sábado, 30 de abril de 2016

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ VII ]

«A RUA IVONE SILVA ( 1 )»
 Rua Ivone Silva - (2015) - (Saída da "RUA IVONE SILVA" junto da Rotunda que dá para a "RUA LAURA ALVES")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Ivone Silva - ( 2015 ) - (Panorâmica da freguesia das "AVENIDAS NOVAS" onde se insere a "RUA IVONE SILVA")  in   GOOGLE EARTH
 Rua Ivone Silva - ( 2015 ) - ( A "RUA IVONE SILVA" na direcção do "Apeadeiro da Cinco de Outubro")  in   GOOGLE EARTH
 Rua Ivone Silva - ( 1981 ) - ("IVONE SILVA & CAMILO DE OLIVEIRA" na rábula "AÍ AGOSTINHO, AÍ AGOSTINHA", apresentada na RTP no programa "SÁBADABADÚ" de César de Oliveira) in  YOUTUBE
Rua Ivone Silva - ( Anos 60 do século XX) - (Entrada principal do "PARQUE MAYER" encimado pelo Cartaz a anunciar "IVONE SILVA" na "REVISTA À PORTUGUESA")   in  PALCO UM 

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ VII ]

«A RUA IVONE SILVA ( 1 )»

A «RUA IVONE SILVA» pertencia à antiga freguesia de "NOSSA SENHORA DE FÁTIMA", pela "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", passou a pertencer à freguesia das «AVENIDAS NOVAS».  Tem início na "RUA LAURA ALVES"(antiga "TRAVESSA MARQUÊS DE SÁ DA BANDEIRA") e finaliza na "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO".
Após o seu falecimento a edilidade numa reunião de 23.11.1987, deliberou que o nome desta actriz denominasse UMA RUA DE  LISBOA. Tendo acontecido em conformidade com o EDITAL Nº. 22/1988, de 29.02.1988, colocando-o na "RUA - A" e IMPASSE "A", arruamento que liga a "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" à "RUA LAURA ALVES".
A "RUA IVONE SILVA" fica no "CAMPO PEQUENO" junto à parte Nordeste do "HOSPITAL CURRY CABRAL" e a Norte do CAMINHO-DE-FERRO (LINHA DE CINTURA DE LISBOA), perto do apeadeiro da "CINCO DE OUTUBRO". Está rodeado no seu lado direito por grandes e altos edifícios, podemos destacar o " HOTEL EXECUTIVE ZURIQUE", as instalações do "TURISMO DE PORTUGAL I.P.", o "CMVM-COMISSÃO DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS" e o "GRANDE LISBON-HOTEL" no antigo edifício que a "RTP - RÁDIO E TELEVISÃO DE PORTUGAL" veio inaugurar na "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" no ano de  1976, deixando-as  em 2004, para as novas instalações da RTP em "CABO RUIVO".

«MARIA IVONE DA SILVA NUNES» nasceu em "PAIO MENDES" numa aldeia perto de "FERREIRA DO ZEZERE" em 24 de Abril de 1935, veio a falecer em LISBOA no IPO em 20 de Novembro de 1987, vítima de doença oncológica.
Conhecida pelo nome artístico de "IVONE SILVA" foi uma das grandes artistas do Teatro português de REVISTA, torna-se notória pelo seu trabalho humorístico espectacular na TELEVISÃO.
"IVONE SILVA" originária de uma família de gente humilde de "PAIO MENDES". Filha de "JOSÉ ANTÓNIO DA SILVA" e de "ERMELINDA ROSA NUNES DIAS". Seu pai chegou a participar como actor em alguns filmes do cinema mudo, morrendo cedo, deixando treze filhos ainda menores.
"IVONE" foi aprendiza de costureira e empregada de Comércio antes de emigrar para PARIS aos dezasseis anos.
Depois de alguns anos por terra de "FRANÇA", regressou aos 26 anos para experimentar a sua sorte nos teatros do "PARQUE MAYER", em LISBOA, na companhia de uma das irmãs. O empresário JOSÉ MIGUEL, que começara a gerir o TEATRO ABC, gostou das jovens e contratou ambas.  Uma, a mais elegante e bonita, ficou a fazer "chefes de quadro" (actrizes que dão "deixas" aos compères) e a outra meteram-se no meio das coristas a "dar à perna": a primeira (LINDA SILVA, falecida na "CASA DO ARTISTA" em 01.10.2011 com 69 anos), nunca atingiu o estrelato e a segunda foi uma das maiores de sempre dos palcos da revista, "IVONE SILVA".
Estreou-se no ABC em 1963 na revista "VAMOS À FESTA", toda a gente achava imensa graça à jovem IVONE, porque, ao contrário de todas as outras coristas, ela não perdia tempo nos camarins.  Sempre que podia, lá estava ela nos bastidores a ver os actores representar.  E como tinha uma memória prodigiosa, em pouco tempo sabia as "falas" de todas elas.  E que bem ela interpretava na brincadeira, fora de cena, todos aqueles papeis, da actriz mais modesta à cabeça de cartaz. Este jeito de ser, valeu-lhe alguns pequenos papeis na revista seguinte "GENTE NOVA EM BIQUINI" (1963), considerado o seu trabalho a revelação desse ano.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES[ VIII ]-A RUA IVONE SILVA ( 2 )».

quarta-feira, 27 de abril de 2016

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ VI ]

«A RUA LAURA ALVES ( 4 )»
 Rua Laura Alves - (2015) - (Uma vista da "RUA LAURA ALVES" captada da "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO" que representa o início da artéria)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Laura Alves - (2015) - (A "RUA LAURA ALVES" perto da Rotunda que dá acesso a "RUA IVONE SILVA")  in   GOOGLE EARTH
 Rua Laura Alves - (1947) - (Cartaz do filme "O LEÃO DA ESTRELA" de Artur Duarte, no elenco - ANTÓNIO SILVA, MILÚ, LAURA ALVES, ARTUR AGOSTINHO, MARIA OLGUIM, CREMILDE DE OLIVEIRA, OSCAR ACÚRCIO e ERICO BRAGA)  in   RESTOS DE COLECÇÃO
 Rua Laura Alves - (1942) - (Cartaz do filme "O PÁTIO DAS CANTIGAS" com MARIA DAS NEVES, VASCO SANTANA, ANTÓNIO SILVA, RIBEIRINHO, "LAURA ALVES", BARROSO LOPES e CARLOS ALVES - Música de Frederico de Freitas - Argumentos, diálogos e produção de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, realização de FRANCISCO RIBEIRO(RIBEIRINHO). Estreou-se no cinema EDEN em 23 de Janeiro de 1942)  in  RESTOS DE COLECÇÃO
Rua Laura Alves - (1960) - Foto de Arnaldo Madureira - ("O CINEMA REX" que mais tarde seria o "TEATRO LAURA ALVES" na "RUA DA PALMA) ( Abre em tamanho grande)  in   AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ VI ]

«A RUA LAURA ALVES ( 4 )»

Falando ainda de "FILMOGRAFIA", "LAURA ALVES" com dezanove anos de idade pela mão de "ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, terá sido levada para o cinema, ainda mal se sabia dos seus méritos de actriz (mas FRANCISCO RIBEIRO - irmão de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO - conhecia-a do "TEATRO DO POVO" dirigi-a, em 1940, no espectáculo "PORTUGAL", na "EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS"). 
A filha estúpida de ANTÓNIO SILVA no "O PÁTIO DAS CANTIGAS", essa menina CELESTE com particularidades gramaticais no modo de falar, ficaria como um dos seus memoráveis desempenhos, a par com a criada que namora o motorista (ARTUR AGOSTINHO) em "O LEÃO DA ESTRELA", azougada e refilona. Ainda teve um papel meritório em "SONHAR É FÁCIL", onde acabava por casar com "VASCO MORGADO" tal como fizera na vida real em 1948. Mas os outros filmes desses anos 50 foram tão maus que nem lembrá-los vale a pena, mesmo que a culpa não se possa atribuir à actriz.

Foi casada com "VASCO MORGADO" um excelente Empresário Teatral, que faleceu em 19 de Maio de 1978. Deste casamento teve um único filho, VASCO MANUEL ALVES VEIGA MORGADO. "LAURA ALVES" acabou por ter um segundo casamento a 18 de Julho de 1979 com o Maestro "FREDERICO VALÉRIO".

Retirou-se dos palcos em 1982, "LAURA ALVES" foi, acima de tudo uma grande senhora do TEATRO. E como uma grande actriz, foi também figura marcante no cinema. Embora fosse no TEATRO que mais se tenha destacado e mais anos trabalhou.

Ao longo da sua carreira terá eventualmente interpretado cerca de quatrocentos espectáculos. Mas, sem incluir que antes da sua profissionalização, já aos três anos recitava, aos cinco representava na "ASSOCIAÇÃO RECREATIVA TRIÂNGULO VERMELHO" na "RUA DE SÃO BENTO" da qual o sei pai era associado. Aos seis representava como amadora no "GRUPO DRAMÁTICO LISBONENSE".

Em 1986 foi homenageada com o filme "LAURA ALVES, EVOCAÇÃO DE UMA ACTRIZ", e também com a criação do "TEATRO LAURA ALVES" na "RUA DA PALMA", 253, onde a actriz "IVONE SILVA" actuou pela última vez.
Em 2001 foi homenageada no "TEATRO POLITEAMA".
Está sepultada no CEMITÉRIO DOS PRAZERES, não longe do jazigo do grande actor "ANTÓNIO SILVA", com quem partilhou em alguns filmes e nomeadamente em "O LEÃO DA ESTRELA".

A 26 de Maio de 2012 o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" noticiava que um incêndio destruiu o interior do edifício do antigo "TEATRO LAURA ALVES". Hoje, depois de ter sido reconstruído, está transformado numa pensão.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES[ VII ]-A RUA IVONE SILVA ( 1 )».

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O 25 de ABRIL de 2016

FELICITAÇÃO

É IMPORTANTE QUE NÃO DEIXEMOS MURCHAR O CRAVO QUE ABRIL FLORIU!

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sábado, 23 de abril de 2016

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ V ]

«A RUA LAURA ALVES ( 3 )»
 Rua Laura Alves - (2015) - ( A "RUA LAURA ALVES", antiga "TRAVESSA DO MARQUÊS SÁ DA BANDEIRA" na actual Freguesia das "AVENIDAS NOVAS")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Laura Alves - (2015) - (Início da "RUA LAURA ALVES" no lado esquerdo o edifício da "CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES" com frente para a "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO") in   GOOGLE EARTH  
 Rua Laura Alves - (1953) - Foto de Bourdain de Macedo  ("LAURA ALVES" no interpretação de "CHARLOT" na revista "VIVA O LUXO" de AMADEU DO VALE. Música de FERNANDO DE CARVALHO e TAVARES BELO estreado no TEATRO MONUMENTAL) in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
 Rua Laura Alves - (1958) - Foto de autor não identificado - ("LAURA ALVES" contracenando com "ARTUR SEMEDO" na revista "A RAINHA DO FERRO-VELHO" estreado no desaparecido "TEATRO MONUMENTAL")  in ARTISTAS DE OUTROS TEMPOS...
Rua Laura Alves - (1960) - (A Comédia Musical "BOA NOITE, BETINA!" um espectáculo de "VASCO MORGADO" no TEATRO MONUMENTAL" com: "LAURA ALVES", RUY DE CARVALHO", "MARIA PAULA", "ROGÉRIO PAULO", "PAULO RENATO", "ARMANDO CORTES", "YOLA", "BAPTISTA FERNANDES" e outros...) in    PROGRAMA DE TEATRO

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ V ]

«A RUA LAURA ALVES ( 3 )»

"LAURA ALVES" representou no ano de 1958 condignamente a peça; «A RAINHA DO FERRO-VELHO» uma adaptação para TEATRO do filme americano "BORN YESTERDAY" que passou em PORTUGAL com o título português "A MULHER QUE NASCEU ONTEM", ficando a peça, em finais dos anos cinquenta, famosa pela interpretação de "LAURA ALVES".
Foi apresentada no "TEATRO MONUMENTAL" uma comédia deliciosa, oportuna, com graça e com nível de interpretação credora dos melhores elogios.
"A RAINHA DO FERRO-VELHO" estreou-se em 19 de Julho de 1958, em pleno Verão, onde "LAURA ALVES" encontrou a personagem que lhe permitiu expandir todos os seus dotes de grande actriz, numa interpretação inesquecível, compondo, com a sua figura de mulher pequena e bonita, uma picante loira platinada, no encanto dos seus 35 anos, dando todos os cambiantes dessa sua tão pessoal e espertalhona mas ingénua, frívola mas vulnerável, atemorizada mas corajosa, modulando a sua voz com perícia, fazendo rir muito público mas, na altura certa, emocionando com força dramática.  E a peça era bastante ousada para a época, pois embora fossem muitos os cortes da censura vigente, nela se ouvia chamar "fascista" a um malandro.

Diz-nos "URBANO TAVARES RODRIGUES" na sua apreciação à representação de "LAURA ALVES" em 20.07.1958. "Comédia forte e humorística ao mesmo tempo, azeda e plena de chama, de cândidos ideais teve a servi-la antes de mais o talento, bem patente, de dois grandes artistas: "LAURA ALVES" e "ASSIS PACHECO" ( ... ) passando e regressando sem esforço, constantemente ( e sem afectar o equilíbrio psicológico da figura, o que era deveras difícil), do ridículo ao odioso, "LAURA ALVES" foi magnífica, sempre criadora como aliás e seu estilo, nos papeis que lhe convêm, e conseguindo em absoluto fazer aceitar ao público uma evolução de atitude tão natural nas suas calinadas  grotescas, no seu papel de "animal de estimação", como depois na revelação do amor e da dignidade na resistência".

Em 2004 a peça de "GARSON KANIN" - "BORN YESTERDAY" que em português foi chamada de "RAINHA DO FERRO-VELHO", foi encenada e adaptada por "FILIPE LA FÉRIA" para ser representada no "TEATRO POLITEAMA", durante longo tempo, tendo no seu elenco " MARIA JOÃO ABREU" e JOSÉ RAPOSO" entre outros.

"LAURA ALVES" pensa abandonar a revista, embora nos anos 50 ainda tivesse feito; "VIVA O LUXO" em 1953, no TEATRO MONUMENTAL, "MULHERES HÁ MUITAS", em 1954, no TEATRO DA TRINDADE, "MELODIAS DE LISBOA", em 1955, no TEATRO MONUMENTAL e "MUSICA, MULHERES E FANTASIA", em 1957, no TEATRO MONUMENTAL. E em 1960, com o enorme êxito que foi "BOA NOITE, BETINA", representada no TEATRO MONUMENTAL.

Na sua FILMOGRAFIA entra em 1941 no "O PAI TIRANO" de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO; ainda em 1941 no "PÁTIO DAS CANTIGAS" de FRANCISCO RIBEIRO; no ano de 1947 "O LEÃO DA ESTRELA" de ARTUR DUARTE; em 1951 "SONHAR É FÁCIL" de PERDIGÃO QUEIROGA; no ano de 1952 "UM MARIDO SOLTEIRO" de FERNANDO GARCIA; e 1954 "O COSTA D' ÁFRICA" de JOÃO MENDES; em 1956 "PERDEU-SE UM MARIDO" de HENRIQUE CAMPOS.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES[ VI]-A RUA LAURA ALVES ( 4 ).

quarta-feira, 20 de abril de 2016

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ IV ]

«A RUA LAURA ALVES ( 2 )»
 Rua Laura Alves - (2015) - (Panorâmica mais aproximada da "RUA LAURA ALVES" na freguesia das "AVENIDAS NOVAS")  in   GOOGLE EARTH 
 Rua Laura Alves - ( 2015) - (Um troço da "RUA LAURA ALVES" na freguesia das "AVENIDAS NOVAS" e próximo de um  "HOTEL")  in   GOOGLE EARTH
 Rua Laura Alves - (1963) - Foto de autor não identificado - (Apresentação dos intervenientes do filme de Perdigão Queiroga - "O PARQUE DAS ILUSÕES", com LAURA ALVES, AMÉRICO COIMBRA, EUGÉNIO SALVADOR, HUMBERTO MADEIRA, argumento de "AFONSO BOTELHO", publicado na REVISTA PLATEIA)  in   DIAS QUE VOAM
Rua Laura Alves - (1958) - Foto de autor não identificado - ("LAURA ALVES" encontrou na representação da peça "A RAINHA DO FERRO VELHO", a personagem que lhe permitiu expandir todos os seus dotes de grande actriz)  in  JANGADA DA TIJUCA


(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ IV ]

«A RUA LAURA ALVES ( 2 )»

«LAURA ALVES» representa ainda na revista, no ano de 1944 - "O ZÉ DO TELHADO" (Opereta), "O JOGO DO DIABO" e "FESTA RIJA" (Revistas) todas estreadas no TEATRO AVENIDA; 1945 - "A FIDALGA DA RUA" (Opereta), "DE FORA DOS EIXOS" (Revista), "A CHAVE DO PARAÍSO" (Fantasia) e "A PATUSCADA" (Revista), sempre no TEATRO AVENIDA;  1946 - "ESTÁS NA LUA" (Revista) e "AS LAVADEIRAS", no TEATRO APOLO; 1947 - "TÁ BEM OU NÃO TÁ" (Revista) no TEATRO AVENIDA.


«LAURA ALVES» casa entretanto ( a 27 de Agosto de 1946) com VASCO MORGADO que, em breve, se vai transformar no maior empresário português e sobre ela basear o seu império. É já com "MORGADO" como empresário que entra em 1950 - "ENQUANTO HOUVER SANTO ANTÓNIO" e 1951 - "AGUENTA-TE ZÉ" ambas no TEATRO APOLO.
Entretanto deslocando-se episodicamente da sua imagem de marca, "LAURA ALVES" tem duas experiências particulares no cinema "ODEON", a primeira fazendo um espectáculo a solo encenado por "ANTÓNIO PEDRO" e escrito especialmente para ela por um conjunto de autores -  (ALICE OGANDO, GUILHERME PEDROSA, REDONDO JÚNIOR, GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA e JOÃO FRANÇA) - "LAURA ALVES E OS SEUS FANTOCHES"; a segunda participando no 16.º espectáculo essencialista do TEATRO-ESTÚDIO DO SALITRE, dirigido por "GINO SAVIOTTI", onde interpreta " O MENINO DOS OLHOS VERDES" de ALVES REDOL. "É MELHOR NÃO EXPERIMENTAR", de GINO SAVIOTTI, e "A SOGRA DE LUÍS XIV", de GEORGES FEYDEAU". É a primeira vez que a actriz sai do círculo do TEATRO musicado ou da baixa Comédia onde também trabalhou nos anos 40.

Com a inauguração do "CINEMA-TEATRO MONUMENTAL" em 8 de Novembro de 1951, localizado na PRAÇA DUQUE DE SALDANHA em LISBOA, "LAURA ALVES" encontra a «CASA» onde vai construir praticamente quase todo o resto da sua vida. Ela está na inauguração com a opereta "AS TRÊS VALSAS", na primeira grande revista ali montada ("LISBOA NOVA", em 1952). E tenta diversificar o tipo de espectáculos em que entra. Na década de 50  ainda vamos encontrá-la em peças de índole muito variada ( como "O HOMEM QUE VEIO PARA JANTAR", de MOSS HART e GEORGE KAUFMAN,  "A SEREIA DO MAR E DA TERRA", de ALEJANDRO CASONA, "A FERA AMANSADA", de WILLIAM SHAKESPEARE, "ELA NÃO GOSTA DO PATRÃO", de GUGLIELMO GIANNINI, "A MENINA FEIA", de MANUEL FREDERICO PRESSLER - onde se estreia como encenadora, em 1954 - "É PROIBIDO SUICIDAR-SE NA PRIMAVERA", de ALEJANDRO CASONA, "CRIME PERFEITO", de FREDERICK KNOTT, "PERDEU-SE UM MARIDO", de MANUEL FREDERICO PRESSIER, "SUA ALTEZA" de RAMADA CURTO, uma aguarela Sevilhana "TOUROS DE MORTE", de LIÑARES RIVAS ( onde o Toureiro DIAMANTINO VIZEU se estreou como actor), "ATRÁS DA PORTA", de COSTA FERREIRA, "O CARDEAL" de LOUIS N. PARKER, - 1958 "RAINHA DO FERRO-VELHO" de GARSON KANIN e RUTH GORDON, "O BAILE", de EDEGAR NEVILLE ou "GATA EM TELHADO DE ZINCO QUENTE", de TENNESS WILLIAMS; também fez teatro infantil; "E NESSA NOITE OS ANIMAIS FALARAM" de ADOLFO SIMÕES MÜLLER, "AVENTURA NA LOJA DOS BRINQUEDOS" de ADOLFO MÜLLER, "NÃO VALE A PENA SER MAU", de ANIBAL NAZARÉ, e "E A LUA VIU TUDO", de MANUEL DE LIMA e FRANCISCO ESTEVES, tudo no "TEATRO MONUMENTAL". 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ V ]A RUA LAURA ALVES ( 3 )».

sábado, 16 de abril de 2016

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ III ]

«A RUA LAURA ALVES ( 1 )»
 Rua Laura Alves - (2015) - (Panorâmica de uma parte da freguesia das "AVENIDAS NOVAS" onde está inserida a "RUA LAURA ALVES")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Laura Alves - (2015) - (O final da "RUA LAURA ALVES" vista da "AVENIDA BERNA"  in  GOOGLE EARTH 
 Rua Laura Alves - (2015) - (A "RUA LAURA ALVES" na parte de trás do edifício da "CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES" à direita da foto)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Laura Alves - (09.03.1964) - (Retrato de promoção e publicitário de "LAURA ALVES"/"VASCO MORGADO" que nos anos sessenta do século vinte eram oferecidos, recomendando  o "TEATRO MONUMENTAL" e  aconselhando os espectadores a ver "A IDIOTA".  Na cidade do PORTO,  "O GATO" no "TEATRO SÁ DA BANDEIRA" com Henrique Santana)  in   ARQUIVO/APS
Rua Laura Alves - (1952) -  Foto de autor não identificado - (A Actriz "LAURA ALVES" desfilando pela "AVENIDA DA LIBERDADE" por ocasião dos Santos Populares de LISBOA) in    DIAS QUE VOAM

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ III ]

«A RUA LAURA ALVES ( 1 )»

A "RUA LAURA ALVES" pertencia à freguesia de "NOSSA SENHORA DE FÁTIMA", com a "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", passou a pertencer à freguesia das «AVENIDAS NOVAS».  Tem o seu início na "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO", 197 (antiga) "AVENIDA ANTÓNIO MARIA AVELAR"), e finaliza na  "AVENIDA DE BERNA", 24-B.
Tem como convergente no seu lado direito a "RUA IVONE SILVA" (Também ela uma grande actriz).
Na acta nº. 1/88 de 27.02.1988 reuniu a "COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA" numa das salas dos "PAÇOS DO CONCELHO", sob a presidência do Exmo. Vereador Comandante Manuel Maria de Menezes Pinto Machado.
Segundo a deliberação tomada em 16.06.1986, foi dado o nome de "LAURA ALVES" a um arruamento citadino. Resultando o parecer de que existiam em LISBOA dois topónimos, ambos perpectuando a memória do "MARQUÊS DE SÁ DA BANDEIRA" e que não se justifica essa duplicação, até pelos inconvenientes que daí resulta para a localização dos respectivos arruamentos, a COMISSÃO é de parecer que a actual  "TRAVESSA DO MARQUÊS DE SÁ DA BANDEIRA", na (antiga) freguesia de "NOSSA SENHORA DE FÁTIMA", passe a denominar-se: «RUA LAURA ALVES - ACTRIZ - (1921-1986), evocando assim, a memória da popular actriz Nacional.
Igualmente é confirmado pela C.M.L. a consagração da artéria à artista "LAURA ALVES" pelo EDITAL nº.21/1988 de 29 de Fevereiro de 1988.

«LAURA ALVES MAGNO» nasceu em LISBOA, na "RUA DE SÃO BENTO", 638 no dia 8 de Setembro de 1921 (confirmado) e faleceu igualmente em LISBOA a 6 de MAIO de 1986 no ano em que fazia 65 anos. Cursou na "ESCOLA INDUSTRIAL DE MACHADO DE CASTRO" e frequentou o curso de DANÇA do CONSERVATÓRIO NACIONAL.
Começa a fazer teatro na sua adolescência (1935), na peça "AS DUAS GAROTAS DE PARIS", de Eduardo Schwalbach, em adaptação ao romance de LOUIS FEUILLADE e CARTROUX, encenado por ALVES DA CUNHA, no TEATRO POLITEAMA, enquanto frequentava a "ESCOLA MACHADO CASTRO". Faz alguns pequenos papeis ainda nos anos 30, época em que chega a pisar, por duas vezes o palco do "TEATRO NACIONAL DE ALMEIDA GARRETT"(antes da primeira República era chamado de "TEATRO NACIONAL"  e mais tarde "TEATRO NACIONAL D. MARIA II). No ano de 1936 faz parte do elenco de MARIA MIGALHA, de VIRGÍNIA LOPES DE MENDONÇA e LAURA CHAVES, em 1939, com "RIQUEZAS DA SUA AVÓ" de Luís VARGAS. Em 1941, na opereta " LISBOA 1900" (Texto de FRANCISCO RIBEIRO, ARMANDO VIEIRA PINTO e ALBERTO REIS, Música de RAUL PORTELA e FERNANDO DE CARVALHO, estreado no TEATRO VARIEDADES), revelando o seu talento passo a passo. Neste mesmo ano estreia-se no cinema no filme "O PAI TIRANO"-(1941) de ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, e a sua carreira até ao primeiro plano dos cartazes teatrais é célere. E é sobretudo em revistas e operetas que vai inicialmente firmar-se: 1941 - "BOA VAI ELA", no TEATRO MARIA VITÓRIA; 1942 - "O SENHOR DA PEDRA" de ANTÓNIO PORTO (ASCENSÃO BARBOSA), ANÍBAL NAZARÉ e F. ÁVILA, Música de JORGE MENDES e FERNANDO DE CARVALHO tendo sido estreado no TEATRO MARIA VITORIA;  1943 - "O DIA DA ESPIGA" de ASCENÇÃO BARBOSA, ANÍBAL NAZARÉ e F. ÁVILA, ABREU E SOUSA e A. PERRY, música de JORGE MENDES e F. CARVALHO, estreado no TEATRO MARIA VITORIA. "A PEROLA DA CHINA" (fantasia), no TEATRO TRINDADE e no COLISEU DOS RECREIOS, "A FREIRA" de FERNANDO SANTOS, A. AMARAL e L. RODRIGUES, música de JAIME MENDES e JOSÉ NOBRE e "MARGARIDA VAI À FONTE" de M. MARQUES, E. BRAGA e AMADEU DO VALE, música de BELO MARQUES, RAUL FERRÃO, FREDERICO VALÉRIO e ISABEL MANSO, ambas no TEATRO AVENIDA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES[ IV]-A RUA LAURA ALVES ( 2 )».

quarta-feira, 13 de abril de 2016

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ II ]

«A RUA ACTRIZ MARIA MATOS ( 2 )»
 Rua Actriz Maria Matos - ( 2015 ) - ( Um troço da "RUA ACTRIZ MARIA MATOS" no "BAIRRO DO CHARQUINHO" na freguesia de «BENFICA»)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Actriz Maria Matos - ( 2015 ) - A "RUA ACTRIZ MARIA MATOS" na última curva do seu percurso)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Actriz Maria Matos - (1931) Desenho de Amarelhe - (Um quadro na Revista "VIVA O JAZZ" no Teatro Maria Vitória,  reunia nomes da Revista e da cena declamada com: MARIA MATOS, ANTÓNIO SILVA e COSTINHA)  in HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
 Rua Actriz Maria Matos - (1943) Autor do Cartaz PACHECO - (Cartaz do filme "O COSTA DO CASTELO" de Artur Duarte, segundo a peça do mesmo nome de João Bastos. No elenco MARIA MATOS, António Silva, Milú, Fernando  Ribeiro e Teresa Casal ) In RESTOS DE COLEÇÃO
Rua Actriz Maria Matos - ( 1943 ) - ( MARIA MATOS numa cena do filme "O COSTA DO CASTELO" de ARTUR DUARTE estreado no Cinema S. LUIZ) in  TOPONÍMIA DE LISBOA 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ II ]

«A RUA ACTRIZ MARIA MATOS ( 2 )»

Mais tarde a «COMPANHIA DE MARIA MATOS-MENDONÇA DE CARVALHO», muda-se para o TEATRO AVENIDA, onde " MARIA MATOS " teve a oportunidade de mostrar o seu talento como actriz dramática em "A INIMIGA" de "NICCODEMI".  Este espectáculo veio a transformar-se num dos seus maiores sucessos. Para além do TEATRO AVENIDA, "MARIA MATOS" realizou digressões pelo país e BRASIL, tendo também subido aos palcos alfacinhas do TEATRO VARIEDADES, POLITEAMA e TRINDADE.
MARIA MATOS, mulher do TEATRO, sentiu necessidade de ser ela a escrever as próprias peças e levar à cena como: "DIZERES DE AMOR E SAUDADE"(1935); "A TIA ENGRÁCIA"(1936); "ESCOLA DE MULHERES"(1937) e ainda "DIREITOS DO CORAÇÃO" também de 1937.
Esta actriz da cena declamada, emprestou o seu génio cómico à revista, fazendo algumas incursões na REVISTA à PORTUGUESA: "CHARIVARI"(1929) no TEATRO POLITEAMA; "VIVA O JAZZ"(1931) no Teatro MARIA VITÓRIA; "O ESTALADINHO" e "A NAU CATRINETA" de (1931); "LUA CHEIA"(1934) na qual foi encenadora e representada no TEATRO DA TRINDADE; "ROSMANINHO"(1938), montada no TEATRO AVENIDA com a sua "COMPANHIA DE COMÉDIA E FARSAS". O seu talento evidenciou-se na farsa e na comédia, géneros em que se consagrou. 

Em 1940, é nomeada professora do «CONSERVATÓRIO NACIONAL DE TEATRO", onde regeu as cadeiras de "ESTÉTICA TEATRAL" e de "ARTE DE DIZER". Demitiu-se em 1945, pois sentia-se marginalizada tanto na escola como no panorama Teatral.
Em 1947 ingressa na "COMPANHIA AMÉLIA REY COLAÇO-ROBLES MONTEIRO" onde teve um trabalho de destaque em "A CASA DE BERNARDA ALBA" (escrita em 1936 pelo escritor espanhol "FREDERICO GARCIA LORCA" que nesse mesmo ano era assassinado).

No CINEMA participou em películas de sucesso como: "AS PUPILAS DO SENHOR REITOR"(1935) (DRAMA-ROMANCE) de LEITÃO DE BARROS - "O COSTA DO CASTELO"(1943) (COMÉDIA) de ARTUR DUARTE - "UM HOMEM ÀS DIREITAS(1944) (DRAMA) de JORGE BRUM DO CANTO - "A MENINA DA RÁDIO"(1944) (COMÉDIA) de ARTUR DUARTE - "NÃO HÁ RAPAZES MAUS"(1948) (DRAMA-BIOGRAFIA) de EDUARDO GARCIA MAROTO - "HERÓIS DO MAR"(1949) (DRAMA) de FERNANDO GARCIA - "A MORGADINHA DOS CANAVIAIS"(1949) (DRAMA-ROMANCE) de CAETANO BONUCCI e AMADEU FERRARI.

Após a sua morte, foram editadas "AS MEMÓRIAS DA ACTRIZ MARIA MATOS", em 1955 e em 22 de Outubro de 1969, o seu nome foi atribuído a um novo conceituado TEATRO de LISBOA "O TEATRO MARIA MATOS", propriedade da Câmara Municipal de LISBOA, desde 24 de Setembro de 1982, na AVENIDA FREI MIGUEL CONTREIRAS, 52 freguesia de ALVALADE.
Foi ainda agraciada com um louvor publicado no "DIÁRIO DO GOVERNO", pelos serviços prestados ao TEATRO  (1915) e o "HABITO DE SANTIAGO DA ESPADA(1934).

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES[ III ]-A RUA LAURA ALVES ( 1 )».

sábado, 9 de abril de 2016

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ I ]

«RUA ACTRIZ MARIA MATOS ( 1 )»
 Rua Actriz Maria Matos - ( 2015 ) - (Panorama do "BAIRRO CHARQUINHO" onde se insere a "RUA ACTRIZ MARIA MATOS"  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actriz Maria Matos - (2015) - (Imagem da "RUA ACTRIZ MARIA MATOS" no sentido Norte, entrada pela "Rua da Quinta do Charquinho")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actriz Maria Matos - ( 2015 ) - ( A "RUA ACTRIZ MARIA MATOS" vista de Norte para Sul)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Actriz Maria Matos - (1947) - ("MARIA MATOS" e "ANTÓNIO SILVA" no filme "COSTA DO CASTELO! do realizador ARTUR DUARTE)  in  HISTÓRIAS DO CINEMA
Rua Actriz Maria Matos - (1925) - Desenho de Amarelhe - (Caricatura de MARIA MATOS e seu marido o actor Mendonça de Carvalho)  in   ARQUIVO DIGITAL 


(INÍCIO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES [ I ]

«RUA ACTRIZ MARIA MATOS ( 1 )

A «RUA ACTRIZ MARIA MATOS» pertence à freguesia de «BENFICA». Começa na "RUA QUINTA DO CHARQUINHO" e finaliza na "ESTRADA DO POÇO DO CHÃO".
Foi-lhe atribuída uma artéria denominada " RUA - F " ao "BAIRRO QUINTA DO CHARQUINHO",  após catorze anos do seu falecimento.
"MARIA MATOS" é consagrada na Toponímia de BENFICA, pelo EDITAL de 10 de Novembro de 1966, na sequência de uma sugestão publicada no Jornal " O SÉCULO" de 31 de Outubro de 1962.

"MARIA DA CONCEIÇÃO DE MATOS FERREIRA DA SILVA" nasceu em LISBOA, a 29 de Setembro de 1890, tendo falecido igualmente em LISBOA a 18.09.1952. Teve uma carreira notável enquanto actriz, professora e escritora dramática.
Cedo se viu na necessidade de trabalhar; seu pai ficara inválido e o dinheiro não abundava na família. A família e os amigos insistiam para que seguisse uma certa e "decente" carreira de professora, mas "MARIA DA CONCEIÇÃO" contrapunha-lhes o seu desejo de seguir uma carreira artística, se bem que não soubesse exactamente qual a área a que se dedicaria.
Acabou por vencer as oposições e foi estudar PIANO, CANTO e ARTE DRAMÁTICA no "REAL CONSERVATÓRIO DE LISBOA".  Muito esforçada na sua aprendizagem, obteve notáveis e excelentes notas nas disciplinas de MESTRES exigentes como "D. JOÃO DA CÂMARA" e "AUGUSTO DE MELO".
No ano de 1907, concluía o curso, fazendo exame final com a peça "ROSAS DE TODO O ANO" escrita especialmente para ela, por "JÚLIO DANTAS", concluindo assim o seu curso de TEATRO com o 1.º Prémio de ARTE DE REPRESENTAR.
Como profissional, estreou-se no " TEATRO NACIONAL D. MARIA II", na peça  "JUDAS"(1907), num poema dramático de AUGUSTO LACERDA e no ano seguinte tornou-se «SECRETÁRIA» daquele palco com EDUARDO BRAZÃO, FERREIRA DA SILVA e ADELINA ABRANCHES.
Em 1912, mudou-se para a Companhia de "LUCINDA SIMÕES", no "TEATRO GINÁSIO" e entra na comédia.
Casou-se em 1913 (aos 23 anos) com o actor "MENDONÇA DE CARVALHO" com quem fundou a "EMPRESA TEATRAL MARIA MATOS - MENDONÇA DE CARVALHO",  Companhia que obteve considerável prestígio e que se instalou no "TEATRO GINÁSIO".

Desse casamento resultou uma filha "MARIA HELENA MATOS", que também viria a abraçar a vida de TEATRO. Uma actriz dos palcos portugueses, com uma vida inteira dedicada ao TEATRO, nomeadamente à encenação, a filha de "MARIA MATOS" viria a falecer em 19 de Setembro de 2002, com 91 anos de idade.

A "COMPANHIA DE MARIA MATOS-MENDONÇA DE CARVALHO" durante as temporadas em que se mantiveram no "TEATRO GINÁSIO" obtiveram sucessos e gozavam de bastante popularidade, interpretando centenas de peças, especialmente do género farsa, e assim se tornou ídolo das plateias.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES[ II ]-A RUA ACTRIZ MARIA MATOS (2)»

quarta-feira, 6 de abril de 2016

RUA SÃO JOÃO DA PRAÇA [ VII ]

«A COLEGIADA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA DE LISBOA»
 Rua São João da Praça - ( 2009) - Foto de APS - ( Encontra-se dissimulado na parede, o que nos parece ser uma antiga porta do Palácio do velho "Conde de Vila Verde" cuja propriedade começava na "RUA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA")   in   ARQUIVO/APS
 Rua São João da Praça - ( 2009 )- Foto de APS  - (Mais aproximado a presumível dissimulação  da porta que "virou" janela, e possivelmente aproveitado mais um piso, nas possíveis instalações da antiga propriedade do velho "Conde de Vila Verde")  in   ARQUIVO/APS
 Rua São João da Praça - (2009) - Foto de APS - (Junto do caminho em escadaria do "ARCO DE JESUS", à direita temos o "BECO DOS ARMAZÉNS DO LINHO" antiga "RUA DOS ARMAZÉNS" (Como era citado).  in  ARQUIVO/APS
 Rua São João da Praça - (2009) - Foto de APS - (Placa Toponímica "Tipo I" da "TRAVESSA SÃO JOÃO DA PRAÇA" junto da sua entrada a sul na "RUA DO CAIS DE SANTARÉM")  in  ARQUIVO/APS
Rua São João da Praça - (entre 1890 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia  (A "IGREJA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA" sua fachada principal, possivelmente na década de 20 do século XX) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 

(CONTINUAÇÃO)- RUA SÃO JOÃO DA PRAÇA [ VII ]

«A COLEGIADA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA DE LISBOA»

A "IGREJA  DA COLEGIADA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA" pertenceu ao distrito eclesiástico de LISBOA e sucessivamente, ao BISPADO, ARCEBISPADO e PATRIARCADO DE LISBOA.
A existência da IGREJA remonta aos reinados de D. AFONSO II ou de D. SANCHO II. Em 1317, "D. FREI ESTEVÃO II", bispo de LISBOA consagrou o padroeiro da IGREJA dedicada a "SÃO JOÃO DEGOLADO". É provável que tenha sido reedificada no ano de 1442.
Posteriormente, recebeu a invocação de "SÃO JOÃO DA PRAÇA", por ser esse o local onde os condenados iam cumprir as sentenças.

Atingida pelo Terramoto de 1755 e pelo incêndio subsequente, a freguesia passou para a ERMIDA DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO em 1768, enquanto se fazia no «CAIS DE SANTARÉM», uma barraca para a sua acomodação.
Em 1774, já estava reedificada  a antiga IGREJA  PAROQUIAL e a freguesia voltou ao local de origem.
Por Decreto de 24 de Dezembro de 1885, para efeitos eclesiásticos a freguesia foi anexada à de "SANTA MARIA MAIOR DA SÉ PATRIARCAL", e recebeu um pároco instituído canonicamente.
Em 1886, os REGISTOS PAROQUIAIS já eram lavrados nos livros da "SÉ".

HISTÓRIA CUSTODIAL E ARQUIVISTA

No ano de  1848 pela LEI de 16 de Junho, e Instrução de 17 de Setembro, os bens e rendimentos da COLEGIADA foram aplicados para manutenção do SEMINÁRIO PATRIARCAL DE SANTARÉM. Pela LEI de 27 de Dezembro de 1849, Artigo 10.º. os documentos foram guardados no CARTÓRIO DO SEMINÁRIO DE SANTARÉM.
Em 1862, os documentos anteriores a 1600, depositados no SEMINÁRIO DE SANTARÉM, foram mandados transferir e incorporar no ARQUIVO DA TORRE DO TOMBO, pelo Decreto de 2 de Outubro, ARTIGO 2.ª REPARTIÇÃO DA DIRECÇÃO GERAL DOS NEGÓCIOS ECLESIÁSTICOS DO MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ECLESIÁSTICOS E DE JUSTIÇA,  e pela Portaria do MINISTÉRIO DO REINO de 29 de Janeiro de 1864, sendo nomeado o oficial diplomático daquele Arquivo, "ROBERTO AUGUSTO DA COSTA CAMPOS", para os coligir e receber.
Estando os documentos misturados com os das restantes COLEGIADAS, procedeu à  sua ordenação e inventariação, coadjuvado por "RAFAEL EDUARDO DE AZEVEDO BASTO", amanuense da "TORRE DO TOMBO". A entrega feita pelo SECRETÁRIO DO SEMINÁRIO PATRIARCAL, "CARLOS JOAQUIM MARTINHO CALDERON", e a incorporação ocorreram a 5 de Outubro de 1864, conforme atesta a relação assinada por "CARLOS JOAQUIM MARTINHO CALDERON" e outros dignitários.

No final da década de 1990, foi abandonada a arrumação geográfica por nomes das localidades onde se situava a instituição eclesiástica, para adoptar a agregação dos fundos por diocese. [BASE DE DADOS DE DESCRIÇÃO ARQUIVISTA]-ANTT, 2000 - Disponível no sítio WEB e na Sala de Referência da TORRE DO TOMBO, em actualização permanente. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA
- A CERCA MOURA DE LISBOA - A. VIEIRA DA SILVA - ALFAMA -Pub. Cul. da Câmara Municipal de Lisboa - 1987 - LISBOA.
- AS FREGUESIAS DE LISBOA - de Augusto Vieira da Silva - Publicações Culturais da C.M.L. - 1943 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - Carlos Quintas & Associados Consultores - 1994 - LISBOA.
- DISPERSOS de Augusto Vieira da Silva - Biblioteca de Estudos Olisiponenses - Volume I - Publicações Culturais da C.M.L. - 1968 - LISBOA.
- FARINHAS, MOINHOS E MOAGENS - Jaime Alberto do Couto Ferreira - Âncora Editora - 1999 - LISBOA.
- LISBOA - COMPILAÇÃO E ESTUDO de ALFREDO MESQUITA - Perspectiva & Realidades - 1987 - LISBOA.
- LISBOA em 1551 - SUMÁRIO - de CRISTÓVÃO RODRIGUES DE OLIVEIRA - Livros Horizonte - 1987 - LISBOA.
- LISBOA EM 1758 - Memórias Paroquiais de LISBOA de FERNANDO PORTUGAL e ALFREDO DE MATOS - Publicacões Culturais da C.M.L. - 1974 - LISBOA.
- LISBOA GUIA URBANO - Forum Ibérica - 1994 - LISBOA.
- PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - de NORBERTO  DE ARAÚJO - Vega - Livro X - 2ª Ed. - 1993 - LISBOA.
- REIS DE PORTUGAL de LUÍS DE OLIVEIRA RAMOS - D. MARIA I  - Círc. dos Leitores - 2007 - RIO DE MOURO.
- REIS E RAINHAS DE PORTUGAL - de MANUEL DE SOUSA - SporPress - 2000 - MEM-MARTINS.

(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES[ I ]-RUA ACTRIZ MARIA MATOS (1)».