quarta-feira, 6 de março de 2013

RUA DE DONA ESTEFÂNIA [ IV ]

 Rua de Dona Estefânia - (2007) (Panorâmica do "Hospital Dona Estefânia" com a sua entrada principal pela "Rua Jacinta Marto", antigo troço da "Rua Joaquim Bonifácio") in GOOGLE EARTH
 Rua de Dona Estefânia - (2012) - (Entrada lateral do "Hospital dona Estefânia", pela "Rua de Dona Estefânia") in GOOGLE EARTH 
 Rua de Dona Estefânia - (A entrada do "Hospital Dona Estefânia") in CIDADANIA LX
 Rua de Dona Estefânia - (Quarto quartel do séc. XIX) (A Planta do "Hospital Dona Estefânia" o  edifício estava dividido  em quatro corpos principais, formando uma Cruz, autoria do arquitecto Humbert) in CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA
 Rua de Dona Estefânia - (Quarto quartel do séc. XIX) (Uma das enfermarias do primitivo "Hospital dona Estefânia", cada enfermaria tinha 32 camas) in CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA
 Rua de Dona Estefânia - (Quarto quartel do séc. XIX) (Parte inferior em abóbadas sobre as quais assenta o Hospital) in CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA
Rua de Dona Estefânia - (Quarto quartel do século XIX) (Claustro com fonte ao centro e capela no topo Norte, do primitivo "Hospital de Dona Estefânia") in CENTRO HOSPITALAR DE LISBOA

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE DONA ESTEFÂNIA [ IV ]

«O HOSPITAL DE DONA ESTEFÂNIA ( 1 )»

Habituada a outras condições económicas e sanitárias, «DONA ESTEFÂNIA» impressionou-se vivamente com o estado de pobreza e abandono em que veio encontrar muitas crianças portuguesas
Daí lhe veio a ideia de promover (contribuindo materialmente para isso) a construção de um HOSPITAL MODERNO, destinado exclusivamente às crianças. «D. PEDRO V» logo abraçou a ideia e mandou pedir para INGLATERRA, ao "Príncipe Alberto" marido da "RAINHA VITÓRIA", o respectivo projecto. Por isso se pensa que era da autoria de um arquitecto inglês. No entanto, "CURRY CABRAL", que considerava o projecto como "o que de mais perfeito a ciência da época aconselhava", refere-se a ele como originário da ALEMANHA, o que não parece impossível se tivermos presente que o príncipe "ALBERTO" tinha, tal como "D. ESTEFÂNIA", ascendência germânica.
Foi destinada para o efeito uma parte da «REAL QUINTA DA BEMPOSTA», a chamada "QUINTA VELHA" (supostamente ter sido adquirida no reinado de "D. PEDRO II" à família da mulher de "ANTÓNIO JOSÉ DA SILVA(O JUDEU)". Mas a rainha morreu sem ver concretizado o seu sonho.
"D. PEDRO V" pagou do seu bolso a fase inicial da construção. Com o seu desaparecimento em 1861, vítima de uma febre tifóide, a obra foi continuada por seu irmão.
Só no dia em que se completavam 18 anos sobre o falecimento de "D. ESTEFÂNIA" (em 17 de Julho de 1877), os novos soberanos, «D. LUIS» e «D. MARIA PIA», inauguraram o hospital que teve o nome da triste princezinha alemã que o desejou.
O edifício original estava dividido em quatro corpos principais, formando uma Cruz e era constituído por dois pisos de enfermarias. Com quatro enfermarias destinadas a 32 camas. Cada enfermaria tinha cerca de 45 metros de comprimento, por 12 metros de largura e 6 metros de altura. Estas dimensões proporcionam a cada doente 60,3 metros de espaço. Existem 20 janelas por enfermarias, 18 nas paredes laterais e 2 num dos topos, cabendo duas camas a cada janela.
Tratou-se, em LISBOA, do primeiro edifício construído propositadamente para ser hospital: até aí, só se tinham aproveitado antigos Conventos. Conservando o núcleo da construção primitiva, embora tenha sido alvo de sucessivas remodelações que tentam adaptá-lo às sempre a crescentes necessidades e às técnicas que constantemente se vão renovando. 
O Ministro "DUARTE PACHECO" tinha para ali grandes ideias, que a morte não o deixou concretizar. No início dos anos 60, a "FUNDAÇÃO GULBENKIAN" deu largo contributo para a reestruturação de serviços, inaugurados em 15 de Agosto de 1962. As melhorias continuaram, como se impunha. Poucos lisboetas se podem gabar de nunca ter passado, em meninos, "pela Estefânia", nem que fosse para um tratamento ou para uma vacina... Ou até, como agora volta a acontecer, para nascer...
Quanto à rainha-menina, bondosa e romântica, ficou sempre no coração dos lisboetas.
Além do Hospital com seu nome, a cidade quis perpetuá-la numa RUA, num LARGO, numa TRAVESSA, e até um BAIRRO. Lá temos pois por edital de 18 de Agosto de 1879, a "RUA DONA ESTEFÂNIA", a servir de fronteira entre as freguesias da «PENA» (hoje ARROIOS) e de "S.JORGE DE ARROIOS" (hoje simplesmente ARROIOS), o LARGO "baptizado" em Abril de 1893 e uma TRAVESSA mais moderna, devida a edital de Março de 1965. 
Nenhuma rainha, em oito séculos de Monarquia, deu azo a tantas memórias. Efeitos de morrer nova e deixar lenda...

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA DE DONA ESTEFÂNIA [ V ]- O HOSPITAL DE D. ESTEFÂNIA (2)»

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