quarta-feira, 31 de agosto de 2011

RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ VI ]

Avenida Marechal Francisco da Costa Gomes - (depois de 1974) Foto de autor não identificado (Retrato de Francisco da Costa Gomes, 2º Presidente da República Portuguesa após 25 de Abril de 1974) in AVEIRO E O SEU DISTRITO


Avenida Marechal Francisco Costa Gomes - (2010) (Troço da Avenida Marechal Francisco Costa Gomes de sul para norte) in GOOGLE EARTH


Avenida Marechal Francisco da Costa Gomes - (2010) (Um troço da Avenida Marechal Francisco Costa Gomes, junto à Rotunda das Olaias) in GOOGLE EARTH


Avenida Marechal Francisco Costa Gomes - (2010) (Panorâmica da zona das Rotundas onde existe esta Avenida) in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ VI ]
«AVENIDA MARECHAL FRANCISCO DA COSTA GOMES»
A «AVENIDA MARECHAL FRANCISCO DA COSTA GOMES» pertence a três freguesias: «BEATO», «ALTO DO PINA» e «S. JOÃO», com ligação entre duas rotundas, começa na «ROTUNDA 2» ramal C e ramal B, Urbanização do Vale de Chelas, zona RTB9 e finaliza pelas vias designadas via B1 e via B2, com ligação à «ROTUNDA DAS OLAIAS» e «AVENIDA AFONSO COSTA», por edital municipal de 23 de Abril de 2004.
Este militar português «FRANCISCO DA COSTA GOMES»(1974,1976), nasceu a 30 de Junho de 1914, em CHAVES, e faleceu no HOSPITAL MILITAR DE LISBOA com 87 anos a 31 de Julho de 2001. Após o triunfo da revolução de ABRIL, aparece como membro da «JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL», a quem o poder foi entregue pelos militares organizadores do golpe. Militar de longa carreira, fora secretário de ESTADO num Governo de «SALAZAR» (1958-1961), tendo sido destituído devido à sua participação no golpe de Estado falhado do general «BOTELHO MONIZ».
Tendo decorrido grande parte da sua carreira nas Colónias em guerra, na província de MOÇAMBIQUE e ANGOLA, em funções de COMANDO e DIRECÇÃO, após o que assumiu o cargo de «CHEFE DO ESTADO-MAIOR GENERAL DAS FORÇAS ARMADAS», em 1973. Foi no exercício destas funções que autorizou a publicação do livro «PORTUGAL E O FUTURO» do «GENERAL SPÍNOLA», que defendia uma posição política para acabar com a guerra colonial, circunstâncias que acarretaram a demissão de ambos.
Em 18 de Setembro de 1974, «ANTÓNIO DE SPÍNOLA» tentou um golpe de força com a finalidade de impedir a radicalização da revolução e se viu forçado a abandonar os cargos que detinha. «COSTA GOMES» assumiu a «PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA». O período que se seguiu seria marcado pelo entrecruzar de linhas políticas antagónicas, que colocaram o país, nalguns momentos mais delicados, à beira da «GUERRA CIVIL». «COSTA GOMES» conseguiu equilíbrios sucessivos entre as forças em conflito, particularmente entre o golpe "SPINOLISTA" de 11 de Março de 1975 e o golpe de 25 de Novembro, em que as forças esquerdistas foram arredadas do poder, tendo muito provavelmente a sua mediação e negociação, impedido o estalar do conflito. Foi durante o seu mandato (1974-1976) que se concluiria o processo de independência das Colónias e seria aprovada a «CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA» após o que se procedeu a eleições livres, que levariam à presidência o «GENERAL ANTÓNIO RAMALHO EANES». «COSTA GOMES» passaria então à reserva, vindo a ser promovido a «MARECHAL» no ano de 1981.
Ao finalizarmos este capitulo de «PRESIDENTES DA REPÚBLICA», com o seu topónimo numa «RUA DE LISBOA», não queremos deixar de lamentar que outros tivessem diferente sorte: «ANTÓNIO ÓSCAR CARMONA» teve uma grande AVENIDA, mas a revolução de 1974 não lhe perdoou; retirou de lá o seu nome e colocou o do «GENERAL NORTON DE MATOS», pelo que assim ficou a chamar-se à grande artéria que atravessa as freguesias do «LUMIAR», «CAMPO GRANDE», «CARNIDE» e «S. DOMINGOS». Sabemos que já foram reabilitados alguns presidentes da 1ª e 2ª REPÚBLICA, mas ainda não constam os nomes do «ALMIRANTE CANTO E CASTRO». JOSÉ MENDES CABEÇADAS» e «ALMIRANTE AMÉRICO TOMÁS», na toponímia da grande LISBOA. - [ FINAL ]
BIBLIOGRAFIA
- ACTAS da COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA - 1943-1974 CML
- PRESIDENTES DA REPÚBLICA - MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA -2006-LISBOA (Dezoito volumes)
INTERNET
- WIKIPEDIA - TOPONÍMIA DE LISBOA
(PRÓXIMO) - «RUA DO SÉCULO [ I ] -A RUA DO SÉCULO E SEU ENVOLVENTE ( 1 )»







sábado, 27 de agosto de 2011

RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ V ]

Avenida Marechal António Spínola - (depois de 1974) (Retrato a óleo sobre tela de Francisco Lapa) (Foto do quadro a óleo de "ANTÓNIO SPÍNOLA", no "Museu da Presidência da Republica") in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Avenida Marechal António Spínola - ( 2010) - (Cruzamento da "Avenida Marechal António Spínola, Avenida dos E.U.A. e Avenida Almirante Gago Coutinho) in GOOGLE EARTH




Avenida Marechal António Spínola - (2010) - ( A "Avenida Marechal António Spínola" deixando para trás a "Avenida dos E.U.A.") in GOOGLE EARTH


Avenida Marechal António Spínola - (2010) - (Panorama da Avenida António Spínola, com início na «Avenida dos E.U.A.» na confluência com a «Avenida Gago Coutinho» in GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - (RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ V ] - «AVENIDA MARECHAL SPÍNOLA»


ANTÓNIO SPÍNOLA (1974)


A «AVENIDA MARECHAL ANTÓNIO SPÍNOLA» pertence a duas freguesias. Às freguesias de: «MARVILA» e «SÃO JOÃO DE BRITO». Tem início na «AVENIDA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA» na confluência com a «AVENIDA ALMIRANTE GAGO COUTINHO» e finaliza na «AVENIDA INFANTE D. HENRIQUE». Por edital de 23.04.2004 este topónimo fica a perpetuar na nossa cidade de LISBOA o «MARECHAL ANTÓNIO SPÍNOLA».


«ANTÓNIO SEBASTIÃO RIBEIRO SPÍNOLA» filho de «ANTÓNIO SEBASTIÃO SPÍNOLA» e «MARIA GABRIELA ALVES RIBEIRO DE SPÍNOLA» ambos naturais da «MADEIRA». «ANTÓNIO SPÍNOLA» nasce a 11 de Abril de 1910 (no ano da implantação da República) na cidade de ESTREMOZ.


Entra no COLÉGIO MILITAR em 1920, no ano de 1928 segue a ESCOLA DO EXÉRCITO onde escolhe a arma de cavalaria. Em 1937, o então TENENTE SPÍNOLA faz a sua primeira passagem pela G.N.R.. Com cinquenta e um anos «SPÍNOLA» ocupa o posto de TENENTE-CORONEL à frente do «BATALHÃO DE CAVALARIA 345», constituído por cerca de 600 homens, SPÍNOLA parte para LUANDA em finais de Novembro de 1961.


No ano de 1968 toma posse como GOVERNADOR e COMANDANTE DAS FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ e parte para BISSAU a 24 de Maio. A sua estratégica rapidamente dá os seus proveitos e, pouco mais de seis meses já se podia falar de pacificação em quase todo o território da GUINÉ.


Rejeitada uma terceira recondução no cargo, SPÍNOLA regressa à Metrópole no verão de 1973. Publica em Fevereiro de 1974 o seu livro «PORTUGAL E O FUTURO» onde defende que a solução para a guerra é política e não militar.


Em 24 de Abril de 1974 aparece o golpe de Militar, em que os capitães derrubam a "velha ditadura portuguesa". Assim, de 25 para 26 de Abril SPÍNOLA consegue reverter os acontecimentos a seu favor fazendo-se nomear presidente da recém constituída «JUNTA DE SALVAÇÃO NACIONAL». Ele é considerado, incontestavelmente, o homem forte do grupo. Cerca da uma hora e trinta minutos da madrugada, é SPÍNOLA quem, em voz pausada e profunda, lê na RTP a proclamação da JSN e anuncia o início de uma nova época. Estava a apenas um passo de se transformar no primeiro Presidente da República do período de transição.


«ANTÓNIO SPÍNOLA» toma posse como «PRESIDENTE DA REPÚBLICA» a 15 de Maio de 1974. O seu curto mandato presidencial de apenas cinco meses, é agitado e tenso. Morre com 86 anos a 13 de Agosto de 1996.


(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ VI ] - AVENIDA MARECHAL FRANCISCO COSTA GOMES».











quarta-feira, 24 de agosto de 2011

RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ IV ]

Avenida Marechal Craveiro Lopes - (Entre 1951 e 1958) - Retrato de Eduardo Malta (Foto do quadro a óleo de «CRAVEIRO LOPES», no Museu da Presidência da República) in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA



Avenida Marechal Craveiro Lopes - (2010) (Um troço da Avenida Craveiro Lopes na direcção poente, também chamada de 2ª Circular) in GOOGLE EARTH


Avenida Marechal Craveiro Lopes - (2010) (Um troço da Avenida Marechal Craveiro Lopes no sentido Rotunda do Aeroporto) in GOOGLE EARTH
Avenida Marechal Gomes da Costa - (2010) (A Avenida Marechal Gomes da Costa vista do rio para norte. No lado esquerdo os armazéns do J.B.FERNANDES) in GOOGLE EARTH

Avenida Marechal Gomes da Costa - (2010) (A Avenida Marechal Gomes da Costa no seu percurso para a zona sul) in GOOGLE EARTH

Avenida Marechal Gomes da Costa - (Depois de 1926) Foto de autor não identificado (Foto de GOMES da COSTA militar das comissões em África e Índia, mentor do golpe de Estado de 28 de Maio de 1926) in A REPÚBLICA EM S. MAMEDE DE INFESTA

(CONTINUAÇÃO) - (RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ IV ]) - «AVENIDA MARECHAL GOMES DA COSTA» e «AVENIDA MARECHAL CRAVEIRO LOPES» - PRESIDENTES DO ESTADO NOVO

- GOMES DA COSTA (1926)

Deste presidente do Estado Novo, temos uma Avenida de longo tamanho. A «AVENIDA MARECHAL GOMES DA COSTA» pertence a duas freguesias; à freguesia de «MARVILA» e à freguesia de «SANTA MARIA DOS OLIVAIS», começa em «CABO RUIVO, na AVENIDA MARGINAL (RUA CINTURA DO PORTO DE LISBOA» e finaliza na «PRAÇA DO AEROPORTO».

«MANUEL DE OLIVEIRA GOMES DA COSTA» nasceu em LISBOA, na «RUA DO SOL AO RATO» número 205 a 14 de Janeiro de 1863. Em 1886 casa com «HENRIQUETA JÚLIA DE MIRA GODINHO».

Algum do seu percurso militar é desenvolvido em comissões no ESTADO DA ÍNDIA e ÁFRICA. Foi um dos intervenientes na «BATALHA DE LA LYS» a 9 de Abril de 1918. Foi filiado em vários partidos e aproximou-se do grupo SEARA NOVA e, com um seu artigo valeu-lhe 20 dias de prisão correccional, mas o governo, decidiu enviá-lo em missão à CHINA e à ÍNDIA sem qualquer conteúdo militar ou político, para onde embarcou em Agosto de 1922 e se manteria até 1924.

O golpe de 28 de Maio de 1926 foi decisivo para a NOVA REPÚBLICA. No dia 17 de Junho de 1926, o «GENERAL GOMES DA COSTA» desencadeou o golpe de Estado. De SACAVÉM escreve a todos os ministros afirmando que, em face da oposição sistemática de «MENDES CABEÇADAS» e do falhanço de todas as tentativas de conciliação, se decidira pelo uso da força. Cerca das 20 horas do dia 17 de Junho, tomou posse da presidência e do governo, numa recambolesca cerimónia realizada no MINISTÉRIO DO INTERIOR. No dia seguinte «GOMES DA COSTA» acumulava a PRESIDÊNCIA dos MINISTÉRIOS com a CHEFIA DO ESTADO e instala-se com toda a sua numerosa família no «PALÁCIO DE BELÉM».

Na madrugada de 9 para 10 de Julho, o velho General foi preso e conduzido a CAXIAS. No dia 11 seguia para o exílio, em ANGRA DO HEROÍSMO nos AÇORES, não sem antes declarar aos jornalistas: "Levo comigo os poderes de Presidente".

Fundador do regime o «MARECHAL GOMES DA COSTA», falecido em 17 de Dezembro de 1929 depois de ter caído em desgraça politicamente, só veio a ter nome de RUA em Maio de 1966, para comemorar os 40 anos da REVOLUÇÃO de 1926.

CRAVEIRO LOPES (1951, 1958)

A «AVENIDA MARECHAL CRAVEIRO LOPES» pertence a quatro freguesias; «SANTA MARIA DOS OLIVAIS», «CAMPO GRANDE», «LUMIAR» e «SÃO JOÃO DE BRITO», começa na «ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES» e finda na «PRAÇA DO AEROPORTO». «CRAVEIRO LOPES» tem o seu nome ligado a esta avenida por Edital de 12 de Fevereiro de 1970.

«FRANCISCO HIGINO CRAVEIRO LOPES» nasceu em LISBOA a 12 de Abril de 1894 e faleceu também em LISBOA a 2 de Setembro de 1964, era filho, neto e bisneto de oficiais generais do Exército. Frequenta o COLÉGIO MILITAR, entra voluntariamente no REGIMENTO DE CAVALARIA 2, tira o curso de cavalaria na ESCOLA DO EXÉRCITO. Em 1926 é incorporado na AERONÁUTICA ramo recém-criado das FORÇAS ARMADAS, dirige a DIVISÃO DE INSTRUÇÃO de pilotagem da ESCOLA MILITAR onde permanecerá até 1929. Em 1939 é promovido a TENENTE-CORONEL com 45 anos. No ano de 1945 era BRIGADEIRO e em 1949 chega a GENERAL. Tinha 57 anos e nada lhe permitia supor que viria a ser o sucessor de «ÓSCAR CARMONA» no ano de 1951. A sua nomeação foi realizada no maior secretismo possível, e estavam certos que o GENERAL, jamais levantaria problemas ao ditador. E no entanto, por ironia do destino «CRAVEIRO LOPES» ia ser uma desagradável surpresa para SALAZAR.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO) - «RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA-[ V ] - AVENIDA MARECHAL ANTÓNIO DE SPÍNOLA»

















sábado, 20 de agosto de 2011

RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ III ]

Rua Manuel Teixeira Gomes (1911) - (Retrato de Columbano Bordalo Pinheiro) (Foto do quadro a óleo de "MANUEL TEIXEIRA GOMES" no Museu da Presidência da República) in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPUBLICA


Rua Manuel Teixeira Gomes - (2007) (Panorama da zona de "MARVILA" onde se localiza a "RUA MANUEL TEIXEIRA GOMES") in GOOGLE EARTH


Rua Manuel Teixeira Gomes - (2010) - (Um troço da "RUA MANUEL TEIXEIRA GOMES" na freguesia de Marvila na zona de Chelas) in GOOGLE EARTH


Avenida António José de Almeida - (2010) (Um troço da "AVENIDA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA" junto ao "INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO") in GOOGLE EARTH


Avenida António José de Almeida - (2007) (Panorama e ruas adjacentes à "AVENIDA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA" próximo da "Alameda Dom Afonso Henriques") in GOOGLE EARTH
Avenida António José de Almeida - (1932) (Retrato de Henrique Medina) (Foto do quadro a óleo de "António José de Almeida", no Museu da Presidência da Republica) in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

(CONTINUAÇÃO)-(RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ III ]
«AVENIDA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA» e «RUA MANUEL TEIXEIRA GOMES»
ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA( 1919, 1923)
A «AVENIDA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA» pertence a duas freguesias; à freguesia de «SÃO JOÃO DE DEUS» e à freguesia de «NOSSA SENHORA DE FÁTIMA». Começa na «AVENIDA MANUEL DA MAIA» no número 38 e termina na «AVENIDA DEFENSORES DE CHAVES» no número 32. «ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA» foi um presidente ímpar na I REPÚBLICA; não só foi o único a cumprir o seu mandato até ao final, como acabou por ser consagrado em "RUA" e "ESTÁTUA" durante o período do "ESTADO NOVO" e em pleno consulado Salazarista.
Nascido em 17 de Julho de 1866, no pequeno lugar de «Vale da Vinha» da freguesia de «Farinha Podre»(actualmente "São Pedro de Alva" a partir do Decreto de 21 de Fevereiro de 1899), do Concelho de PENACOVA, Distrito de COIMBRA. Falecido em Outubro de 1929, não chegou a esperar quatro anos para ter uma AVENIDA, que se estende em terrenos de duas freguesias. Um edital de 18 de Julho de 1933 mandou dar o nome do antigo presidente da República Portuguesa, a um prolongamento da «AVENIDA MIGUEL BOMBARDA». O lugar onde este nosso presidente nasceu, era um pequeno povoado perdido "entre as urzes da Beira", como o próprio escrevia num texto de 1906.
MANUEL TEIXEIRA GOMES ( 1923, 1925)
A «RUA MANUEL TEIXEIRA GOMES» pertence à freguesia de "MARVILA". Começa na «AVENIDA DR. AUGUSTO DE CASTRO» e finaliza na «RUA DR. JOSÉ ESPÍRITO SANTO» na zona de CHELAS.
Diferente foi a sorte de «MANUEL TEIXEIRA GOMES». O Presidente nasceu no seio de famílias abastadas no "BARLAVENTO ALGARVIO" a 27 de Maio de 1860, faleceu no exílio (a 18 de Outubro de 1941) que a si próprio se impusera, na localidade argelina de «BOUGIE».
Não sendo afecto à politica vigente, caiu quase no esquecimento. Durante cerca de trinta anos, ninguém se preocupou com ele. Mas foi ainda antes do 25 de Abril, na primavera "MARCELISTA" que em edital de 4 de Novembro de 1970, o seu nome foi dado a uma rua nova na freguesia de «MARVILA».
(CONTINUA)-(PRÓXIMO) -«RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ IV ] - AVENIDA MARECHAL GOMES DA COSTA - AVENIDA MARECHAL CRAVEIRO LOPES»











quarta-feira, 17 de agosto de 2011

RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ II ]

Avenida Sidónio Pais (1937) (Retrato de Henrique Medina) (Quadro a óleo do Presidente "SIDÓNIO PAIS", no Museu da Presidência da República) in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Avenida Sidónio Pais - (Vista Panorâmica da zona envolvente à "AVENIDA SIDÓNIO PAIS", paralela com o "Parque Eduardo VII") in GOOGLE EARTH

Avenida Sidónio Pais - (Um troço da "Avenida Sidónio Pais", no lado esquerdo fica o "PAVILHÃO CARLOS LOPES") in GOOGLE EARTH

Praça Bernardino Machado - (2010) - (Parte da "Praça Bernardino Machado" nos terrenos que pertenceram à TOBIS, podemos ver os Laboratórios ao fundo) in GOOGLE EARTH

Praça Bernardino Machado - (2010) - (A Praça "BERNARDINO MACHADO" visto da "RUA LUÍS PASTOR DE MACEDO") in GOOGLE EARTH

Praça Bernardino Machado - (Depois de 1915) (Pintura de Martinho da Fonseca, amigo pessoal do Presidente) (Quadro a óleo do "DR. BERNARDINO MACHADO", no "MUSEU da Presidência da República in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

(CONTINUAÇÃO) - (RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [II ]
«PRAÇA BERNARDINO MACHADO» e «AVENIDA SIDÓNIO PAIS»

BERNARDINO MACHADO

Para «BERNARDINO MACHADO» (1915, 1917/1925,1926) não foi tão pacifico o seu processo. Tendo morrido em Abril de 1944, este antigo presidente (o homem que foi deposto duas vezes), de idade já avançada e em pleno regime do ESTADO NOVO. Claro que ninguém teve a ideia de dar um topónimo ao político que representava a derrubada "I REPÚBLICA". E mesmo depois do 25 de Abril, só em 21 de Outubro de 1985, LISBOA se lembrou de homenagear o velho republicano, dando o seu nome a uma «PRAÇA» na freguesia do «LUMIAR», nos terrenos urbanizados que tinham pertencido aos «ESTÚDIOS DA TOBIS PORTUGUESA», ou seja esperou 41 anos. A «PRAÇA BERNARDINO MACHADO» fica junto da «RUA LUÍS PASTOR DE MACEDO», este último um distinto olisipógrafo.

SIDÓNIO PAIS (1917, 1918)

«SIDÓNIO BERNARDINO CARDOSO DA SILVA PAIS», nasceu em CAMINHA a 1 de Maio de 1872. Personalidade polémica e cujo regime despertou paixões de apoio e de repúdio, é assassinado na ESTAÇÃO DO ROSSIO, quando se preparava para apanhar o combóio para o PORTO. Queria pôr ordem na JUNTA MILITAR DO NORTE. Às 23,30 do dia 14 de Dezembro de 1918 entrava «SIDÓNIO» na Estação do ROSSIO, depois de ter ouvido o hino Nacional tocado pela banda da GNR. Nesse momento «JOSÉ JÚLIO DA COSTA» afasta quem tinha à frente e dispara. «SIDÓNIO PAIS» é atingido no peito. Resiste ainda, mas morre antes de chegar ao «HOSPITAL DE S. JOSÉ». O famoso "REPÓRTER X" atribui-lhe como últimas palavras "Morro bem! Salvem a Pátria!".

Acabou por ser consagrado na toponímia lisboeta pelo "ESTADO NOVO" trinta anos depois em (edital de 22 de Junho de 1948). Terá sido considerado como precursor da Constituição de 1933, pelo que teve direito a uma «AVENIDA SIDÓNIO PAIS» na freguesia de «S. SEBASTIÃO DA PEDREIRA», que começa na «AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO» no número 3-A e finda na «RUA MARQUÊS DA FRONTEIRA», na parte Oriental do «PARQUE EDUARDO VII».

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - »RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ III ]-AV. ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA - RUA MANUEL TEIXEIRA GOMES










sábado, 13 de agosto de 2011

RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ I ]

Rua Dr. Teófilo Braga - ( Depois de 1915) (Retrato de Columbano Bordalo Pinheiro) (Retrato do Dr. Teófilo Braga, no Museu da Presidência da República) in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA


Rua Dr. Teófilo Braga - (2010) (Um troço da "RUA TEÓFILO BRAGA", ao fundo a "Calçada da Estrela") in GOOGLE EARTH
Rua Dr. Teófilo Braga - (2010) (Um troço da "RUA DR. TEÓFILO BRAGA", ao fundo a "RUA DE SANTO AMARO") in GOOGLE EARTH

Rua Presidente Arriaga - (2010) - (Um troço da "RUA PRESIDENTE ARRIAGA" próximo da "Cruz Vermelha Portuguesa") in GOOGLE EARTH


Rua Presidente Arriaga - (2009) Foto de autor não identificado (Um troço da "RUA PRESIDENTE ARRIAGA" in SKYSCRAPERCITY


Rua Presidente Arriaga - (Depois de 1915) (Retrato de Columbano Bordalo Pinheiro) (Manuel de Arriaga 1º Presidente da República Portuguesa) in MUSEU DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ I ]

«RUA PRESIDENTE ARRIAGA - RUA DR. TEÓFILO BRAGA»

O hábito já vem de longe e não se vislumbra maneira de sofrer alteração. A forma mais comum de homenagear uma personalidade que se tenha distinguido em qualquer actividade, é colocar o seu nome numa «RUA DE LISBOA», por maioria da razão, cidade onde a política assenta e põe em prática os respectivos jogos, tem larga prática de chamar aos seus arruamentos o mesmo que chamava àqueles que em vida nela circulavam e se tornaram notáveis.

Bem longe já vão os tempos em que uma rua se chamava «de cima», «da flor», «da virtude» ou «do cabido». Quase todas agora são chamadas de "Fulano de tal"... obviamente, os CHEFES DE ESTADO têm tido, de um modo geral, direito à sua RUA. Não se pense, porém, que a regra é fixa e, muito menos, que o acto de concessão tem sido mais ou menos automático; circunstâncias e transformações políticas exercem a sua influência nestas homenagens.

«NOMES DA 1ª REPÚBLICA»

- MANUEL DE ARRIAGA (1911 a 1915), foi escolhido este advogado e professor que cedo se filiara no «PARTIDO REPUBLICANO». Como não chegasse ao fim do seu mandato (demitiu-se), foi este completado por «JOAQUIM TEÓFILO BRAGA»(1915) o literato açoriano da Ilha de S. Miguel, que se notabilizara em COIMBRA, e já tinha sido escolhido para Presidente do "1º Governo Provisório da República". Estes dois presidentes têm a sua RUA em LISBOA.

«MANUEL DE ARRIAGA» faleceu em Março de 1917, mas em 18 de Maio de 1920 por edital camarário a antiga «RUA DIREITA DE S. FRANCISCO DE PAULA», na freguesia dos «PRAZERES», passou a denominar-se «RUA PRESIDENTE ARRIAGA» que começa na «RUA DAS JANELAS VERDES» junto ao número 136 e finaliza na «CALÇADA DA PAMPULHA» no número 2. Em 22 de Agosto de 1973 a «COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA», apreciou e deu parecer, que a PLACA TOPONÍMICA deste estadista fosse rectificada no ano de nascimento, passando a designar-se «RUA PRESIDENTE ARRIAGA-PRIMEIRO PRESIDENTE DA REPÚBLICA-1840-1917» ( 1 ).

«JOAQUIM TEÓFILO BRAGA» depois da sua morte em 1924, e menos de dois anos depois, por (edital de 25 de Fevereiro de 1926) era dado o seu nome à rua onde morava; a velha «TRAVESSA DA SANTA GERTRUDES», na freguesia da «LAPA», passando a chamar-se «RUA DR. TEÓFILO BRAGA» que começa na «CALÇADA DA ESTRELA» no número 78 e termina na na «RUA DE SANTO AMARO» em frente ao número 68. Foi atribuído também o seu nome a um Jardim (vulgo) «CAMPO DE OURIQUE» «JARDIM TEÓFILO BRAGA», na freguesia de «SANTO CONDESTÁVEL» entre a «RUA TOMÁS DA ANUNCIAÇÃO» e a «RUA QUATRO DE INFANTARIA».

- ( 1 ) - Acta Nº 110 pág. 357 do livro «ACTAS DA COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA» - (1943-1974) - CML

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUAS COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ II ] - PRAÇA BERNARDINO MACHADO - AVENIDA SIDÓNIO PAIS».



















quarta-feira, 10 de agosto de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ IX ]

Calçada das Lajes - (2005) Foto de APS (Uma parte da "Quinta do Manique" e o que resta do "BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA" ou "BATERIA DO MANIQUE") in ARQUIVO/APS


Calçada das Lajes - (2010) (Terrenos que pertenciam ao "BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA" na "QUINTA DO MANIQUE") in GOOGLE EARTH



Calçada das Lajes - (s/d) - (Desenho de J.P.Barros) ("Quinta do Manique" - Fragmento da Planta de Lisboa que contém o sítio da "Calçada das Lajes" - Escala 1:1000 - Sobreposta a vermelho as plantas do "BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA" e do desaparecido "FORTE DA CRUZ DA PEDRA") (DISPERSOS de Augusto Vieira da Silva - Vol. I - página 163-A - Publicações Culturais da CML - 1968) in DISPERSOS


Calçada das Lajes - (194_)? foto de Eduardo Portugal (Parte da "Quinta do Borda de Água" e "Quinta do Manique", ao longe o "Baluarte de Santa Apolónia") in AFML


Calçada das Lajes - (196_)? Foto de Henrique Coyolla (Antiga "Quinta do Borda de Água" junto da "Quinta do Manique") in AFML

(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DAS LAJES [ IX ]

«A QUINTA DO MANIQUE»

A «QUINTA DO MANIQUE» que em 1755 era propriedade do desembargador «PEDRO GONZAGA CORDEIRO», pertenceu em meados do século XIX ao «1º VISCONDE DE MANIQUE» «PEDRO ANTÓNIO DE PINA MANIQUE NOGUEIRA MATOS ANDRADE», filho do célebre «INTENDENTE DA POLÍCIA», «DIOGO INÁCIO DE PINA MANIQUE». Seguiram-se, porém, outros proprietários da Quinta como: os «CONDES DE S. VICENTE» que terão depois alienado à firma «G & H. HALL, Lda.». Outro nome popular foi dado a esta Quinta durante as décadas de 40 e 50 do século XX, quando ali funcionava a «FÁBRICA HALL» que se dedicava à fabricação de saborosas "limonadas naturais" gaseificadas, das quais destacamos o «PIROLITO», introduzido em Portugal por esta firma, dai ter nascido a designação popular de «QUINTA DOS PIROLITOS» (Nessa época era costume os jovens irem buscar gratuitamente os limões à «QUINTA DOS PIROLITOS» depois de na fábrica lhes terem retirado a casca).

A «QUINTA DO MANIQUE» apresentava, em planta, a forma aproximada de um triângulo isósceles, com o vértice do ângulo agudo para sul, e era circundada, a poente pela «CALÇADA DAS LAJES», e na parte nascente pela «CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA» e parte da antiga «ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO» hoje «RUA NELSON DE BARROS». No troço na parte norte da QUINTA a chamada «ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO» hoje «AVENIDA D. AFONSO III». A nordeste fazia fronteira com a «QUINTA DO BORDA DE ÁGUA» que a separava pela já desaparecida «TRAVESSA DO GARGALAXO» que ligava a «CALÇADA DAS LAJES» à «ESTRADA DE CHELAS», tangenciando com a «QUINTA DO MANIQUE». Esta «TRAVESSA DO GARGALAXO» separava-a da «QUINTA DO BORDA DE ÁGUA», de um pequeno talhão que foi depois incorporado na «QUINTA DO MANIQUE», do qual resultou o seu aumento de área para norte onde tem por limite a citada «ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO».

A QUINTA era fechada em volta, e o "muro de gola" ( 1 ) do baluarte faz parte do muro divisório da propriedade. Dentro da «QUINTA DO MANIQUE» encontra-se o já bastante destruído «FORTE ou BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA», que já nos referimos anteriormente. Na parte sul da QUINTA com entrada pela «CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA» e junto do início da «CALÇADA DAS LAJES» existia o «PALACETE DO MANIQUE», parte desse espaço está hoje ocupado pela «ESCOLA DO 1º CICLO DO ENSINO BÁSICO Nº 15», com entrada principal pelos números 2 e 4 da «CALÇADA DAS LAJES». [ FINAL ] - ( 1 ) - Muro de gola - (Arquitectura) Moldura convexa na parte superior e côncava na parte inferior -Fonte: LELLO UNIVERSAL Página 1140 (1976).

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto - 1933 Peregrinações em Lisboa - Volume XV-Vega - Lisboa

- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA - Sob a direcção de FILIPE FOLQUE:1856-1858-2000-CML-Departamento do Património Cultural - Arquivo Municipal de Lisboa.

- MACEDO, Luiz Pastor de -1985 LISBOA DE LÉS A LÉS - Volume III 3º Ed.-Publicações Culturais da CML.

- MATOS, José Sarmento de - e PAULO, Jorge Ferreira - CAMINHO DO ORIENTE - GUIA HISTÓRICO I - 1999 - LISBOA - Livros Horizonte.

- ROTEIRO DE LISBOA - 1987 - 8ª Edição - EPNC-Empresa Pública dos Jornais de NOTÍCIAS e CAPITAL.

- SANTANA, Francisco e SOUSA, Eduardo - Dicionário da História de Lisboa - 1944 - 1ª Ed. - SACAVÉM - Carlos Quintas & Associados - Consultores.

- SILVA, Augusto Vieira da - 1968 - DISPERSOS - Volume I - Biblioteca de Estudos Olisiponenses - Publicações Culturais da CML.

INTERNET




(PRÓXIMO) - «RUAS DE LISBOA COM NOMES DE PRESIDENTES DA REPÚBLICA [ I ] - RUA PRESIDENTE ARRIAGA - RUA TEÓFILO DE BRAGA». 

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ VIII ]

Calçada das Lajes - (2005) - Foto de APS (Placa Toponímica da "Calçada das Lajes" colocada numa das casas da "QUINTA DO ROMA") in ARQUIVO/APS

Calçada das Lajes - (2010) - (Casas da "QUINTA DO ROMA" à nossa direita, viradas para a "Calçada das Lajes") in GOOGLE EARTH

Calçada das Lajes - (2010) - (Calçada das Lajes, à esquerda parte do jardim e casas da "QUINTA DO ROMA") in GOOGLE EARTH Calçada das Lajes - (2010) - (Início da "QUINTA DO ROMA" à esquerda de quem sobe a "Calçada das Lajes", à nossa direita a "Escola Primária" no terreno onde existia o "Palácio do Manique") in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - (CALÇADA DAS LAJES [ VIII ])«QUINTA DO ROMA ( 2 )»
Nesta quinta (onde nasceram oito filhos de 1673 a 1687) residiram «FRANCISCO MORATO ROMA», filho de «JOÃO». No início do século XVIII, as primeiras referências à «QUINTA DO ROMA» são os óbitos do padre «JOÃO MORATO» em 1713, e de «FRANCISCO» em 1717, irmão e filho primogénito de «FRANCISCO MORATO ROMA» "muito estimado por toda a corte, e mui célebre pela particular graça de que foi dotado" ( 1 ), falecido na quinta e sepultado à «MADRE DE DEUS», três anos antes de sua mulher.


Sucedeu no Morgado «FERNANDO DE SOUSA MORATO» casado na «CRUZ DA PEDRA» em (26.05.1723) com «D. ANTÓNIA FRANCISCA DE VASCONCELOS», «FRANCISCO MANUEL TRIGOSO DE ARAGÃO MORATO» nascido na «QUINTA DO ROMA» (1777), foi professor e académico, par do Reino, vice-presidente da «ACADEMIA REAL DAS CIÊNCIAS», ministro e secretário de Estado (1826). Escreveu nas suas MEMÓRIAS (entre 1824 a 1835), que: "pouco mais tenho feito além do madeiramento e telhado de todo o edifício da "QUINTA DO ROMA" que, tendo sido feitos havia muito poucos anos, ameaçava já completa ruína". E acrescenta em relação à «QUINTA DO ROMA» que, embora vinculada no século XVII, fora "dada em 1745, como livre, a meu avô em pagamento da sua legitima (...) porém não se acha documento algum que a altere (...) tal é a confusão em que achei a casa da minha mãe e tal a falta de documentos que só a poderiam desvanecer!" ( 2 ). Faleceu o académico em 1838 com 61 anos. A outra filha de «SEBASTIÃO TRIGOSO», «D.EMÍLIA AUGUSTA» herdou a CASA com «JOSÉ DE LIMA E MELO FALCÃO» Barão de «ALDEMBERG», Administrador dos Morgados do «JUNCAL», em «MATACÃES» e outros.


Esta interessante quinta, hoje reconhecida na «CALÇADA DAS LAJES», abria-se originalmente a sul sobre a «CALÇADA DO VAREJÃO» dando acesso a um amplo pátio com a casa ao fundo e outras dependências. As construções e aumentos sucessivos que a casa foi sofrendo, tornam hoje bastante difícil reconstruir o conjunto original, por certo uma simples quinta arrabaldina, que foi sendo adaptada às exigências de cada época. De notar os portões originais de cantaria do antigo pátio, hoje jardim, datáveis já de inícios do século XIX. Mas terão sido sobretudo significativas as obras de transformação levadas a cabo na segunda metade do século XIX por «SEBASTIÃO FALCÃO TRIGOSO», que realizou a inversão da lógica do edifício para a «CALÇADA DAS LAJES», aí erigindo a nova capela, substituindo uma anterior. Trata-se do mais curioso apontamento do conjunto, com um fino desenho neogótico, estilisticamente aproximável da intervenção contemporânea que o arquitecto «JOSÉ MARIA NAPOMUCENO» realizou na «MADRE DE DEUS» e nas pinturas do salão do «PALÁCIO DE OLHÃO» em XABREGAS.


Actualmente, a quinta mantém-se na posse dos descendentes da família, que têm preservado a propriedade da «QUINTA DO ROMA», o que constitui um raro exemplo na história desta atribulada zona da cidade tão mal tratada.

- ( 1 ) - Francisco Manuel Trigoso de Aragão Morato, ob. cit. p. 47 - ( 2 ) - Idem p. 198.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DAS LAJES [ IX ] - A QUINTA DO MANIQUE».