sábado, 28 de janeiro de 2017

RUA DA PALMA [ II ]

«A RUA DA PALMA ( 1 )»
Rua da Palma - (2016)  - (Panorâmica da RUA DA PALMA estando o HOTEL MUNDIAL em grande destaque)   in  GOOGLE EARTH
 Rua da Palma - (post. 1940) - (C.M.L. Planta) - (Plano de remodelação da BAIXA, obras do prolongamento da RUA DA PALMA)    in    AML 
 Rua da Palma - (1945-03) Foto de autor não identificado - (Panorâmica sobre a RUA DA PALMA) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua da Palma (ant. 1947) Foto de Paulo Guedes - Panorâmica da encosta do Castelo a partir da RUA DA PALMA, que nesta altura ainda existia o TEATRO APOLO) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua da Palma - (195_) Foto de Judah Benoliel - ( A RUA DA PALMA e MARTIM MONIZ depois das demolições nessa década) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
Rua da Palma - (195_) - Foto de Eduardo Portugal - (Panorâmica da PRAÇA MARTIM MONIZ e RUA DA PALMA aquando das demolições)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA PALMA [ II ]

«A RUA DA PALMA ( 1 )»

Qualquer cidadão que passe hoje na "RUA DA PALMA" não suspeita sequer do espaço que ali existiu. De facto, acima do PALÁCIO FOLGOSA (onde se encontrava alguns serviços públicos da C.M.L.), e até à CALÇADA DO DESTERRO, germinavam com rapidez as lojas; Sapatarias, Vendas de Loiça e Vidros, Pastelarias etc.. Existiu ainda o CINEMA REX (depois transformado no TEATRO LAURA ALVES, para logo voltar à primeira forma). Do "PARAÍSO DE LISBOA" nem vestígios. No entanto, tudo aquilo era, como se disse, um espaço aberto, jardins e terrenos ligados ao PALÁCIO FOLGOSA.
Esta "RUA DA PALMA" tem, aliás, longa história: era a "RUA DO SENHOR DA PALMA", devendo o nome ao facto de ter por ali ficado a sepultura um CRUZADO ALEMÃO de BONA, que ajudara as tropas de DOM AFONSO HENRIQUES quando da conquista de LISBOA aos MOUROS em 1147. Uma "palma" ficou sempre na sepultura do antigo combatente, dando nome ao local.

 No século XVII, dela nos conta "D. FERNANDO MANUEL DE MELO", dizendo que a RUA DA PALMA era "longa, estreita e sem travessias". Depois,  na transição entre os séculos XIX e XX, o seu tamanho aumentou; a partir da "IGREJA DO SOCORRO" (demolida no ano de 1949), prolongou-se esta via até às traseiras da IGREJA DE SÃO DOMINGOS", sacrificando para tanto a  "HORTA DO CATAVENTO", onde se jogava o "CHINQUILHO" e à BOLA (lembrada na TOPONÍMIA DE LISBOA) e se podia merendar em amenos caramanchões.

A "RUA DA PALMA" passou a ser uma rua "da Moda", nomeadamente por ali existirem casas de espectáculos que, de algum modo, por ali abundavam; em baixo, no "SOCORRO", onde hoje está a estação do METRO, crismada de "MARTIM MONIZ", existia muito perto o "TEATRO APOLO" (primeiro chamado de PRÍNCIPE REAL"), que no ano de 1957 o seu recheio foi vendido em LEILÃO, e o edifício demolido.
Mais para o final da "RUA DA PALMA" ali junto do "HOSPITAL DO DESTERRO", estava o já referido "REAL COLISEU DE LISBOA" onde pela primeira vez se viu cinema em LISBOA (no ano de 1896); este, no entanto cedo começou a perder a popularidade, "esmagado" que foi pelo "COLISEU DOS RECREIOS" ( das Portas de Santo Antão).
A abertura do "PARAÍSO DE LISBOA" mais gente trouxe à RUA DA PALMA, ávida do modernismo que o novo recinto prometia.

Recuando uns anos a trás, há quem se lembre de ter ouvido falar no prolongamento da AVENIDA ALMIRANTE REIS e da RUA DA PALMA até ao ROSSIO, alargando a "garganta" da parte antiga da RUA para melhor escoamento do transito. O Arquitecto "FARIA DA COSTA" apresentou o seu plano de Remodelação da BAIXA DE LISBOA. O plano foi bem acolhido em 1948, no entanto já se procedia a algumas demolições.
O primeiro a desaparecer nesta saga de demolições com ou sem plano definido, foi em 1946 o "PALÁCIO DO MARQUÊS DO ALEGRETE", depois, quarteirão por quarteirão lá os foram demolindo. A "IGREJA DO SOCORRO"  demolida em 1949, seguindo-se os prédios vizinhos de várias RUAS

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ III ] A RUA DA PALMA ( 2 )»   

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

RUA DA PALMA [ I ]

 «A RUA DA PALMA E SEU ENVOLVIMENTO»
 Rua da Palma - (2017) - Desenho adaptado à "RUA DA PALMA" e seu envolvente sem escala - APS - LEGENDA - 1)RUA DA PALMA - 2)IGREJA DO SOCORRO (demolida) - 3)TEATRO APOLO (demolido) - 4)REAL COLISEU DE LISBOA (demolido) - 5)GARAGEM LIZ - 6)PARAÍSO DE LISBOA (demolido) - 7)CINEMA REX (acabou) - 8)TEATRO LAURA ALVES (fechou) - 9)HOTEL MUNDIAL - 10)TEATRO ADOQUE (demolido) - 11)PALÁCIO FOLGOSA (parcialmente demolido) - X )A TORRE DO JOGO DA PÉLA está entre a TRAV. DA PALMA e a CALÇ. DO JOGO DA PÉLA - A RUA DO BENFORMOSO (a vermelho) Já foi tratada)  in   ARQUIVO/APS
 Rua da Palma - (2016) - (Panorâmica geral da RUA DA PALMA em todo o seu percurso)  in   GOOGLE EARTH
 Rua da Palma (1950-09) Foto de Eduardo Portugal - (A "RUA DA PALMA" no seu início, antes do alargamento) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
Rua da Palma - (inicio dos anos 50 do século) (Praça Martim Moniz depois das demolições) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML  
 Rua da Palma - ( C. 1952) - Foto de Firmino Marques da Costa - ("RUA DA PALMA" e Praça Martim Moniz depois das demolições) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
Rua da Palma - (1966) - (Estudo Topográfico da RUA DA PALMA. Conjunto de plantas referentes a estudos topográficos do troço da RUA DO BENFORMOSO e RUA DA MOURARIA, perfis transversais, planta com as galerias do metropolitano, Praça da Figueira e SOCORRO, com a localização da RUA DA PALMA, POÇO DO BORRATÉM, RUA DO ARCO DO MARQUÊS DO ALEGRETE, RUA DO SOCORRO, LARGO MARTIM MONIZ, RUA DA MOURARIA, RUA DE S. LÁZARO, BECO E RUA DO BENFORMOSO e CALÇADA DA MOURARIA, planta das galerias do METRO DO SOCORRO e INTENDENTE, perfis longitudinais das referidas galerias e planta de esgotos da zona referida, desde o POÇO DO BORRATÉM e HOTEL MUNDIAL até à AVENIDA ALMIRANTE REIS na zona do DESTERRO e LARGO DO INTENDENTE)  in  AML


(INÍCIO) - RUA DA PALMA [ I ]

«A RUA DA PALMA E SEU ENVOLVENTE»

A "RUA DA PALMA" pertencia às freguesias dos ANJOS e SANTA JUSTA, hoje com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer às freguesias de  «ARROIOS» e «SANTA MARIA MAIOR».
Começa na "RUA BARROS QUEIROZ" no número 2 e termina na "AVENIDA ALMIRANTE REIS", junto do "LARGO DO INTENDENTE PINA MANIQUE". São convergentes do lado direito as artérias: TRAVESSA DO ARCO DA GRAÇA, TRAVESSA DA PALMA, CALÇADA DO JOGO DA PÉLA, RUA DO PINHEIRO FURTADO, RUA TOMÉ PIRES, RUA DE S. LÁZARO, CALÇADA DO DESTERRO e RUA NOVA DO DESTERRO. No lado esquerdo o LARGO MARTIM MONIZ. RUA FERNANDES DA FONSECA e TRAVESSA DO BENFORMOSO.

Diz-nos o olisipógrafo NORBERTO DE ARAÚJO na década de 40 do século vinte que: "Esta RUA, desafogada, hoje constituída uma única artéria, das traseiras da IGREJA DE SÃO DOMINGOS ao INTENDENTE, divide-se em dois troços. O primeiro chegava só à GUIA e é muito antigo, havendo sido nos séculos velhos arruamento dos comerciantes alemães que cultivavam religiosamente a lenda da PALMA que floria na sepultura do CAVALEIRO CRUZADO HENRIQUE DE BONA, sacrificado na Tomada de LISBOA, em 1147; foi RUA sempre estreita, muito mais que hoje é, bastante mercantil, caracterizada pelos negócios de ourives e prateiros. Existiu aqui, até há alguns anos, na esquina de S. Vicente à GUIA, uma assinalada "Ourivesaria do Cunha", que desapareceu para demolição do extremo do troço que encosta ao decrépito (e já desaparecido) PALÁCIO DO MARQUÊS DO ALEGRETE.
O segundo troço, da RUA NOVA DA PALMA", data de 1862, e chegava até ao SOCORRO, começando gradualmente a prolongar-se até ao INTENDENTE; a CÂMARA começara a comprar terrenos de hortas e campos, que por aqui existiam, desde o ano de 1776".

LUÍS PASTOR DE MACADO em "LISBOA DE LÉS-a-LÉS", Volume III refere-se também a este arruamento dizendo: " Por força do Decreto de 9 de Maio de 1776 que determinou a expropriação de 16 propriedades do lado Norte da RUA, ela ficou com a largura que hoje, envergonhada. nos oferece ainda.(...) Mas a cidade continua a alargar-se e os seus BAIRROS excêntricos a povoarem-se (...) e assim, a CÂMARA não teve mais que fazer se não mandar elaborar a planta do prolongamento da "RUA DA PALMA" até ao INTENDENTE. Foi isto em 1857 ou princípios de 1858. (...) Pois o projecto do prolongamento estava concluído em Setembro de 1858 e foi aprovado na sessão Camarária efectuada no dia 30 daquele mês, mas, na verdade, esse projecto foi aprovado não como o do prolongamento da antiga RUA DA PALMA, mas sim como o de uma artéria independente e que portanto necessitava de ter um nome". 
Passaram-se meses, o Governador Civil, que andava cogitando em acabar com o transtorno que provinha de existirem nomes iguais em várias RUAS, e em suprimir os nomes de algumas que pareciam ser prolongamento de outras, um dia encheu-se de coragem e mandou fazer um EDITAL onde os topónimos citadinos parecia dançarem uma quadrilha interminável. Uns iam para a direita, outros para a esquerda, uns avançavam, outros recuavam, muitos desapareciam na grande confusão. Um deles foi o da  jovem RUA DA IMPRENSA, que viu o seu território ficar sob a denominação de "RUA NOVA DA PALMA".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA PALMA [ II ] A RUA DA PALMA ( 1 )» 

sábado, 21 de janeiro de 2017

RUA PORTUGAL DURÃO [ II ]

«GRUPO AMIGOS DE LISBOA e JOAQUIM DURÃO (MESTRE DE XADREZ)»
 Rua Portugal Durão - (2016) - (Um troço da "RUA PORTUGAL DURÃO" de Sul para Norte)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Portugal Durão - (Anos 30 do século XX) - Desenho de Almada Negreiros - ("Emblema" do "GRUPO AMIGOS DE LISBOA" desenhado pelo Artista Almada Negreiros para este Grupo, presentemente nesta Rua de Lisboa)  in  AMIGOS DE LISBOA 
 Rua Portugal Durão - ( 2015 ) - Foto de autor não identificado (O MESTRE "JOAQUIM DURÃO" durante uma partida de Xadrez, representando o nosso país)  in ZAP
 Rua Portugal Durão - ( 2016 ) - (Início da "RUA PORTUGAL DURÃO" na actual freguesia das "AVENIDAS NOVAS"   in   GOOGLE EARTH
 Rua Portugal Durão - ( 2016 ) - (Vista da "Rua Filipe da Mata" o início da "RUA PORTUGAL DURÃO" no BAIRRO DA BÉLGICA)  in  GOOGLE EARTH
Rua Portugal Durão - (1977) - Foto de autor não identificado - (Pavilhão da "COMISSÃO DE MORADORES" ma "RUA PORTUGAL DURÃO" nos anos setenta do século passado)  in  AML 

(CONTINUAÇÃO) - «RUA PORTUGAL DURÃO [ II ]

«"GRUPO AMIGOS DE LISBOA" E 
JOAQUIM DURÃO(MESTRE DE XADREZ)»

SINOPSE DO GRUPO AMIGOS DE LISBOA
Esta instituição de utilidade pública tem a sue Sede na "RUA PORTUGAL DURÃO" desde ABRIL de 2003. Tem por objectivo a defesa do património artístico, Monumental e Documental OLISIPONENSE.
Faziam parte da primeira Comissão organizadora alguns vultos da nossa Olisipografia, tais como: AUGUSTO VIEIRA DA SILVA, EDUARDO NEVES, GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA, JOÃO PINTO DE CARVALHO (Tinop), LEITÃO DE BARROS, LUÍS PASTOR DE MACEDO, NORBERTO DE ARAÚJO e ROCHA MARTINS, entre outros. Em 18 de Abril de 1936 realizou-se a primeira Assembleia Geral dos «AMIGOS DE LISBOA» tendo sido aprovado os seus ESTATUTOS, confirmados oficialmente por alvará de 22 de Julho do mesmo ano.
Como Presidente da Junta Directiva ficou o Engº AUGUSTO VIEIRA DA SILVA e no cargo de SECRETÁRIA-GERAL  "LUÍS PASTOR DE MACEDO", que foi o dinamizador e organizador do GRUPO, para o qual ALMADA NEGREIROS, (um dos seus fundadores), desenharia o EMBLEMA.
Na Presidência das sucessivas JUNTAS DIRECTIVAS foram passando figuras eminentes da vida lisboeta como Professores Doutores; REINALDO DOS SANTOS, CELESTINO DA COSTA, FERNANDO DE FREITAS SIMÕES,  Dr. EDUARDO NEVES e Professor Doutor JOÃO CÂNDIDO DE OLIVEIRA.
Em Janeiro de 1938 saía o BOLETIM oficial da nova instituição com o título «OLISIPO».
Sediados provisoriamente nas instalações da SOCIEDADE DE PROPAGANDA DE PORTUGAL, os AMIGOS DE LISBOA tiveram a sua própria sede, primeiro na "RUA GARRETT, 66-2º (Palácio Marquês de Nisa), transitando em Junho de 1953 para o LARGO TRINDADE COELHO, 9-1º, e em Julho de 1975 para o PALÁCIO DA MITRA, na RUA DO AÇUCAR no BEATO, passando em Abril de 2003 para a RUA PORTUGAL DURÃO, 58-A, onde funciona actualmente.

«JOAQUIM DURÃO (MESTRE DE XADREZ)»
Poderá, eventualmente parecer caricato incluir esta personagem fora do contexto a que nos temos pautado, mas existe uma explicação:
Quando pesquisava a "RUA PORTUGAL DURÃO" apareceu-me o nome de JOAQUIM DURÃO, falecido em 2015 (e sem Rua atribuída), quis prestar-lhe a minha homenagem. 
"JOAQUIM DURÃO" foi um campeão de XADREZ, tive o privilégio de jogar uma simultânea (empatando) em 1963 nas antigas instalações da FNAT na Rua Vítor Cordon. Eu e meu cunhado (já falecido) convivemos bastante com "JOAQUIM DURÃO", porém, com a nossa ida para a ÁFRICA DO SUL perdeu-se o contacto. 
"JOAQUIM DURÃO" nasceu em LISBOA a 25 de Outubro de 1930 e faleceu também em LISBOA a 21 de Maio de 2015.
Em 1951 passou a integrar a SECÇÃO DE LISBOA e em 1958 chefiou a equipa portuguesa que participou no Campeonato do Mundo de Xadrez (MUNIQUE).
CAMPEÃO NACIONAL  individual em 1955, conservando o título até 1974. Dedicado ao XADREZ, além de jogador, dirigente, organizador e divulgador desta modalidade. Fundou e dirigiu a revista "XEQUE-MATE" (1954-1956), tendo colaborado em diversas publicações da especialidade tanto nacionais como estrangeiras. Diz-nos a Wikipédia que "JOAQUIM DURÃO" foi 13 vezes CAMPEÃO NACIONAL e representou PORTUGAL em 10 OLIMPÍADAS DE XADREZ, incluindo uma partida com "BOBBY FISCHER" (Campeão do Mundo na época). Foi Presidente da Federação Portuguesa de Xadrez, alguns anos.

BIBLIOGRAFIA

- MARQUES, A. H. Oliveira - Guia de História da 1ª República Portuguesa - Imprensa Universitária Editorial Estampa - 1981 - LISBOA.
- MARQUES. A. H. Oliveira - Parlamentares e Ministros da 1ª República, Edicções Afrontamento - 2000 - LISBOA.
- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSSE - Círculo de Leitores - 1994 - LISBOA.

INTERNET


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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

RUA PORTUGAL DURÃO [ I ]

«A RUA PORTUGAL DURÃO  E SEU ENVOLVIMENTO»
 Rua Portugal Durão - 2016 - (Final da "RUA PORTUGAL DURÃO" na parte a NORTE, com ligação à "Rua Soeiro Pereira Gomes")  in   GOOGLE EARTH 
 Rua Portugal Durão - (1966) Foto de João Hermes Cordeiro Goulart ( Prédio na "Rua Portugal Durão" provavelmente já demolido)  in   AML 
 Rua Portugal Durão - (1968) Foto de João H. Cordeiro Goulart ( Uma antiga casa na "RUA PORTUGAL DURÃO"   in   AML 
 Rua Portugal Durão - (2014) - (Panorâmica do "BAIRRO DA BÉLGICA" onde se insere a "RUA PORTUGAL DURÃO")    in   GOOGLE EARTH
 Rua Portugal Durão - ( 2014 ) - (A "RUA PORTUGAL DURÃO" vista de cima, no "Bairro da Bélgica")   in   GOOGLE EARTH
Rua Portugal Durão - ( Década de 20 do século XX ) - (ALBANO AUGUSTO PORTUGAL DURÃO, durante os seus tempos de Deputado)   in   WIKIPÉDIA an


RUA PORTUGAL DURÃO [ I ]

«A RUA PORTUGAL DURÃO E SEU ENVOLVIMENTO»

A «RUA PORTUGAL DURÃO» pertencia à freguesia de "NOSSA SENHORA DE FÁTIMA", hoje com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia das «AVENIDAS NOVAS». Começa na "RUA FILIPE DA MATA" no número 22 e finaliza na "RUA SOEIRO PEREIRA GOMES", é atravessada pela "RUA CARDEAL MACIER" e converge-lhe no seu lado esquerdo a "RUA GENERAL LEMAN.
Por sugestão da Comissão de Melhoramentos do "BAIRRO DA BÉLGICA", foi pedido à autarquia lisboeta em 10.05.1926, que fossem atribuídos neste BAIRRO topónimos alusivos à BÉLGICA, seguindo o exemplo do sucedido anos antes, como o BAIRRO DE INGLATERRA.   Assim por  EDITAL de 30 de Junho de 1926, "PORTUGAL DURÃO" passou a ser o topónimo das RUAS "C" e "G" do BAIRRO DA BÉLGICA, com a legenda "Insigne Colónial (1871-1925)".
O "BAIRRO DA BÉLGICA" exalta da sua toponímia a resistência dos seus heróis, à ocupação alemã no decorrer da "I GUERRA MUNDIAL"
Aquando da eclosão da "I GUERRA" em 1914, a BÉLGICA declarou-se neutral mas as tropas alemãs invadiram o país no dia 2 de Agosto, para surpreender o exército francês, e aí permaneceram ocupando a quase totalidade do país até que os aliados conseguiram a libertação do mesmo em Novembro de 1918.

«ALBANO AUGUSTO PORTUGAL DURÃO», nasceu na SERTÃ em 22.03.1871 e faleceu em LISBOA a 13.11.1925. Entrou para a ARMADA em 1887 e em 1918, já tinha o posto de "CAPITÃO-TENENTE". Durante a sua vida militar, participou em várias Campanhas por terras de ÁFRICA, como o reconhecimento dos territórios de MALANGE, NUMULIA e LOMUE, bem como desempenhou cargos civis de relevo, como o de Administrador dos TRANSPORTES MARÍTIMOS DO ESTADO e da COMPANHIA DA ZAMBÉZIA, para além de director de MINAS em TETE (Moçambique), e ainda, como membro do Conselho Fiscal do "BANCO INDUSTRIAL PORTUGUÊS".
Este Republicano membro do PARTIDO DEMOCRÁTICO foi MINISTRO DA AGRICULTURA, de 4 a 19 de Maio de 1921, no Governo de "BERNARDINO MACHADO", "MINISTRO DAS FINANÇAS", no governo de "ANTÓNIO MARIA DA SILVA", de 6 de Novembro a 26 de Agosto de 1922 e MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS (ainda no 2º Governo de "ANTÓNIO MARIA DA SILVA") de 1 de Julho a 1 de Agosto de 1925.( 1 ).
"PORTUGAL DURÃO" foi também PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, no período de 5 de Abril de 1923 até à sua morte.
Ainda no âmbito da participação de PORTUGAL na "I GUERRA MUNDIAL", "PORTUGAL DURÃO" foi vogal da "COMISSÃO EXECUTIVA DA CONFERÊNCIA DA PAZ", e foi agraciado com a comenda da ORDEM MILITAR DE AVIS (1919) ( 2 ).

( 1 ) - Centro de Estudos do Pensamento Político.
( 2 ) - Toponímia de LISBOA - CML.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA PORTUGAL DURÃO [ II ] -GRUPO AMIGOS DE LISBOA e JOAQUIM DURÃO(Mestre de Xadrez)». 

sábado, 14 de janeiro de 2017

RUA LUÍS PIÇARRA [ V ]

«A RUA LUÍS PIÇARRA ( 5 )»
 Rua Luís Piçarra - (2015) - (A "RUA LUÍS PIÇARRA" vista da "RUA HELENA VAZ DA SILVA" na direcção a Oriente)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Luís Piçarra - (Depois de 1975) - (Livro de Luís Piçarra "Instantâneos da minha vida" edição do autor com 245 páginas)  in  IÉ - IÉ:
 Rua Luís Piçarra - (Anterior a 1986)- (Uma publicação na capa da Revista "PLATEIA", LUÍS PIÇARRA e LIGIA TELES" juntos na "fotonovela" "O AUTOR")  in    ISTO É ESPECTÁCULO
 
Rua Luís Piçarra - (2013) - «Hino do "BENFICA" da autoria de MANUEL PAULINO GOMES e cantado por "LUÍS PIÇARRA" (principalmente no início e final de jogos no seu campo)»  in  YOUTUBE

(CONTINUAÇÃO) RUA LUÍS PIÇARRA [ V ]

«A RUA LUÍS PIÇARRA ( 5 )»

Relatamos aqui uma parte da Biografia de Luís Piçarra, contada por um dos seus filhos:
Nos períodos em que LUÍS PIÇARRA estava em Portugal, embora tivesse a sua casa no PRÍNCIPE REAL (LISBOA), passava largas temporadas com a família, em casa dos sogros na RUA MANUEL DE ARRIAGA, 46 que pertence já à freguesia da PAREDE, embora fique teoricamente em CARCAVELOS. Aí viveram com os avós maternos os seus dois filhos, quando os pais se ausentavam para o estrangeiro, excepto durante o período em que a família viveu na casa de PARIS. Nos finais da década de 50, "LUÍS PIÇARRA" mandou construir uma casa em CARCAVELOS, projecto seu, situava-se nos LOMBOS - RUA EDUARDO MARIA RODRIGUES, onde a família passou a residir. Em 1968, numa altura em que cumpria um contracto em LUANDA, faleceu MASITÁ, que ficara dessa vez em CARCAVELOS, de doença súbita, apenas com 48 anos. 

Em 1972 LUÍS PIÇARRA casa com MARIA BEATRIZ NAVARRO Y ROSA. Em 1975 regressa a PORTUGAL doente, acaba por perder a voz. Entretanto ainda publica um livro de memórias e escreve e compõe uma opereta, inspirada no "MÁRIO" de SILVA GAIO, que nunca chegou a ser posta em cena.
Em 1985, recebe a COMENDA DA ORDEM DO INFANTE DOM HENRIQUE, tendo falecido em 1999 em LISBOA de cancro. 
Seus filhos, netos e um bisneto, bem como os familiares mais chegados da sua mulher ainda residem em CARCAVELOS.
Em 2004, foi dado também o seu nome a uma RUA da QUINTA DO BARÃO em CARCAVELOS.

Apesar dos êxitos que LUÍS PIÇARRA alcançou pelo  Mundo inteiro, não esquecia PORTUGAL, nem o  BENFICA o clube do seu coração, sócio Nº. 635. 

O HINO DO BENFICA da autoria de MANUEL PAULINO GOMES, director do Jornal do CLUBE, é cantado no ESTÁDIO sempre que a equipa entra em campo e conta-se que, para os mais supersticiosos, não era de bom agoiro esquecerem-se da "ALMA IMENSA DAS PAPOILAS SALTITANTES"... isto  será "AS CAMISOLAS BERRANTES/ QUE NOS CAMPOS A VIBRAR /  SÃO PAPOILAS SALTITANTES".
O HINO DO BENFICA EM TODO O SEU ESPLENDOR...

SOU DO BENFICA /  E ISSO ME ENVAIDECE / TENHO A GENICA / QUE A QUALQUER ENGRANDECE / SOU DE UM CLUBE LUTADOR / QUE NA LUTA COM FERVOR / NUNCA ENCONTROU RIVAL / NESTE NOSSO PORTUGAL. (Refrão repete uma vez).
SER BENFIQUISTA / É TER NA ALMA A CHAMA IMENSA / QUE NOS CONQUISTA / E LEVA À PALMA A LUZ INTENSA / DO SOL QUE LÁ NO CÉU / RISONHO VEM BEIJAR / COM ORGULHO MUITO SEU / AS CAMISOLAS BERRANTES / QUE NOS CAMPOS A VIBRAR / SÃO PAPOILAS SALTITANTES. 

( Para os mais aficionados, devo dizer que sou apenas simpatizante do SLB, o meu clube do coração é o C.O.L.- CLUBE ORIENTAL DE LISBOA, que milita (infelizmente) em outro escalão mais baixo).  [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- Enciclopédia da Música Ligeira Portuguesa - Direcção de Luís Pinheiro de Almeida e João Pinheiro de Almeida - Círculo de Leitores - 1998 - LISBOA .
- Fotobiografias do Século XX - Amália Rodrigues - Cristina  Faria - Circulo de Leitores - Agosto de 2008 - LISBOA.
- LISBOA ROTEIRO PROFISSIONAL - CLIPARTE - 2005 - LISBOA.

INTERNET

- SLBENFICA CRÓNICAS & IMAGENS
- TOPONÍMIA DE LISBOA
- WIKIPÉDIA

(PRÓXIMO)«RUA PORTUGAL DURÃO [ I ]-A RUA PORTUGAL DURÃO E SEU ENVOLVENTE»

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

RUA LUÍS PIÇARRA [ IV ]

«A RUA LUÍS PIÇARRA ( 4 )»
 Rua Luís Piçarra - 2016 - (Um troço da "Rua Luís Piçarra" na Freguesia do LUMIAR. No seu lado direito a "Alameda da Música")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Luís Piçarra - (2016) - A "RUA LUÍS PIÇARRA" vista da Rua Cardoso Pires, na parte Nascente)   in   GOOGLE EARTH
Rua Luís Piçarra - (finais do século XX) - Capa de um Disco ou CD de Luís Piçarra e Domingos Marques, provavelmente uma edição Brasileira, de dois bons tenores portugueses na época. in  MERCADO LIVRE

(CONTINUAÇÃO) - RUA LUÍS PIÇARRA [ IV ]

«A RUA LUÍS PIÇARRA ( 4 )»

Já depois do incidente da emboscada, e durante a permanência em ANGOLA,  "LUÍS PIÇARRA" ainda fazia algumas deslocações à ÁFRICA DO SUL para realizar e cumprir alguns espectáculos agendados. 
No ano de 1973 vamos encontrá-lo em VANDERBIJLPARK no TRANSVAL, num espectáculo organizado pela Comunidade Portuguesa residente. Durante a sessão notava-se nitidamente o mau estado da sua voz, misturando as canções com algumas anedotas e cantando, lá conseguia animar a assistência, e cumprindo assim a sua palavra de estar presente.

LUÍS PIÇARRA regressa a LISBOA em 1975, após dez anos de vida em ANGOLA sem nada da fortuna que em tempos ganhara, e com a sua segunda esposa e os três filhos (casa-se em segundas núpcias, após o falecimento da sua 1.ª esposa), tinha aberto um Infantário, de cujas precárias receitas passaram a depender para assegurar a sobrevivência.  Durante vários anos, LUÍS PIÇARRA alimentou o sonho de abrir uma escola de PREPARAÇÃO DE ARTISTAS, projecto que levou à RDP, ao TEATRO de SÃO CARLOS e ao PARTIDO SOCIALISTA, para sempre deparar respostas evasivas e adiamentos.  Dizia que: «a música Portuguesa era muito bem aceite antigamente. O que melhorou muito foram os teatros, as poesias. Quanto à música em si, penso que ela perdeu a personalidade, foi totalmente influenciada pela "pop-music"».

Em 1979, um grupo de artistas e amigos fizeram-lhe uma festa de homenagem no CAFÉ LUSO, ao BAIRRO ALTO. Continuava a compor ocasionalmente, por vezes vezes temas para o seu filho MÁRIO e a enteada MARILENA, que tinham fundado um conjunto "TERRA A TERRA".  Em 1983 foi publicada uma compilação de alguns dos seus êxitos na série "SAUDADE" da VALENTIM DE CARVALHO, embora o cantor e os seus familiares tenham achado a escolha discutível.
Entretanto, escrevera um livro de memórias "INSTANTÂNEOS DA MINHA VIDA", mas continuava sem encontrar editor que lho quisesse  publicar.
Em 1985 recebia uma pensão de reforma por invalidez no valor de dezoito mil escudos, acrescidos de um subsídio de mérito cultural do MINISTÉRIO DA CULTURA, situação que se manteve desde então. Ocasionalmente é notícia aquando das intervenções cirúrgicas a que tem sido submetido.
Em 1989, diversos artistas reuniram-se para efectuar uma série de três espectáculos de homenagem a LUÍS PIÇARRA, em ÉVORA e LISBOA.

Gravou 999 canções. Entre as palavras célebres, citem-se as do General DE GAULL: «fui ouvi-lo cantar, para ver se era verdade o que diziam desse "petit portuguais". Era verdade!».
Em 1998 o PRESIDENTE RAMALHO EANES concede-lhe a "Comenda da Ordem do Infante D. Henrique" e o GOVERNO atribui-lhe uma reforma por mérito cultural. Muito debilitado, foi viver com sua esposa para a casa do ARTISTA, falecendo no ano ano seguinte com  82 anos.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA LUÍS PIÇARRA [ V ] - A RUA LUÍS PIÇARRA ( 5 )»

sábado, 7 de janeiro de 2017

RUA LUÍS PIÇARRA [ III ]

«A RUA LUÍS PIÇARRA ( 3 )»
 Rua Luís Piçarra - (1950) - ( A  canção "FALANDO AO CORAÇÃO" será a única gravação cuja música é do próprio LUÍS PIÇARRA, com letra de Frederico de Brito)  in  IMENSO SUL 
 Rua Luís Piçarra - Foto dos anos 60 do século XX - (Luís Piçarra como autor da letra da canção "MORENA DA RAIA" e música de Frederico de Brito)  in  OLHAR SOBRE ADIÇA 
 Rua Luís Piçarra - ( 1950) - Foto de autor não identificado - (Uma obra onde LUÍS PIÇARRA canta "TERRA MORENA", com música de JOÃO NOBRE e letra popular Alentejana. Uma das boas canções dedicadas ao ALENTEJO) in   FNAC
Rua Luís Piçarra - (2016) - (A "RUA LUÍS PIÇARRA" quase no seu final, próximo da RUA HELENA VAZ DA SILVA)  in   GOOGLE EARTH 


(CONTINUAÇÃO) - RUA LUÍS PIÇARRA [ III ]

«A RUA LUÍS PIÇARRA ( 3 )»

«LUÍS PIÇARRA» durante um ano actuou duas vezes por semana na TELEVISÃO FRANCESA. Em meados da década de 50, chegou a ser o cantor europeu com mais discos editados. Foi ele que lançou mundialmente o tema «AVRIL AU PORTUGAL» (tradução francesa de "COIMBRA" de RAUL FERRÃO, que naquela época, vendeu um milhão e trezentos mil exemplares no espaço de um ano), bem como outras canções: GRANADA (de Augustin Lara), "UM CANTINHO E VOCÊ", "UNE NUIT PRÉS DO TOI", além de ter criado muitas outras. como "ADEUS, ADEUS", "COPACABANA" (popularizado por DICK FARNEY na EUROPA, embora tenha sido propositadamente escrita para o espectáculo de "LUÍS PIÇARRA" no CASINO COPACABANA) "LE SOLEIL DE MON PAYS", "MEU ALENTEJO", "FIANDEIRA", "NOITE DE LUAR" e dezenas de outras canções em português, francês, espanhol, alemão e italiano.
Nos ESTADOS UNIDOS já durante os anos 60, gravou 26 programas que foram transmitidos pela NBC e suas 580 estações filiadas.
Em FRANÇA , fez parceria com EDITH PIAF no espectáculo "THIS IS EUROPE", e em 26 programas para a TV local, acompanhados pela orquestra de PAUL DURAND, que depois foram retransmitidos em todos os países representados palas NAÇÕES UNIDAS. 
LUÍS PIÇARRA é o primeiro artista estrangeiro a pisar o palco do famoso "THÉATRE DE LA GATTÉ-LYRIQUE", com as operetas "UM PORTUGU~ES EM PARIS", "COLORADO" e "LA VIE EN ROSE".
Ambos os cantores foram então convidados a participar numa reposição de "UM AMERICANO EM PARIS". "EDITH PIAF" adoece gravemente. não tendo possibilidade de aceitar o convite. "LUÍS PIÇARRA" aproveitou para ir a ANGOLA satisfazer um compromisso que lhe haviam proposto. A morte da cantora EDITH PIAF (1915-1963) viria a inviabilizar o projecto e, a partir de 1965 "LUÍS PIÇARRA" fixou-se em ANGOLA e dedicou-se ao negócio imobiliário.
Em 1969 (quando ponderava a viabilidade de uma digressão aos ESTADOS UNIDOS) foi-lhe atribuído, em LISBOA, o "PRÉMIO DA IMPRENSA", no mesmo ano em que efectuando uma digressão em ANGOLA ao serviço das FORÇAS ARMADAS PORTUGUESAS, a comitiva que seguia o cantor caiu numa emboscada e este teve de ficar várias horas imerso num pântano. Com esse incidente ( e dado o facto de ter persistido em continuar a cantar nos nove espectáculos que lhe faltavam para concluir a digressão) veio a perder   a voz que o celebrizara, tendo-se retirado da vida artística; posteriormente foi-lhe diagnosticado um processo canceroso nas cordas vocais, problema que o afectou bastante.
A falta de indemnização (também a sua seguradora francesa se recusou a pagar o seguro de 10 mil contos, alegando situação não prevista no clausurado do contrato), as autoridades militares conseguiram um lugar no CENTRO DE PREPARAÇÃO DE ARTISTAS DA EMISSORA NACIONAL DE ANGOLA . 
Em 1970 durante a festa comemorativa das suas bodas de prata com um espectáculo no PAVILHÃO DOS DESPORTOS EM LISBOA,  afirmava com segurança que tinha já trabalhado nos principais teatros dos cinco Continentes e que em PORTUGAL participara, até aí, em oito emissões Televisivas. Durante uma busca que a PIDE efectuou à sua residência em CARCAVELOS (que fora projectado por ele próprio), foram-lhe confiscados todos os livros de recortes que entretanto acumulara.

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