terça-feira, 4 de março de 2008

RUA GARRETT [ V ]

Rua Garrett - (195--) Fotógrafo não identificado ( A Rua Garrett numa manhã de Domingo, vista do meio para cima)
Rua Garrett, 58 e 60 - (196--) Foto Artur Goulart (Café Chiado) in AFML

Rua Garrett, 70 e72 - (Início do século XX) Foto Joshua Benoliel (Pastelaria Marques e Bazar Suisso) in AFML

Rua Garrett, 58 e 60 - (Início do século XX) Foto Joshua Benoliel (PICCADILLY - Alfaiataria, Camisaria e Chapelaria) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa
Rua Garrett - (Finais do século XIX) Fotógrafo não identificado ( Postal Ilustrado da Rua Garrett)


(Continuando a falar do lado direito, vamos subir mais um pouco)

A «ALFAIATARIA PICCADILLY», de Vitorino Ferreira & Almeida, Lda., com confecções para homens, esteve desde o início do século XX instalada no prédio do café «MARRARE», antecedendo alguns anos ao «CAFÉ CHIADO).
Deixou o imóvel em 1919 para se instalar nos números 69 e 71 desta rua.


«CAFÉ CHIADO»
Decorria o ano de 1925, depois de inevitáveis obras de reconstrução do imóvel, no embelezamento dos célebres vãos de portas, nos números 58 e 60, com outro sistema de arquitectura, e lá dentro uma nova marcenaria, começaram uma nova época, para acolher outro público de características diferentes. Surgiu o saudoso «CAFÉ CHIADO» representado oficialmente por Café Chiado, Limitada. Foi também paraíso de estudantes do ensino médio e superior que, a troco de uma "bica", podiam estudar, durante largas horas, ler gratuitamente o jornal da casa (todos os jornais de Lisboa circulavam entre mesas, presos nas respectivas réguas), conviver com gente das Artes e das Letras.
Neste café (nos finais dos anos 50 e até ao seu encerramento, também tivemos os nossos encontros semanais da "TERTÚLIA EDÍPICA PORTUGUESA"), que dentro do ano de 1963, acentuou a sua decadência e, a 27 de Novembro desse ano foram encerradas definitivamente as portas do estabelecimento.
Os seus frequentadores, nomes como:Gomes Ferreira, Augusto Abelaira, Alves Redol, Fernando Namora, Rogério de Freitas, às vezes José Cardoso Pires e muitos outros, todos tiveram então de mudar de "café".


«GRUPO AMIGOS DE LISBOA»
No número 62 segundo andar, estava aí instalado o «GRUPO AMIGOS DE LISBOA» em 1940. Foi neste andar que a prestigiosa associação viveu uma parte da sua existência e realizou grande número de conferências e exposições.
Por intimação do senhorio o grupo teve que abandonar esta casa, que foi tomada pela Companhia de Seguros Império, já habitante do primeiro andar.
A Associação foi transferida em 26 de Junho de 1953 para o Largo Trindade Coelho número 9 primeiro andar.
O «GRUPO AMIGOS DE LISBOA», instituição cultural de estudos e propaganda olisiponense fundada em 1936, esteve também instalada no Convento da Mitra na Rua do Açúcar ao Beato, presentemente encontra-se no número 58 da Rua Portugal Durão.
(CONTINUA)


4 comentários:

  1. Bom dia,
    gostaria de saber se não existem mais fotos da pastelaria marques ou se tem alguma informação sobre a sua história.
    Agradeço desde já a atenção.
    Diogo Nunes

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  2. Caro Diogo Nunes
    Seria mais fácil esta informação ir via mail, mas não sei se possui.
    Além da foto postada neste blogue, encontrei mais informação relevante que talvez seja de seu interesse.
    Existem referencias à «PASTELARIA MARQUES» nos Livros de «LISBOA DESAPARECIDA» de MARINA TAVARES DIAS - Quimera- LISBOA Livro (Nº2) Pág.97 - (Nº4)-108.109,121,122,222,223 - (Nº 6)-Pág. 38 e 39.
    Página 97 do II Volume - Pastelaria Marques /foto igual à do Blogue, mas com a informação que encerrada em 1978.
    Número (4)
    Página 108-A Past. Marq., mesmo em frente da Liv. Bertrand, era uma das mais frequentadas do Chiado. Fundada em 1903, especializou-se em Banquetes para casamentos e baptizados. Encerrou no final dos anos 70. Depois do incêndio no Chiado em 1988 a proprietária do imóvel a (Comp. de Seguros Império) instalou ali alguns dos comerciantes.
    Pág Nº 122 - A P.M. ocupou algumas portas do célebre imóvel (Nº 70 e 72) entre 1903 e 1978. A firma inicial, Manuel Marques & Cº., foi adquirida nos anos 40 por "Manuel José de Carvalho" etc. etc.
    Mário de SÁ-Carneiro terá feito referencia à P.M.
    Aconselho-o a consultar o respectivo livro Nº 4 pois tem mais fotos e elementos, por ex. o menu de Dezembro de 1912.
    Cumprimentos
    APS

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  3. Bom dia,
    Por acaso tenho alguma informação mais sobre a Pastelaria Marques (e a Benard, visto que pertenciam à mesma sociedade e não a um só dono).
    Caso ainda haja interesse terei gosto em partilhar.

    Cumprimentos

    Matias, J.

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  4. Caro Matias J.
    Fico muito agradecido com a sua oferta. No entanto, tenho de declinar, pelo facto de já ter publicado a RUA GARRETT em 2008 e não arranjo ocasião para fazer alterações.

    Se pretender pode postar em comentário nesta página algumas notas que achar relevantes, pois aparece sempre alguém que necessita desses apontamentos.

    Mais uma vez obrigado,
    Despeço-me com amizade,
    Cumprimentos
    APS

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