAL ROÇADAS» (José Augusto Alves ROÇADAS), também um notável nessa altura, mas em Angola.
Quanto ao major Alfredo Augusto CALDAS XAVIER, que tinha uma designação no prolongamento Sul da Avenida Mouzinho de Albuquerque, neste momento a informação de nova localização encontra-se em análise pelos serviços da C.M.L..
Um outro companheiro de armas EDUARDO Augusto Rodrigues GALHARDO tem assim, perpetuada a sua memória com a «AVENIDA CORONEL EDUARDO GALHARDO» ligada à Avenida de Mouzinho. AIRES DE ORNELAS e Vasconcelos também oficial da Campanha e jornalista, ficou bem juntinho a Mouzinho numa «PRAÇA» que já foi «PRACETA». João Azevedo Coutinho oficial da Marinha Portuguesa, um dos companheiros e émulo de Mouzinho de Albuquerque, que prestou em África relevantes serviços, tem também uma Praça com seu nome junto desta avenida. Henrique Mitchell de PAIVA COUCEIRO ficou no início da «AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE», abrangida por duas freguesias; «PENHA DE FRANÇA e SÃO JOÃO», com a designação de «PRAÇA PAIVA COUCEIRO».
Na realidade, são quase todos homens feitos de coragem, de abnegação, de alheamento dos próprios interesses, de alto sonho nacionalista e imperial. Nestas «CAMPANHAS DE ÁFRICA», provaram o seu extraordinário valor e fervor patriótico nessa notável época.
Mouzinho! O maior de todos! Diz-nos AIRES DE ORNELAS: «Português completo paladino, governado, intelectual, tão bravo na guerra como esclarecido no gabinete e incisivo, fulgurante na expressão de um pensamento de águia. Perante a podridão liberal que lhe desfigura a imagem da Pátria, a sua reacção só pode ser uma: colérico protesto. Recusa-se a aceitar e a acatar as misérias do Século XIX. Gente mesquinha enredada em intrigas sórdidas, receiam-no, suspeitam-no, detestam-no.
Mouzinho suicida-se com um tiro dentro de um carro de praça. Epílogo sombrio, para o qual se ensaiam explicações diversas. Um parente seu - PEDRO GAIVÃO - encontra decerto a chave do enigma ao escrever: «incompatibilidade quase instintiva dum homem e duma época, que não era a sua época moral». Mouzinho, paladino medievo, é incompatível com a triste feira de vaidades e hipocrisias do LIBERALISMO de 1900.(1)
(1) - Ameal, João - História de Portugal - Porto - 1962 - páginas 660-668.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «A PRAÇA MOUZINHO E O TÚNEL COM LIGAÇÃO À AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE»

domingo, 11 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [V]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2008) - Foto gentilmente cedida por Rafael Santos - (A Av. Mouz. de Albuq. no sentido para Sul, vendo-se à esquerda a Praça AIRES DE ORNELAS, um dos seus companheiros de armas em África).
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2007) -Fotógrafo não identificado (Prisão de Gungunhana - Baixo relevo que se encontra exposto na fortaleza do Maputo - Campanhas de África) in losofolia.blogspot.

Avenida Mouzinho de Albuquerque- (189_) Fotógrafo não identificado (Residência que servia de habitação e de Comando a Mouzinho e seus oficiais, na povoação do MOSSURIL - Moçambique) in groups.msn.com/mocambiquearquivo/manuelpa.
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«EPISÓDIOS SOBRE AS "CAMPANHAS DE ÁFRICA" DE MOUZINHO E SEUS COMPANHEIROS DE ARMAS (1)»
Moçambique Província africana mais ameaçada pela cobiça britânica, pelas intrigas de RHODES e também pelo poderio do famoso «MUNDAGAZ», neto do régulo «MANICUSSE» e filho de «MUZILA», a quem dão o nome de «GUNGUNHANA», que significa «INVENCÍVEL». Rei de «GAZA», soberano dos belicosos «VÁTUAS», o temor que inspira, a extensão das terras que governa, o número e ardor dos seus guerreiros tornam-no adversário de vulto.
Inteligentemente, os agentes britânicos da «CHARTERED» lisonjeiam-no, aproveitam-no contra nós, a ponto de lhe oferecerem mil espingardas Martini, grande quantidade de munições e libras em oiro e assinaram com ele um tratado em 1891. Nesse mesmo ano o Ministério inglês em Lisboa chega a propor ao nosso Governo o reconhecimento da independência do «GUNGUNHANA», que seria garantida, em conjunto, pela Grã-Bretanha e Portugal! Tal como o descreve AIRES DE ORNELAS.
«MUNDAGAZ» é "evidentemente o chefe duma grande raça". O seu prestígio estende-se a uma área imensa, feito de terror, de orgulho, da crença na impossibilidade de o vencerem.
Embora tenha prestado vassalagem ao Rei de Portugal, «GUNGUNHANA» procede com insolências e ousadias inadmissíveis.
Decide o Governo de Lisboa pôr termo a uma situação gravíssima, tomando uma medida de maior alcance: a nomeação de um Comissário Régio investido dos poderes necessários para solucionar o problema. É escolhido «ANTÓNIO JOSÉ ENNES», voluntarioso e resoluto. que em 18 de Janeiro de 1895 desembarca em Lourenço Marques.
Anima-o o propósito viril de restabelecer a plenitude da soberania de Portugal em Moçambique. Estava rodeado de um belo escol de oficias: «CALDAS XAVIER». «FREIRE DE ANDRADE», «EDUARDO COSTA», «AIRES DE ORNELAS» e «MOUZINHO DE ALBUQUERQUE».
Mais tarde chamados de "OS HERÓIS DAS CAMPANHAS DE ÁFRICA". (1)
(1) - Ameal, João - História de Portugal - Porto - 1962 - páginas 660-668.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «EPISÓDIOS SOBRE AS CAMPANHAS DE ÁFRICA DE MOUZINHO E SEUS COMPANHEIROS DE ARMAS»(2).


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [IV]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (189_) fotógrafo não identificado (Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque) in http://pt.wikipedia.org/
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2007) Fotógrafo não identificado (Baixo relevo dedicado ás Campanhas Coloniais, que se encontra exposto na fortaleza do Maputo) in lusofolia.blogspot
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«MOUZINHO DE ALBUQUERQUE (2)»
Este feito que o notabilizou, valeu-lhe ainda ser promovido a Major por distinção, além de várias condecorações.
Em Fevereiro e Março de 1896 empreende a pacificação da região do Maputo, onde o régulo «N'GUANAZE» se mantinha em pé de guerra. A 21 de Maio de 1896 toma posse do cargo de Governador-Geral de Moçambique e, em Novembro seguinte é elevado a Comissário Régio. Ainda em 1896, decide ocupar de facto o distrito de Moçambique e empreende a Campanha dos «NAMARRAIS». Em Outubro é ferido em «MUJENGA» e em Fevereiro de 1887 trava novo combate em NAGUEMA.
Entretanto no plano administrativo, coloca homens de sua confiança nos Governos Distritais e procede a várias medidas.
Mas a agitação dos «VÁTUAS» voltara a reacender-se sob a chefia de «MAGUIGUANA». Em Julho de 1887 trava novo combate em «MACONTENE» e no mês seguinte consegue cercar a matar «MAGUIGUANA», em «MAPULANGUENE».
Em 6 de Setembro desse ano é publicado o decreto que lhe concede o grande oficialato da Torre e Espada. Regressa a Lisboa, onde chega a 14 de Dezembro, tem uma recepção apoteótica e é cumulado de honrarias, que se prolongaram por muito tempo. É enviado em missão diplomática à Inglaterra, Alemanha e França.
No mês de Maio de 1898 regressa a Moçambique, onde se mantinham focos de revolta indígena. Com espírito não só temerário como autoritário, os seus métodos de governação haviam suscitado a oposição do Governo de Lisboa, que, em decreto de 7 de Julho, pretendem limitar a sua autoridade e autonomia, facto que o leva imediatamente a pedir a exoneração do cargo de Comissário Régio, entretanto em litígio com os governantes da capital.
Desembarca em Lisboa em Setembro, é agraciado com a comenda de Avis e, em Dezembro, é nomeado ajudante-de-campo efectivo do Rei, oficial-mor da Casa Real e aio do príncipe D. Luís Filipe.
Não se consegue adaptar à vida da Corte, desabafando em 1899, numa carta ao Conde de Arnoso: «Maldito o dia em que para aqui entrei...». É-lhe atribuída a culpa na participação em planos de instauração de uma ditadura militar para «Salvação do País». Porém não conseguiram a aprovação de D. Carlos. Em 8 de Janeiro de 1902 suicida-se dentro de um táxi de praça diante da Quinta das Laranjeiras. Era casado com D. Maria José Galvão Mouzinho de Albuquerque. (1)
(1) - Dicionário Ilustrado da História de Portugal - 1985 - Publicações Alfa Volume II páginas 14 e 15.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «EPISÓDIOS SOBRE AS CAMPANHAS DE ÁFRICA E SEUS COMPANHEIROS DE ARMAS (1)»

domingo, 4 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [III]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (s/d) Fotógrafo não identificado ( Mouzinho nas Campanhas de Moçambique-Desenho) in causamonarquica.wordpress.com
Avenida Mouzinho de Albuquerque - s/d - Fotógrafo não identificado (Retrato oficial de Mouzinho de Albuquerque que estava na Câmara Municipal de Lourenço Marques) in groups.msn.com/mocambiquearquivovivo/manuelpa
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«MOUZINHO DE ALBUQUERQUE (1)»
Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque nasceu em 12 de Novembro de 1855(1) na Quinta da Várzea, Concelho da Batalha e faleceu no dia 8 de Janeiro de 1902 em Lisboa. Era filho de José Diogo Mascarenhas Mouzinho de Albuquerque e de Maria Emília Pereira da Silva Bourbon.
Seu avô paterno, Luís da Silva Mouzinho de Albuquerque fora figura destacada de militar e liberal, morto em Torres Vedras, no ano de 1846, na Batalha da «Patuleia».
Mouzinho de Albuquerque ingressou como voluntário no Regimento de Cavalaria 4 em 1871. Dois anos depois é graduado em 1º Sargento aspirante a oficial e, concluído o seu curso na Escola do Exército em 1876 seria graduado a alferes, posto onde se torna efectivo em 1880.
Em 1886 parte para a Índia, já Capitão, com a missão de fiscalizar o Caminho-de-Ferro de Mormugão.
No ano de 1888 é nomeado secretário do Governo da Colónia, cargo onde o vem surpreender o ultimato inglês de 1890. Já em Moçambique é nomeado ainda nesse ano Governador do Distrito Militar de Lourenço Marques, sendo exonerado dois anos depois.
Regressa então a Lisboa. Entretanto haviam principiado nessa Colónia revoltas das populações indígenas, à frente das quais se destacavam alguns chefes tradicionais, como o régulo «GUNGUNHANA».
Estabelecido o acordo com a Inglaterra e as potências europeias para traçar os limites portugueses na África Oriental, é enviado para Moçambique o comissário régio António José Ennes, com missão de pacificar a região.
Em 1895 o esquadrão de Cavalaria 1 comandado por Mouzinho de Albuquerque -já em Moçambique- entrava em operações.
Sob o comando do coronel Eduardo Galhardo, participa no combate de Coolela (Novembro de 1895), primeira grande derrota doa «VÁTUAS»(2), que vem juntar-se a Marracuene e Magul.
É nomeado em 10 de Dezembro de 1895 Governador do Distrito Militar de Gaza. Mouzinho decide perseguir e aprisionar «GUNGUNHANA», com uma força de trinta e sete infantes, doze artilheiros, soldados indígenas, várias dezenas de carregadores e auxiliares desarmados. Entraram em CHAIMITE, Santuário do Império «VÁTUA» em 28 de Dezembro, sem disparar um tiro, aprisionando «GUNGUNHANA» e outros régulos e fuzilando dois outros importantes chefes (Manhume e Queto).
(1) - Arquivo e Biblioteca da Fundação Mário Soares
(2) - Negros pertencentes a tribos que habitavam a região Austro-Oriental da ÁFRICA, e cujo poderio foi destruído pelos Portugueses com a prisão do seu último chefe, o Gungunhana.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «MOUZINHO DE ALBUQUERQUE (2)»