Calçada dos Barbadinhos - (1998) Foto de António Sachetti ( Uma vista do PALÁCIO VASCO LOURENÇO VELOSO - já com alterações - , situado na RUA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA com esquina para a CALÇADA DOS BARBADINHOS) in CAMINHO DO ORIENTE.
Calçada dos Barbadinhos - (1998) - Foto de António Sachetti (Pedras de armas no portal-janela da entrada do PALÁCIO DE VASCO LOURENÇO VELOSO, na RUA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA e esquina com a CALÇADA DOS BARBADINHOS) in CAMINHO DO ORIENTE
Calçada dos Barbadinhos - (Post. a 1780) - (Nesta carta posterior a 1780, começa-se a delinear a urbanização do VALE DE SANTO ANTÓNIO, existindo já a calçada dos barbadinhos. O espaço assinalado no Nº 145 representa a Igreja e o Convento dos Barbadinhos Italianos, na sua retaguarda a horta. Com o Nº 144 era o CONVENTO DE SANTA APOLÓNIA e IGREJA. O rectângulo frente a Santa Apolónia era a delimitação do Palácio Vasco Lourenço Veloso. in CAMINHO DO ORIENTE.
(CONTINUAÇÃO)
CALÇADA DOS BARBADINHOS [ VI ]
«PALÁCIO VASCO LOURENÇO VELOSO ( 1 )»
O «PALÁCIO VASCO LOURENÇO VELOSO» um volumoso conjunto de edifícios anteriormente usados pela «FÁBRICA DA COMPANHIA LISBONENSE DE TABACOS» e sua continuadas, até ao início da década de trinta do século XX.
Em Março de 1938 dava entrada neste espaço, o «COMANDO GERAL E BATALHÃO Nº 1 DA GUARDA FISCAL» que aí começava a funcionar. No entanto só em 1961 se realizava a sua total integração.
Nesta momento, vamos encontrar neste antigo palácio o «COMANDO-GERAL DA G.N.R.» Repartição de Recrutamento e Concursos, com entrada pela «RUA CRUZ DE SANTA APOLÓNIA», esquinando para a «CALÇADA DOS BARBADINHOS».
Este palácio encerra uma complexa história de usos e funções que aconteceram na história de LISBOA.
Os terrenos foram aforados às «COMENDADEIRAS DE SANTOS-O-NOVO», por volta do século XVIII. «VASCO LOURENÇO VELOSO» fez erguer um grande casarão para residência própria e, tudo nos faz crer que também se destinava a armazém para apoio às suas actividades comerciais ou ainda possivelmente para residência dos seus funcionários.
Uma pequena parcela deste terreno não fazia parte do conjunto original, tratava-se efectivamente do prédio de esquina com a «CALÇADA DOS BARBADINHOS», em litígio de posse no século XVIII com o vizinho fronteiro o «CONVENTO DE SANTA APOLÓNIA».
É precisamente numa fatia desse terreno, cedido pelas freiras, que se virá a abrir a referida Calçada, indispensável para o acesso ao novo «CONVENTO DOS BARBADINHOS ITALIANOS».
Após o Terramoto de 1755, o resto da parcela de terreno já aparece construído e integrada na propriedade do «VASCO LOURENÇO VELOSO», possivelmente em comum acordo com as freiras de «SANTA APOLÓNIA».
Surge-nos, assim, o «PALÁCIO VELOSO» como uma espécie inesperada de sede de uma grande empresa comercial, com ligações espalhadas por todo o vasto perímetro do Império português e com activas ramificações nos meios europeus.
No entanto, curiosamente o seu aspecto estético exterior, em nada o diferencia do modelo dos grandes palácios da aristocracia portuguesa.
Edifício de grandes proporções, com idêntica glorificação do andar nobre, possivelmente destinado à residência particular do senhor, e afirmação de propriedade feita através do eixo de entrada, marcado por um belo portal/janela de cuidado desenho, sobreposto a indispensável pedra de armas identificadora.
As armas conjugadas das famílias, representam «VELOSO E REBELO PALHARES», sendo portanto referidas a «TOMÁS VELOSO REBELO PALHARES» filho do construtor.
.(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DOS BARBADINHOS [ VII ] - PALÁCIO VASCO LOURENÇO VELOSO ( 2 )».
Caro APS
ResponderEliminarA noção de palácio poderia deixar a entender um edifício mais nobre do que uma fábrica de tabacos.
Cumprimentos
Caro Gracioso
ResponderEliminarNa realidade a noção de Palácio é necessário reunir uns pré-supostos: Grandiosidade, Brasão e andar nobre de janelas com varandas.
Embora este (por acaso) não tenha muitas janelas, o que lhe segue depois; Tabacos, GNR, não lhe invalida as suas origens.
Um abraço
APS