quarta-feira, 31 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XIII ]

«A RUA CARLOS FERRÃO ( 2 )»
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 )  -  (A "RUA CARLOS FERRÃO" com duas passagens, um túnel para a "RUA DO CRUZEIRO" uma escada para a "RUA CRISTÓVÃO RODRIGUES ACENHEIRO)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 )  -  (Mais aproximado aos Blocos que formam a "RUA CARLOS FERRÃO",  que bem podia ser uma "Praceta")    in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - (2016)  -  (Final da "RUA CARLOS FERRÃO" que liga à "RUA GIOVANNI ANTINORI")   in   GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão -  (  2016  )  -  (O início da "RUA CARLOS FERRÃO" vista da "RUA GIOVANNI ANTONORI")      in     GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - (2016)  -  (Lado direito da "RUA CARLOS FERRÃO" ao fundo, depois do arco podemos ver a "RUA DO CRUZEIRO")    in   GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão -  ( 1966 )   -  ("CARLOS FERRÃO" e a sua obra da reforma de instrução. Defesa do Ultramar e perfis de Republicano, com o título "A OBRA DA REPÚBLICA" da Editorial "O SÉCULO")   in    O ESTROLABIO 
Rua Carlos Ferrão -  ( 1978 )  -  (O Livro "RELATÓRIOS SOBRE A REVOLUÇÃO DO 5 DE OUTUBRO" uma obra de "CARLOS FERRÃO" publicada pela C.M.L.)    in    O ESTROLABIO

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM  NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XIII ]

«A RUA CARLOS FERRÃO ( 2 )»

"CARLOS FERRÃO" durante a II GUERRA MUNDIAL fez notáveis comentários, que publicava regularmente em "O SÉCULO", no "DIÁRIO DE LISBOA" e num semanário  de que foi seu Director, a "VIDA MUNDIAL ILUSTRADA". (Mais tarde viria também a dirigir a "VIDA MUNDIAL", precursora em PORTUGAL das actuais revistas semanais de actualidades).
Destaca-se como cronista de guerra, tendo dirigido a edição de "HISTÓRIA DE GUERRA", em 1944. Traduz as memórias de CHURCHIL.
Procurava uma visão serena e isenta dos acontecimentos e acompanhava regularmente o desenvolvimento dos conflitos, fornecendo ao público leitor pormenores que  desconheceria se este se limitasse à leitura simples dos noticiários.
Nos primeiros tempos deste jornal "DIÁRIO DE LISBOA", o comentário Internacional de "CARLOS FERRÃO" era publicado na primeira página, preenchendo a  última coluna.
Dera-se, entretanto, a cisão no "DIÁRIO DE LISBOA" e "CARLOS FERRÃO" viera para outro vespertino que morava então na "RUA DO SÉCULO", quase em frente da sua outra casa, a do matutino em cuja editora publicou boa parte das suas obras, como a "HISTÓRIA DA GUERRA", "50 ANOS DA HISTÓRIA DO MUNDO", "EM DEFESA DA VERDADE" (1961), "HISTÓRIA DA REPÚBLICA" (1960), "A OBRA DA REPÚBLICA" (1966). "DESFAZENDO MENTIRAS" (1968) entre outras e só para falar das mais conhecidas. "CARLOS FERRÃO" foi pois dos muito poucos jornalistas que colaborou nas duas séries do Jornal "A CAPITAL".

A sua biblioteca foi adquirida pelo ESTADO. A BIBLIOTECA, passou a representar a «BIBLIOTECA DULCE FERRÃO", que reúne cerca de 26 mil volumes que constituíam a biblioteca pessoal do jornalista e investigador "CARLOS FERRÃO", tomando por expresso  desejo deste, o nome de sua mulher. Em 1976, o seu proprietário vendeu-a ao ESTADO, por valor simbólico e em 2001, por protocolo entre o MINISTÉRIO DA CULTURA e a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, ficou este acervo ao cuidado do município, através da BIBLIOTECA-MUSEU REPÚBLICA E RESISTÊNCIA, onde se conserva.
Muito rica em bibliografias relativa à "I REPÚBLICA", o seu interesse estende-se pela produção bibliográfica nacional (Política, Social e Literária) de meados do século XIX em diante e pela temática dos dois grandes conflitos Mundiais.
ESPAÇO CIDADE UNIVERSITÁRIA - Rua ALBERTO SOUSA, 10 - ZONA " B " ao REGO - 1600-002 - LISBOA - TEL. 21 780 27 60 - MAIL - bib.republica@cm-lisboa.pt - Acessível ao público em geral [ FONTE ] : BNP.  [  FINAL  ].

BIBLIOGRAFIA

- A FREGUESIA DO BEATO NA HISTÓRIA - Paula C. Ferreira - Paula Sanchez e Sandra Figueiredo - Ed. JUNTA DE FREGUESIA DO BEATO - 1995 - Lisboa
- CASTILHO, Jílio de, LISBOA ANTIGA, BAIRROS ORIENTAIS, Vol. VII, CML-1936-LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Dir. Francisco Santana e Eduardo Lucena - 1994 - LISBOA.
- LIVRO DE ACTAS - 1943 a 1974 - da COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA- CML- Cord. de Agostinho Gomes, Paula Machado, Rui Pereira e Teresa Sancha Pereira - 2000 - LISBOA.
- LIVRO DE ACTAS - 1974 a 1989 da COM. MUN. DE TOPONÍMIA DE LISBOA-CML- Cord. de Agostinho Gomes, Paula Machado, Rui Pereira e Teresa Sancha Pereira - 2000 - LISBOA.
- ROTEIRO CULTURAL DE LISBOA - Editorial Notícias 10.ª Ed. - 2003 - LISBOA.
- TOPONÍMIA DE LISBOA.

INTERNET

- EPHEMERA-BIBLIOTECA E ARQUIVO DE JOSÉ PACHECO PEREIRA
- FUNDAÇÃO MÁRIO SOARES
- LISBOA DE ANTIGAMENTE
- TOPONÍMIA DE LISBOA
- WIKIPÉDIA 


(PRÓXIMO)«RUA ALFREDO DA SILVA [ I ] A RUA ALFREDO DA SILVA E SEU ENQUADRAMENTO (1)».

sábado, 27 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XII ]

«A RUA CARLOS FERRÃO ( 1 )»
 Rua Calços Ferrão - ( 1976 )  - ( A "HISTÓRIA DA 1.ª REPÚBLICA" publicada em 1976 pela TERRA LIVRE, foi escrita por "CARLOS FERRÃO")   in   ESTROLÁBIO 
 Rua Carlos Ferrão - (1960)  -  (A "HISTÓRIA DA REPÚBLICA" publicada pela Editorial O SÉCULO  pelo escritor e jornalista CARLOS FERRÃO)  in   ESTROLÁBIO
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 )  -  (Um troço da "RUA CARLOS FERRÃO" ao fundo, depois de passar o arco fica a "RUA DO CRUZEIRO")   in GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Ferrão - ( 2016 )  -  (Panorâmica da freguesia da AJUDA onde se insere a "RUA CARLOS FERRÃO")   in     GOOGLE EARTH
Rua Carlos Ferrão - ( 2016 )  -  (A "RUA CARLOS FERRÃO" na freguesia da "AJUDA")   in    GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) -RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XII ]

«A RUA CARLOS FERRÃO ( 1 )»

A "RUA CARLOS FERRÃO" pertence à freguesia da « AJUDA ». Começa na "RUA GIOVANNI ANTINORI" e acaba na mesma RUA.
LISBOA transformou, por força de um EDITAL publicado em 01 de Junho de 1981 o antigo impasse " F " à "RUA DO CRUZEIRO" na "AJUDA", em "RUA CARLOS FERRÃO - Jornalista (1898-1979). Diz a  ACTA nº. 1/81 de 13 de Janeiro de 1981, onde reuniu a "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA" para apreciar as propostas de diversos vereadores na reunião Camarária, realizada em 03 de Setembro de 1980, defendendo a consagração na toponímia de LISBOA de vários nomes, entre eles o de "CARLOS FERRÃO". Assim a COMISSÃO sugere que o impasse " F " à RUA DO CRUZEIRO, passe a denominar-se "RUA CARLOS FERRÃO".

Os mensageiros da desgraça prevêem, em épocas cíclicas, o desaparecimento dos jornais, substituídos por outras vias de comunicação e informação que têm a qualidade de ser mais rápidas e a bondade de não sujar de tinta as mãos do utente.
Os humoristas respondem que a verdade é que nunca a RÁDIO, a TELEVISÃO e agora a INTERNETE servirão para forrar o caixote do lixo, embrulhar o bacalhau seco, nem para manter quente o solto  arroz, embrulhando o tacho onde o cereal  foi   cozinhado. Outros mais a sério, contestam que a palavra escrita, digerível, consultável a qualquer momento, recontável, fácil de apresentar como prova, terá sempre um peso específico a considerar.
Assim. parece poder chegar-se, sem força, à conclusão de que, mais do que falecidos de morte natural, há jornais que mais facilmente se suicidam. Esse desaparecimento inglório poderá dever-se, entre outras coisas. à não adaptação das necessidades do leitor, ao divórcio entre a vida real e o que sai nas notícias e nos artigos, ao desprezo pelo rigor e pela inteligência daqueles para quem se escreve.

"CARLOS FERRÃO", foi um dos dez jornalistas que em 1968, acompanharam "NORBERTO LOPES" e "MÁRIO NEVES" quando estes decidiram deixar o "DIÁRIO DE LISBOA" e fundar a "A CAPITAL", considerando-a embora segunda série do vespertino que existira entre 1910 e 1926.
«CARLOS FERRÃO» nasceu em LISBOA a 20 de Dezembro de 1898 e faleceu também em LISBOA a 12 de Setembro de 1979, estudou igualmente em LISBOA, tendo concluído o curso do MAGISTÉRIO. Foi Jornalista, Historiador, Professor na CASA PIA.
Era, porém, na escrita e, sobretudo, nos jornais que se sentia plenamente realizado.  Desde muito jovem, andou pelas redacções, colaborando com artigos de índole política. "A MANHÃ", "O SÉCULO", "VITÓRIA", "PÁTRIA" e a primeira série de "A CAPITAL" contaram com a sua colaboração nos primeiros tempos.
Interessavam-no especialmente os acontecimentos internacionais, sendo  a época muito propícia em fornecer-lhe material de estudo e análise.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XIII ] -RUA CARLOS FERRÃO ( 2 )».

quarta-feira, 24 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-(4.ª SÉRIE) [ XI ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 3 )»
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 2016 )  -  (A "PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA" com saída à direita para a "RUA DAS PEDREIRAS")  in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - (2016)  -  (Um dos lados da "PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA" na freguesia de BELÉM)   in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - (2016)  -  (O edifício do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" na "AVENIDA DA LIBERDADE" visto da Rotunda do Marquês)   in    GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 1910 )  -  (Foto do Doutor Alfredo Cunha, no período em que representava o Diário de Notícias como Director)  in  WIKIPÉDIA
 Praça Dr. Alfredo Cunha -  ( 1890 )  - (Figura feminina de GEORGE SAINT-LANNE (1848-1912) - (A esposa do "Dr. Alfredo Cunha", Dona Maria Adelaide Coelho da Cunha)  in WIKIPÉDIA

Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 2005 )  -  Foto de APS  -  (Antiga Sucursal do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" no ROSSIO  - Praça D. Pedro IV - tendo no passado como Director o Dr. Alfredo Cunha)  in  ARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ XI ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 3 )»

«MARIA ADELAIDE COELHO DA CUNHA» esposa de "ALFREDO CUNHA", herdeira da maioria das empresas que o marido administrava, resolveu, abandonar a casa em 13.11.1918, desencadeando um grande escândalo na época. Foi depois revelado que "MARIA ADELAIDE" de 48 anos de idade, se tinha apaixonado pelo motorista da família, um jovem de 20 anos mais novo, tendo partido com ele para um esconderijo.
O casal foi rapidamente encontrado, sendo o rapaz preso na cadeia do PORTO, onde permaneceu quatro anos sem culpa formada, e MARIA ADELAIDE internada num hospital considerada louca.  A interdição judicial não foi levantada pelo marido e o único filho do casal, então com 26 anos de idade, mantivera na sua posse toda a fortuna. 
Libertada mais tarde, viveu na cidade do PORTO, onde o novo companheiro foi o "MOTORISTA". O "DRAMA", terá apaixonado a Alta Sociedade lisboeta do tempo, inspirou diversas obras, entre as quais "DOIDOS E AMANTES" de AGUSTINA BESSA LUÍS, o filme "SOLO DE VIOLINO" (1990),  realizado por MONIQUE RUTLER. Existe ainda outro livro sobre o episódio com o título "DOIDA NÃO E NÃO" de MARIA ADELAIDE COELHO CUNHA, LISBOA, BERTRAND EDITORA  publicado no ano de 2009.
Mas voltemos ao "nosso" jornalista "DR. ALFREDO CUNHA". Só em 1919, devido a alterações na constituição da Empresa proprietária do jornal, ALFREDO CUNHA deixaria a direcção, entregue então a AUGUSTO DE CASTRO.

Entretanto, quer na Redacção quer na Direcção, tinha mantido a orientação que fora fixada pelos fundadores: fazer um jornal politicamente imparcial e defensor das causas mais populares. Por outro lado, o DR. ALFREDO CUNHA tinha integrado várias comissões de defesa da IMPRENSA, tomando parte nomeadamente num CONGRESSO INTERNACIONAL sobre o tema e colaborando na ASSOCIAÇÃO DOS TRABALHADORES DA IMPRENSA, sendo também um precursor do SINDICATO DOS JORNALISTAS.

Deixou os jornais ainda cedo, pelo que passou a exercer outras actividades. Esteve, por exemplo, no "BANCO LISBOA & AÇORES" e na Administração dos TABACOS. Sem carácter remuneratório, trabalhou para o JARDIM ZOOLÓGICO e muitas outras instituições de cultura e beneficência. Publicou ainda numerosa obra, parte da qual subordinada à musa da POESIA ("ENDECHAS E MADRIGAIS", "O IMPOSTO DO BEM...). Vários trabalhos incidiram sobre figuras e história do jornalismo em PORTUGAL, com destaque para a biografia que fez de EDUARDO COELHO.
Foi membro da ASSOCIAÇÃO DOS ARQUEÓLOGOS PORTUGUESES e da SOCIEDADE PROPAGANDA DE PORTUGAL, tendo sido agraciado com a COMENDA DA ORDEM DE SANTIAGO (1903) e o OFICIALATO DA LEGIÃO DE HONRA (1905) e, igualmente com a PLACA DE HONRA ( 1919 ) e a da DEDICAÇÃO (1920) pela CRUZ VERMELHA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ XII]-RUA CARLOS FERRÃO (1)».

sábado, 20 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ X ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 2 )»
 Praça Dr. Alfredo Cunha ( 2016 )  - (Vista mais aproximada da "Praça Dr. Alfredo Cunha" na freguesia de "BELÉM")  in   GOOGLE EARTH
 Praça Alfredo Cunha - (2016) -  (Final da "Praça Dr. Alfredo Cunha")  in  GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 2010)  - (Uma imagem da "Praça Dr. Alfredo Cunha" para os sítios de BELÉM)  (Abre em Tamanho grande)   in  TOPONÍMIA DE LISBOA 
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - (c. 1900) Foto de Alberto Castro Lima -  (Jardim do antigo PALÁCIO  ALFREDO CUNHA, onde nos anos 60 do século passado alguns elementos do CORO da FNAT actuaram num exterior (directo) da RTP sobre "SANTOS POPULARES" e "MARCHAS DE LISBOA" com realização do saudoso "NUNO FRADIQUE"    in     AML 
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( ( c. 1952 ) - Foto de Salvador de Almeida Fernandes - ("Palácio Teles Meneses" mais tarde "Palácio Alfredo Cunha" no "LARGO DE SÃO VICENTE e TELHEIRO DE SÃO VICENTE)   in    AML 
 
 Praça Dr. Alfredo Cunha - (1963) - Foto de APS -  (Elementos do antigo CORO DA F.N.A.T. no Jardim do "PALÁCIO ALFREDO CUNHA" aguardando para entrar no exterior da RTP (directo), num programa comemorativo aos SANTOS POPULARES, uma realização de NUNO FRADIQUE)  in  ARQUIVO/APS
Praça Dr. Alfredo Cunha - (1963) Foto de APS  -  (Elementos do CORO da FNAT numa pausa do exterior da RTP no Jardim do "Palácio Alfredo Cunha" em "São Vicente")  in  ARQUIVO/APS


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ X ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 2 )»

É curioso frisar que o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" teve praticamente tantos Directores até 1974 ( ou seja em 110 anos) como desde então. A estabilidade directiva parece assim ser norma seguida com rigor naquele jornal.
Os fundadores (TOMÁS QUINTINO ANTUNES e EDUARDO COELHO) tomaram o leme e só a morte lho tirou. A segunda geração chegou ao poder em 1894, quando "ALFREDO CUNHA" sucedeu a seu sogro, "EDUARDO COELHO" como director e como maior accionista da empresa.

"ALFREDO CUNHA", formado em direito, exerceu advocacia em LISBOA, mas a esta preferiu o jornalismo, ingressando na redacção do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS".
Aconteceu-lhe depois aquele que era o sonho de qualquer empregado: casar com a filha do patrão.  Assim por valor próprio e por herança de sua mulher, veio a ocupar o lugar do sogro em 1894.
Pessoa bastante influente na época, adquiriu o "PALÁCIO TELES DE MENESES" (Junto da "IGREJA DE SÃO VICENTE DE FORA", esquina para a "RUA DA VOZ DO OPERÁRIO"), em 1906. Julga-se que o seu primeiro proprietário do sítio tenha sido "DIOGO SOARES" - Secretário do Estado do Conselho de Portugal em MADRID, no reinado de FILIPE II - que anteriormente obtivera autorização para ali construir umas casas nobres, situadas no terreno que então pertencia aos cónegos AGOSTINHOS regrantes do "MOSTEIRO DE SÃO VICENTE". "DIOGO SOARES" vendeu as casas, ao general "D. MANUEL DE MENESES" que acrescentou à propriedade mais um pedaço de terreno no mesmo sítio.
Passaram as ditas casas à sua filha, e mais tarde a FRANCISCO MARIA MORATO que alienou a LUÍS FREIRE DE ANDRADE, conforme escritura; " as casas nobres com quintais, cisterna e várias dependências interiores, constituem um núcleo palaciano sobre o "LARGO DE S. VICENTE". (NORBERTO DE ARAÚJO-INVENTÁRIO DE LISBOA). Em 1734 o Palácio entra para as mãos da família "TELES DE MENESES". Em finais do século XIX, o Palácio é vendido a "D. AGOSTINHO DE SOUSA COUTINHO", MARQUÊS DO FUNCHAL, filho do 3º CONDE DE LINHARES. O brasão das armas dos SILVA TELES na frontaria do PALÁCIO foi substituído pelo dos "COUTINHOS". Como dissemos mais acima, o PALÁCIO é adquirido pelo "DR. ALFREDO CUNHA" e passa a ser conhecido como "PALÁCIO ALFREDO CUNHA", que manda fazer grandes obras de remodelação dirigidas pelo ARQUITECTO VENEZIANO  NICOLA BIGAGLIA (1841-1908, e de nele ter instalado uma notável colecção de azulejos de várias épocas. A fachada lateral poente (que dá para a "RUA DA VOZ DO OPERÁRIO") corresponde ao grande jardim do PALÁCIO.

(No ano de 1963 realizou-se um exterior (directo) da RTP, por altura dos SANTOS POPULARES, neste Jardim do PALÁCIO, cuja figuração e canto era composta por alguns elementos do CORO da FNAT, sendo a realização dirigida pelo saudoso NUNO FRADIQUE).

Depois das obras concluídas o "DR. ALFREDO CUNHA" e sua família passaram a habitar o PALÁCIO, sendo visitado pela mais distinta sociedade da época, com festas e serões de música, teatro e poesia.  Mas o seu casamento não foi feliz, tendo terminado num escândalo que agitou a LISBOA pacata e conservadora.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE)[ XI ]-PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA (3)»

quarta-feira, 17 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ IX ]

«PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA ( 1 )
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016)  -  (Uma vista da "PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA" na freguesia de BELÉM)   in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016 )  -  (Panorâmica da freguesia de "BELÉM" onde se insere a  "Praça Dr. Alfredo da Cunha")   in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha -  (2016 )  -  (A saída da "Praça Dr. Alfredo da Cunha para a "Rua das Pedreiras")   in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016 )  -  (Entrada da "Praça Dr, Alfredo da Cunha" na parte Sul)  in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2016  )  -  (Um dos cantos da "Praça Dr. Alfredo da Cunha" na freguesia de "BELÉM")   in   GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - (2010)  -  (Placa toponímica Tipo II na esquina da "Praça Dr. Alfredo da Cunha" jornalista 1863-1942)   in   TOPONÍMIA DE LISBOA 
Praça Dr. Alfredo da Cunha - ( 2005 ) - (Fachada principal do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" na "Avenida da Liberdade" em Lisboa, onde o Dr. Alfredo da Cunha trabalhou entre 1894 e 1919)  in  ARQUIVO/APS

(CONTINUAÇÃO)- RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ IX ]

«PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA( 1 )»

A «PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA» pertencia à antiga freguesia de "SANTA MARIA DE BELÉM", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, conjuntamente com a freguesia de "SÃO FRANCISCO XAVIER", passou a chamar-se freguesia de «BELÉM».
Esta Praça tem a sua entrada pela "RUA DAS PEDREIRAS" sensivelmente junto do número três.
Por EDITAL de 20 de Maio de 1970 veio crismar a antiga "PRACETA DA RUA DAS PEDREIRAS" como "PRAÇA ALFREDO DA CUNHA", que decorridos dois meses é corrigida a epígrafe para "PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA - Jornalista (1863-1942)", com o EDITAL de 11 de Julho de 1970.
Esta Praça resulta de uma proposta em carta enviada por "D. MARIA ANTÓNIA COELHO DE CASTRO E BRITO PENEDO", à "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA", na ACTA nº. 95 de 15 de Maio de 1970 deu em seu parecer, que a "PRACETA DA RUA DAS PEDREIRAS" se denominasse; "PRAÇA ALFREDO DA CUNHA" e passado dois meses na acta nº. 96 de 08 de Julho de 1970, que a PRAÇA passasse a denominar-se «PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA - Jornalista (1863-1942)».
É estranho que tenha falecido em 1942 e só em 1970 a edilidade atribua o seu nome a uma artéria de lisboeta.

"ALFREDO CARNEIRO DA CUNHA" nasceu no FUNDÃO a 21.12,1863 e faleceu em LISBOA a 25.11.1942. Foi empresário, advogado, escritor e jornalista, tendo dirigido o «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» entre 1894 e 1919, sucedendo ao fundador e primeiro director "EDUARDO COELHO", que era também seu sogro.
Garantem alguns filósofos de "banco de jardim" que a vida, para ter uma pitada de sal, tem de incluir algum despique, alguma rivalidade, por forma a que se sinta cada um estimulado a fazer melhor que o parceiro.  O LIBERALISMO fez até basear a sua doutrina neste princípio simples e elevou a "livre concorrência" a senhora toda poderosa.
No que respeita aos meios de COMUNICAÇÃO SOCIAL, as lutas pela primazia encontram-se, nos tempos correntes, de tal forma dominados pelos canais de TELEVISÃO, grupos económicos e pelas respectivas audiências ou tiragens, que as picardias entre jornais não têm o relevo de outrora.
Longe vão os anos em que a corrida pela notícia em primeira mão e pela saída para a rua uns minutos antes do rival, representavam vitórias bastas vezes comemoradas. Ficará na história do  jornalismo português, por exemplo, a compita ( 1 ) entre aqueles que foram, durante décadas, os dois maiores matutinos de LISBOA: o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" e o Jornal "O SÉCULO". O primeiro, mais antigo, foi o indicador de uma política de jornais populares, de baixo preço e vasto leque de informação, numa tentativa de "obrigar" o leitor a consultar e comprar diários. O segundo foi, por seu lado o grande impulsionador dos correspondentes, dando azo a um noticiário que abarcava todo o país e a uma consequente implantação generalizada. Acabou por ter morte inglória nos "anos 70 do séc. XX", deixando o campo aberto ao aparecimento de outros rivais do "velho" diário da antiga "RUA FORMOSA", hoje "RUA DO SÉCULO" para perpetuar seu nome.

Muitos foram, obviamente, os jornalistas, de um e do outro lado, que se notabilizaram e têm o seu nome numa RUA DE LISBOA, vamos pois encontrar um para os lados de BELÉM

( 1 ) - COMPITA - (de Competir). s.f. - Luta, briga, rivalidade, competição e porfia. [DICIONÁRIO DE SINÓNIMOS DA LÍNGUA PORTUGUESA-2ª Ed. 1959 da Tertúlia Edípica - (Grupo Charadístico da Sociedade de Geografia de Lisboa].

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS[ X ]-PRAÇA DR. ALFREDO DA CUNHA(2)».

sábado, 13 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE)[ VIII ]

«RUA CARLOS BOTELHO ( 2 )»
 Rua Carlos Botelho - (22 de Abril de 1999)  - Na AVENIDA DA LIBERDADE, 65-r/c LISBOA, foi colocada uma placa com a figura de "CARLOS BOTELHO" (baseado no seu auto-retrato). Foi inaugurada por ocasião do seu 1.º Aniversário do seu nascimento)  in   ARTE PÚBLICA
 Rua Carlos Botelho - ( 2016 )  -  (Panorâmica mais aproximada do sítio da antiga "QUINTA DA CURRALEIRA". O espaço branco era o antigo Campo de Futebol do VITÓRIA FUTEBOL CLUBE. A "RUA CARLOS BOTELHO" circunda parcialmente o antigo campo desportivo)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2017 )  -  (O início da "RUA CARLOS BOTELHO", começa no ponto de ligação da RUA 8, com a RUA 6, embora a Rua 8 na GOOGLE EARTH, esteja assinalada como "Calçada do Carrascal", mas não deve corresponder à verdade)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - ( 2016 )  -  (A "RUA CARLOS BOTELHO" na direcção Noroeste ou Nordeste (NW), entre as casas de habitação social)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2016)  -  (A "RUA CARLOS BOTELHO" na parte Sul do Bairro da freguesia do "BEATO")   in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - ( 1956 )   -  (Jornal "SEMPRE FIXE" onde "CARLOS BOTELHO" colaborou durante 22 anos aproximadamente, neste Semanário Humorístico)   in   GRUPO DE AMIGOS DO MUSEU NACIONAL DE ARQUEOLOGIA
Rua Carlos Botelho - (1948)  -  (Com o título de DEMOLIÇÕES ROMÂNTICAS - CARLOS BOTELHO publica em "ECOS DA SEMANA", uma prancha de um dos mais emblemáticos quadros da época em LISBOA)  (Abre em tamanho grande)   in   LER  BD

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.º SÉRIE) [VIII]

«RUA CARLOS BOTELHO ( 2 )»

"CARLOS BOTELHO" foi presença certa naquele jornal humorístico "SEMPRE FIXE", com os seus "ECOS DA SEMANA" durante vinte e dois anos.
Era o Jornal da mordacidade possível (na época), da ironia que a CENSURA deixava passar. Criou ali, com o seu lápis predestinado, figuras desenhadas que representavam outras tantas instituições nacionais e ficaram para a posteridade: "O SENHOR PARECE MAL", a "DONA ENCRENCA", o "ESCARRA E COSPE", "O PIO" e tantas outras...
Embora a sua actividade principal se tenha desenvolvido ao longo de um período durante o século XX, também se repartiu por outras actividades.
Em 1920 "BOTELHO" era o pioneiro da "BANDA DESENHADA"  "BD" nacional, trabalhou em artes gráficas e no desenho de humor, na década seguinte dedicou-se à equipa de decoradores do S.P.N., o que lhe deu a possibilidade para viajar e tomar contacto com a dinâmica artística do seu tempo.
Noutra ocasião dedicou-se às obras plásticas do qual é destacado como uma das figuras de destaque da 2.ª geração de pintores modernistas portugueses.
Ocupa um lugar central a sua obra, a paisagem urbana. No início, marcada por uma tendência claramente expressionista; pinta cidades, retratos, narrativas. O tema principal será desde a primeira hora a sua cidade natal, a cidade de LISBOA.

Um pouco da sua BIOGRAFIA, ou o seu início.
Filho único de pais músicos, foi a música que dominou a infância de "CARLOS BOTELHO". Inicia a aprendizagem do violino - instrumento que o irá acompanhar por toda a vida - , pouco antes da morte de seu pai, em 1910.  Ingressa no "LICEU PEDRO NUNES", onde faz amizade com "BENTO DE JESUS CARAÇA" e "DIAS AMADO". Faz a sua primeira Exposição no ano de 1918. No ano seguinte entra na ESCOLA DE BELAS-ARTES DE LISBOA. 
Em 1922 realiza-se o seu casamento com BEATRIZ SANTOS BOTELHO, desse casamento nasceram dois filhos: JOSÉ RAFAEL e RAQUEL.
No prédio onde nasceu "CARLOS BOTELHO" situado na "AVENIDA DA LIBERDADE, 65 - R/C, a CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA em 22 de Abril de 1999, colocou uma placa com os seguintes dizeres:  (Neste prédio nasceu "CARLOS BOTELHO"- (1899-1982) figura ligada às artes Plásticas, Pintor, Desenhador e Ilustrador). O desenho "AUTO RETRATO" desta placa foi reutilizada a partir de um trabalho original da autoria do próprio pintor "CARLOS BOTELHO", tendo a sua assinatura. Foi inaugurada por ocasião do 1.º Centenário do nascimento deste artista.
Sendo o pintor que soube imortalizar LISBOA nas suas telas, referência incontornável do modernismo em PORTUGAL ao nível das Artes Plásticas. LISBOA não podia deixar de o homenagear. Nós não podíamos esquece-lo entre gente dos jornais que trabalhou e animou as publicações, apesar de não ter sido jornalista.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ IX ]-PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA( 1 )».

quarta-feira, 10 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ VII ]

«RUA CARLOS BOTELHO ( 1 )»
 Rua Carlos Botelho - (2016)  -  (A "RUA CARLOS BOTELHO" no sentido Sul, no lado esquerdo podemos ver a outra margem do VALE DE CHELAS)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2016)  -  (Panorâmica da "RUA CARLOS BOTELHO" na freguesia do BEATO parte norte na antiga "Quinta da Curraleira")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (2016)  -  (A "RUA CARLOS BOTELHO) virada para nascente e virando ligeiramente para a esquerda norte)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Carlos Botelho - (1929)  -  Desenho de Carlos Botelho -  (Publicado em "ECOS DA SEMANA" Maio de 1929, tinta da china sobre papel, de Carlos Botelho)  (Abre em tamanho grande )  in WIKIPÉDIA
 Rua Carlos Botelho - (Dezembro de 1968)  - (Retrato do Pintor, Ilustrador, Caricaturista, Decorador, Desenhador e homem dos Jornais)   in  WIKIPÉDIA 
 Rua Carlos Botelho - (1978) - (Pintura de "CARLOS BOTELHO" aproveitando a colina do Castelo de São Jorge em Lisboa)  in  CABRAL MONCADA LEILÕES 
Rua Carlos Botelho - (1928-1950) - (Publicação do "ECOS DA SEMANA" de Carlos Botelho, nas páginas do Jornal humorístico "SEMPRE FIXE", que nem sempre teve vida fácil com a CENSURA)  in   FRENESI LOJA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS(4.ª SÉRIE)[ VII ]

«RUA CARLOS BOTELHO ( 1 )»

A "RUA CARLOS BOTELHO" pertence à freguesia do «BEATO».  Começa perto da "RUA SOL A CHELAS" e finaliza na "RUA FREDERICO PERRY VIDAL". Circunda uma grande parte do antigo Campo de futebol do «VITÓRIA CLUBE DE LISBOA" que nasceu em 11 de Agosto de 1944, sendo o resultado da fusão do "PICHELEIRA ATLÉTICO CLUBE" com o "BOTAFOGO FUTEBOL CLUBE". Hoje a sua SEDE situa-se na "RUA SILVEIRA PEIXOTO Nº. 7 no sítio da PICHELEIRA.

Por EDITAL de 16 de Novembro de 1982, e ACTA N.º 3/82 de 11 de Novembro de 1982, reuniu a COMISSÃO  CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA, apreciando a proposta subscrita pelo vereador  Dr. MARTINS VIEIRA, submetida à votação e aprovada por unanimidade, em reunião camarária realizada em 24 e 30 de Agosto do mesmo ano, dando o nome de "CARLOS BOTELHO" a uma artéria de LISBOA.
O parecer da Comissão é favorável que o nome de "CARLOS BOTELHO" fique perpetuado, no arruamento " D " do PLANO DE RECONVERSÃO URBANA da "QUINTA DA CURRALEIRA" que assim, passará a denominar-se: "RUA CARLOS BOTELHO" pintor (1899-1982).

A "QUINTA DA CURRALEIRA" em LISBOA na freguesia do BEATO, bem dentro da malha da cidade, a CURRALEIRA desapareceu há vários anos. A imensidão de barracas que por ali coabitavam, deu lugar a prédios de habitação Social. Foi mudado o nome do local, morreu a "CURRALEIRA"( 1 ) e "apareceu" a "QUINTA DO LAVRADO".

«CARLOS ANTÓNIO TEIXEIRA BASTO NUNES BOTELHO» nasceu em LISBOA a 18 de Setembro de 1899 e faleceu também em LISBOA a 18 de Agosto de 1982, foi um pintor, ilustrador, decorador, desenhador, caricaturista e ainda trabalhou para jornais. Mas ninguém podia ter dúvida de que o homem que tirara do céu e da luz da sua terra as cores que lhe imortalizaram os quadros havia de ter, pelo menos, RUA com o seu nome.
Poderão, no entanto, perguntar alguns, com certa legitimidade, o que faz "CARLOS BOTELHO" no meio da gente dos jornais. Ele que andou, estudou e pintou por LISBOA, por PARIS, pela ITÁLIA, pelos ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA, como aparece misturado com os homens da pena?
A resposta, singela e directa, podia ser apenas o trabalho que desenvolveu no "SEMPRE FIXE". (Tendo ali publicado durante mais de vinte anos, uma página intitulada "ECOS DA SEMANA", uma espécie de resumo gráfico dos mais importantes acontecimentos registados no país. Podemos acrescentar que nem todos, porque a CENSURA frequentemente lhe aplicava a "lei da Tesoura" ou do "lápis AZUL").
Foi este um semanário humorístico de crítica, editado pela mesma Empresa, do não menos saudoso "DIÁRIO DE LISBOA".

( 1 ) - (Botânica) - CURRALEIRA é o nome popular de um arbusto da família das Euforbiácea do Brasil, também chamado de:  Erva-mular, erva-curraleira, mercúrio-do-campo, pé-de-perdiz e alcanforeira. O nome científico da CURRALEIRA (Planta) é: CROTON ANTISYPHILITICUS.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [VII] - RUA CARLOS BOTELHO ( 2 )».

http://lugardoreal.com/video/quinta-da-curraleira