Rua da Bica do Sapato - (1939-09) Foto de Eduardo Portugal (Desenho do antigo chafariz Nº 21 da "BICA DO SAPATO" em 1851, da autoria de LUÍS GONZAGA PEREIRA (Abre em tamanho grande) in AML
Rua da Bica do Sapato - (Anos cinquenta do século passado) (Foto gentilmente cedida pelo amigo GRACIOSO, residente em FRANÇA)- (O velho "LAVADOURO PÚBLICO" da "Bica do Sapato", hoje já nada resto desta antiguidade) in GRACIOSO
Rua da Bica do Sapato - (1951) Foto de Eduardo Portugal (O chafariz da "RUA DA BICA DO SAPATO" próximo do lavadouro público, da Cabine dos TLP e a casinha do Expedidor da Carris) (Abre em tamanho grande) in AML
Rua da Bica do Sapato - (1953-10--19) Foto de Fernando Martins Pozal (Marco fontanário em pedra com bebedouro, que existia na "RUA DA BICA DO SAPATO", ao fundo da RUA DIOGO DO COUTO à nossa direita, podemos ainda ver um típico "carro" de assador de castanhas da época) (Abre em tamanho grande) in AML
Rua da Bica do Sapato (2014) - (A "RUA DA BICA DO SAPATO" sensivelmente no espaço onde existia o fontanário, está agora um Quiosque, no antigo espaço do Lavadouro Público está possivelmente um sistema de respiradores de alguma ETAR e recolha de resíduos urbanos) in GOOGLE EARTH
RUA DA BICA DO SAPATO [ I ]
«A RUA DA BICA DO SAPATO ( 1 )»
A «RUA DA BICA DO SAPATO» pertencia a duas freguesias. À antiga freguesia de "SANTA ENGRÁCIA" os números ímpares e do número 2 a 28. À freguesia de "SÃO VICENTE DE FORA" do número 30 em diante. Com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA EM 2012, passou a designar-se freguesia de «SÃO VICENTE», englobando ainda a freguesia da "GRAÇA".
Esta artéria tem início na "CALÇADA DE SANTA APOLÓNIA" no número 36 e finaliza na "RUA DOS CAMINHOS DE FERROS", junto da "CALÇADA DO CARDEAL" e perto da "CALÇADA DOS CESTEIROS", no número um.
Já em 1856 aquando do levantamento do "ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA" de FILIPE FOLQUE, já esta artéria era assinalada como "BICA DO SAPATO".
Sabe-se que nesta zona sob "SANTA CLARA", outrora ocupado por serrações e fábricas de metalurgia, existiam também algumas Olarias, e entre as mais destacadas terá sido a "REAL FÁBRICA DA BICA DO SAPATO"
Em 1919 a "RUA DIOGO DO COUTO" veio ligar o "VALE DE SANTO ANTÓNIO" à artéria da linha dos eléctricos valorizando esta realização.
O nome da "RUA DA BICA DO SAPATO" provém da existência de uma bica ou fonte datada de 1674.
No ano de 1853 foi substituída por um outro chafariz, do qual temos uma foto do desenho da autoria de "LUÍS GONZAGA PEREIRA", onde está a "imagem de uma caravela", um tanque com duas saídas de água, assinalado com o "Nº 21 CHAFARIZ DO ÇAPATO", que veio também a desaparecer.
No século XX (conforme se pode ver na foto) existiu um chafariz de alvenaria constituído por um tanque redondo (possivelmente para dar de beber aos animais) e agarrado ao fontanário (também de pedra) com uma torneira para o tanque grande e outra na parte de trás para satisfazer as necessidades da população, tendo na parte inferior um pequeno tanque, possivelmente para suporte do vasilhame. Deste chafariz já não existem vestígios.
Na parte posterior do antigo chafariz (do século XX), existiu um "LAVADOURO PÚBLICO" (do qual temos algumas fotos), com entrada pela "RUA DIOGO DO COUTO", também foi desmantelado para dar lugar a uma urbanização, bem como quase toda a zona envolvente; a casa do expedidor da carris, as casas vizinhas, tudo se foi em nome do progresso.
No antigo "BECO DOS CARVOEIROS", rampa de acesso para o "PALÁCIO QUARESMA/ALVITO, (com entrada pela RUA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA), declive recuperado no âmbito do programa "CAMINHO DO ORIENTE", com arranjo da responsabilidade dos serviços da C.M.L., sob a orientação do Arquitecto MARQUES DOS SANTOS, e decorado com um painel de azulejos oferecido pela fábrica "MONSANTO", alusivo à antiga toponímia da "BICA DO SAPATO" da autoria de BELA SILVA.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ II ] A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )».
Na parte posterior do antigo chafariz (do século XX), existiu um "LAVADOURO PÚBLICO" (do qual temos algumas fotos), com entrada pela "RUA DIOGO DO COUTO", também foi desmantelado para dar lugar a uma urbanização, bem como quase toda a zona envolvente; a casa do expedidor da carris, as casas vizinhas, tudo se foi em nome do progresso.
No antigo "BECO DOS CARVOEIROS", rampa de acesso para o "PALÁCIO QUARESMA/ALVITO, (com entrada pela RUA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA), declive recuperado no âmbito do programa "CAMINHO DO ORIENTE", com arranjo da responsabilidade dos serviços da C.M.L., sob a orientação do Arquitecto MARQUES DOS SANTOS, e decorado com um painel de azulejos oferecido pela fábrica "MONSANTO", alusivo à antiga toponímia da "BICA DO SAPATO" da autoria de BELA SILVA.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA BICA DO SAPATO [ II ] A RUA DA BICA DO SAPATO ( 2 )».
4 comentários:
"Pequena velocidade e "Grande velocidade"Olá amigo APS
A entrada do lavadouro era na Rua Diogo do Couto onde está uma vedação de arame farpado por cima do muro na foto 3.
O solo do lavadouro está a pelo menos 3 metros abaixo do nível do passeio. Seríam talvez mesmo uns 5 metros considerando que o alto toldo em chapa não se vê na foto.
O chafariz desapareceu efectivamente. Talvez que fosse leiloado.
Havia um leiloeiro no mesmo passeio na esquina entre a Rua Diogo do Couto e a Rua do Mirante frente à Nova Aurora.
Para o lavadouro e o chafariz ignoro se as águas eram da rede ou se eram águas naturais considerando a vasta bacia hidrográfica formada tanto do lado de Sapadores como do lado da Graça.
Esta bacia ocasionava as famosas cheias nos "Caminhos de Ferro" por falta de escoamento suficiente.
Contrariamente ao chafariz dos Barbadinhos, nunca vi ninguém se servir para consumo doméstico.
Vi sim, os cavalos e burros pois vinham carregar e descarregar em frente no tempo em que havia "Pequena velocidade" e "Grande velocidade".
Um abraço
José
Caro JOSÉ
Penso que o chafariz serviu para reforçar as fundações dos edifícios hoje aí existentes.
Este chafariz tinha uma torneira na parte de trás, onde as pessoas podiam beber e um suporte de pedra em baixo para apoio do vasilhame: BARRIS, BILHAS, CÂNTAROS, CANECOS, JARROS e LATAS. Se não fosse para uso de humanos, qual a necessidade da segunda torneira.
Tem visto as fotos em tamanho grande? Por acaso esta do chafariz tinha em grande mas troquei por engano e não posso corrigir. DICA: ctrl + alt aparece uma janela em cima com número e letras é só clicar.
Bom fim de semana
Um abraço
APS
Caro APS
Teria certamente servido para uso doméstico mas nos meados do século XX não me pareceu ter muito uso para esse fim como foi o dos Barbadinhos apesar da pequena bica atrás.
Provavelmente que o chafariz é anterior à instalação de água da rede.
Não creio que tenha águas férreas apesar da quinta deste metal mais acima.
Os "respiradores" podem ser eventualmente um depósito para absorver sobrecargas pluviais e escoamento ulterior lento.
Já que evocou o palácio da rua da Cruz, parece que ele foi há pouco vendido.
Fez-me lembrar a Dona Mascarenhas que conheci.
O que eu não sabia era que ela tinha uma ascendência nobre que por curiosidade vi só agora.
Um abraço
José
Caro José Gracioso (respondendo ao seu mail de 12.04.2015)
Realmente não tenho elementos que nos mostrem se foi antes ou depois da instalação da água da rede.
Lembra-se do tanque para lavar a roupa como funciona? Não deve ser o caso porque se encontrava o "LAVADOURO" num nível superior ao fontanário.
Mas por exemplo: o chafariz no "LARGO DE XABREGAS" abastecia o "LAVADOURO" que lhe ficava à ilharga, passando primeiro pelo tanque pequeno (água mais limpa) e seguia para o tanque maior onde as lavadeiras lavavam a sua roupa.
Os respiradores que se pode observar na foto, são idênticos aos do "LARGO DE XABREGAS" e "RUA BISPO DE COCHIM Dom Joseph Kureethara", também em Xabregas e são respiradores da ETAR instalada no antigo Palácio do LAVRADO, na ESTRADA DE CHELAS, junto do final da RUA GUALDIM PAIS e próximo da ponte. O edifício e toda área na parte trás, foi adquirida pela CML para a instalação da ETAR.
O Palácio QUARESMA/ALVITO na RUA DA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA, quando eu andei a pesquisar só estava para venda, ainda não tinha sido comprado (mas os Chineses andam por ai a comprar todo o nosso património, é bem possível). Quem seria a Dona Mascarenhas? Não a consegui identificar.
Um abraço
Agostinho Sobreira
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