quarta-feira, 8 de julho de 2015

CALÇADA DE DOM GASTÃO [ VI ]

«A QUINTA LEITE DE SOUSA ( 5 )»
 Calçada de D. Gastão (2015) Foto gentilmente cedida pelo amigo RICARDO MOREIRA ( O lado nascente do Palácio da "QUINTA LEITE DE SOUSA" conhecido também pelo "PALÁCIO DO GRILO". As instalações no lado direito foram ligados ao "Palácio", o  aproveitamento  deste espaço está relacionado com uma obra de artistas de várias áreas, que vão desfrutando deste maravilhoso "Palácio" setecentista)  in   ARQUIVO/APS
 Calçada de Dom Gastão - (2015) - Foto gentilmente cedida pelo amigo RICARDO MOREIRA  - (As "ESCADINHAS DE DOM GASTÃO" com ligação à "CALÇADA DE DOM GASTÃO")  in  ARQUIVO/APS
 Calçada de Dom Gastão - (1998) Foto de António Sacchetti  - ("ESCADINHAS DE DOM GASTÃO", antiga via pública de ligação à zona da ILHA DO GRILO) in  CAMINHOS DO ORIENTE
 Calçada de Dom Gastão - ( 1998 ) - Foto de António Sacchetti - (Pormenor da escadaria interior do "PALÁCIO" primeiro lanço, com revestimento de azulejos da segunda metade do século XVIII. Painel das escadas oficina de LISBOA)  in CAMINHO DO ORIENTE
Calçada de Dom Gastão - (1998) - Foto de António Sacchetti - (Escadaria da "QUINTA LEITE DE SOUSA" acrescento introduzido no século XVII, na CALÇADA DE DOM GASTÃO)   in CAMINHO DO ORIENTE

(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DE DOM GASTÃO [ VI ]

«A QUINTA LEITE DE SOUSA ( 5 )»

 AZULEJARIA
No entanto, o edifício a que nos referimos, no topo do pátio da "VILA MARIA LUÍSA" ainda mantém dimensões importantes e sistema de   cantarias nos cunhais e nos vãos, sobretudo no       andar      Nobre.     A escadaria, peça essencial     da habitação Nobre assenta sobre uma     arcaria  hoje        infelizmente   entaipada.    Ganharia a   sua antiga  nobreza com o vazamento dos arcos, a limpeza de pedra e a pintura dos panos de parede.
A Azulejaria que a decora mantém-se quase intacta no seu lugar.
Para a escadaria foi utilizado um painel em alto contraste cromático. Dois tons de azul-cobalto, amarelo-junquilho e roxo-vinoso, conferem-lhe um grande impacto decorativo. Está dividido em zonas de fingido apainelado marmoreado com cartelas rococó a roxo-vinoso e zonas figurativas onde se desenham cenas de caçadas aberta em cartelas com a forma de conchas, perfuradas e simétricas. Trata-se de uma composição da época pombalina.
A escadaria dá acesso ao portal de pedra, correspondendo à entrada do andar nobre.
No antigo andar Nobre, verifica-se a existência de um grande conjunto de painéis de azulejos deslocados, alguns da sua colocação original, readaptados sem grande critério. Este piso foi decorado na primeira metade do século XVIII, ou mesmo em finais do século XVII, portanto em época anterior ao terramoto, e em outra campanha de obras posterior a 1755, com azulejaria pombalina.
Da primeira campanha de azulejos destaca-se em primeiro lugar um belíssimo padrão em tons de  azul-cobalto sobre branco, formado pela rotação de um desenho em quadrado. A cercadura de óvulos e acantos é também extremamente requintada.
Noutras salas e da mesma época podem ver-se três variações dos azulejos de jarras ou albarradas. Trata-se de um esquema decorativo de belíssimo efeito que em certa medida, desde os finais do século XVII, vai substituindo a azulejaria de padrão em que dominam os ritmos diagonais e circulares, por ritmos de alternância vertical, com grande apelo figurativo.
Em duas albarradas o tema maior é a jarra ou cesta de fruta decorada com flores, repetida e intercalada num caso com anjinhos que seguram cornucópias e noutro com jarras finas para uma só flor. Uma outra albarrada apresenta a repetição da mesma jarra de flores alternando com guirlandas penduradas em desenvolvimento horizontal, com pendentes de flores e frutos.
O azul-cobalto está sempre presente em contraste com tonalidades de roxo-vinoso ou verde com pontuações de amarelo-junquilho.  Reconhecem-se padrões muito usados nas escadarias de prédios da BAIXA POMBALINA.
Dois padrões merecem um destaque especial, nesta decoração que é um verdadeiro catálogo da azulejaria pombalina: o  padrão hexágonos articulados com outros elementos de forma a obter-se uma expressão em que dominam as verticais, raríssimo no conjunto da azulejaria pombalina e o padrão de florinhas e delicado filete com folhagem em sistema de composição diagonal, marcando já pela sua leveza a transição para a azulejaria dita neoclássica.
No primeiro padrão usa-se o roxo-vinoso para os hexágonos, o azul-cobalto e amarelo junquilho para os restantes elementos. No segundo o azul-cobalto é substituído por verde e a sensação de tecido é muito mais forte do que nos restantes padrões.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«CALÇADA DE DOM GASTÃO [ VII ]A COOPERATIVA DE ENSINO "OS PIONEIROS"»

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