quarta-feira, 10 de novembro de 2010

AVENIDA DA LIBERDADE [ XIX ]

Avenida da Liberdade - (31.05.2008) Foto de Dias dos Reis (Cinema São Jorge na Avenida da Liberdade) in DIAS DOS REIS
Avenida da Liberdade - (2008)? Foto de Pedro Rodrigues (Fachada do Cinema S. Jorge na Avenida da Liberdade) in PANORAMIO

Avenida da Liberdade - (1965) Foto de Miguel Villa (Teatro Avenida - Revista "O PECADO MORA AO LADO" com "José Viana", empresário "Vasco Morgado" e "Florbela Queiroz") in FOTOLOG

Avenida da Liberdade - (1912) Foto de Joshua Benoliel (Teatro Avenida inaugurado em 1888, destruído por um incêndio em 1967 e decretada a sua demolição em 1970) in AFML

Avenida da Liberdade - (Início do século XX) Foto de Joshua Benoliel (Teatro Avenida inaugurado no ano de 1888, não chegou a completar cem anos na Avenida da Liberdade) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
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AVENIDA DA LIBERDADE [ XIX ]
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«TEATRO AVENIDA - CINEMA S. JORGE - HOTEL VICTÓRIA»
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TEATRO AVENIDA
O «TEATRO AVENIDA» foi construído em terrenos que aqui possuía «JOÃO SALGADO DIAS» por iniciativa deste, ligado a «ALEXANDRE MÓ» e a «ERNESTO DESFORGES».
Foi inaugurado em 11 de Fevereiro de 1888 já como único dono da empresa «ERNESTO DESFORGES», representando uma comédia de nome «DE HERODES PARA PILATOS».
Muitas foram as "Companhias" e "Empresários" que passaram por este teatro na «AVENIDA DA LIBERDADE», não faltando "Companhias francesas" e "Espanholas".
No ano de 1923, o empresário «JOSÉ LOUREIRO» realizou o último contrato de arrendamento com «CARLOS TAVARES» proprietário do edifício na época.
Este contrato vem depois a passar para «VASCO MORGADO» através da viúva de «JOSÉ LOUREIRO».
Em 1950 o proprietário do edifício torna pública a intenção da venda do «TEATRO AVENIDA».
Estava-se num impasse entre a demolição e a viabilidade do teatro.
Entretanto ocorre um incêndio no «TEATRO NACIONAL DONA MARIA II» e a Companhia de «REY COLAÇO - ROBLES MONTEIRO» são forçados a parar as actuações. O empresário «VASCO MORGADO» movido pelo espírito de grande solidariedade, pôs o «TEATRO AVENIDA» à disposição da Companhia do «D. MARIA II».
Iniciaram-se as obras do «TEATRO AVENIDA» que, aparentemente parecia ter superado o "camartelo".
Reabriu o teatro numa noite de gala a 6 de Fevereiro de 1965, com a peça «O MOTIM» de «MIGUEL FRANCOS».
A peça que se seguiu só teve duas representações. Um incêndio no «TEATRO AVENIDA» a 13 de Dezembro de 1967, ocasionado por curto-circuito, deixou novamente a Companhia de «REY COLAÇO-ROBLES MONTEIRO» na situação de paralisação.
Com este incêndio no «TEATRO AVENIDA» acabava definitivamente a representação teatral na «AVENIDA DA LIBERDADE» e a 25 de Setembro de 1970, numa reunião camarária, era decidida a sua demolição.
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SÃO JORGE
O «CINEMA SÃO JORGE» inaugurado no ano de 1950, foi considerado o mais emblemático cinema de LISBOA. O autor do seu projecto foi «FERNANDO SILVAS», que em 1951 recebeu o prémio Municipal de Arquitectura.
Com uma inovadora tecnologia avançada para a época, foi considerado à data da sua inauguração, a maior sala de cinema do país, com cerca de dois mil lugares, ainda hoje recordado pelos lisboetas.
No ano de 1982 sofre obras de renovação, deixando de funcionar uma sala unida, para serem criadas três salas de cinema (duas no piso térreo - antiga plateia) e uma no piso superior (antigo Balcão).
Depois de vários anos sem rumo, no ano 2000 a Câmara Municipal de Lisboa exerceu o direito de compra do imóvel, procedendo de imediato a obras de recuperação do edifício, reabrindo ao público a 24 de Novembro de 2001.
Em Abril de 2003 a gestão do «CINEMA S. JORGE» estava confiada à «EGEAC-E.M.».
HOTEL VICTÓRIA
O edifício do antigo «HOTEL VICTÓRIA» na «AVENIDA DA LIBERDADE» números 168 a 170, foi arquitectura de «CASSIANO BRANCO». Construído no ano de 1936, é considerado imóvel de Interesse Público pelo Decreto número 29-84, DR. 145 de 24 de Junho de 1984, sendo considerado de arquitectura civil modernista.
Representando uma das quatro obras da arquitectura portuguesa contemporânea, o edifício de planta rectangular tem seis pisos.
Está instalado presentemente neste edifício o «CENTRO DE TRABALHO DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS». [FINAL ]
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BIBLIOGRAFIA
ARAÚJO, Norberto de - 1993 - Peregrinação em Lisboa - livro XIV - Patrocínio da Fundação Cidade de Lisboa - VEGA.
FRANÇA, José Augusto - 1997 - LISBOA:Urbanização e Arquitectura - Lisboa - Livros Horizonte
LISBOA DE FREDERICO RESSANO GARCIA(1874-1909) - 1989 - Fundação Calouste Gulbenkian - CML.
MORAIS, João Sousa e ROSETA, Filipe - 2005 - OS PLANOS DA AVENIDA DA LIBERDADE E SEU PROLONGAMENTO - Lisboa - Livros Horizonte.
OLHARES DE PEDRA - 2004 - Edição DEPROSAFEITA,Lda. para a Global Notícias Publicações. S.A..
SANTANA, Francisco e SUCENA, Eduardo (Dir.) - 1994 - DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - 1ª Ed. - SACAVÉM - Carlos Quintas & Associados - Consultores.
VIDAL, Angelina - 1994 - LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA - Lisboa - Vega.
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SITES E BLOGUES
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(PRÓXIMO) - «RUA EDITH CAVELL - A RUA EDITH CAVELL».

2 comentários:

Ricardo Moreira disse...

Para quem, como eu, nunca viu o Teatro Avenida, em que ponto da Avenida ficava?
E qual o edifício que o substituiu (pelo ano em que foi decidida a sua demolição, calculo que o novo edifício não seja propriamente uma beleza)?

APS disse...

Caro Ricardo Moreira

Apesar de ter frequentado este teatro há muitos anos, também eu já estava com dificuldade de o localizar. Mas enfim consegui e aqui vai a explicação:
O TEATRO AVENIDA ficava entre o quarteirão do cinema TIVOLI e a RUA DAS PRETAS. Sensivelmente a meio, quase em frente do "Monumento aos mortos da grande guerra".
O edifício onde está agora instalada a "AGENCIA ABREU" era o que lhe ficava mesmo ligado a Norte.

No lugar do «TEATRO AVENIDA» (e mais um lote) está um monumental edifício de caixilharia castanha escura e todo envidraçado.

Vou enviar-lhe por mail uma imagem da Avenida da Liberdade de 1955, onde podemos observar- O cinema Tivoli, Hotel Victoria, Hotel Lys o Palacete Lambertini, o edifício mais baixo a Sul e à direita da foto é o «TEATRO AVENIDA».
Um abraço
APS