sábado, 30 de janeiro de 2016

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ III ]

«AVENIDA ELIAS GARCIA ( 2 )»
 Avenida Elias Garcia - ( 2015) - (Parte final da "AVENIDA ELIAS GARCIA" junto da "RUA MARQUÊS DE SÁ DA BANDEIRA". Os jardins ao fundo fazem parte de "FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN")  in  GOOGLE EARTH
 Avenida Elias Garcia . (2015) - (A "AVENIDA ELIAS GARCIA" no número 121, próximo da "AVENIDA MARQUÊS DE TOMAR")  in  GOOGLE EARTH
 Avenida Elias Garcia - (Século XIX) Foto de autor não identificado - (Foto de "JOSÉ ELIAS GARCIA" no antigo "CENTRO ESCOLAR REPUBLICANO ELIAS GARCIA" que funcionou na CALÇADA DE D. GASTÃO" desde 20 de Abril de 1908 até 25 de Abril de 1974) in CASARIO DO GINJAL
 Avenida Elias Garcia - (1961) - Foto Arnaldo Madureira - (A AVENIDA ELIAS GARCIA na década de sessenta do século XX)   in  AML 
 Avenida Elias Garcia - (1967-01) - Foto de Arnaldo Madureira - (A Avenida Elias Garcia e seu comércio na década de sessenta)  in  AML 
 Avenida Elias Garcia - (1970) Foto de Artur Inácio Bastos - (Prédio com projecto de 1906, do Arquitecto Ventura Terra, na AVENIDA ELIAS GARCIA, 62 esquina com a AVENIDA DA REPÚBLICA,44-46-A)  in  AML 
Avenida Elias Garcia - (1969) Foto de Arnaldo Madureira - (Um troço da "AVENIDA ELIAS GARCIA")   in   AML 

(CONTINUAÇÃO)- RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ III ]

«AVENIDA ELIAS GARCIA ( 2 )»

«JOSÉ ELIAS GARCIA» nasceu em CACILHAS ( ALMADA) a 30 de Dezembro de 1830 e faleceu em LISBOA em 21 de Junho de 1891 com cerca de setenta anos.
Frequentou a "ESCOLA DO COMÉRCIO" na qual se diplomou aos 18 anos.
Não se contentou com esses estudos e seguiu para a "ESCOLA POLITÉCNICA DE LISBOA" e daí para a "ESCOLA DO EXÉRCITO", onde chegou a professor, atingindo o posto de Coronel na Arma de ENGENHARIA.

Corria-lhe nas veias sangue liberal, herdado de seu pai. Apaixonou-se assim pelo ideal REPUBLICANO e, de acordo com os seus princípios, fundou o primeiro jornal que abertamente defendia a mudança do regime, chamou-se «O TRABALHO».

Estávamos ainda em 1854, ou seja a mais de meio século das alterações.
JOSÉ ELIAS GARCIA não parou, jornalista de fibra, fez depois aparecer o jornal "O FUTURO", periódico que viria a fundir-se com "A DISCUSSÃO", resultado desse casamento um outro jornal teria o sugestivo título de "A POLÍTICA LIBERAL".

Estas publicações eram, verdade se diga, um tanto efémeras, facto que não fez esmorecer aquela pena combativa. Assim, ainda surgira como redactor principal de um "JORNAL DE LISBOA" e de outro denominado "DEMOCRACIA".
A par da sua faina jornalística, ia desempenhando outras actividades em ritmo fervoroso. 

A POLÍTICA estava-lhe, como se diz, na massa do sangue e foi um dos fundadores do «PARTIDO REFORMISTA», em 1868, agrupamento de que veio a resultar o "PARTIDO REPUBLICANO".
Como membro da MAÇONARIA desde 1853, foi o 1.º e único GRÃO-MESTRE interino, depois definitivo da "FEDERAÇÃO MAÇÓNICA"  entre 1863 e 1869.

Foi Director da "ASSOCIAÇÃO DOS JORNALISTAS E ESCRITORES PORTUGUESES".
Como professor e em sua homenagem existiu "O CENTRO ESCOLAR REPUBLICANO ELIAS GARCIA" na "CALÇADA DE DOM GASTÃO, 15-1.º na freguesia do BEATO, de 20 de Abril de 1908 até 25 de Abril de 1974, ocasião em que fechou definitivamente as suas portas.

Trabalhou também na vereação da CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA, onde teve actuação notável no pelouro da instrução. E, entretanto, chegava na MAÇONARIA a "GRÃO MESTRE"  do "GRANDE ORIENTE LUSITANO".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ IV ]-PRAÇA ARTUR PORTELA».

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ II ]

«AVENIDA ELIAS GARCIA ( 1 )»
 Avenida Elias Garcia - (2015) (A "AVENIDA ELIAS GARCIA" no seu início vista da "RUA DO ARCO DO CEGO") in GOOGLE EARTH 
 Avenida Elias Garcia - (2015) - (Um troço da "Avenida Elias Garcia") in GOOGLE EARTH
 Avenida Elias Garcia - (2015) - A "AVENIDA ELIAS GARCIA" no seu final, vista da "RUA MARQUÊS SÁ DA BANDEIRA")  in  GOOGLE EARTH
 Avenida Elias Garcia - (2009) - (Vista Panorâmica da freguesia das AVENIDAS NOVAS onde se insere a "AVENIDA ELIAS GARCIA")  in  GOOGLE EARTH
 Avenida Elias Garcia- (Séc. XIX) Foto de Joshua Benoliel  (A figura de "José Elias Garcia" possivelmente na década de 60 do século XIX) in  WIKIPÉDIA - AML 
 Avenida Elias Garcia - (1961) - Foto de Armando Madureira - ( A "AVENIDA ELIAS GARCIA" na actual freguesia das "AVENIDAS NOVAS")  in   AML 
Avenida Elias Garcia - (1961) Foto de Augusto Jesus Fernandes - (Prédio em construção na "AVENIDA ELIAS GARCIA") (Abre em tamanho grande)  in   AML


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ II ]

«AVENIDA ELIAS GARCIA ( 1 ) »

A «AVENIDA ELIAS GARCIA» pertencia à freguesia de "NOSSA SENHORA DE FÁTIMA". Esta freguesia juntamente com a de "S. SEBASTIÃO DA PEDREIRA" ao abrigo da "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", passou a chamar-se freguesia das «AVENIDAS NOVAS». Começa na "RUA DO ARCO DO CEGO", 59 e finaliza na "RUA MARQUÊS SÁ DA BANDEIRA" no número 114.
Por Edital de 5 de Novembro de 1910 (exactamente um mês depois da Proclamação da REPÚBLICA) mandava a antiga artéria que se chamou " AVENIDA JOSÉ LUCIANO", (homenagem ao conselheiro monárquico que várias vezes presidira ao Conselho de Ministros), a mudar de nome, passando a ostentar ( até hoje ) o nome de "AVENIDA ELIAS GARCIA".

As antigas "AVENIDAS NOVAS" ( a caminho de cento e onze anos) tem um traçado de 1888 e aprovado em 1904 constituem um bairro resultante de um plano do ARQUITECTO RESSANO GARCIA, e executado nas primeiras décadas do século XX.
Este "Novo Bairro" apresenta um grande xadrez regular que se situa, mais ou menos e sem limites rígidos, entre a "linha férrea da Cintura", a AVENIDA FONTES PEREIRA DE MELO a AVENIDA DOS DEFENSORES DE CHAVES e o PARQUE EDUARDO VII (AVENIDA SIDÓNIO PAIS). Foram esses "BOULEVARDS" à portuguesa baptizados nos tempos do arquitecto que lhes deu forma, e assim ficaram, sem que se cuidasse da lógica de chamar "novo" àquilo que já não é, reforçado presentemente pelo nome da sua freguesia.
Nesses tempos remotos o "BAIRRO", que foi habitado por alta burguesia e mesmo certa aristocracia lisboeta, constituiu verdadeiro  "maná" para os homens da PRIMEIRA REPÚBLICA, no que respeita à distribuição dos nomes que lhes eram gratos pelas diversas ruas.
A "AVENIDA" que fora de "RESSANO GARCIA" passou a ser "AVENIDA DA REPÚBLICA".
Nasceu depois a "AVENIDA CINCO DE OUTUBRO". E foram aparecendo Avenidas dedicadas a MIGUEL BOMBARDA, ELIAS GARCIA e outros comungantes do ideal REPUBLICANO.

Quando hoje se analisa a evolução da Toponímia lisboeta, é sempre dedicado um momento especial a esse período que foi, de longe, aquele que mais transformações efectuou. Nem o "28 de Maio de 1926" ou mesmo o "25 de Abril de 1974" se compararam à "REVOLUÇÃO de 1910", mas deixamos isto para outra ocasião, falemos então do nosso jornalista.

Este político, professor e jornalista «ELIAS GARCIA» de que hoje falamos, nunca chegou a ver em vigor o regime da sua simpatia, do qual foi um dos seus pioneiros.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS 3.ª SÉRIE [ II ] AVENIDA ELIAS GARCIA ( 2 )».

sábado, 23 de janeiro de 2016

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ I ]

«AVENIDA DR. AUGUSTO DE CASTRO»
 Avenida Dr. Augusto de Castro - (2015)  -  (Um troço da Avenida Dr. Augusto de Castro no sentido Norte em direcção da "Avenida Marechal Gomes da Costa")   in  GOOGLE EARTH
 Avenida Dr. Augusto de Castro - ( 2015 ) - Panorâmica da Avenida Dr. Augusto de Castro no sítio de CHELAS um pouco mais aproximada - em 3D)   in GOOGLE EARTH
 Avenida Dr. Augusto de Castro - ( 2015) - (Panorâmica da Avenida Dr. Augusto de Castro no sítio de CHELAS)  in   GOOGLE EARTH
 Avenida Dr. Augusto de Castro - (Post. 1971) Foto de autor não identificado (Um troço da Avenida Dr. Augusto de Castro na freguesia de Marvila)  (Abre em tamanho Grande) in TOPONÍMIA DE LISBOA
Avenida Dr. Augusto de Castro - (Post a 1971) Foto de Sérgio Dias - (Placa tipo IV da "Avenida Dr. Augusto de Castro" em CHELAS na freguesia de Marvila) ( abre em tamanho grande)  in  TOPONÍMIA DE LISBOA

(INÍCIO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ I ]

«AVENIDA DR. AUGUSTO DE CASTRO»

A «AVENIDA DR. AUGUSTO DE CASTRO» pertence à freguesia de «MARVILA». Tem início na antiga "QUINTA DA TROCA" nomeadamente na antiga AZINHAGA DA TROCA hoje "RUA SALGUEIRO MAIA", e finaliza com a ligação à "AVENIDA MARECHAL GOMES DA COSTA".
O Edital Municipal de 27 de Julho de 1971 determinou que a antiga "AVENIDA CENTRAL DA MALHA DE CHELAS", passasse a ostentar o nome do jornalista que também foi diplomata e escritor.
A "AVENIDA DR. AUGUSTO DE CASTRO" rasgada na malha do sítio de CHELAS, inicia o seu percurso na antiga QUINTA DA TROCA seguindo para Norte atravessando as também antigas QUINTAS: DA CERA; DA RAPOSA; DO ALENTEJÃO e DO POÇO DE CORTES, ficando ligada a Norte pela AVENIDA MARECHAL GOMES DA COSTA. [Informação do PLANO DE URBANIZAÇÃO DE CHELAS - 1965 - CML - GABINETE TÉCNICO DE HABITAÇÃO].

De mãos dadas entre a política e o Jornalismo constituem prática de muitos anos. Podemos mesmo dizer que estavam em clara minoria as personalidades que encaravam o trabalho nas redacções como sua profissão única e que faziam da tarefa de informar com clareza e objectividade uma missão.
Felizmente que hoje as águas tendem estar nitidamente separadas. A deontologia exige, por exemplo, que o jornalista profissional que se decida por qualquer cargo de natureza política, devolva a sua carteira. Noutros tempos a mistura seria mais densa. O certo é que se perpetua este namoro entre dois mundos; que passam a vida em amuos e queixas recíprocas como se fosse apenas ódio, os laços que os unem.
«AUGUSTO DE CASTRO SAMPAIO CORTE REAL» era portuense, nascido em 11 de Janeiro de 1883. Formou-se em DIREITO em COIMBRA e voltou ao PORTO onde se estabeleceu como advogado. Pequeno de corpo, era, contrapartida, um incansável trabalhador, dono de uma perspicácia que lhe abria caminhos.
Assim, em breve era deputado pela sua cidade. Mas, bem mais do que à política, sentia-se AUGUSTO DE CASTRO preso ao jornalismo. Contando apenas 20 anos, já dirigia no PORTO o Diário «A PROVÍNCIA», do qual passou para o «DIÁRIO DA NOITE», onde se firmou como cronista.
Tendo fixado residência em LISBOA, foi redactor principal do "JORNAL DO COMÉRCIO" e entrou depois no "O SÉCULO", jornal onde lançou uma secção que ficou célebre, chamada "Fumo do meu cigarro", série de crónicas que reuniu em livro. 
Em 1919, ficaria definitivamente traçado o seu destino jornalístico: uma  remodelação na empresa proprietária do «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» levaria ao afastamento de "ALFREDO DA CUNHA" da Direcção e ao convite endereçado a AUGUSTO DE CASTRO, que exerceria o cargo praticamente até ao fim da vida, exceptuando embora os anos em que esteve colocado como embaixador de PORTUGAL. É considerado como grande renovador daquele matutino lisboeta. E foi também o impulsionador de congressos e encontros da imprensa latina.
Interrompeu em 1924 as funções jornalísticas para seguir a carreira diplomática. Substituído   por "EDUARDO SCHWALBACH" no DIÁRIO DE NOTÍCIAS. «AUGUSTO DE CASTRO» foi ministro plenipotenciário em LONDRES, no VATICANO, BRUXELAS e ROMA. Mas ia escrevendo, nomeadamente para o seu jornal onde criou "CARTAS SEM DATA". 
Regressou a PORTUGAL em 1939 para ser comissário da «EXPOSIÇÃO DO MUNDO PORTUGUÊS», certamente que se realizaria no ano seguinte. Mais uma vez o "Bichinho" dos jornais o mordeu e fundou "A NOITE", vespertino efémero. Voltaria logo a seguir ao seu "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"; em 1945, porém, seria nomeado embaixador em PARIS, sendo de novo substituído por "EDUARDO SCHWALBACH". Mas este morreu em 1946 e "CASTRO" assumiu definitivamente a Direcção do Jornal.
Era dotado de um espírito fino, traduzido nos seus escritos. Sobre os diplomatas, por exemplo dizia que: " já hoje lhe é permitido ter opiniões, com a condição, em princípio. de não serem suas"... Os seus artigos de fundo, os seus livros eram escritos de uma forma leve, prendendo pela subtil ironia e pela aparente simplicidade com que apresentava temas profundos. Morreu no ESTORIL em 24 de Julho de 1971. O «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» chegava ao fim de uma marcante e longa da sua quase centenária vida.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS- 3.º SÉRIE [ II ] AVENIDA ELIAS GARCIA( 1 )». 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

RUA CARVALHO ARAÚJO [ II ]

«A RUA CARVALHO ARAÚJO ( 2 )»
 Rua Carvalho Araújo - (2009) - (A "Rua Carvalho Araújo" no sentido da "ALAMEDA", no lado direito a "RUA ACTOR JOAQUIM DE ALMEIDA") in   GOOGLE EARTH
 Rua Carvalho Araújo - (2009) - (Final da "RUA CARVALHO ARAÚJO" junto da "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES" depois de 1957)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carvalho Araújo - (1967) - (Desenho de Alberto Cutileiro) -(Selo de CABO VERDE representando o navio Patrulha "NRP - AUGUSTO DE CASTILHO" e o seu comandante 1.º tenente "CARVALHO ARAÚJO". Emissão Comemorativa do 1.º Centenário do Clube Militar Naval) in  CLUBE FILATÉLICO DE PORTUGAL 
 Rua Carvalho Araújo - (1966-06) Foto de Arnaldo Madureira - (A "RUA CARVALHO ARAÚJO" esquina com a "RUA JOSÉ RICARDO", no sentido Sul)  in  AML
 Rua Carvalho Araújo - (1966) Foto de Artur Goulart - (A "RUA CARVALHO ARAÚJO" antiga "AZINHAGA DO AREEIRO")  in  AML 
Rua Carvalho Araújo - (1915) Foto de autor não identificado - (Foto de "JOSÉ BOTELHO DE CARVALHO ARAÚJO" 1.º Tenente e Comandante do Navio Patrulha de Alto-Mar "NRP - AUGUSTO DE CASTILHO", que se notabilizou pela defesa do navio "S. MIGUEL" ao largo dos AÇORES)  in  GEOCACHING


(CONTINUAÇÃO)-RUA CARVALHO ARAÚJO [ II ]

«A RUA CARVALHO ARAÚJO ( 2 )»

O Comandante do "NAVIO PATRULHA de ALTO-MAR" "NRP - AUGUSTO DE CASTILHO" ( 1 ) terá surpreendido, o dignitário chefe do submarino e permitindo que o Vapor "SÃO MIGUEL( 2 ) se afastasse, pondo-se a salvo. Nesta luta renhida até se esgotarem as munições do "AUGUSTO DE CASTILHO". O último disparo do "U 139" atingiu mortalmente  "CARVALHO ARAÚJO".  O seu comportamento heróico ficou registado no livro de bordo do comandante alemão.

Com "CARVALHO ARAÚJO" morreu também o aspirante "ELÓI DE FREITAS". Os sobreviventes, alguns deles muito feridos, conseguiram salvar-se, doze deles a vários dias em luta com o mar, numa epopeia que teve por sua vez outro herói - o Guarda-Marinha "ARMANDO FERRAZ", que navegando num "escaler" mais de 200 milhas a remos, até Ponta Delgada.

"CARVALHO ARAÚJO" oficial da MARINHA e Político republicano, participou no movimento insurreccional abortado de 28 de Janeiro de 1908, tendo ainda colaborado em vários jornais, nomeadamente no "VILARREALENSE", após a implantação da REPÚBLICA, foi eleito deputado por  VILA REAL à ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, e GOVERNADOR DO DISTRITO DE INHAMBANE, em MOÇAMBIQUE, por dezoito meses.

CARREIRA NA MARINHA PORTUGUESA
- 1895 - Ingressou ma Marinha Como Aspirante em 12 de Outubro.

- 1903 - Guarda-Marinha.

- 1905 - 2.º Tenente.

- 1915 - 1.º Tenente.

- 1918 - Capitão-Tenente ( a título póstumo)

Foi condecorado com a MEDALHA DE COBRE DE FILANTROPIA e CARIDADE ( Socorros e naufrágios), a MEDALHA MILITAR DE PRATA de comportamento exemplar, a MEDALHA DE PRATA comemorativa das Campanhas do Exército Português - tendo na respectiva passadeira a legenda "SUL DE ANGOLA 914/915", e a título póstumo, com a CRUZ DE GUERRA DE 1.ª CLASSE, a MEDALHA DE PRATA comemorativa das Campanhas do Exército Português no mar 1916/1917/1918 e o 2.º grau da ORDEM DA TORRE E ESPADA.

Esta RUA do Comandante do "NAVIO PATRULHA de ALTO-MAR"-"AUGUSTO DE CASTILHO" é uma homenagem a "JOSÉ BOTELHO DE CARVALHO ARAÚJO" nascido no PORTO em 18 de Maio de 1881, e faleceu em combate no mar dos AÇORES em 14 de Outubro de 1918.

- ( 1 ) - O "NAVIO PATRULHA DE ALTO-MAR" "AUGUSTO DE CASTILHO" inicialmente um Navio de pesca por "ARRASTÃO", com o nome "ELITE", sendo os seus proprietários a firma PARCERIA GERAL DE PESCARIAS, Lda., foi requisitado pela MARINHA PORTUGUESA para ser usado em "patrulhas" e "escoltas" no mar dos AÇORES, depois de ser convenientemente transformado e apetrechado com duas  bocas de fogo.

( 2 ) - O Vapor "SÃO MIGUEL" pertencia à Empresa Insulana de Navegação
 [ FINAL]

BIBLIOGRAFIA

- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA - Sob a Direcção de FILIPE FOLQUE - 1856-1858 - CML - 2000 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL de José Correia do Souto - Vol II -Rep. ZAIROL, Lda. 1985 - LISBOA.
- DICIONÁRIO ILUSTRADO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL - Publicações ALFA - I VOLUME - 1985 - LISBOA. 

INTERNET


(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-3.ª SÉRIE[ I ]-A AV. AUGUSTO DE CASTRO».

sábado, 16 de janeiro de 2016

RUA CARVALHO ARAÚJO [ I ]

«A RUA CARVALHO ARAÚJO ( 1 )»
 Rua Carvalho Araújo - (2007) - (Panorâmica da zona de ARROIOS onde está inserida a "RUA CARVALHO ARAÚJO")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Carvalho Araújo - (1856-1858) - Filipe Folque - (A "AZINHAGA DO AREEIRO" tinha o seu percurso de "A" a "A" no século XIX. Em 1924 é substituída pela RUA CARVALHO ARAÚJO. No ano de 1957 a parte Norte da "ALAMEDA" o troço da "RUA CARVALHO ARAÚJO" passa a denominar-se "RUA ABADE FARIA". Esta "AZINHAGA DO AREEIRO" era bastante importante na época, pois fazia a ligação entre a "ESTRADA DA PENHA DE FRANÇA" através da "Calçada do Poço dos Mouros") in  ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA-CML
 Rua Carvalho Araújo - (2009) - (Início da "RUA CARVALHO ARAÚJO" junto ao Largo Mendonça e Costa. Atravessando a rua que nos fica em frente, podemos ver no outro lado a "CALÇADA POÇO DOS MOUROS" que antigamente ligava a esta rua (anterior a 1924), quando tinha o antigo nome de "AZINHAGA DO AREEIRO" e se prolongava pela actual "Rua Abade Faria" in GOOGLE EARTH 
 Rua Carvalho Araújo - (2009) - (Um troço da "RUA CARVALHO ARAÚJO" no sentido Sul. Podemos ver ao fundo, na parte de cima, o depósito de água na "PENHA DE FRANÇA" e parte do seu Convento) in  GOOGLE EARTH
 Rua Carvalho Araújo - (1964-01) Foto de Artur Goulart - (Um aspecto da "RUA CARVALHO ARAÚJO" nos anos sessenta do século XX)  in  AML 
 Rua Carvalho Araújo - (1935) - Foto de Eduardo Portugal - ( Este troço a Norte da "ALAMEDA", no "BAIRRO MUNICIPAL PRESIDENTE CARMONA" antiga "RUA CARVALHO ARAÚJO", depois de 1957 passou a denominar-se "RUA ABADE FARIA") (Abre em tamanho grande)  in AML
Rua Carvalho Araújo - (1917) -Foto de autor não identificado - (O "NAVIO PATRULHA DE ALTO-MAR", "NRP AUGUSTO DE CASTILHO" tendo a bordo além de outros oficiais, o Comandante "CARVALHO ARAÚJO")  in  MONUMENTOS DA HISTÓRIA


RUA CARVALHO ARAÚJO [ I ]

«A RUA CARVALHO ARAÚJO ( 1 )»

A «RUA CARVALHO ARAÚJO» pertencia a duas freguesias; "SÃO JOÃO" e "SÃO JORGE DE ARROIOS", com a "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", passou a pertencer à freguesia da «PENHA DE FRANÇA», dos números 1 a 19 e 2 a 120. E à freguesia de «ARROIOS» os números 21 a 122. Tem o seu início na "RUA MORAIS SOARES" (antiga ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO) no número 84 e termina na "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES". 
São convergentes a esta RUA no seu lado esquerdo a "RUA ACTOR JOSÉ RICARDO" e "RUA LUCINDA SIMÕES". No lado direito converge a "RUA ACTOR JOAQUIM DE ALMEIDA".

A "RUA CARVALHO ARAÚJO" (antiga "AZINHAGA DO AREEIRO), que dava seguimento para Norte à "ESTRADA DA PENHA DE FRANÇA" que descia a (antiga TRAVESSA DO MARQUÊS DE SANDE", hoje "CALÇADA DO POÇO DOS MOUROS, cruzava a "RUA MORAIS SOARES" e seguia pela "AZINHAGA DO AREEIRO", conforme podemos observar no "ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA de FILIPE FOLQUE do século XIX, sendo uma via muito importante na época.
Por deliberação Camarária de 8 de Agosto de 1924 a "AZINHAGA DO AREEIRO" passou a designar-se "RUA CARVALHO ARAÚJO". Nesse mesmo ano foi inaugurado um monumento do escultor "ANJOS TEIXEIRA", em homenagem a CARVALHO ARAÚJO, oficial da Marinha, em VILA REAL, assim como uma AVENIDA que passou a ostentar o seu nome, por ter sido a cidade que o acolheu na sua infância.
Com a abertura da "ALAMEDA DOM AFONSO HENRIQUES", o troço a norte desta ALAMEDA, passou a denominar-se por Edital de 7 de Fevereiro de 1957, "RUA ABADE FARIA", embora o troço para Sul se mantivesse com o nome de "RUA CARVALHO ARAÚJO".

«JOSÉ BOTELHO CARVALHO ARAÚJO», passou uma grande parte da sua infância na cidade de VILA REAL, apesar de ter nascido em 18 de Maio de 1880, na freguesia de "SÃO NICOLAU" no PORTO, onde seus pais; "JOSÉ DE CARVALHO DE ARAÚJO JR." e "MARGARIDA FERREIRA BOTELHO DE ARAÚJO", se encontravam por motivo de doença, da sua avó materna, "MARGARIDA ROSA DE JESUS BOTELHO".

Após ingressar na MARINHA, serviu na fragata "D. AFONSO", na corveta "DUQUE DA TERCEIRA", no couraçado "VASCO DA GAMA", nos cruzadores "ADAMASTOR" e "SÃO MIGUEL", nas canhoneiras "ZAMBEZE", "LIBERAL", "DIU" e LÚRIO" no rebocador "BÉRRIO" e no navio de transporte "SALVADOR CORREIA".
"JOSÉ BOTELHO CARVALHO ARAÚJO" (1880-1918) primeiro-tenente da Armada no comando do Navio Patrulha de Alto-Mar "AUGUSTO DE CASTILHO" (um frágil pesqueiro transformado em PATRULHA), quando este em 14 de Outubro de 1918, (em plena 1.ª GUERRA MUNDIAL) escoltava do FUNCHAL para PONTA DELGADA o Vapor "S. MIGUEL", no mar dos AÇORES, protegeu-o de ser afundado pelo submarino alemão "U 139", comandado pelo experiente alemão "LOTHAR VON ARNAULD DE LA PERIÈRE", atacando-o, para salvar o navio com 206 pessoas e aguentou durante duas horas apesar de apenas dispor de duas peças de artilharia de proa e ré, que investiu contra a unidade poderosamente armada de 6 tubos lança-torpedos e de dois canhões de tiro rápido com calibre de 150 milímetros.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA CARVALHO ARAÚJO [ II ] A RUA CARVALHO ARAÚJO ( 2 )»

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXV ]

«A IMPRENSA NACIONAL ( 2 )
 Rua da Escola Politécnica - (Século XX) Foto de Autor não identificado - (A "IMPRENSA NACIONAL" a funcionar na "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA") in  MONTE OLIVETE
 Rua da Escola Politécnica - (1993) Foto de Filipe Jorge - (A "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" no sítio da "COTOVIA", em primeiro plano o JARDIM DO PRÍNCIPE REAL") in LISBOA VISTA DO CÉU
 Rua da Escola Politécnica - (1915-05) Foto de Artur Leitão Bárcia (Antigo "PALÁCIO DOS SOARES DE NORONHAS". Em 1895 o palácio é demolido para no mesmo lugar se erguer as instalações para a "IMPRENSA NACIONAL") (Abre em tamanho grande)  in  AML
Rua da Escola Politécnica - (Post. a 1903) Foto de Joshua Benoliel . (O Edifício da "IMPRENSA NACIONAL" ainda em construção no antigo lugar do Palácio dos Soares Noronhas) ( Abre em tamanho grande)  in  AML


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXV]

«A IMPRENSA NACIONAL ( 2 )»

Para dar início à laboração da "RÉGIA OFICINA TIPOGRÁFICA", foi adquirida a oficina tipográfica de "MIGUEL MANESCAL DA COSTA" e alugado o "PALÁCIO DE D. FERNANDO SOARES DE NORONHA", à «COTOVIA», na então "RUA DIREITA DA FÁBRICA DAS SEDAS", quase defronte do "COLÉGIO DOS NOBRES" (depois ESCOLA POLITÉCNICA).
A "IMPRESSÃO RÉGIA", foi, nos termos referidos em Alvará "(...) unida à fábrica que até agora esteve a cargo da Junta do Comércio, fundada em 1732, por JEAN DE VILLENEUVE, francês que viria para PORTUGAL chamado por D. JOÃO V para ensinar a sua arte. Foi-lhe cometida a «continuação do ensino dos aprendizes da mesma fábrica de letras, para que não faltem no reino os professores desta utilissima  arte, continuando como até agora está disposto».  Para "abridor de estampas conhecidamente perito" que (...) terá a obrigação de abrir todas as que forem necessárias para a impressão, e se lhes pagarão pelo seu justo valor: e demais ensinará continuadamente os aprendizes (...)".
Foi nomeado JOAQUIM CARNEIRO DA SILVA (mais tarde, de 1802 a 1815, este lugar será ocupado pelo célebre gravador "FRANCISCO BARTOLLOZI"). Em Julho de 1769, foi incorporada na "IMPRESSÃO RÉGIA" a "FÁBRICA DE CARTAS DE JOGAR E PAPELÃO", sob a direcção de "LOURENÇO SOLÉSIO", cujo monopólio de fabrico e venda de cartas de jogar no "reino e conquistas"   foi um dos seus principais rendimentos até 1832, quando da sua extinção.
A "IMPRENSA RÉGIA", depois da JUNTA DO COMÉRCIO, funcionou na dependência da "JUNTA DE ADMINISTRAÇÃO DAS FÁBRICAS DO REINO E OBRAS DE ÁGUAS LIVRES" (1778), da REAL MESA DA COMISSÃO GERAL SOBRE EXAMES DE CENSURA DOS LIVROS (1788) e, finalmente, do presidente do REAL ERÁRIO (1794).

A designação de IMPRENSA NACIONAL resulta do nome dado em 1820 à "RÉGIA OFICINA TIPOGRÁFICA", por deliberação das CORTES CONSTITUINTES, utilizando-se este novo nome até 1823, vindo a ser retomado desde 1833 até ao presente século. Actualmente constitui o sector da produção gráfica da EMPRESA PÚBLICA denominada "IMPRENSA NACIONAL-CASA DA MOEDA".
A partir de 1838, sob a direcção de "JOSÉ PEREIRA MARECOS" a IMPRENSA NACIONAL conheceu uma série de progressos que viriam a colocá-la entre os melhores estabelecimentos congéneres europeus, vindo desde a segunda metade do século XIX a obter distinções com a sua participação em exposições internacionais.
Em 6 de Outubro de 1910 é escolhida para a sua direcção " LUÍS DÉROUET", a primeira nomeação feita pelo GOVERNO PROVISÓRIO DA REPÚBLICA. A ele se deve a organização da BIBLIOTECA - SALA ANTÓNIO JOSÉ DE ALMEIDA - que foi inaugurada em 1923, tal como se pode ainda hoje ver. A sua carreira veio a terminar em 1 de Novembro de 1927, ao ser assassinado à porta do estabelecimento a que tanto se dedicou.
Com o plano de reapetrechamento posterior à REPÚBLICA, teve a IMPRENSA NACIONAL a sua primeira máquina de compor em 1912. Também até meados do século XX fez-se a integração de algumas tipografias do ESTADO neste estabelecimento. O actual edifício da "IMPRENSA NACIONAL", ou o conjunto de edifícios interligados, foi construído na área ocupada pelo antigo SOLAR DOS SOARES E NORONHAS
O edifício, que ocupa uma maior área  que o antigo SOLAR, pela sua fachada principal reflecte uma sobriedade adequada à administração e funcionalidade de um estabelecimento fabril, numa linguagem arquitectónica sem ornamentos, onde mesmo a entrada principal apresenta dimensões reduzidas e sem o menor esboço de sumptuosidade ou monumentalidade, construído o que na sua época foi considerado um edifício frio e feio. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto . Peregrinações em Lisboa - Livros II e XI - Ed. Vega-1992/3-LISBOA.
- ARMORIAL LUSITANO -Editora Enciclopédia, Lda. - 1961 - LISBOA.
- AS FREGUESIAS DE LISBOA - Augusto Vieira da Silva- Pub. Culturais da C.M.L.-1943-LISBOA.
- ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA-Sob a DIRECÇÃO DE FILIPE FOLQUE: 1856-1858- Pub. da CML - 2000.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Dir. FRANCISCO SANTANA e EDUARDO SUCENA - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO KOOGAN LAROUSSE - 3º Volume-Selecções-1981-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - LISBOA POMBALINA E O ILUMINISMO-BERTRAND-1983-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - A SÉTIMA COLINA -Liv. HORIZONTE-1994 - LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - Monte Olivete Minha Aldeia - Liv. Horizonte- 2001 - LISBOA.
- JORGE, FILIPE (Coordenação) - LISBOA VISTA DO CÉU - Argumentum - 1994 - LISBOA.

INTERNET

JUNTA DE FREGUESIA DE SANTO ANTÓNIO
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sábado, 9 de janeiro de 2016

RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXIV ]

«A IMPRENSA NACIONAL ( 1 )»
 Rua da Escola Politécnica - ( 1993) Foto de FOTOVOO - ( A "IMPRENSA NACIONAL" no antigo espaço dos "NORONHAS")  in  SÉTIMA COLINA 
 Rua da Escola Politécnica - ( c. de 1913 ) Foto de Joshua Benoliel ( A  Imprensa Nacional em finais dos seus acabamentos  no edifício) ( abre em tamanho grande)  in  AML 
 Rua da Escola Politécnica - (Século XIX) Foto de autor não identificado - ( O "SOLAR DOS NORONHAS" edificado nos séculos XVII e XVIII, tinha a entrada principal principal pela então chamada "TRAVESSA DO POMBAL", hoje "RUA DA IMPRENSA NACIONAL". O novo projecto coloca a entrada principal pela "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA")  in  A SÉTIMA COLINA
Rua da Escola Politécnica - ( do século XIV) - (As armas dos "NORONHAS" são: Esquartelado; o primeiro e o quarto de prata com cinco escudetes de azul em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes do campo, bordadura de vermelho, carregada de sete castelos de ouro e por diferença um filete de negro sobreposto em banda; o segundo e o terceiro com um castelo de ouro, aberto, iluminado e lavrado de azul, mantelado de prata, com dois leões afrontados de púrpura, armados e lampassados de vermelho, bordadura composta de ouro e de veios, de dezoito peças)  in MONTE OLIVETE

(CONTINUA) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XXIV ]

«A IMPRENSA NACIONAL ( 1 )»

Uma residência fora de portas, cujos primórdios datam do século XVI, numa propriedade à «COTOVIA», tinha além de casa de habitação, pomar, vinha, terras de semeadura e olival, estendendo-se entre a "RUA DA IMPRENSA NACIONAL" (antiga TRAVESSA DO POMBAL)  o "RATO" e ainda para "SÃO BENTO".  Ali foi erguido o "SOLAR" de "ANDRÉ SOARES" que instituiu o "MORGADO", depois de ter sido feitor na FLANDRES.
Nomeado secretário das mercês ( do REI D.JOÃO III), cargo de alta confiança que justificou o facto de o filho "MANUEL", que esteve e se resgatou em ALCÁCER-QUIBIR, ter sido escrivão da fazenda de "D. SEBASTIÃO" e lhe deram, possivelmente, seguimento a toda a sua fortuna, o filho, já chamado, pelo casamento dos pais, "SOARES DE SEQUEIRA", dito «O DA COTOVIA" por renome lisboeta, pôde casar com uma filha de um "D. ANTÓNIO DE ALMEIDA" da casa de AVINTES.
Dos muitos filhos que teve, o primogénito casou com a filha de um  "D. PEDRO COUTINHO", senhor de "ALMOUROL". Nestas terras de sucessivas doações, mas que permitiu ao filho chamar-se «SOARES DE NORONHA COUTINHO», mesmo que por via materna.
A única filha havida, à sua vez casou, em 1735 com "D. RODRIGO ANTÓNIO NORONHA", filho do célebre "MARQUÊS DE MARIALVA" e irmão do "CONDE" consorte dos ARCOS, morto na tourada de SALVATERRA. E de SOARES por varonia "NORONHA", como ficaram a ser conhecidos na "COTOVIA", em cujo solar chegaram a ser servidos, então, por um conjunto de 83 criados. 
"D. RODRIGO" viveu à grande, explorou e gastou a propriedade, dando o seu nome às «TERRAS DE D. RODRIGO» e a uma "RUA DO NORONHA" e "TRAVESSA DO NORONHA", deixando ao morrer em 1774, a viúva "SOARES" com a fazenda «em confusão e deplorável estado», necessitando de Administradores Judiciais. A filha, herdeira final, mas só em 1798, após um intermédio e complicado de descendência, casou com um "MELO" de "DOM" da "CASA DE MURÇA", e pedra de armas. Os "MELOS" terão ainda eventualmente habitado o palácio parcialmente, embora um dos seus descendentes tivesse vendido ao ESTADO em 1816.

"D. RODRIGO DE NORONHA" em 1769 terá já alugado a casa, para a instalação da "REAL OFICINA TIPOGRÁFICA", fundada por POMBAL.
Em 1816 a propriedade já não tinha "terra" à sua volta, e a nova instituição, em 1895 o velho edifício , considerado inadequado para as necessidades de um estabelecimento fabril em contínuo desenvolvimento, foi começado a demolir para dar lugar ao actual. A obra decorreu por fases, ficou concluída em 1913.

Ainda do velho Palácio, melhorado nos finais de Seiscentos e provavelmente no século XVIII, que tinha frente para a "RUA" dita "DO POMBAL", sendo do lado da hoje "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" fachada lateral e muros da QUINTA até ao RATO, ainda em princípios de 1700. 

Trata-se de uma planta em "U" de fachada principal de sete vãos, assaz simples, com sua porta de padieira quinhentista com pedra de armas ilegível (nas fotos) e muito certamente posterior; uma maqueta em madeira conservada na "IMPRENSA NACIONAL" informa como era a casa, já com a instalação fabril POMBALINA, com o novo nome recebido em 1820 e outra vez em 1833, à vitória liberal.

Criada por ALVARÁ de 24 de Dezembro de 1769, a "IMPRESSÃO RÉGIA", também chamada "RÉGIA OFICINA TIPOGRÁFICA", só a partir de 1833 passou a ser definitivamente conhecida pela designação de "IMPRENSA NACIONAL". 

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [XXV] - A IMPRENSA NACIONAL ( 2 )».