sexta-feira, 4 de abril de 2008

LARGO DO RATO [ IV ]

Largo do Rato - (2005) Fotografo não identificado ( O Largo nos nossos dias com separador de tráfego central)
Largo do Rato - (1968) Foto Armando Serôdio (Convento das Trinas do Rato fachada principal) in AFML

Largo do Rato - (1959) Foto Fernando de Jesus Matias (Convento das Trinas do Rato fachada principal) in AFML
Largo do Rato - (1959) Foto Fernando de Jesus Matias (22ª esquadra da P.S.P. no Convento das Trinas do Rato) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa




(CONTINUAÇÃO)
«CONVENTO DAS TRINAS DO RATO»
O estado tomou então conta do prédio.
Entretanto no século XVIII, ficara muito ligado à igreja do Rato (hoje sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição) um padre que mais se distinguiu como poeta e boémio do que como sacerdote: José Agostinho de Macedo, o «padre Lagosta», inimigo do Bocage e autor de versos grossos. Consta que quando se via aflito com falta de recursos ou se metia em complicações com a polícia, se acolhia à sombra tutelar do templo. Por caridade, lá lhe foi dada sepultura temporária, até ser transladado, já no século XX, para os Prazeres.


Variada foi depois a história desta casa: em 1885, ficou ali instalado o Asilo de Nossa Senhora da Conceição para raparigas abandonadas, fundado pelo Governo Civil. Logo a seguir, uma parte do edifício, na Rua de Sol ao Rato, serviu durante algum tempo para uma oficina de Litografia da Imprensa Nacional.
O Asilo passou a estar sob a protecção da Casa Pia de Lisboa, estando hoje transformado em semi-internato. Eram responsáveis pela instituição as irmãs Missionárias de Maria, que fundaram uma Escola de Preparação de Enfermeiras naquele local.
A Igreja que chegou a estar desafectada do culto, foi reaberta pelas referidas freiras. E, quando aquelas religiosas se retiraram, já nos anos 90 (do século passado), o culto passou a estar a cargo das Carmelitas, que têm sede ali perto, na Rua de Santa Isabel.
Após a proclamação da República, foi criada a Provedoria Central de Assistência.
Extinto este órgão, foi ali a Direcção-Geral de Assistência, organismo que coordenava a superintendia na acção de múltiplas instituições, como a Casa Pia e os Institutos (de Assistência à família, Maternidade, de Assistência a Menores e dos Inválidos, dos quais por sua vez, dependiam estabelecimentos como hospitais, Maternidades ou Asilos). E também por lá andaram, nos anos quarenta, o Dispensário de Higiene Social (que foi depois para a Rua das Francesinhas) e um posto de protecção à infância.
Nos anos 30, uma parte do edifício era ocupada por casas de habitação. Lá se foi instalar uma esquadra da polícia, até hoje. E até uma taberna, a do João do Canto, lá teve as suas instalações.
Ainda um partido político habitou naquele edifício como sede provisória o então PPD (hoje PSD), logo que se formou, em 1974.
Em três séculos e meio era difícil pedir mais a uma casa.

4 comentários:

  1. procuro as meninas que estudaram nos anos sessenta e inícios dos setenta, no Semi Internato de Nossa Senhora da Conceição.
    obrigada
    Helena pinto marques

    ResponderEliminar
  2. Eu estive lá em regime de internato.
    Veronica Cristina

    ResponderEliminar
  3. Cara Verónica Cristina
    Agradeço o seu comentário.
    Penso que o seu assunto se relaciona com o comentário anterior.
    Se assim o desejar deve contactar com o mail de helenapintomarques@gmail.com e
    dizer-lhe o seu pensamento.
    Renovo os meus agradecimentos, despeço-me com amizade e muitas felicidades,
    APS

    ResponderEliminar
  4. Quem esteve na década de 40 e 50? Minha mãe estudou lá em regime de semi-internato, entre 1939 e 1953. Quem por lá andou, e quiser contactar-me ou dar pormenores da vossa vivência no colégio, por favor contacte-me através de ninaux@gmail.com. Obrigada!

    ResponderEliminar

QUE OS ANJOS ME AJUDEM