Rua do Açúcar - (2009) (Panorama da "freguesia de MARVILA" na zona Oriental da cidade de Lisboa, onde incluía a "QUINTA DOS MARQUESES DE MARIALVA" in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) Foto gentilmente cedida por Ricardo Moreira) (Fachada da casa dos "Marialvas" na "Rua do Açúcar" com o seu andar nobre. Era chamada de "Quintinha" tendo esta propriedade muitos proprietários, veio para a posse dos "Marialvas" em 01.10.1707) in ARQUIVO/APS
Rua do Açúcar - (2013) (Fachada da casa dos "Marqueses de Marialva" situada junto da antiga cerca do "Convento de S. Bento de Xabregas", na "Rua do Açúcar") in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) (Um troço da "Rua de Marvila" onde começavam as terras e o Palácio dos "Marqueses de Marialva" para a nossa esquerda) in GOOGLE EARTH
Rua do Açúcar - (2013) A "Rua de Marvila" no lado direito e até sensivelmente ao Pátio do Marialva" existiu o "Palácio dos Marialvas" do século XVII ao século XIX) in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO AÇÚCAR [ XVI ]
«A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA ( 1 )»
A enorme «QUINTA DOS MARQUESES DE MARIALVA» ocupava parte significativa da encosta de "MARVILA", resultou da união entre duas parcelas foreiras ao MORGADO DO ESPORÃO. Uma mais a norte, entrou na posse da família em data incerta, sendo no entanto frequentes os registos de baptizados e casamentos na freguesia dos OLIVAIS, a partir de 1663, podendo pois conjecturar-se que, pelo menos desde o célebre «1º MARQUÊS DE MARIALVA, "D. ANTÓNIO LUÍS DE MENESES», a quinta se encontra na posse da família. Outra, vizinha, dita a «QUINTINHA», adquirida em 1707 pelo "2º MARQUÊS DE MARIALVA o 4º Conde de Cantanhede, D. PEDRO ANTÓNIO DE MENESES"(1658-1711), com casas ainda existentes, sobre a "Estrada de São Bento para o Poço do Bispo".
Quanto à primeira e principal, tinha as suas casas nobres no topo sobre a "RUA DE MARVILA", onde ainda se podem ver alguns restos em deplorável estado de conservação.
Pela descrição junta, respeitante a 1747 podemos conjecturar as linhas mestras deste notável conjunto, transformado, como se percebe pela descrição mais tardia de «WILLIAM BECKFORD», em verdadeiro santuário de louvor à figura do 1º MARQUÊS.
Nada resta da grande CAPELA, decorada com as bandeiras das Batalhas das "LINHAS DE ELVAS" e de "MONTES CLAROS", como afirma o citado inglês, parte da aura mítica dessa grande figura da história portuguesa. Aliás a vontade de exaltar a participação nesse momento histórico parece ter sido uma preocupação de alguns aristocratas, devendo citar-se a Capela de "D. GASTÃO COUTINHO", ao "GRILO", também decorada de bandeiras, esta quinta dos Marialvas, em Marvila, é, com certeza, a célebre "Sala das Batalhas" na "Quinta de Benfica", dos "Marqueses de Fronteira", a única lembrança dessa gente aristocrata que permanece felizmente intacta.
Os "MARQUESES DE MARIALVA" encontraram-se frequentemente nesta quinta, pois são contínuos os registos de baptizados, casamentos e óbitos desde 1663.
O último assinalado é a morte do 3º Marquês, o estribeiro-mor, «D. DIOGO DE NORONHA», em 1761, já viúvo da Marquesa senhora da casa. Após o terramoto e com a doação de "D. JOSÉ" ao 4º MARQUÊS, «D. Pedro», da "Quinta da Praia", em Belém, esta torna-se a residência principal desta casa, substituindo o desaparecido "PALÁCIO DO LORETO" (hoje PRAÇA LUÍS DE CAMÕES).
Quanto à "Quinta de Marvila" entra em progressivo declínio, como a conheceu «BECKFORD», com a natural aura de abandono tão sugestiva para a sua sensibilidade romântica. Era sobretudo utilizada para passeios familiares, sem se detectar efectiva residência na grande propriedade, em parte alugada para exploração.
Pela descrição junta, sabemos que, além das casas ainda existentes da "QUINTINHA", possuíam mais outras na parte de baixo da quinta, sobre a estrada, certamente um pavilhão de regalo com vistas sobre o RIO TEJO, no fim da propriedade.
Este grande conjunto dos «MARIALVAS» na parte poente, foram ocupados em parte pelas instalações industriais da «SOCIEDADE NACIONAL DE SABÕES», tendo sido o restante, após a abertura da linha do caminho-de-ferro, escavado a pique, encontrando-se nesse plano baixo traçadas hoje as artérias, "RUA JOSÉ DOMINGOS BARREIROS" e "RUA CAPITÃO LEITÃO", onde também estiveram instaladas duas grandes industrias (de que já fizemos referência). Na "Rua Capitão Leitão" e "Rua Afonso Annes Penedo" funcionaram também grandes Armazéns de Vinhos, Tanoarias, um conjunto de oficinas e algumas habitações operarias.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO AÇÚCAR [ XVII ]-A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA( 2 )»
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO AÇÚCAR [ XVII ]-A QUINTA DO MARQUÊS DE MARIALVA( 2 )»