quarta-feira, 4 de julho de 2012

AVENIDA D. CARLOS I [ X ]

 Avenida D. Carlos I - (Finais do século XIX) (Desenho de Roque Gameiro) (O lado sul do "CONVENTO DAS FRANCESINHAS" um desenho do mestre "Roque Gameiro" publicado no livro "LISBOA VELHA" estampa número 50) in LISBOA VELHA
 Avenida D. Carlos I - (1910) Foto de Joshua Benoliel (O "Convento das Francesinhas" esquina com a "Calçada da Estrela" e o "Caminho Novo", actual "Rua das Francesinhas") in AFML
 Avenida D. Carlos I - (Depois de 1667) (Desenho do "Convento das Francesinhas" no início da "Calçada da Estrela" e perto da cerca do "Convento da Esperança" in DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA
 Avenida D. Carlos I - (ant. a 27 de Dezembro de 1683) (Pintura de autor não identificado) (Quadro de "D. Maria Francisca de Sabóia" rainha de Portugal, primeira esposa de D. Pedro II e fundadora do "Convento das Francesinhas") in RETRATOS REAIS PORTUGUESES
Avenida D. Carlos I - (2011) - (O livro de "MARIA FRANCISCA DE SABÓIA" escrito por "Diana de Cadaval" editado pela "Esfera dos Livros" recentemente, conta-nos mais em pormenor todo o percurso desta rainha em Portugal) in DIANA DE CADAVAL

(CONTINUAÇÃO) - AVENIDA D. CARLOS I [ X ]

«O CONVENTO DAS FRANCESINHAS ( 1 )»

O Convento de invocação do «SANTO CRUCIFIXO» das Religiosas Capuchinhas Francesas da Regra Primeira de «SANTA CLARA», mais conhecido pelo «CONVENTO DAS FRANCESINHAS»,   situado no início da «CALÇADA DA ESTRELA» frente ao «CONVENTO DE S. BENTO DA SAÚDE» , na parte noroeste da cerca e hortas do também já desaparecido «CONVENTO DA ESPERANÇA».
O «CONVENTO DAS FRANCESINHAS» foi fundado em 1667 pela rainha «D. MARIA FRANCISCA ISABEL DE SABÓIA». Entre as religiosas que acompanharam o séquito da rainha vindas de França, estava uma muito especial: soror «MARIA SANTO ALEIXO». Embarcaram a bordo duma esquadra francesa composta de 10 navios no dia 4 de Julho de 1666 com destino a Lisboa. A razão deste aparato naval prende-se com a protecção dada à Rainha, visto Portugal ainda  se encontrar em guerra com Espanha.
A nove de Agosto a Rainha chegou ao sítio da "JUNQUEIRA" indo recebe-la a bordo o «CONDE DE CASTELO MELHOR» (D. LUÍS DE VASCONCELOS E SOUSA) com sua mãe, (que mais tarde seria nomeada camareira-mor da Rainha), dirigindo-se para o «PAÇO DE ALCÂNTARA» onde a aguardavam o rei «D. AFONSO VI», seu irmão «D. PEDRO», (mais tarde seria  "D. PEDRO II") e toda a corte.
Na Igreja do «CONVENTO DAS FLAMENGAS» foi ratificado o casamento, sendo celebrado pelo Bispo de «TARA» e pelo capelão-mor da Casa-Real.

A primeira pedra do edifício da Igreja do «CONVENTO DO SANTO CRUCIFIXO» foi lançada a 3 de Maio de 1667 e o Mosteiro construído para 33 religiosas, em honra dos anos de Cristo.
As «CAPUCHINHAS FRANCESAS» que acompanhavam a Rainha, terão ficado inicialmente no «CONVENTO DAS FLAMENGAS» passando depois para o «CONVENTO DA ESPERANÇA» até se concluir o hospício onde deveriam habitar.
«D. MARIA FRANCISCA ISABEL DE SABÓIA», era casada com o rei «D. AFONSO VI». Dizia o povo que o Rei era fraco de espírito, com anomalias no corpo e de estranhos hábitos.
Mais tarde existiria uma atmosfera tensa dando a entender uma rivalidade entre o rei e seu irmão, «D. PEDRO» que pretendia o trono de Portugal. «D. MARIA FRANCISCA ISABEL DE SABÓIA» vê-se envolvida em intrigas palacianas, sendo obrigada a reconhecer que o marido era um libertino e seu cunhado muito mais sensato para gerir os destinos da Nação.
Pelos meios normais propõe a sua separação matrimonial e enquanto decorre o processo de divórcio aloja-se provisoriamente (em 1667) no «CONVENTO DA ESPERANÇA», dado que o seu ainda não estava finalizado.
Desta aproximação política entre «D. PEDRO» e «D. FRANCISCA DE SABÓIA» resultou um amor adúltero, que segundo consta teve início em Santarém durante algumas caçadas. A Rainha mais tarde empregou diligências para os juízes e Conselheiros de Estado, afirmando que o seu intento era declarar a todos que o seu casamento estava nulo por impossibilidade de seu marido.
A 13 de Fevereiro de 1668 «D. PEDRO» consegue um tratado de Paz com a Espanha, existindo um grande contentamento na nação, pois estava esgotada com uma guerra que durara 27 anos.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «AVENIDA D. CARLOS I [ XI ] - O CONVENTO DAS FRANCESINHAS ( 2 )»   

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