sábado, 4 de fevereiro de 2012

RUA AUGUSTA [ IX ]

Rua Augusta - (1962?) - Fotografia de autor não identificado (Edifício sede do "Crédito Predial Português" na "Rua Augusta" no ano em que tinha adoptado esta designação comercial in BIBLIOTECA DE ARTE FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN Rua Augusta - (1969) - Foto de Armando Serôdio (O edifício do "Crédito Predial Português" na "RUA AUGUSTA") in AFML Rua Augusta - (1913) (Anúncio da "Companhia Geral de Crédito Predial Português, ainda nas antigas instalações) in RESTOS DE COLECÇÃO Rua Augusta - (Inicio do século XX) (Um cheque antigo da "Companhia Geral de Crédito Predial Portuguez) in RESTOS DE COLECÇÃO Rua Augusta - (1864) -Fotógrafo não identificado ("Companhia Geral de Crédito Predial Portuguez" na "Travessa de Santo António da Sé", mais tarde "Credito Predial Português") in AFML



(CONTINUAÇÃO) - RUA AUGUSTA [ IX ]


«COMPANHIA DE CRÉDITO PREDIAL PORTUGUEZ ( 1 )»


Em 24 de Outubro de 1864 foi celebrada a escritura de constituição da Sociedade designada por «COMPANHIA GERAL DE CRÉDITO PREDIAL PORTUGUEZ», com data de 25 do mesmo mês e ano, do Decreto que aprovou os estatutos e concedeu autorização para iniciar a sua actividade, com privilégio de emitir obrigações prediais a letras hipotecárias que representassem operações de empréstimo sobre bens imóveis.

A Sociedade deste banco era composta por um grupo de economistas, capitalistas e homens públicos, sendo a primeira reunião do Conselho de Administração realizada no espaço da Sede do «BANCO NACIONAL ULTRAMARINO», em 3 de Novembro do mesmo ano, presidida pelo «CONDE DE ÁVILA»«ANTÓNIO JOSÉ ÁVILA», primeiro governador.

Meses depois foi adquirido o prédio ( 1 ) na esquina da «TRAVESSA DE SANTO ANTÓNIO DA SÉ» numero 21, na freguesia da «», e muito mais tarde, depois de se ter vencido a grande crise de 1909-1910, foram adquiridos dois prédios, contíguos pelas traseiras, com frente para a «RUA AUGUSTA» e «RUA DOS CORREEIROS», nos quais foram realizadas importantes obras, que tiveram início em finais de 1920, dirigidas pelo Engenheiro «FERNANDO IGLÉSIAS DE OLIVEIRA» sendo assistido pelo Engº. «AUGUSTO VIEIRA DA SILVA» (o considerado olisipógrafo e escritor da cidade de Lisboa) representante da Companhia, sendo o construtor «FRANCISCO TOJAL»; o projecto da fachada é da autoria de «NORTE JÚNIOR». A inauguração solene desta obra, realizou-se a 30 de Março de 1925.

O Edifício do «CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS» é dos mais sólidos e desafogados de toda a Baixa (na época), sem transpirar luxo, oferece um semblante moderno, de bom gosto, com a sua entrada principal magnifica.

Diz-se que as suas "caixas fortes" foram colocadas sete metros abaixo do solo, constituindo uma verdadeira "ilha" de cimento e aço, que sob elas correm dia e noite um lençol de água, que se perde no TEJO.

Foram elaborados novos estatutos em 16 de Novembro de 1961, aprovados em Assembleia Geral, para rectificação da denominação social. Assim, a partir desta data passou a designar-se comercialmente «CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS», apesar de manter a denominação oficial de «COMPANHIA GERAL DE CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS», tendo sido alterado substancialmente o seu objectivo social, passando a ser prioritária a actividade do fomento imobiliário.

( 1 ) - O Edifício da «TRAVESSA DE SANTO ANTÓNIO DA SÉ» foi vendido em 1925 à «CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA» que, em 1927, cedia estas instalações ao «MINISTÉRIO DA GUERRA».


(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA AUGUSTA [ X ] - COMPANHIA GERAL DE CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS ( 2 )».


4 comentários:

  1. Agradeço este pedaço de história sobre uma instituição bancária que teve nome, que cresceu, que se soube consolidar e que um dia foi engolida por um banco maior, que nessa altura passou as passas do algarve para não cair em mãos espanholas mas, como tinha o seu fim escrito nas estrelas, lá está em maõs espanholas que apesar de tudo, por questões de conveniencia, mantém o mesmo NIF do que foi o CRÉDITO PREDIAL PORTUGUÊS.
    QUANDO PARA LÁ ENTREI ERAM 4 OS BALCÕES - RUA AUGUSTA E MIGUEL BOMBARDA EM LISBOA, A AGÊNCIA EM COIMBRA E A DELEGAÇÃO NO PORTO.
    Quando saí eram mais de 160 Balcões.
    Era um banco simpático que teve o privilégio de ter uma equipa dirigente de primeira água no principio da década de 70 - Rui Vilar, Vasco Vieira de Almeida, Seruca Saldo e Vieira Monteiro agora Presidente do Santander.

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  2. Bonito e funcional edificio que durante tantos anos esteve cheio de vida e que hoje mais parece um museu mal arrumado.
    Mas vá lá, os novos donos depois de terem vendido tudo o que era património daquele secular banco, mesmo assim ainda decidiram preservar o edificio que foi a sua última sede.
    Dá gosto, mata saudades aibda hoje ver a sua fachada. Mas entrar lá dentro é um dor de alma. É uma pena. São sinais dos tempos.

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  3. Caro Anónimo
    Não tem que agradecer quando a causa é boa, porque enobrece a alma e deixa os seus frutos.
    Acabou o nome do Banco, mas para a história ele ficará sempre registado, embora para muitos tenha sido dolorosa a sua extinção.
    Um abraço
    APS

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  4. Caro Carlos Pinheiro
    Afortunadamente que os projectos do Arquitecto «NORTE JUNIOR» foram sempre de muito valor.
    Espero e desejo que um edifício com 87 anos, continue na tão agradável "RUA AUGUSTA", com a mesma beleza.
    Um abraço
    APS

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