sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

BOAS FESTAS

DESEJO A TODOS OS "BLOGUISTAS" E AMIGOS, FELIZ NATAL E UM BOM 2010.
(APS)

ÍNDICE DE ARTÉRIAS EDITADAS EM 2009


POR FREGUESIAS




ÍNDICE DE AVENIDAS, CALÇADAS, CAMPOS, PÁTIOS, PRAÇAS E RUAS DE LISBOA TRATADAS NESTE BLOGUE DURANTE O ANO DE 2009

O ÍNDICE está representado alfabeticamente por ARTÉRIAS e por FREGUESIAS.
Foram publicadas AVENIDAS (6) - CALÇADAS (1) - CAMPOS (1) - PÁTIOS (3) - PRAÇAS (6) - RUAS (13) - total = 30.
Poderá ampliar as fotos para visualizar a artéria pretendida.
Chegaram as férias de NATAL. É tempo de parar para descansar e viver esta quadra com espírito Natalício.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [ IX ]

Rua da Misericórdia - (2009) Foto de APS (Início da Rua da Misericórdia vista da Praça Luís de Camões) ARQUIVO/APS
Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (O C.C.C.E.Chiado na Rua da Misericórdia) ARQUIVO/APS

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (Rua da Misericórdia, vendo-se o edifício do C.C. e Cultural Espaço Chiado) ARQUIVO/APS


Rua da Misericórdia - (1960) Foto de Arnaldo Madureira (No quarteirão do Centro Comercial e Cultural Espaço Chiado) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [ IX ]
«ESTABELECIMENTOS NESTA RUA»
Alguns estabelecimentos que viveram ( ou vivem) nesta RUA e ao longo de várias épocas são merecedores de algum destaque.
No número 9 desta rua ainda funciona uma relíquia do século passado, «A CARIOCA»uma "velha" casa de venda de café - de várias origens - em grão ou moído na altura.
A «LIVRARIA COELHO» estava instalada na loja do prédio com os números 27-29. Era uma espécie de pequeno Museu Bibliográfico e Tertúlia de Coleccionadores. Fundada em 1884 na «Rua Augusta» no número 151, passou para esta rua em 1921. Esta Livraria era muito especial, tinha uma clientela seleccionada em Portugal e no estrangeiro, dedicava-se muito a obras raras e a espécies eruditas. Pertenceu à firma «COELHO, LDA.», da qual o seu gerente era «JOÃO VICENTE COELHO» isto no ano de 1937.
Na parte direita de quem sobe no prédio com o número 2 (que pertenceu à Irmandade do Loreto), esteve instalado no 1º andar um «SALÃO DE CABELEIREIRO DE SENHORAS» e nesse mesmo local anteriormente encontrava-se o famoso «GUARDA ROUPA CRUZ», de grandes tradições bairristas e repercussão no meio teatral. Era uma relíquia de «SÃO ROQUE» velho.
No prédio que se segue existiu uma entrada ou saída (hoje encerrada) para o «CAFÉ DO TEATRO GINÁSIO». Pensamos ser esta passagem de que falamos, aquela apresentada no «MAPA XI DO POSTIGO DA TRINDADE ÀS PORTAS DE SANTA CATARINA», que dará ligação pelo número 14 entre a «RUA LARGA DE S. ROQUE» e o antigo «TEATRO GINÁSIO». Eram proprietários deste edifício «ANTÓNIO e FRANCISCO ANDRADE» conhecidos pelos irmãos cantores.
Na «RUA DA MISERICÓRDIA» com os números 12 a 20, no interior do «CENTRO COMERCIAL E CULTURAL ESPAÇO CHIADO», num espaço bonito, podemos encontrar as ruínas do «TORREÃO DA MURALHA FERNANDINA», mandada construir por el-Rei D. FERNANDO entre 1373-1375. A «CERCA FERNANDINA» que nessa época cercava a cidade de LISBOA, antes do Terramoto de 1755.
Com o sismo, as muralhas foram destruídas, sobrando apenas algumas ruínas espalhadas por várias zonas de LISBOA. Estas ruínas podem ser observadas no espaço já citado (antigo TEATRO GINÁSIO), com entradas pelas ruas «NOVA DA TRINDADE» e «RUA DA MISERICÓRDIA».
Ainda no ano de 2003 durante os trabalhos de arqueologia na «RUA DA MISERICÓRDIA» no número 32 a 40, foi detectado mais um troço da «CERCA FERNANDINA». Após sondagens arqueológicas veio confirmar-se o valor patrimonial das estruturas identificadas nas traseiras do prédio, mais concretamente de um segmento da (Muralha).
A «LIVRARIA BIZANTINA» na «RUA DA MISERICÓRDIA» no número 147 e propriedade de «CARLOS BOBONE», dedica-se não só a Livraria como também a alfarrabista na versão de livros antigos e raros.
Existe ainda nesta rua mais uma livraria nos números 137-141 trata-se da «LIVRARIA CAMÕES» da qual é proprietário «JOÃO LOPES HOLTREMAM». Ligado à «Rua da Misericórdia» precisamente no «LARGO DA TRINDADE» nos números 11 a 13 podemos encontrar «O MUNDO DOS LIVROS» de «JOÃO RODRIGUES PIRES».
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BIBLIOGRAFIA
- A Sétima Colina - Roteiro Histórico-Artístico de José-Augusto França - LISBOA94- Livros Horizonte - 1994 - Lisboa.
- Peregrinações em Lisboa - Norberto de Araújo Volume VI - Lisboa
A Cerca Fernandina de Lisboa - A. Vieira da Silva - Volume I 2ª edição (CML) - 1987 Lisboa.
- Agencia ECCLESIA - Agência de Notícias da Igreja Católica em Portugal.
- WIKIPEDIA - a enciclopédia livre.
- História do Jornal «REPÚBLICA».
- TOPONÍMIA DE LISBOA - Rua da Misericórdia.
- Terramoto de Lisboa de 1755 - Providências do Marquês de Pombal - Fundação Luso-Americana (1985-2005) Editora Publico/FLAD Volume 3 - página 281 - 2005 - Lisboa.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [VIII]

Rua da Misericórdia, 35-37- (2009) Foto de APS (Restaurante Tavares Rico na Rua da Misericórdia) ARQUIVO/APS
Rua da Misericórdia - (2009) Foto de APS (Restaurante Tavares Rico na Rua da Misericórdia) ARQUIVO/APS

Rua da Misericórdia (depois de 1901) Foto de Eduardo Portugal (Restaurante Tavares depois da inauguração do primeiro andar) in AFML


Rua da Misericórdia - (depois de 1901) Foto de Artur Goulart ( Restaurante Tavares depois das obras do primeiro andar com as varandas) in AFML



Rua da Misericórdia - (Início do século XX) Foto de Alberto Carlos Lima ( Restaurante Tavares antes das obras do primeiro andar) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [ VIII ]
«RESTAURANTE TAVARES»
Na «RUA LARGA DE SÃO ROQUE» o «TAVARES» na sua fase primitiva, é dos mais antigos restaurantes de «S. ROQUE».
Durante todo o século XIX e princípio do século XX a zona do Chiado era lugar por excelência da vida lisboeta. Entre os seus Clubes, Cafés, Restaurantes e Botequins as mais importantes questões da vida política e artística do país misturavam-se com ditos histórias picantes do dia a dia.
Pelo "chique" francesismo da sua decoração e requinte de cozinha, o «TAVARES» era o restaurante eleito para os momentos especiais. Quando na segunda metade do século XIX este lugar foi renovado e adquiriu luxuoso ponto de encontro, já há muitos anos era um conhecido restaurante da zona.
Foi fundado no ano de 1784 na «RUA LARGA DE SÃO ROQUE» no número 35 por «NICOLAU MASSÁ», mais conhecido pelo «TALÃO».
Por volta de 1823 encontrava-se na posse de dois irmãos Tavares, «ANTÓNIO» e «MANUEL TAVARES» a quem o restaurante deve o seu nome. Nessa época de lutas entre Liberais e Absolutistas o local foi lugar de encontro de Liberais, o que levou à prisão dos dois irmãos, pelo então alcaide do «BAIRRO ALTO».
Mas o restaurante resistiu, até porque os políticos alternavam rapidamente e os Liberais acabaram por tomar o poder.
Dos dois irmãos «TAVARES» a casa passou posteriormente por um galego e um «PIMENTA», e é finalmente em 1861 com «VICENTE CALDEIRA» que o restaurante é renovado com o ambiente com que ficou célebre; altos espelhos enquadrados numa "boiserie" de talha dourada, elaborados estuques nos tectos e grandes lustres.
Pelo facto do mesmo proprietário ter um outro restaurante relativamente perto, no «LARGO DA TRINDADE», os lisboetas começaram a chamar, por brincadeira, um pelo nome «TAVARES RICO», o outro por «TAVARES POBRE», designação que se mantém.
O sucesso do restaurante levou a que em 1901 fossem feitas obras de ampliação, com um primeiro andar de novas salas e gabinetes, e uma fachada com três bojudas varandas ao gosto da arquitectura do princípio do século XX.
Como curiosidade lembramos que foi no tempo de «MANUEL TAVARES» e na época do Absolutismo, que este fez afixar no seu botequim o já clássico letreiro: «O dono desta casa não consente aqui discórdias nem conversações e opiniões políticas».
Depois desta remodelação do início do século XX, ficou conhecido pelo restaurante «TAVARES RICO», tornando-se um ex-libris de Lisboa. Com altos e baixos, este restaurante chegou até nós após 225 de história, sendo actualmente o mais antigo restaurante de Portugal.
Em 2003 o «RESTAURANTE TAVARES» é adquirido por um Industrial e Gastrónomo que promete reabrir com qualidade e manter a velha tradição das Tertúlias e do convívio.
No ano de 2004 o «RESTAURANTE TAVARES» regressou ao seu melhor brilho, após novo processo de reabilitação, estando presente no primeiro andar, a sala «EÇA DE QUEIROZ» destinada a reuniões ou grupos mais numerosos.
Em Novembro de 2009 o «RESTAURANTE TAVARES» é distinguido e reconhecido como um dos restaurantes mais prestigiados do Mundo.
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA MISERICÓRDIA [ IX ] - ESTABELECIMENTOS NESTA RUA»




terça-feira, 8 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [VII]

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS ( O 2º prédio na nossa direita a contar de cima para baixo nesta rua -hoje com mais pisos- funcionou o jornal "REPÚBLICA") ARQUIVO/APS
Rua da Misericórdia - (2009) Foto de APS ( No 1º andar onde ostenta o aviso "Este parque encerrará a partir de 1 de Março de 2006", foi a redacção do "República" de 1930 a 1976) ARQUIVO/APS

Rua da Misericórdia - (1974-04) Foto de Ana Hatherly (O Jornal "República" na Rua da Misericórdia no dia 25 de Abril de 1974) in AFML


Rua da Misericórdia - (1969) - Foto de H. Goulart (Jornal "REPÚBLICA" na Rua da Misericórdia no 1º andar do número 116, alguns anos antes de fechar) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [ VII ]
«JORNAL "REPÚBLICA"» e «JORNAL "NOVIDADES"»
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«JORNAL REPÚBLICA»
O jornal «REPÚBLICA» foi fundado pelo «Dr. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA» em 15 de Janeiro de 1911. Relevante protagonista do ideário liberal e laico do 5 de Outubro, combatível juntamente com o «DIÁRIO DE LISBOA», na luta contra a ditadura Salazarista.
O jornal «REPÚBLICA» ligado desde início a figuras da Maçonaria Portuguesa, tem como protector o «Dr. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA» (ver mais aqui) chefe do partido republicano evolucionista. Na «RUA GARRETT» no número 48 primeiro andar foi constituído em 1914, como uma Empresa de Propaganda do Jornal «REPÚBLICA», por elementos ligados ao partido.
No ano de 1915 é transferido para o «LARGO DA TRINDADE» no prédio com o número 16 a redacção do jornal, contíguo à sede do «CENTRO EVOLUCIONISTA».
Em 1919 o «Dr.ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA» é eleito presidente da «REPÚBLICA PORTUGUESA», e seu nome foi retirado da direcção do jornal.
Outros directores tomaram conta da vida do «REPÚBLICA», entre eles os Drs. «EDUARDO DE SOUSA», «PEREIRA JÚNIOR», «ANTÓNIO GRANJO» e «RIBEIRO DE CARVALHO».
Quando em 1921 «ANTÓNIO GRANJO» assumio a pasta do «COMÉRCIO» no Governo da Nação, foi o «Dr. RIBEIRO DE CARVALHO» quem assumiu a Direcção do jornal, cargo que manteve até 1924.
O jornal «REPÚBLICA» nesse ano de 1924 termina a sua primeira fase, ainda no «LARGO DA TRINDADE».
Com a morte do «Dr. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA» em 31 de Outubro de 1929, por volta de 1930, «RIBEIRO DE CARVALHO» empenha-se no reaparecimento do jornal «REPÚBLICA», que havia enfrentado um período de suspensão.
O jornal «REPÚBLICA» passava para as instalações na «RUA DA MISERICÓRDIA» no número 116, em 20 de Março de 1930, tendo começado neste período sob a Direcção e propriedade do «Dr. RIBEIRO DE CARVALHO», que deixou estas funções no ano de 1941.
Embora ligado a pessoas da Maçonaria, consegue sobreviver à instauração do «ESTADO NOVO».
Passa por uma profunda transformação no ano de 1972, onde teve um papel de destaque o jornalista e Maçon o «Dr. RAUL REGO» (ver mais aqui) (antigo jornalista do "JORNAL DO COMÉRCIO"), que substituiu «CARVALHÃO DUARTE» na Direcção do jornal. É neste período que o «REPÚBLICA» passa a contar com grandes nomes da oposição portuguesa, nomeadamente MÁRIO SOARES, GUSTAVO SOROMENHO, MÁRIO MESQUITA, ALBERTO ARONS DE CARVALHO, JAIME GAMA, ANTÓNIO REIS, JOSÉ JORGE LETRIA, ÁLVARO GUERRA entre outros.
Entretanto, dá-se o 25 de Abril de 1974 e, com ele, desencadeia-se uma forte agitação interna no «REPÚBLICA».
Com o seu último número publicado em Janeiro de 1976, o jornal «REPÚBLICA» suspende a sua publicação, pertencendo hoje à história da Imprensa Portuguesa que esteve instalada na «RUA DA MISERICÓRDIA».
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Ainda no «LARGO DA TRINDADE» no número 16 s/loja esteve instalado nos anos 50 e 60 do século passado, o «SINDICATO NACIONAL DOS EMPREGADOS DE ADMINISTRAÇÃO E REVISORES DA IMPRENSA»(1), do qual eu era associado, presidido por «SAPHRA DA COSTA», sendo o mesmo número de porta, onde anos atrás esteve instalado o jornal «REPÚBLICA».
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JORNAL «NOVIDADES»
O jornal «NOVIDADES» fez parte do dia a dia na «RUA DA MISERICÓRDIA» como um jornal de inspiração cristã, sendo seus proprietários a Igreja Católica.
Numa notícia recentemente divulgada por «JOÃO AGUIAR» Presidente do Conselho de Gerência da Renascença, poderá brevemente este título ser reactivado, estando em estudo a possibilidade de reanimar o «NOVIDADES», quer sob o formato impresso, de periodicidade, quer em regime de edição electrónica, correspondendo, assim, a uma hipótese que a Igreja amiúde coloca.
(1) - Inserido hoje no «SINDICATO DOS TRABALHADORES DAS INDUSTRIAS DE CELULOSE, PAPEL, GRÁFICA E IMPRENSA».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA MISERICÓRDIA [ VIII ] - (RESTAURANTE TAVARES)»


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [VI]

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (a Rua da Misericórdia com seus prédios em obras) ARQUIVO/APS
Rua da Misericórdia - (2007) - Foto de Nuno63 (Rua da Misericórdia com o seu habitual movimento diário) in PANORAMIO

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (Rua da Misericórdia ao fundo a Igreja de S. Roque) ARQUIVO/APS


Rua da Misericórdia - (Anos 70 do século XX) - Foto de Vasques (Estabelecimentos comerciais na Rua da Misericórdia) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [ VI ]
«JORNAL (A VOZ) e (DIÁRIO DA MANHÃ)»
O Jornal « A VOZ» com Direcção do Conselheiro «FERNANDO DE SOUSA» fundado em 29 de Janeiro de 1927, sucedendo, com três dias de intervalo, ao Jornal «A ÉPOCA», do qual o jornal «A VOZ» só se distingue pelo título.
O Jornal «A ÉPOCA», que fora fundado por «FERNANDO DE SOUSA» em 1919, também vinha de suceder de um outro jornal «A ORDEM» do qual era Director e jornalista simultâneamente.
Podemos afirmar que os três periódicos correspondem a três passos cronológicos de uma mesma obra doutrinária, jornalistica e política. Sendo o Jornal «A VOZ» de inspiração Cristã, o de maior assinatura na província e em ciclos religiosos.
Na «RUA DA MISERICÓRDIA» no segundo andar desde Março de 1936, estava instalada a Redacção e Administração deste Jornal, transferidas do «LARGO DO PICADEIRO» (prédio de um antigo Clube de Patos), para onde em 1913 haviam passado, vindas da «RUA DA LUTA» do número 30 segundo andar.
Durante os anos de 1963 e 1964 eu a um familiar estivemos ligados do jornal «A VOZ» na produção de passatempos. A página saía todos os Domingos nas colunas do seu jornal, na Secção de «O TIROLIRO», suplemento Charadístico do jornal «A VOZ» em colaboração com a «TERTÚLIA EDÍPICA». Este suplemento tinha carácter juvenil, sendo elaborado com passatempos diversos e charadas.
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«DIÁRIO DA MANHû
O Jornal «DIÁRIO DA MANHû na «RUA DA MISERICÓRDIA» 95-103 fundado em 7 de Abril de 1931, veio a fixa-se nas antigas instalações do Jornal «O MUNDO», adquirido por um grupo de paladinos da situação política do 28 de Maio de 1926.
À frente destacava-se o Ministro do Interior, ao tempo, coronel «LOPES MATEUS», o «DR GARCIA PULIDO» e o tenente «JOSÉ CASTELA».
O edifício foi comprado em 1931 aos proprietários, detentores das acções da antiga empresa de «O MUNDO». O globo que correspondia ao título do jornal, e que tantos anos se ostentou na fachada do edifício, desapareceu nessa época.
Foram seus primeiros Directores o «DR. GARCIA PULIDO», sucedendo-lhe os Doutores «ANTÓNIO PESTANA» e «SOUSA GOMES». Em 1937 a propriedade pertencia à «COMPANHIA NACIONAL EDITORA»
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA MISERICÓRDIA [ VII ] - JORNAL (REPÚBLICA) e JORNAL (NOVIDADES)»



domingo, 6 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [V]

Rua da Misericórdia - (2004) - Foto de Zeh ( Rua da Misericórdia vista do Largo Trindade Coelho) in SKYSCRAPERCITY
Rua da Misericórdia - (2009) Foto de APS (Rua da Misericórdia lugar de dois antigos jornais: "O MUNDO" e o "DIÁRIO DA MANHÃ") ARQUIVO/APS

Rua da Misericórdia - (2004) Foto de Zeh (Rua da Misericórdia ao cimo a Igreja de S. Roque e Largo Trindade Coelho) in SKYSCRAPERCITY


Rua da Misericórdia - (1970) - Foto de João H. Goulart (Rua da Misericórdia no lado esquerdo quem desce temos as traseiras do Teatro da Trindade, o C.C. de Cultura Espaço Chiado e no final a Igreja do Loreto ou dos Italianos) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [ V ]
«JORNAIS QUE EXISTIRAM NESTA RUA»
E tudo se passava no «CHIADO» nesta época do Romantismo. Tudo se escrevia no «BAIRRO ALTO», onde se situavam quase todos os jornais da cidade de LISBOA.
Com o terramoto, este bairro, ao ser abandonado pela aristocracia, transformou-se no local ideal para os jornais, que se instalaram sobretudo nos velhos palácios semi-abandonados, usufruindo, por outro lado, na proximidade do «CHIADO».
Quem vem do «LARGO TRINDADE COELHO» e descendo a antiga «RUA DE S. ROQUE» no prédio que esquina com esta rua, foi a redacção do «DIÁRIO POPULAR» de «MARIANO DE CARVALHO», do qual eram redactores «MARIANO PREZADO» e «ALBERTO PIMENTEL», que também morava na «RUA DE S. ROQUE», onde foi a «ASSOCIAÇÃO DOS MÚSICOS PORTUGUESES».
Mais à frente esteve o jornal «A PÁTRIA» de «NUNO SIMÕES» (de 1920 a 1924) no número 116, prédio da redacção do jornal «REPÚBLICA» dirigido pelo grande «RIBEIRO DE CARVALHO», (ver mais aqui) e foi um lugar de vários jornais tendo a assinalar o jornal «A TARDE» de «JORGE DE ABREU».
A Rua que se denomina de S. Roque, também teve o nome de «RUA DO MUNDO» em honra do jornal «O MUNDO» de «FRANÇA BORGES» que ali floresceu desde 1908 a 1922, que já tivemos ocasião de nos referir no "post" anterior.
Existiram ainda nesta Rua os jornais «A VOZ» Jornal de inspiração cristã, o «DIÁRIO DA MANHû que em 1931 tinha como director o «DR. GARCIA PULIDO», depois foi o órgão da União Nacional. Ainda o «CORREIO DA MANHû na primeira fase, o jornal «NOVIDADES» propriedade da Igreja Católica. O «DIÁRIO ILUSTRADO» teve como seu primeiro director «CARLOS BRANCO», rapidamente substituído por «JOSÉ OSÓRIO DE OLIVEIRA», funcionou na «RUA DA MISERICÓRDIA» no número 137 no 1º andar. Durante o período de (1956-1963), cujo primeiro número saiu no dia 2 de Dezembro de 1956, tendo como chefe de Redacção «MIGUEL URBANO RODRIGUES».
A sua composição funcionava na «RUA DAS GÁVEAS» no número 109 e recorria aos serviços de tipografia do jornal «DIÁRIO DA MANHû.
No número 17 deste Rua é lugar de alguma imprensa. Ali esteve instalada no primeiro andar no ano de 1933 a sucursal do «JORNAL DE NOTÍCIAS» do Porto (fundado nessa cidade em 3 de Junho de 1888) que anteriormente esteve instalado no número 25.
Actualmente a artéria denomina-se «RUA DA MISERICÓRDIA», sendo uma das sete colinas de LISBOA, garantimos que devia ter sido uma das melhores vistas de Lisboa, antes da construção dos prédios altos que totalmente lhe roubaram a panorâmica, agora só nos resta espreitar o rio pela «RUA DO ALECRIM».
Para finalizar, acrescentamos que nesta Rua se instalaram, além dos «JORNAIS», Restaurantes, Cafés e Livrarias... vidas que se viveu e vivem, em espírito de luta e sacrifício, mas também de alegrias.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA MISERICÓRDIA [ VI ] - JORNAL (A VOZ) e o (DIÁRIO DA MANHÃ)».

sábado, 5 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [IV]

Rua da Misericórdia - (2009) Foto de APS (Rua da Misericórdia, prédio do antigo Jornal "O MUNDO" e "DIÁRIO DA MANHÃ", hoje encontra-se naquele local instalada a «ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL» ARQUIVO/APS
Rua da Misericórdia - (2009) Foto de APS ( Rua da Misericórdia vista da parte Sul junto à Praça Luís de Camões) ARQUIVO/APS

Rua da Misericórdia - (1915-11) Foto de Benoliel Joshua (Rua do Mundo, funeral de França Borges, director do "O MUNDO" junto das instalações do jornal) in AFML


Rua da Misericórdia - (entre 1898 e 1908) Fotógrafo não identificado ( Antiga Rua do Mundo e jornal "O MUNDO") in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [ IV ]
«JORNAL "O MUNDO"»
Tudo começou com «ANTÓNIO FRANÇA BORGES», um jovem combativo que viera cedo de «SOBRAL DE MONTE AGRAÇO» e em LISBOA exercera o cargo de funcionário da fazenda.
Muito mais do que a burocracia, interessavam-lhe, porém, a política e o jornalismo.
Pertenceu as redacções de vários jornais como a «VANGUARDA» ou «A PÁTRIA», mas foi «O MUNDO», que fundou, que lhe deu notoriedade.
Este jornal cedo se tornou numa força demolidora, não só da ditadura de «JOÃO FRANCO» (primeiro Ministro do Rei D. Carlos) como da própria Monarquia. O estilo agressivo de «FRANÇA BORGES» tornou-se numa arma republicana. No entanto, embora acabasse por ser figura cimeira do «PARTIDO DEMOCRÁTICO», sempre recusou quaisquer cargos oficiais, após a implantação do novo regime.
Apareceu «O MUNDO» em 16 de Setembro de 1900, com sede na «RUA DAS GÁVEAS, 91-1º». O prédio onde nasceu, sofreu profundas obras de remodelação, em parte custeadas pelo grande comerciante «Luís Grandella».
Assim, a parte nobre do edifício ficou virada à então «RUA DE S. ROQUE, 95-103». No cimo, passou a figurar um globo terrestre, de pedra, símbolo do MUNDO.
A primeira República quis testemunhar o seu apreço ao jornal que fora seu propagandista e ao director que pagara com a prisão alguns atrevimentos. Apareceu assim a «RUA DO MUNDO», onde fora de «SÃO ROQUE».
«FRANÇA BORGES» morreu cedo, em 1915. O jornal perdurou: ainda teve directores como «CARLOS TRILHO» e «URBANO RODRIGUES»(ver mais aqui).
Mas parecia ter-se apagado a chama. «O MUNDO» teve interrupções e acabou por fechar. Em 1925 «O MUNDO» é vendido, mas o seu edifício ficou como memória de uma época de grandes transformações políticas e intensa actividade cultural.
O prédio acabou por ser adquirido por outro jornal que estaria politicamente nos antípodas: o «DIÁRIO DA MANHû, que foi órgão da União Nacional, claro que não se justificava a manutenção do topónimo «O MUNDO». Mas é certo que a «S. ROQUE» também não regressou. A rua passou a ser «da MISERICÓRDIA», numa espécie de solução de compromisso.
O antigo edifício do jornal «O MUNDO» foi reabilitado com um projecto do arquitecto «SIZA VIEIRA» e, mantendo a estrutura inicial, abriu as suas portas à «ASSOCIAÇÃO 25 DE ABRIL» (ver mais aqui), que aí se encontra sediada com uma galeria de exposições no piso térreo.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA MISERICÓRDIA [ V ] - JORNAIS QUE EXISTIRAM NESTA RUA»




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [III]

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (Parte de cima da Rua da Misericórdia) - ARQUIVO/APS
Rua da Misericórdia - (2008) - Foto de Lucy Pepper (Uma panorâmica da Rua da Misericórdia na actualidade) in FLICKR

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (Rua da Misericórdia, parte de trás do Teatro da Trindade) ARQUIVO/APS


Rua da Misericórdia - (1968) Foto de Armando Serôdio ( A Rua da Misericórdia ao fundo a Igreja de S. Roque que deu nome ao sítio) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [III]
« ALTERAÇÕES DE NOME DA RUA»
Nomes efémeros sempre os houve nas Ruas de Lisboa, como talvez tenha acontecido em muitas cidades do Mundo. Na maioria parte dos casos, basta uma modificação política e logo se altera a Toponímia, como se o simples apagar de um letreiro fosse equivalente a riscar das memórias, das consciências e da história toda de uma época, toda uma tradição, todo o culto. Será esta nossa mania latina e meridional de fazer tábua rasa de tudo o que aconteceu antes e não nos agrada inteiramente.
Apesar de todos os períodos históricos (desde que é uso dar nomes próprios às Ruas da cidade) teremos usado do processo, parece não caber dúvida de que foi a «I REPÚBLICA» quem mais topónimos alterou.
Tudo quanto constituísse uma designação monárquica ou religiosa, foi literalmente, substituída. É claro que a aversão iconoclasta evidenciada por alguns não era, muitas vezes, acompanhada pelo povo e os nomes antigos continuavam a ser usados.
A tendência é hoje, felizmente, a de fazer perdurar os topónimos.
A cidade é feita de um somatório de épocas históricas e de gostos populares e que nenhum deles pode ser eliminado, independente das simpatias ou antipatias que despertem na actualidade.
Ora, estamos a evocar uma artéria lisboeta, recordando hoje uma via que esteve ligada também a publicações, mas às quais sucedeu o que muitas vezes acontece na vida: Vestiram-se do alheio e acabam sem roupa, que é como quem diz que fizeram apagar nomes para que figurassem os seus... e ficaram também sem eles. Foi o caso de «O MUNDO».
Se tudo tivesse sido reposto nos seus devidos termos, a «RUA LARGA DE S. ROQUE» teria hoje direito a pelo menos um topónimo. Afinal, quem deu nome a toda a zona por onde se estende actualmente o «BAIRRO ALTO» foi aquele orago da igreja que fica junto da «MISERICÓRDIA»: «BAIRRO ALTO DE S. ROQUE» se dizia.
Mas nem o «LARGO» (que é de TRINDADE COELHO) nem a Rua que é (da MISERICÓRDIA) conservam qualquer referencia ao santinho.
No entanto, a «RUA LARGA DE SÃO ROQUE» assim se chamou desde que, no século XVI, «D.SEBASTIÃO» a mandou abrir. Foi ganhando vida própria e nela se instalaram cafés, restaurantes, jornais, livrarias, alfarrabistas, que ficaram célebres.
Hoje é certo, tirando o «TAVARES RICO» e a «LIVRARIA GUIMARÃES», tudo são nomes recentes.
Ficaram pelo caminho casas como «O MEALHADA», o «PEIXE ASSADO», o «ROMA», dos jornais como «A PÁTRIA», «A TARDE», «O MUNDO», a «REPÚBLICA», o «DIÁRIO DA MANHû, «A VOZ», a «ÉPOCA», o «NOVIDADES», o «DIÁRIO ILUSTRADO» etc..
Pois esta rua, depois de ser «RUA LARGA DE SÃO ROQUE» foi também a «RUA DE SÃO ROQUE» e antes de de chamar da «MISERICÓRDIA», chamou-se «RUA DO MUNDO», no próximo capitulo vamos saber porquê.
(CONTINUAÇÃO) - (PRÓXIMO) - «RUA DA MISERICÓRDIA [IV] - JORNAL (O MUNDO)»