Rua da Prata - (c.1773) - (Rainha D. Mariana Vitória) MUSEU HERMITAGE in WIKIPÉDIA
Rua da Prata - (s/d) - Pintura de autor desconhecido - Foto de Luís Pavão (IPPAR) - (Retrato de D. Mariana Vitória no Palácio Nacional de Queluz)
Rua da Prata - (s/d) - (D. Mariana Vitória 1718-Madrid-1781-Lisboa) Óleo existente no Museu dos Coches de Lisboa - in REIS E RAINHAS DE PORTUGAL de Manuel de Sousa - SPORPRESS página 129 - ano 2000.
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA PRATA [ IV ]
«D. MARIANA VITÓRIA - A BELA RAINHA»
O nome de «D. MARIANA VITÓRIA DE BOURBON» cognominada de «BELA DA RAINHA» permaneceu durante 150 anos na rua, hoje «RUA DA PRATA».
Infanta de Espanha e Rainha de Portugal pelo seu casamento com «D. JOSÉ I». Era filha de «FILIPE V» de Espanha e de sua segunda mulher, «D. ISABEL FARNÉSIO». Nasceu em Madrid a 31 de Março de 1718, e morreu em «LISBOA», no Palácio da Ajuda a 15 de Janeiro de 1781.
Tinha quatro anos quando foi combinado o seu casamento com o futuro «LUÍS XV» de França (chegando mesmo a viver na Corte Francesa dos 4 aos 6 anos) (1), mas tal consórcio viria a dar-se com «D. JOSÉ I- O REFORMADOR», de acordo com uma aliança ibérica de seu pai, que consistia em casá-la com o herdeiro do trono de Portugal e a seu filho «D.FERNANDO», com a infanta portuguesa, «D. MARIA BÁRBARA».
Aliança essa que visava a união das duas potências peninsulares, unidas pelo interesse comum de se oporem à França.
O casamento da Infanta «D. MARIANA VITÓRIA» com «D. JOSÉ I», realizado na «SÉ de ELVAS» em Setembro de 1729, caracterizou-se por uma imponência nunca vista, própria de um rei "perdulário" como «D. JOÃO V», que mandou inclusivamente, construir o «PALÁCIO DE VENDAS NOVAS», no valor de um milhão de cruzados, destinado à comitiva espanhola que pela mesma altura veio assistir ao casamento da infanta «D. MARIA BÁRBARA» com «FERNANDO VI» de Espanha.
Quando «D. JOSÉ I» subiu ao trono, tinha «D. MARIANA VITÓRIA» 32 anos.
Era muito formosa, inteligente e culta. Apreciava muito a caça e praticava equitação. Amava o Teatro e a Ópera, e contribuiu enormemente para o desenvolvimento das BELAS-ARTES, predicados em que todas as suas quatro filhas se revelariam exímias.
O «MARQUÊS DE POMBAL», nunca lhe deu grandes oportunidades de brilhar nos assuntos de Estado, evitando mesmo que exercesse influências sobre o Rei.
Manteve-se na Regência durante os dois anos de doença do Rei seu marido, altura em que começaram os primeiros sintomas da "VIRADELA", que levariam o ministro de «D. JOSÉ I» ao seu desterro para «POMBAL» e as amarguras do processo em que iria ocorrer com a subida ao trono de sua filha «D. MARIA I».
Foi na Regência de «D. MARIANA VITÓRIA» que teve início a reabilitação de muitas das vítimas do «MARQUÊS DE POMBAL».
Teve ainda uma acção conciliatória entre Portugal e Espanha, por ocasião da sua visita de amizade ao irmão «CARLOS III», este prestou-lhe uma pomposa recepção, seguida de grandes festas.
(1) - DISPERSOS de Augusto Vieira da Silva - Volume III 1960 LISBOA página 343 - Publicações Culturais da C.M.L.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA PRATA [ V ] - BANCO DE ANGOLA NA RUA DA PRATA»
Lindas estas representações da Rainha. Uma excelente escolha.
ResponderEliminarDepois de ver atentamente todas elas pensei num assunto relaccionado com o uso da Coroa Real.
Apenas para relembrar:
Em 25 de Março de 1646, D. João IV, para agradecer a Restauração da Independência de Portugal,
declarou Nossa Senhora da Conceição padroeira e Rainha de Portugal.
Ofereceu-lhe a Coroa Real, em Vila Viçosa, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição.
A partir desta data, mais nenhum rei ou rainha português usou a Coroa Real sobre a cabeça,
por se ter convencionado que só Nossa Senhora, como Rainha, tinha esse direito.
Assim, nos quadros e pinturas, os reis portugueses passam a ser retratados com a coroa pousada a seu lado sobre uma mesa, sobre outras peças de mobiliário ou pousada ao lado ou aos pés
sobre uma almofada.
Estas imagens da Rainha, são disso um excelente exemplo.
Abraço,
Luísa
Cara Luísa
ResponderEliminarAgradeço o seu comentário que gostei.
Achei graça a coincidência, pois que a semana passada estando a ler o livro «CATARINA DE BRAGANÇA» de Isabel Stilwell, tinha chegado precisamente ao ponto em que CATARINA conta a decisão de seu pai D. João IV, à cerca da Coroa Real.
Um abraço
APS
Desconhecia por completo a razão dos reis e raínhas da 4ª dinastia se retratarem sempre com a coroa ao lado. Nunca tinha associado isso à oferta de D.João IV.
ResponderEliminarCaro Ricardo Moreira
ResponderEliminarExistem muitos episódios na História da Realeza que desconhecemos.
É bom encontrar sempre alguém que partilhe os seus conhecimentos, como foi o caso de D. Luísa.
Um abraço
APS
Caros APS e Ricardo,
ResponderEliminarAcreditem que foi um prazer deixar aqui este comentário. E com a vossa resposta senti-me feliz por partilhar.
Para mim, é aliciante conseguir ler em profundidade documentos ou imagens.
No caso das imagens, elas permitem irmos ao fundo delas, através da leitura dos símbolos e dos pormenores que elas nos apresentam. Depois é tudo uma questão de os interpretarmos iconografica e historicamente, para encaixarmos as peças da história.
Abraço,
L
Caro, APS
ResponderEliminarGrão, a grão, e vou tendo uma lição de História.
Abraço
Luisa
Cara Luísa Moreira
ResponderEliminarPode até rimar, mas eu acredito que é bondade sua!
Abraço
APS