quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ XV ]

 Rua do Grilo - (2005) Foto de APS (O antigo espaço do"Cine-Pátria" na "Rua do Grilo", 46, instalado na propriedade do "Palácio dos Duques de Lafões") in ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (1967) Foto de João H. Goulart (O Cinema "CINE-PÁTRIA" na "Rua do Grilo" números 44B a 46) in   AFML
 Rua do Grilo - (Anos 30 do século XX) (Planta da sala do cinema "CINE-PÁTRIA" no "BEATO", depois de algumas alterações, a sala passou a ter capacidade para 447 espectadores) in  CINEMA AOS COPOS
 Rua do Grilo - (anos 30 de séc. XX) Desenho de autor não identificado (Alçado do "Cine-Pátria" no início dos anos trinta) in  JUNTA DE FREGUESIA DO BEATO
Rua do Grilo - (2013) - (O local onde ficava o cinema "CINE-PÁTRIA", no seguimento do Banco Espírito Santo. Este sítio do  cinema, também era conhecido pelo "Largo do Beato") in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO GRILO [ XV ]

«O CINEMA CINE-PÁTRIA»

No chamado "Bairro do Beato" na época densamente povoado, surge no edifício do antigo "PALÁCIO DOS DUQUES DE LAFÕES" na "RUA DO GRILO" número 46 que, para o mesmo espaço se chegou a projectar  um edifício que devia integrar cinema e habitação, lugar onde se veio a instalar o "CINE-PÁTRIA" quase no inicio do século vinte. A este propósito diz-nos "NORBERTO DE ARAUJO" em (1937) que: "(...) a seguir vê-se a muralha sobre a qual assentavam os jardins, (do Palácio) e foi essa muralha escavada há cerca de trinta anos, e nela se construíram estabelecimentos que antecederam o "ANIMATÓGRAFO" popular".
Sendo a única sala de cinema existente na freguesia do "BEATO", foi fundado no ano de 1917 por "JOSÉ PERDIGÃO", um funcionário da "COMPANHIA CINEMATOGRÁFICA DE PORTUGAL". 
No ano de 1928, é adquirido por "JOSÉ MANUEL GINJA" que o venderia três anos depois à firma "MENDONÇA & SOARES".
Nos anos subsequentes foram introduzidas significativas melhorias na sala e na fachada (que felizmente ainda hoje mantém a traça original), tendo nessa altura o cinema capacidade para acomodar quatrocentos e quarenta e sete espectadores.
Em finais da década de quarenta início de cinquenta, frequentei muito este cinema de "BAIRRO". Lembro-me que quando a lotação se esgotava (principalmente nas tardes de Domingo), os arrumadores colocavam uns bancos corridos na frente da primeira fila, para satisfazer mais uns quantos clientes. Em outras ocasiões o cinema encontrava-se esgotado, só restavam aquelas cadeiras que apanhavam as colunas da sala. Podemos confirmar na imagem da "Planta da Sala" as oito colunas perturbadoras.
A sala era composta de uma plateia, ligeiramente inclinada, acontece que motivado à pouca altura e à falta de adequada  ventilação, durante os meses quentes de verão, com a casa lotada, os espectadores sofriam com o calor ali produzido. Também, devido a sala não ter altura adequada, a cabina de projecção situava-se abaixo do nível normal, pelo que, com a sessão já iniciada, os retardatários eram obrigados a curvar-se para evitar que a sua sombra fosse projectada no ecrã. Existiam ainda os distraídos que para desespero dos mais impacientes, reclamavam pela perturbação que causavam.

O sócio maioritário "BALDOMERO CHARNECA" da firma "MENDONÇA & SOUSA", em 1950 assumiu a gerência do "CINE-PÁTRIA", onde se manteve cerca de  três décadas à frente dos desígnios do cinema.
No ano de 1968 o "CINE-PÁTRIA" acabaria por encerrar as suas portas, reabrindo de novo no início de 70. Já com as obras realizadas de recuperação e remodelação concluídas, o Cinema continuava encerrado. 
Sabe-se que na década de setenta passava filmes  "Indianos" e "Western" e que na última sessão eram projectados filmes pornográficos.

O cinema tem actualmente uma capacidade para 250 pessoas, divididas pela Plateia e Balcão, disposição que, como se sabe, é cada vez mais rara nas salas de cinema. A sala não logrou, porém, obter a rentabilidade esperada, e com o negócio cada vez menos rentável nos últimos anos, a fraca qualidade dos filmes exibidos e a decadência da sala, contribuíram para o afastamento do público do cinema do "BAIRRO".
Tendo  exibido filmes até aos primeiros anos da década de oitenta, foi posteriormente aproveitado para outras actividades de culto religioso.

(CONTINUA)-(RUA DO GRILO [ XVI ] OS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DO BEATO E OLIVAIS»

sábado, 22 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ XIV ]

 Rua do Grilo - (2007) (Uma vista panorâmica da "Rua do Grilo" dividindo as instalações, no lado esquerdo da foto podemos observar os Silos da "MANUTENÇÃO MILITAR") in GOOGLE EARTH
 Rua do Grilo - (1988) Foto de António Sacchetti (Sala do forno contínuo para o fabrico de pão na "Manutenção Militar") in  CAMINHO DO ORIENTE
Rua do Grilo - (2012) Foto de autor não identificado (Aspecto de um forno revestido a azulejos da fábrica do Outeiro-Águeda, de 1954 na "MANUTENÇÃO MILITAR") in  RESTOS DE COLECÇÃO

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO GRILO [ XIV ]

«A MANUTENÇÃO MILITAR ( 5 )»

A «MANUTENÇÃO MILITAR» durante os anos 90 desempenhou um novo tipo de funções. Em várias situações de apoio humanitário, responsabilizou-se pela recepção, armazenamento, distribuição e transporte de milhares de produtos e alimentos.


Actualmente encontra-se em actividades de serviços e apoio à ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, COMÉRCIO DE FARDAS MILITARES, COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEL para veículos motorizados, distribuição de PRODUTOS ALIMENTARES e RAÇÕES DE COMBATE.

Referente ao ano de 2005 encontrámos na INTERNET um documento em PDF onde se referia à "M.M.". Trata-se de um mestrado e pertence à "UNIVERSIDADE DE LISBOA- FACULDADE DE BELAS ARTES" tem como título: "UMA NOVA REDE DE MUSEUS PARA O EXÉRCITO" de Francisco António Amado Rodrigues - Mestrado em Museologia e Museografia - 2005. "(...) a "M.M." é um estabelecimento Fabril do Exército com autonomia administrativa,financeira e patrimonial. No entanto, tem dependência funcional do COMANDO DA LOGÍSTICA. A sua Sede localiza-se em Lisboa. A principal missão da "M.M." é apoiar o Exército nas actividades de fabrico e de apoio logístico nas classes de víveres, combustível e lubrificantes, artigos de cantina e expediente e impressos. Também apoia actividades de pesquisa e instrução no âmbito do SERVIÇO DE INTENDÊNCIA e assegura o apoio logístico às FORÇAS NACIONAIS DESTACADAS em países estrangeiros, em missão de paz. (...) o seu organograma não contempla um museu (ou núcleo Museológico).
No entanto, no gabinete de apoio à Direcção possuí um (a) técnico (a) superior com licenciatura em História.
A "M.M." tem a "SALA DE EXPOSIÇÃO CORONEL "LUÍS ANTÓNIO VASCONCELOS DIAS", onde está essencialmente preservado algum património material da sua actividade Comercial e Industrial. (...) A sala de Exposições da "M.M." não se encontra regularmente aberta ao público. Ainda não possui "REGULAMENTO DE MUSEU" em 2003, o que inviabiliza a avaliação sobre as suas metas, objectivos e política do "MUSEU" de forma a cumprir a designação considerada pelo "CONSELHO INTERNACIONAL DE MUSEUS" e, mais recentemente, pela lei nº 4/2004 de 19 de Agosto de 2004. O ingresso de visitantes é registado apenas a partir de 2001 e, até 2003, o seu número foi sempre inferior a 500".
No Blogue "PATRIMÓNIO NACIONAL" de "RUI PONTE SOUSA" em 10.05.2012 publicava sobre este "MUSEU DA MANUTENÇÃO MILITAR - LISBOA", e dizia ele: "Aqui se encontram várias máquinas industriais de cozinha bem como maquetas e fardamento do pessoal civil. Uma das atracções deste museu é o local onde se encontram os fornos do pão com frentes forradas com painéis de azulejos da fábrica do OUTEIRO - ÁGUEDA, com data da década de cinquenta, e que mostram as várias fases do fabrico do pão, desde a sementeira até ao produto final". ( é recomendável uma visita a este Blogue, é bastante interessante além de ter  muitas fotos do Museu).
A "MANUTENÇÃO MILITAR" está consagrada na toponímia de LISBOA, pela "RUA DA MANUTENÇÃO" (que lhe tiraram posteriormente o MILITAR) e  a "TRAVESSA DA MANUTENÇÃO", artérias desta freguesia do "BEATO". (embora a população desta zona lhe chamasse sempre "RUA DA MANUTENÇÃO MILITAR").

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ XV ] -O CINE-PÁTRIA» 

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ XIII ]

 Rua do Grilo - (2006) Foto de António Sacchetti (Fachada principal da "Manutenção Militar" construída no espaço do antigo "Convento das Freiras Grilas" na "Rua do Grilo") in CAMINHO DO ORIENTE
 Rua do Grilo - (1937) Foto de autor não identificado (O fabrico de bolachas na "Manutenção Militar" na "Rua do Grilo" nos finais dos anos trinta do século passado) in  ARQUIVO NACIONAL TORRE DO TOMBO-DIRECÇÃO GERAL DE ARQUIVOS
 Rua do Grilo - (ant. 1993) Foto de autor não identificado (Bateria de seis fornos, revestidos a azulejos datados de 1954 da fábrica do Outeiro-Águeda, com várias fases de fabrico de pão, na "Manutenção Militar" na "Rua do Grilo") in PELAS FREGUESIAS DE LISBOA-CML
Rua do Grilo - (1998) - Foto de António Sacchetti (Prensa para moldar bolachas por processo contínuo, exposta no "Museu da Manutenção") in CAMINHO DO ORIENTE


(CONTINUAÇÃO - RUA DO GRILO [ XIII ]

«A MANUTENÇÃO MILITAR ( 4 )»

Para a laboração deste enorme conjunto de equipamentos instalaram-se infraestruturas energéticas condizentes em termos de potência. Antes de 1911, existia uma máquina a vapor horizontal que accionava a moagem e duas verticais com força individual de 50 c/v. As máquinas verticais trabalhavam alternadamente, fornecendo energia eléctrica aos restantes serviços. 
Mais tarde, depois da ampliação constante das diversas unidades produtivas, tornou-se necessário o aumento da força motriz.
A máquina inicial foi substituída por outra de 300 c/v e as verticais deram lugar a duas com potência de 750 c/v.
Assim, da época do vapor, passava-se aos poucos para a época da electricidade. A fase de produção inicialmente resultava da força do vapor aplicada a dínamos.
Foram instaladas turbinas a diesel mais tarde, que autonomamente produziam energia para as diferentes empresas fabris. Em 1921 era instalado na "MANUTENÇÃO MILITAR" uma central a "DIESEL" eléctrica de dois grupos.
Passados seis anos eram implementados novos grupos "POLAR-ASEA" (250cv/210Kva) e, em 1931 outro grupo da mesma marca com (80cv/80Kva).
Simultâneamente com os motores instalaram o quadro respectivo  de distribuição e manobra dez painéis, com uma bancada de manobra e cem motores eléctricos. 
Um novo equipamento para a fabricação de bolachas, foi publicado em 19 de Janeiro de 1955 no "DIÁRIO DA REPÚBLICA", pelo Decreto nº 40 039 em que autorizava a "MANUTENÇÃO MILITAR" na aquisição à "SOCIEDADE COMERCIAL LUSO-ITALIANA, LDA.", o fornecimento de uma instalação completa para o fabrico de bolachas, no valor total de um milhão oitocentos e seis mil duzentos e trinta e um escudos e sessenta centavos.
O período também muito importante para a expansão da "MANUTENÇÃO MILITAR" e para a confirmação da função abastecedora desta unidade, relaciona-se com o final dos anos 50 e início dos anos 60.
A situação prende-se com o decorrer da "GUERRA COLONIAL" e a urgência de uma resposta constante às necessidades do abastecimento militar (apesar da instalação de algumas Delegações existentes no Ultramar) e a toda a população civil, que cada vez, em maior número trabalhavam nas diversas fábricas  e oficinas da "MANUTENÇÃO MILITAR".
Na década de 70, instalaram-se ainda alguns sectores da industria alimentar, um destes exemplos pertence à fábrica de pastelaria e confeitaria. A primeira abastecia principalmente os supermercados e as messes e a segunda tinha como objectivo complementar a fábrica de pão. Criou-se ainda uma fábrica de fritos, projectada para o fabrico de salgados (fritos e congelados), tendo sido depois remodelada de modo a incrementar o fabrico dos ultra-congelados.
Com a "REVOLUÇÃO do 25 de ABRIL" houve uma certa retracção. Os anos que se seguiram foram de adaptação a uma nova realidade, publicando-se, inclusive, novas orientações legislativas. No ano de 1992 iniciou-se um processo de reestruturação orgânica e funcional, sendo suprimidos a maioria dos seus supermercados.
Com estas alterações funcionais parte dos trabalhadores do activo tornaram-se excedentários, diminuindo também o pessoal operacional.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ XIV ]-A MANUTENÇÃO MILITAR (5)»

sábado, 15 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ XII ]

 Rua do Grilo - (2009) (Edifício com influência de Arquitectura tipicamente Inglesa, do último quartel do século XIX. A "MANUTENÇÃO MILITAR" instalou-se no antigo "CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS") in RESTOS DE COLEÇÃO
 Rua do Grilo - (1917) (Album da "M.M.") (Fábrica e fornos de pão na primeira década do século XX) in CAMINHO DO ORIENTE
Rua do Grilo - (1998) Foto de António Sacchetti (O amassador eléctrico na sala dos fornos da "Manutenção Militar") in  CAMINHO DO ORIENTE


(CONTINUAÇÃO - RUA DO GRILO [ XII ]

«A MANUTENÇÃO MILITAR ( 3 )»

Em termos funcionais e industriais a «MANUTENÇÃO MILITAR» compunha-se de: uma fábrica de moagem de cereais; uma padaria; uma oficina para o fabrico de massas alimentares; uma oficina para bolachas e produtos similares; um depósito de material de padarias de campanha; armazéns para trigo, farinhas, massas e outros produtos ou géneros destinados à alimentação dos militares; oficinas de reparações de material; um laboratório químico e tecnológico para estudo de cereais, farinhas, fermentos, assim como pão e outros produtos; secretaria e suas dependências, alojamento de pessoal, enfermaria e cavalariças.
Nos projectos iniciais encontra-se concebida uma das primeiras estruturas de ensilagem moderna do país.
A «MANUTENÇÃO MILITAR» tinha conservado a organização inicial até ao ano de 1907. Só então, através do novo regulamento, redimensionou a sua estrutura e produção.  Daqui por diante, cabia-lhe o fornecimento de todos os géneros de alimentação às tropas (rancho e conservas) e instrução na parte fabril. dos oficiais e praças da "COMPANHIA DE SUBSISTÊNCIA" no serviço de campanha; a apresentação da proposta para a aquisição de matérias-primas, géneros e forragens; a organização de reservas de todos os produtos fabricados de acordo com os índices de consumo indicado pelo "MINISTÉRIO DA GUERRA".
A autonomia administrativa é alcançada pelo regulamento de 1911, libertando-se de um papel meramente executivo.
Com a entrada para o cargo directivo de um dos homens mais enérgicos que passaram pelas chefias da "M.M.", o Coronel "LUÍS ANTÓNIO VASCONCELOS DIAS", de 09.06.1911 a 08.12.1920), operou-se várias mudanças.
Até cerca de meados dos anos 30, um dos períodos cronológicos mais importantes para o crescimento e afirmação da "M.M.", desenvolvem-se as suas estruturas industriais e alarga-se o seu dispositivo a todo o território nacional.
A "M.M." estava agora a concretizar uma área de produção baseada no decreto da sua fundação. Para tal vamos muito resumidamente descrever as principais fábricas que nasceram nessa época.
FABRICA DE MOAGEM
(Distribuída por três andares em 1922 estava com 8 amassadores eléctricos e 16 fornos metálicos, nessa altura ultrapassava sensivelmente os cinquenta mil quilos de pão). (No livro «Farinhas, Moinhos e Moagens» de 1999 diz-nos que no ano de 1926, entre diversos estabelecimentos moageiros que existiam em LISBOA a no país, a moagem da "M.M." era considerada a maior do país". "(...) com dois moinhos, de uma capacidade total de 300 000 Kg em 24 horas)". ( 1 )
FABRICA DE MASSAS
(Com dois fornos contínuos)
FABRICA DE CONSERVAS
(Integrando também frutos cristalizados)
REFINARIA DE AÇÚCAR
(Com uma produção média de 4500 quilos por dia)
MATADOURO E SALSICHARIA
(Produção de ração para gado, na Salsicharia fabricava 75 quilos de chouriço de sangue, 150 quilos de chouriço de carne, 90 quilos de farinheira e 150 quilos de banha em 24 horas de serviço).
LEITARIA E FÁBRICA DE MANTEIGA
(Produzia a manteiga necessária para o fabrico das bolachas e abastecia deste produto as diversas sucursais do país, "COIMBRA" por exemplo).
TRATAMENTO DE VINHOS
(Instalado junto da Estação de caminho-de-ferro na "RUA JOSÉ DO PATROCÍNIO" em MARVILA, com um depósito de vinhos com capacidade total de 606 600 litros. Ali se procedia também ao engarrafamento, dispondo de três máquinas de engarrafamento, lavagem, de rolhamento e capsulagem). 
O conjunto destas fábricas tinham como apoio técnico e funcional um número elevado de oficiais também na área produtiva como: latoaria, serração, lavandaria, canastraria, tipografia etc. etc.

( 1 ) - Boletim do Trabalho Industrial, Nº 36 de 1926.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ XIII ]-A MANUTENÇÃO MILITAR ( 4 )»

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ XI ]

 Rua do Grilo - (1964) Foto de APS (Programa do espectáculo realizado pela F.N.A.T. no Salão de Festas da "MANUTENÇÃO MILITAR", por ocasião do seu aniversário) in  ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (1964) - Foto de APS (Elenco do Espectáculo realizado pela F.N.A.T. no Salão de Festas da "M.M.", no dia do seu aniversário 6 de Junho de, dedicado ao seu pessoal) in ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (2006) (A "MANUTENÇÃO MILITAR" numa perspectiva vista dos silos) in RESTOS DE COLECÇÃO
Rua do Grilo - (2013) - (A "MANUTENÇÃO MILITAR" pelo lado Norte junto da linha ferroviária, que representava a cerca do antigo "Convento das freiras Grilas") in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO - RUA DO GRILO [ XI ]

«A MANUTENÇÃO MILITAR ( 2 )»

As instalações da «MANUTENÇÃO MILITAR» passaram de uma construção religiosa: o antigo «CONVENTO DA FREIRAS GRILAS» (profanado), a um conjunto fabril monumental, marcado pelo ritmo da "REVOLUÇÃO INDUSTRIAL".
O grande edifício que actualmente identifica a "MANUTENÇÃO MILITAR", reconstruído segundo os planos do engenheiro e professor da "Escola do Exército", "JOAQUIM RENATO BAPTISTA", data do último quartel do século XIX. Ostenta um relógio (comprado e instalado posteriormente, provavelmente nos anos 50 do século XX), é caracterizado por uma simetria de formas e de volumes marcados por um corpo central com frontão.
O edifício espelha uma arquitectura industrial de influência tipicamente inglesa e muito aplicada às industrias do ESTADO, muito embora corresponda provavelmente, às fundações do antigo Convento.
Com a construção de diversos edifícios, numa vasta área desde o Tejo, onde foi conquistado alguns terreno (aterros), de que são exemplo o "CAIS DA MANUTENÇÃO MILITAR", mais tarde integrado na A. G. P. L., revestindo-se de uma feição mais industrial e onde se encontravam a maioria das actividades produtivas de panificação e bolachas, para o "Exército Português". 
A "RUA DO GRILO" delimita uma área Sul e uma área Norte. Assim, a Norte encontram-se instalações com uma compleição racionalista e cujas funções se relacionam mais com os serviços administrativos, de que destacamos o edifício da Direcção, bom exemplo de arquitectura, executado pela firma «SOCIEDADE DE CONSTRUÇÕES AMADEU GAUDÊNCIO, LDA» em 1929. O espaço Norte foi alargado através de terrenos insolventes. A aquisição de uma parte da "Quinta dos Duques de Lafões" é disso exemplo.
O acesso a esta zona, que fica para lá da linha do caminho de ferro, teve de ser rasgada através de um túnel sob a linha férrea do Norte, onde possuíam largas instalações designadas por; "GARE DA MANUTENÇÃO". Parte dos terrenos localizados nesta área foram utilizados para construção de algumas habitações sociais.
A "MANUTENÇÃO MILITAR", a par da implementação da industria alimentar preocupou-se também com os trabalhadores, tanto civis como militares.  Ainda que estas preocupações tenha começado principalmente a partir dos anos 20, é durante a década de quarenta que sofre um forte impulso, inserindo-se na política social desenvolvida pelo " ESTADO NOVO".
Alguns dos serviços criados relacionam-se com o apoio materno-infantil (creches, escolas pré-primária e primária), a assistência médica e medicamentosa, com a caixa de previdência para o pessoal. E outras iniciativas tiveram lugar com um Refeitório, Sala de Estar e Balneário e ainda uma sala de Cinema e Espectáculos, inaugurado no ano de 1959 e a sua construção foi efectuada por empreitada de "CARLOS DURÃO"  de iniciativa dos Directores Coronel "ROSADO JÚNIOR" e Coronel "MANUEL DOMINGOS".  O Super Mercado é do risco do Arquitecto "NUNO CABEÇADAS" de 1977.
Ainda aquando do aniversário da «MANUTENÇÃO MILITAR» era usual fazer-se uma grande festa realizada no salão de festas deste departamento, um "Serão para trabalhadores" organizado pela F.N.A.T. e dedicado ao pessoal em serviço na "MANUTENÇÃO MILITAR". Além do espectáculo cultural e recreativo, era habitual presentearem não só com um magnifico "Beberete", como era entregue a cada colaborador da F.N.A.T., um saco com os produtos que a "M.M." ali produzia. Tenho ainda ideia de um tipo de bolachas (fabrico exclusivo da "M.M.") de duas qualidades: uma amanteigado e outra de chocolate, (se não estou em erro) eram designadas por "TARATAS" eram uma delícia.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ XII ] A MANUTENÇÃO MILITAR (2)»  

sábado, 8 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ X ]

 Rua do Grilo - (2005) Foto de APS (Fachada do edifício da "MANUTENÇÃO MILITAR" na "Rua do Grilo" no local onde existiu o "CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS") in  ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo (1987) - (Planta Aerofotogramétrica das instalações da "Manutenção Militar" na "Rua do Grilo". O tracejado a Norte na linha ferroviária, corresponde ao túnel de passagem para o resto das instalações fabris) in CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
Rua do Grilo - (2007) (Uma vista das instalações da "MANUTENÇÃO MILITAR" na "RUA DO GRILO" e antigo espaço do "CONVENTO DAS GRILAS") in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO GRILO [ X ]

«A MANUTENÇÃO MILITAR ( 1 )»

No antigo Convento das freiras ermitas descalças "GRILAS" da Ordem de "SANTO AGOSTINHO" (na "RUA DO GRILO) fundado por "D. LUÍSA DE GUSMÃO", após a morte da última religiosa em Maio de 1888, por decisão governamental, foi instalada a «MANUTENÇÃO MILITAR».
Este estabelecimento do Exército sucedera à antiga "PADARIA MILITAR", fundada em 1861 e cuja sede estava localizada no "ATERRO", próximo à "ROCHA DO CONDE DE ÓBIDOS".
A ideia que esteve por detrás da construção de um dos mais importantes estabelecimentos militares foi "a tentativa de fabricação e fornecimento de pão ao exército por administração directa".
Os avanços da tecnologia da moagem e do fabrico de bolachas não se compadeciam dos sistemas e práticas que outrora se faziam em PORTUGAL. Os fornos do "VALE DE ZEBRO" na margem esquerda do TEJO (próximo de Palhais-Barreiro), importantes no seu tempo, estavam ultrapassados. O crescimento das forças militares e do serviço militar obrigatório (nessa altura), exigia a criação de autenticas fábricas para o abastecimento das tropas.
As obras de construção dos edifícios para o fabrico de pão começaram em 1889, e prolongaram-se até início do século XX, com um orçamento de Seiscentos e trinta contos de réis. No final a «MANUTENÇÃO MILITAR» abarcava 38 edifícios às diversas especialidades da moagem de farinhas ao fabrico de pão e bolachas.
Em 11 de Junho de 1897 é aprovado o PLANO DE ORGANIZAÇÃO da "MANUTENÇÃO MILITAR" por decreto do rei "D. CARLOS".
O Capitão de Engenharia "JOAQUIM RENATO BAPTISTA" foi encarregado de proceder aos vários estudos, dirigir os trabalhos para a instalação dos vários serviços da "MANUTENÇÃO MILITAR" e escolher os melhores equipamentos para as várias fábricas e oficinas.
O PLANO da "MANUTENÇÃO MILITAR", só foi possível ser concretizado devido ao zelo do antigo director da "PADARIA MILITAR", major "CARLOS HONÓRIO DE FARIA", que conseguiu, com a sue gerência, a dotação de importantes verbas.
O primeiro Regulamento da "MANUTENÇÃO MILITAR" data de 1907, e aí se especifica "que é um estabelecimento com sede em LISBOA (RUA DO GRILO-BEATO), com sucursais e depósitos noutros pontos do país, destinado à preparação de viveres ao Exército e a outras instituições oficiais".
De acordo com o referido Decreto de 11 de Junho de 1897, o principal objectivo da "MANUTENÇÃO MILITAR" residia na fabricação de farinhas, pão e outros produtos alimentares, para abastecer o Exército, a Armada e os vários corpos e estabelecimentos dependentes dos MINISTÉRIOS DO REINO - (JUSTIÇA, GUERRA e MARINHA), bem como fornecer forragens aos solípedes do Exército. Outras funções foram-lhe ainda atribuídas, como o dever de fornecer as padarias municipais as farinhas necessárias para o fabrico de pão e o abastecer directamente a público em geral, em época de crise.
Esta nova industria alimentar ficava dependente do "MINISTÉRIO DA GUERRA" e subordinada à "DIRECÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO MILITAR".

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ XI ] A MANUTENÇÃO MILITAR (2)»   

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ IX ]

 Rua do Grilo - ( 2005) Foto de APS (A "Rua do Grilo" antigo espaço onde cerca de 200 anos permaneceu o "CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS")  in  ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (2005) - Foto de APS ( Nestes terrenos existiu o "Convento das Freiras Grilas" as religiosas "Descalças de Santo Agostinho") in ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (1970) Foto de João H. Goulart (A "Rua do Grilo" dividia o "Convento das Freiras Grilas" da cerca, que se estendia para lá da linha do caminho-de-ferro. Onde está este portão e junto do "Palácio dos Duques de Lafões", seguia a cerca do Convento) in AFML
Rua do Grilo - (2013) (Uma perspectiva da "Rua do Grilo" tendo ao nosso lado direito o lugar onde existiu o "Convento das Freiras Grilas" e no lado esquerdo a sua cerca, que se prolongava para lá da linha do caminho-de-ferro) in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO)-RUA DO GRILO [ IX ]

«O CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS ( 3 )»

Embora irreconhecível no actual conjunto da "MANUTENÇÃO MILITAR" que corre ao longo da "RUA DO GRILO", o antigo Convento das "AGOSTINHAS DESCALÇAS", vulgarmente chamadas as «GRILAS», é uma peça central, na definição urbana de toda a vasta área, tal como a congénere congregação masculina dos «GRILOS».

Da antiga estrutura conventual pouco ou nada resta, além de algumas paredes e abóbadas, tendo desaparecido toda a decoração da Igreja, onde,  como se afirma na documentação, se destacavam as pinturas de "BENTO COELHO DA SILVEIRA" e "ANDRÉ GONÇALVES". No entanto, temos de realçar a unidade desta grande propriedade que se estendia dos dois lados da via pública (RUA DIREITA DOS GRILLOS), reunindo numa só por vontade da rainha "D. LUÍSA DE GUSMÃO", pelo menos duas quintas distintas: uma que pertencera a "D. FRANCISCO DE MASCARENHAS", Governador de MACAU (07.08.1623), que a tradição diz aqui ter plantado a primeira laranjeira doce trazida do Oriente, depois adquirida em praça pública por "FRANCISCO DE MELO" "CONDE DA PONTE E MARQUÊS DE SANDE"; e a outra que fora de "GONÇALO VASQUES DA CUNHA" possivelmente a que ficava a poente, do lado superior da Estrada.

Através de um passadiço em arco que unia sobre a "RUA DO GRILO"  as duas partes do conjunto - a casa Conventual do lado do rio e os terrenos da cerca em frente - era uma imagem de marca nesta zona, pontuando durante muito tempo com a sua aparência harmónica o tom pausado deste antigo caminho suburbano.

Diz-nos ainda «ALBERTO PIMENTEL» que o "CONVENTOS DAS GRILAS" era vasto sem que todavia, nada tenha de monumental. As "AGOSTINHAS DESCALÇAS" não ostentavam pompas monásticas e no interior do Convento havia todo o aspecto de uma clausura severa; longos corredores sombrios, celas estreitas e mal iluminadas. O Convento era disposto em três alas formando um claustro quadrado, cujo lado Sul era delimitado pelo TEJO.
Deste Convento antigo nada resta; a antiga Igreja passou a um laboratório. No início do século XX ainda se podia ver um ou outro vestígio, as moradias dos oficiais, que ocupavam o espaço, as antigas celas, embora restauradas e ampliadas, será o que resta da lembrança da "Casa" das freiras "GRILAS".

O grande Terramoto destruiu parte do Convento que, posteriormente, chegou a ser reestruturado, embora a Igreja tivesse de ser reconstruída de base.
Durante o período da revolução industrial, o Convento sofreu profanações e a sua estrutura foi alterada para poder ser adaptada a outros fins.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ X ] A MANUTENÇÃO MILITAR (1)» 

sábado, 1 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ VIII ]

 Rua do Grilo - (1986) Foto de APS ( O edifício da "Manutenção Militar" na "Rua do Grilo", local do antigo "CONVENTOS DAS FREIRAS GRILAS") in  ARQUIVO/APS 
 Rua do Grilo - (1986) Foto de APS (A "Rua do Grilo" no lado esquerdo prolongava-se a cerca do "CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS", depois instalações da "Manutenção Militar") in ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (dep. de 1640) - ("D. JOÃO IV" rei de Portugal e dos Algarves, marido de "D. Luísa de Gusmão", que  depois da morte do esposo, foi regente do trono português) in WIKIPÉDIA
 Rua do Grilo - (1663?) Composição de Marlene Correia ("D. LUÍSA DE GUSMÃO" foi fundadora de dois Conventos na zona do GRILO. Um para religiosos masculinos e outro para religiosas femininas das "Descalças de Santo Agostinho", que vieram a ser conhecidas pelas "GRILAS"). in  ESPAÇO EFA
Rua do Grilo - (2013) Foto de autor não identificado (Estas religiosas das "Agostinhas Descalças" -possivelmente da mesma Ordem das nossas "Grilas" - deixaram o seu Mosteiro de "Santo Sepulcro" em Alicante, Espanha onde viviam desde Dezembro de 1597) in ORDEM DOS AGOSTINIANOS RECOLETOS 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO GRILO [ VIII ]

«O CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS ( 2 )»

«D. LUÍSA DE GUSMÃO» aqui fez testamento em 26 de Fevereiro de 1666, no qual estipulou que o seu corpo fosse depositado na "IGREJA DO SACRAMENTO", "enquanto Sua Majestade lhe não fizesse a sua Igreja, e sepultura no Mosteiro das (...) Descalças de Santo Agostinho, de quem se apartava com tanto sentimento" ( 1 ).
Diz-nos "NORBERTO DE ARAÚJO": "D. LUÍSA DE GUSMÃO", mulher de "D. JOÃO IV, terá fundado em Abril de 1660, e destinado às religiosas Descalças daquela Ordem. Nesta casa religiosa, ainda então não concluída, se recolheu em 23 de Junho de 1662 a rainha fundadora, que nele morreu a 27 de Fevereiro de 1666.
Falecida a rainha, "D. AFONSO VI" mandou continuar as obras das duas fundações da mãe, escrevendo desde logo aos prelados dos dois Mosteiros garantindo-lhes igual cuidado ao prestado pela rainha. No dia da conclusão das obras da Igreja das Freiras "GRILAS" em 28 de Agosto de 1706 "(...) nela houve pomposa festa com assistência de El-Rei "D . PEDRO II" e de toda a corte" ( 2 ).
Uma vez concluído o jazigo, em 1713, "D. JOÃO V" fez cumprir a vontade da avó, ali depositando "seus ossos até Final Juizo" ( 3 ).

O Mosteiro, erguido entre a praia e a via pública, ligava-se à cerca fronteira por um passadiço em arco sobre a estrada. Em 1734 as religiosas contraíram um empréstimo de três mil cruzados "para continuação das obras do dito Convento e regularidade da clausura dele (...)" ( 4 ).
Da Igreja sabe-se que era escura e de reduzidas dimensões, "mas muito rica em pedraria e obras de talha" ( 5 )


Em 1833, o conjunto é assim descrito:"encostado à beira-mar, no rio Tejo, sobre fortíssimas muralhas, cujo Convento termina com o cais dos "Duques de Lafões" pelo nascente (...) a Igreja é ornada de quadros, os quais se conservam com muito zelo, e mostram ser pinturas de "ANDRÉ GONÇALVES" (isto as mais modernas), e as antigas são de "BENTO COELHO DA SILVEIRA" ( 6 ).

Já com os terrenos da cerca cortados pelo Caminho-de-ferro, com a morte da última freira em (1888), a propriedade foi destinada ao "MINISTÉRIO DA GUERRA". No antigo edifício conventual (reedificado segundo projecto do "Engº JOAQUIM RENATO BAPTISTA"), do qual se vêem ainda na fachada  com seu corpo central de frontão triangular e na cerca instalou-se também a "MANUTENÇÃO MILITAR". A adaptação à fábrica de moagem, bolachas e padaria, sacrificou inevitavelmente a Igreja que chegara a albergar seiscentos fiéis.

Em 1889 procedeu-se à transladação para "SÃO VICENTE DE FORA" dos restos mortais da rainha fundadora, sepultada atrás do altar-mor da primitiva Igreja, verificando-se então, "que o ataúde tinha sido violado" ( 7 ).
Os silhares de azulejos que enriqueciam o velho Convento, foram retirados e colocados nos claustros da "CONVENTO E IGREJA DA MADRE DE DEUS" em Xabregas.

( 1 ) - FREIRE, Fr. Sebastião.
2 ) - BRANCO, Manuel Bernardes, História das Ordens Monásticas em Portugal, Lisboa, Livraria Editora de Tavares Cardoso & Irmão, 1888, Vol. III, p. 255.
( 3 ) - IAN/TT, Fundo das Gavetas, gaveta 16, mç. 2, nº 30.
( 4 ) - IAN/TT, CN, C-11, Lº 525, Cx. 120, fls, 49v-51. 
( 5 ) - BRANCO, Manuel Bernardes, ob. cit., Vol III, p. 255
( 6 ) - PEREIRA, Luís Gonzaga, Monumentos Sacros de Lisboa em 1833, Lisboa, BNL, 1927, pp, 221-223.
( 7 ) - OLIVEIRA, E. Freire de, Elementos para a História do Município de Lisboa, Lisboa, Typographia Universal, 1894, T VIII, p. 585.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ IX ] O CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS (3)»