Rua Norberto de Araújo - (2011) Foto de Lampião (A "Igreja de Santa Luzia" no início da escadaria da "Rua Norberto de Araújo", na freguesia de "São Miguel") in SKYSCRAPERCITY
Rua Norberto de Araújo - (2011) - Foto de Lampião (A escadaria da "RUA NORBERTO DE ARAÚJO" na parte Norte junto às "Portas do Sol") in SKYSCRAPERCITY
Rua Norberto de Araújo (194_) Foto de Amadeu Ferrari (Vestígios da "CERCA MOURA DE LISBOA" na "Rua Norberto de Araújo", antiga "Rua da Adiça") in AFML
Rua Norberto de Araújo - (194_)? Foto de autor não identificado (A fotografia de "Norberto de Araújo" possivelmente nos anos 40 do século passado) in AFML
Rua Norberto de Araújo, 61 a 63 - (entre 1898-1908) Fotografo não identificado (A "Rua Norberto de Araújo" em Alfama, antiga "Calçada de S. João da Praça") (Esta foto pode ser vista em tamanho grande. ex: Ctrl + Clicar) in AFML
Rua Norberto de Araújo - (entre 1898 e 1908) Foto de autor não identificado (A "Rua Norberto de Araújo" antiga "Rua da Adiça") (Pode ver esta foto ampliada, utilizar Ctrl + Clicar na imagem) in AFML
(CONTINUAÇÃO) - RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ II ]
«NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO»
Faz no próximo dia 25 de Novembro 60 anos que morreu nesta cidade um seu filho "dilecto" (para empregar uma palavra muito de seu agrado), que foi uma síntese de duas correntes; quer dizer: estudioso, não virava a cara aos canhenhos nem se furtava a longas consultas em arquivos; mas, peregrino impenitente da cidade, percorria os cantos, bebia-lhe o Sol, conhecia-lhe a HISTÓRIA e as histórias através da prática de andar a visitar, chamou-se «NORBERTO DE ARAÚJO».
Nesta cidade dada ao fado e ao canto nostálgico, eivada de recordações de beira-rio, sonhando com as larguras do mar, espanejando-se nos miradouros e comprimindo-se nas vielas, LISBOA queixa-se, com razão, de alguns maus tratos. Em vez de lhe puxarem pelos galões de terra milenar, com características próprias, oferecida ao Sol na maioria parte do ano, senhora de um azul que a poluição ainda não conseguiu escurecer definitivamente, espreguiçando-se por colinas que são bem mais do que sete, entretêm-se alguns a transformá-la em nova rica, num jeito que mal lhe quadra ao feitio e ao retrato que dela tem o mundo.
Felizmente para ela, surgem de tantos em tantos anos uns namorados que, mesmo descontando o exagero próprio de quem por muito amar vive encantado, a conhecem por dentro o suficiente para deixarem à posteridade as descrições que não morrem, as pinturas que não desbotam. Pertencem alguns mais à categoria dos ratos de biblioteca, metendo os eruditos narizes em todas as crónicas velhas, em todos os cartapácios, em todos os registos paroquiais... Outros, mais dados ao ar livre, esgravatam por becos e avenidas, sobem calçadas quase a pique e encorajam as pernas a meter por azinhagas; conhecem palácios e casebres, pelam-se por uma Igreja Velha, atingem êxtases de gozo diante dos restos de uma muralha.
Está claro que quase dava uma enciclopédia a vida deste homem, que, afinal, mal andou 63 anos pelo mundo. Pode dizer-se que nunca parou e que pertenceu à rara qualidade daqueles que tocam muitos instrumentos sem contudo, desafinar em nenhum.
Nasceu na «RUA DO MIRANTE» no número 47, perto do «CAMPO DE SANTA CLARA», em casa que hoje está assinalada por uma lápide, com o seu nascimento (21.03.1889).
Depois dos estudos primários, frequentou o liceu quando ficou órfão, aos 14 anos. Começou, pois, logo a trabalhar, entrando nas oficinas da «IMPRENSA NACIONAL». Em boa hora; frequentou a escola de aprendizagem para artista gráfico e, no fim do curso, obteve o primeiro prémio. E tanto se afeiçoou àquele sector que os seus primeiros trabalhos impressos estão relacionados com ele: «Democratização da Arte» e «Da Iluminura à Tricromia».
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA NORBERTO DE ARAÚJO [ III ] - NORBERTO DE ARAÚJO, UM ALFACINHA DE RAZÃO E CORAÇÃO ( 2 )».
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