quarta-feira, 29 de novembro de 2017

RUA DO CAPELÃO [ II ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 2 )»
 Rua do Capelão - (Início do século XX) Desenho de Roque Gameiro (1864-1935)  -  (O grande Mestre do desenho e da pintura,  elaborou um retracto da SEVERA, segundo indicações de pessoas contemporâneas da fadista, pensamos ser este o mais aproximado, mas não afirmamos. MARIA SEVERA terá falecido em 1846 e a primeira máquina fotográfica introduzida em Portugal andará por volta do anos de 1847)    in    HISTÓRIAS DO FADO
 Rua do Capelão  - (2017)  -  (Vista de cima da "RUA DO CAPELÃO" agora mais encurtada com a realização do "LARGO DA SEVERA"  in   GOOGLE EARTH
 Rua do Capelão - (entre 1900 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia  -  (Entrada da "RUA DO CAPELÃO" -a rua onde MARIA SEVERA terá eventualmente morado-, quem se apresente pela "RUA DA MOURARIA" - agora zona pedonal -) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
 Rua do Capelão - (entre 1900 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia - Negativo de gelatina e prata em vidro)  -  Casa da MARIA SEVERA na "RUA DO CAPELÃO", ao fundo o futuro "LARGO DA SEVERA")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua do Capelão - (31.01.1902)  Foto de Machado & Sousa  -  (Entrada da RUA DO CAPELÃO" na "RUA DA MOURARIA")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)    in   AML 
Rua do Capelão -  (2008)  - ( Num dos cunhais da "RUA DO CAPELÃO" esta afixada uma pedra de mármore rosa, um baixo relevo com o nome da "RUA DO CAPELÃO" e dizeres: Símbolo da Mouraria e Matriz do Fado)   in   URBANUS DETALHE


(CONTINUAÇÃO) - RUA DO CAPELÃO [ II ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 2 )»

«MARIA SEVERA ONOFRIANA», filha de SEVERO MANUEL DE SOUSA e de ANA GERTRUDES SEVERA (Alcunha adaptada do nome próprio do marido), foi baptizada em 12 de Setembro de 1820 na PARÓQUIA DOS ANJOS, razão pela qual há quem refira que ela terá nascido na MOURARIA, onde de facto, na "RUA DO CAPELÃO, viveu parte da sua vida, e onde faleceu em 1846.
A colocação de uma lápide comemorativa do seu nascimento na "RUA VICENTE BORGA" (antiga "RUA DA MADRAGOA"),confirma a importância deste BAIRRO HISTÓRICO  na génese do FADO. A memória da mítica SEVERA com a colocação da lápide no local do seu nascimento, marca o início da evocação de outros grandes símbolos do FADO.
Não havendo pois absoluta certeza ou registo do local exacto do nascimento de SEVERA, há no entanto referências claras que indicam que ele se deu em 26 de Julho na MADRAGOA, na então "RUA DA MADRAGOA", actual RUA VICENTE BORGA, onde a mãe tinha uma Taberna. A data do nascimento é o que consta no registo do seu posterior baptismo em Setembro.
PINTO DE CARVALHO (TINOP) em "HISTÓRIA DO FADO", de 1903, indica que: "após investigações algo trabalhosas e demoradas, conseguimos, enfim, tirar a limpo a vida acidentada desta (meio-soprano dos conservatórios do vício). Maria Severa - assim se chamava - não era cigana como propalou a lenda, mas nasceu na MADRAGOA. Sua mãe, a "BARBUDA", tinha uma das três Tabernas que então existia naquela (RUA chamada da MADRAGOA), e alcunhavam-na assim, porque possuía tanta barba, que a obrigava a cortá-la frequentemente e a cobri-la com um lenço. Ali a "SEVERA" batia o fado com o MANOZINHO, o mais antigo fadista do sítio e com o "MESQUITA", um fadista que andava embarcado".

Existem outras referências sobre a fadista que indicam que depois do seu nascimento na "RUA VICENTE BORGA" e antes da sua fixação até final da sua vida na RUA DO CAPELÃO, terá morado noutros sítios da cidade.
Em 1831 habitava a "RUA DIREITA DA GRAÇA",  escrevendo-se também que viveu com sua mãe no "PÁTIO DO CARRASCO, ao LIMOEIRO, e na TRAVESSA DO POÇO DA CIDADE, no BAIRRO ALTO.

É pois redutora a ideia, variadas vezes difundida, que a mítica fadista nasceu, morou e faleceu confinada a um bairro da cidade.
O nascimento e a morte de MARIA SEVERA nos bem característicos e antigos bairros da MADRAGOA e da MOURARIA, não só os une na história da cidade, como também na "história do fado" e da sua génese. Pela importância que a MADRAGOA teve na primeira fase na vida da SEVERA, é pois bem merecida a colocação da lápide evocativa.

NESTE LOCAL ONDE SUA MÃE TINHA UMA TABERNA SEGUNDO A TRADIÇÃO, NASCEU EM 26 DE JULHO DE 1820  A MÍTICA FADISTA «MARIA SEVERA ONOFRIANA». Homenagem da CIDADE em 26.07.2013 - CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA - JUNTA DE FREGUESIA DE SANTOS-O-VELHO.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO CAPELÃO[ III ] O 1.º DE DEZEMBRO DE 1640»

sábado, 25 de novembro de 2017

RUA DO CAPELÃO [ I ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 1 )»
 Rua do Capelão - (19--) Foto de Eduardo Portugal   -  ("RUA DO CAPELÃO, esquina com o "BECO DO FORNO", edifício onde dizem ter vivido a "SEVERA")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML 
 Rua do Capelão - (2017)  -  (Panorâmica da "MOURARIA" em particular a "RUA DO CAPELÃO, num casario seiscentista)   in   GOOGLE EARTH
 Rua do Capelão  -  (2017)  -  (Panorâmica da "MOURARIA" - um pouco mais aproximado - onde se insere a "RUA DO CAPELÃO" possivelmente última residência da Fadista)  in  GOOGLE EARTH
Rua do Capelão - (entre 1890 e 1945) Foto de José Artur Leitão Barcia  -  (O "LARGO DA SEVERA",  fazia parte da "RUA DO CAPELÃO)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua do Capelão - (entre 1901 e 1970) Foto de Ferreira Cunha  -  (A última casa onde morou a SEVERA, na RUA DO CAPELÃO) (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML 
 Rua do Capelão - (entre 1909 e 1984) Foto de Armando Ferrari  -  (A "RUA DA MOURARIA" e a entrada para a "RUA DO CAPELÃO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   AML 
Rua do Capelão - (1932) Foto de Eduardo Portugal (negativo de gelatina e prata em vidro) - (A "RUA DA MOURARIA" vista da "RUA DO CAPELÃO")  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML

"RUA DO CAPELÃO" [ I ]

«A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 1 )»

A "RUA DO CAPELÃO" pertencia à freguesia do "SOCORRO", hoje com a "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012" passou a pertencer à freguesia de «SANTA MARIA MAIOR».
Temos conhecimento por "CRISTÓVÃO RODRIGUES DE OLIVEIRA" autor de "LISBOA EM 1551 - SÚMARIO" pág. 21, que nessa época já existia a "RUA DO CAPELÃO" (um pouco mais comprida)  e pertencia nessa altura, à freguesia de "SANTA JUSTA".
A "RUA DO CAPELÃO" começa na "RUA DA MOURARIA" no número 90 e finaliza na "RUA DA GUIA" no número 1. No entanto, em 18 de Dezembro de 1989 a edilidade pegou num troço da própria "RUA DO CAPELÃO" entre o "BECO DO FORNO" e a "RUA DA GUIA", para consagrar a «SEVERA» com um "LARGO", sendo essa a figura principal do nosso tema, na "RUA DO CAPELÃO". Assim, devemos rectificar o final da "RUA DO CAPELÃO" que hoje não finaliza na "RUA DA GUIA" mas sim no "LARGO DA SEVERA".
A "RUA DO CAPELÃO" é uma Rua típica e mística da MOURARIA. O seu nome  estará possivelmente ligado a um oratório numa parede com frente para a "RUA" e que merecia a maior devoção dos habitantes do lugar, que "à tardinha" ali se reuniam para rezar.
A "RUA DO CAPELÃO" é envolvida em pequenos BECOS que nos levam à "RUA MARQUÊS DE PONTE DE LIMA". Repetem-se as casinhas que em tempos tiveram outra cor e algumas com vestígios da graça que as vestiu no final do século XVIII.
Diz-nos "NORBERTO DE ARAÚJO", nas suas "PEREGRINAÇÕES EM LISBOA", Vol. III, pág. 70 - "Da "RUA DO CAPELÃO, no largo, ao fundo nasce o "BECO DO FORNO", que corre para tràs de um prédio vulgar, e vai sair na parte estreita da RUA. Pois foi no prédio da esquina deste "BECO DO FORNO" e "RUA DO CAPELÃO" no número 34, do lado de baixo, que assentou, ao nível do chão - ou no primeiro andar segundo outras versões -  a "CASA DA SEVERA",  rameira célebre da MOURARIA, e que viveu algum tempo na "RUA DA AMOREIRA" no "BAIRRO ALTO".

A "SEVERA" e sua inseparável mãe mudaram-se para a "RUA DO CAPELÃO"  (vulgarmente chamada de "RUA SUJA"), então bastante frequentada pela marujada Inglesa e portuguesa.
A "SEVERA" cantava e "batia o fado" na  "TABERNA DA MARIA ROSÁRIA DOS ÓCULOS", que ficava no topo da "RUA DO CAPELÃO", na chamada casa de pedra. 
Algumas quadras (anónimas e alusivas à morte de MARIA SEVERA, estão entre os mais antigos versos ligados a musa da "RUA DO CAPELÃO").

                O FADINHO DA SEVERA 
                VAI DIREITO AO CORAÇÃO; 
                CANTAI O FADO DA MUSA 
                DA RUA DO CAPELÃO. 

               
               CHOREM, CHOREM OS FADISTAS 
               E CHORE TODA A NAÇÃO!  
               MORREU A SEVERA, A FLOR 
               DA RUA DO CAPELÃO!  

               A SEVERA MORREU JOVEM,
               TRISTE FOI O SEU CONDÃO; 
               CHORAI FADISTAS, A DEUSA 
               DA RUA DO CAPELÃO.

               QUANDO A SEVERA FALECEU, 
               AS GUITARRAS SOLUÇARAM,
               TODA A MOURARIA GEMEU,  
               E OS FADISTAS CHORARAM. 

(CONTINUA).(PRÓXIMO)«RUA DO CAPELÃO [ II ]A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA(2)»

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

RUA BRAAMCAMP FREIRE [ II ]

«BRAAMCAMP FREIRE UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO ( 2 )»
 Rua Braamcamp Freire - (1964-03) foto de Artur João Goulart   -  (A "RUA BRAAMCAMP FREIRE" uma das artérias do "BAIRRO LOPES" na freguesia da "PENHA DE FRANÇA"  in  AML
 Rua Braamcamp Freire - (2017)  -  (Foto do "BAIRRO LOPES" mais aproximada vista de cima. Quase em primeiro plano um conjunto de casas com a parte central fazendo uma curva "côncava", era o antigo "CENTRO MATERNAL INFANTIL" que ficava entre a "QUINTA DO COXO" e a "QUINTA DOS APÓSTOLOS" para Norte)   in  GOOGLE EARTH
 Rua Braamcamp Freire  - (2017)  -  (A "RUA BRAAMCAMP FREIRE" no sentido para Norte, ao fundo o muro do "CEMITÉRIO DO ALTO DE SÃO JOÃO")   in   GOOGLE EARTH
 "RUA BRAAMCAMP FREIRE - (2017)  -  (A "RUA BRAAMCAMP FREIRE" o cruzamento da "RUA ADOLFO COELHO" e à direita depois de passar o cruzamento, edifícios do antigo "CENTRO MATERNAL INFANTIL")    in    GOOGLE EARTH 
 Rua Braamcamp Freire - (Início do século XX)  -  (O retrato mais divulgado de "ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE" já nos finais da sua vida)   in  LEME
Rua Braamcamp Freire - (1849 - 1921)  -  (Um trabalho realizado por vários alunos do 8.º ano da disciplina: T.I.C. com a colaboração da professora PAULA MICHELE PÓ)  in  POETAS E ESCRITORES REPUBLICANOS


(CONTINUAÇÃO) - RUA BRAAMCAMP FREIRE  [ II ]

«BRAAMCAMP FREIRE UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO ( 2 )».

ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE ( 1849-1921) nascido no seio de uma família aristocrática rica de raiz liberal, tendo revelado uma mentalidade versátil, embora sempre cioso de uma invulgar seriedade cívica. Esta forte consciência cívica terá sido, certamente, fortalecida pela sua grande formação humanística.
HISTORIADOR e ARQUEÓLOGO, dedicou-se sobretudo à GENEALOGIA e HERÁLDICA e temas dos séculos XV e XVI. Fundou em 1903, em colaboração com DOM JOSÉ PESSANHA, o "ARQUIVO HISTÓRICO PORTUGUÊS".(Sendo a primeira grande revista de investigação histórica em Portugal) Esta publicação periódica, publicada entre 1903 e 1916, prestou um grande serviço aos estudos históricos, não apenas pelo nível de artigos, mas pela crítica e edições, custeadas pelo fundador.  Neste domínio exerceu, graças à sua avultada fortuna pessoal, um verdadeiro mecenato, que muito contribuiu para o desenvolvimento da pesquisa e do espírito cientifico da história.
Nesta papel de investigador e de divulgador da HISTÓRIA DA PÁTRIA emergiu, também como figura central em diversas efemérides comemorativas. ( 1.º ANIVERSÁRIO DA REPÚBLICA, V CENTENÁRIO DA CONQUISTA DE CEUTA e IV CENTENÁRIO DA MORTE DE AFONSO DE ALBUQUERQUE).  Como membro destacado da ACADEMIA DAS CIÊNCIAS DE LISBOA, atribuíram-lhe a incumbência de publicar a importante obra documental "PORTUGALIAE MONUMENTA HISTÓRICA".
No final do século XIX, iniciou uma carreira política no PARTIDO PROGRESSISTA convicto do ideal liberal, no regime monárquico, herdado do seu tio,   "ANSELMO JOSÉ BRAAMCAMP".
Assim, foi designado por carta régia "PAR DO REINO" em 1887. Nos últimos anos do século XIX, já filiado no PARTIDO PROGRESSISTA, foi eleito PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES a 2 de Janeiro de 1887 e em 1893 é eleito para novo mandato na mesma Câmara.  Em 1907 adere ao PARTIDO REPUBLICANO, o que lhe permite chefiar uma lista republicana à CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA (1908), tornando-se o primeiro Presidente de uma vereação republicana na CÂMARA em 1908 a 1913, embora o regime monárquico, despeitado com a sua adesão ao PARTIDO REPUBLICANO,  nunca o tenha investido nessas funções à margem da própria lei. Só em 1910, após a Implantação da República, viria a ser reconhecido como PRESIDENTE DA CÂMARA LISBOA, funções que exercia, de facto, desde 1908.  "ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE" a 7 de Abril de 1909, como Presidente da CML, integrou a comissão criada para a elevação de um Monumento a "JOÃO DE DEUS". Em Maio de 1911 recusa a nomeação como representante diplomático português em BERLIM. A 28 de Maio de 1911 é eleito deputado nas listas republicanas de LISBOA, para a ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, e a 20 de Junho é eleito PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE, tendo em 24 de Agosto sido eleito para PRESIDENTE DO SENADO. 
Recusou-se ser candidato à PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Os seus trabalhos históricos foram publicados em vários JORNAIS e REVISTAS, como por exemplo no "JORNAL DO COMÉRCIO" (era o diário mais antigo do país até 1983). 
Da sua vastíssima obra destacamos algumas: "BRASÕES DA SALA DE SINTRA", 3 Volumes, 1.ª Edição 1899-1905) LISBOA; "O CONDE DE VILA FRANCA E A INQUISIÇÃO", LISBOA, (1899); "AS SEPULTURAS DO ESPINHEIRO", LISBOA, (1901): "EM VOLTA DE UMA CARTA DE GARCIA DE RESENDE", LISBOA, (1905); "CRITICA E HISTÓRIA"(Estudo), (1910); "CONDADOS DE MONCORVO E DA FEIRA" (ousada falsificação de Documentos, desvendada) COIMBRA, (1919); "IDA DA IMPERATRIZ D. ISABEL PARA CASTELA", COIMBRA, (1920); ARMARIA PORTUGUESA s/data Nº. 1; "OBRAS DE BERNARDIM RIBEIRO e CRISTÃO FALCÃO (conforme a edição de FERRARA, preparada e revista por ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE e Prefaciada por  Dona CAROLINA MICHAELIS DE VASCONCELOS), 2 Volumes, COIMBRA, (1923 e 1932). 
BRAAMCAMP FREIRE legou à cidade de SANTARÉM a sua vasta biblioteca, as suas múltiplas obras de arte e a casa onde viveu, que é hoje a BIBLIOTECA MUNICIPAL DE SANTARÉM. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- DICIONÁRIO ILUSTRADO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL -Volume I - Pub. ALFA - Coord. JOSÉ COSTA PEREIRA - 1986 - LISBOA.
-HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - A.J.SARAIVA e ÓSCAR LOPES - 17.ª Ed.- PORTO EDITORA - 1996 - PORTO.
- LISBOA DE LÉS A LÉS -LUÍS PASTOR DE MACEDO - PUB. CULTURAIS DA CML-VOL. III - 3.ª Ed. - 1985 - LISBOA.
- LIVRO DE ACTAS DA COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA- 1943/1974 - Coord. Agostinho Gomes, PAULA MACHADO, Rui Pereira e Teresa Sancha Pereira - Ed. da CML  - 2000 - LISBOA.
- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Direcção de A.E.Martins Zuquete - EDITORIAL ENCICLOPÉDIA, LDA. - VOL. II - 1960 a 1984 - LISBOA.
- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSE - Dir. LEONEL DE OLIVEIRA-C. LEITORES-VOL. 11.º - 1997 - LISBOA. 

INTERNET

- O LEME (Motor de Busca)
-TOPONÍMIA DE LISBOA
- CRÓNICAS DO PROFESSOR NUNO SOTTOMAYOR FERRÃO

(PRÓXIMO)«RUA DO CAPELÃO [ I ] -A RUA DO CAPELÃO E A SEVERA ( 1 )»

sábado, 18 de novembro de 2017

RUA BRAAMCAMP FREIRE [ I ]

«BRAAMCAMP FREIRE UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO (1)»
 Rua Braamcamp Freire  - (2017)  -  (Início da "RUA BRAAMCAMP  FREIRE " junto da "AVENIDA DOM AFONSO III", na freguesia da "PENHA DE FRANÇA"   in  GOOGLE EARTH
 Rua Braamcamp Freire - ( 2017)  -  (Panorâmica da "RUA BRAAMCAMP FREIRE", inserida no "BAIRRO LOPES")  in   GOOGLE EARTH
 Rua Braamcamo Freire - (2016) Foto de Sérgio Dias  -  (Um troço da "RUA BRAAMCAMP FREIRE" no Bairro Lopes, na actual freguesia da PENHA DE FRANÇA) in TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Braamcamp Freire - (1973)  -  (Uma obra de ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE "BRASÕES DA SALA DE SINTRA" 3 volumes editado pela Imprensa Nacional Casa da Moeda)  in  COISAS
 Rua Braamcamp Freire - (1963-12) Foto de Artur João Goulart  -  (A "RUA BRAACAMP FREIRE" no BAIRRO LOPES nos anos sessenta do século XX)    in   AML 
Rua Braamcamp Freire  -  (31 de Julho de 1911) -  (Foto de "ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE, Presidente da Assembleia Nacional, publicada na capa da ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA-Suplemento do Jornal "O SÉCULO")   in   ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA


(INÍCIO) - RUA BRAAMCAMP FREIRE  [ I ]

«BRAAMCAMP FREIRE UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO ( 1 )»

A «RUA BRAAMCAMP FREIRE" pertencia à freguesia de "SÃO JOÃO", pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, passou a pertencer à freguesia da «PENHA DE FRANÇA». 
A "RUA BRAAMCAMP FREIRE" começa na "RUA ADOLFO COELHO" no número 10 e termina na "AVENIDA AFONSO III" no número 121, sendo atravessada pela "RUA DAVID LOPES". Esta urbanização denominada de «BAIRRO LOPES» tem cinco artérias: a mais antiga e comprida "RUA LOPES" (que possivelmente terá dado o nome ao BAIRRO), seguindo-se a "RUA SOUSA VITERBO", "RUA ADOLFO COELHO", "RUA DAVID LOPES" e a "nossa" "RUA BRAAMCAMP FREIRE".
Na ACTA Nº. 21 de 28 de Abril de 1949 a "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA, pronunciou-se favoravelmente e por EDITAL CAMARÁRIO de 13 de MAIO de 1949, era identificado que à "RUA-A" do "BAIRRO DA QUINTA DOS APÓSTOLOS", à "RUA LOPES" lhe  atribuir-se o nome de "RUA BRAAMCAMP FREIRE"
Conta-nos "LUÍS PASTOR DE MACEDO" no seu livro "LISBOA DE LÉS a LÉS Volume III que: "para cima, pegada com a "QUINTA DO COXO", estava a "QUINTA DOS APÓSTOLOS" que nos registos paroquiais de SANTA ENGRÁCIA aparecia citada em 1666".
Sabemos que o "CAMINHO DA QUINTA DOS APÓSTOLOS" ligava com o final da "CALÇADA DAS LAJES" e estendia-se até à entrada do "CEMITÉRIO DO ALTO DE SÃO JOÃO".  A sua passagem  era feita pelo Nº. 63 da "CALÇADA DAS LAJES", isto antes da abertura da ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO.  Com a abertura da "AVENIDA  AFONSO III e a eventual construção do antigo "CENTRO MATERNAL INFANTIL", nos terrenos da "QUINTA DO COXO" e uma parte da "QUINTA DOS APÓSTOLOS", e após o início de algumas construções na "AVENIDA AFONSO III, surge um plano de urbanização na década de quarenta para a parte esquerda da "QUINTA DOS APÓSTOLOS", no sentido de fazer ali o "BAIRRO LOPES"
O lado direito da "QUINTA DOS APÓSTOLOS" era adquirida pelo "CEMITÉRIO DOS JUDEUS" na parte Sul, e o "CEMITÉRIO DO ALTO DO SÃO JOÃO" na parte Norte.

«ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE», nasceu em LISBOA (antiga freguesia de "SÃO JOSÉ (hoje SANTO ANTÓNIO) a 1 de Fevereiro de 1849 e faleceu também em LISBOA na "RUA DO SALITRE", 146 a 23 de Dezembro de 1921, onde existe uma placa afixada alusiva, colocada pela vereação da C.M.L. da época.
"ANSELMO BRAAMCAMP FREIRE", filho de MANUEL NUNES DA ROCHA, 1.º BARÃO DE ALMEIRIM e de "LUÍSA MARIA JOANA BRAAMCAMP", neta do 1.º BARÃO DE SOBRAL, nasce no PALÁCIO AZUL, na "PRAÇA DA ALEGRIA", em LISBOA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA BRAAMCAMP FREIRE [ II ] - UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO (2)».

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

RUA BARTOLOMEU DIAS [ VII ]

«BARTOLOMEU DIAS DESCOBRE O CABO DA BOA ESPERANÇA»
 Rua Bartolomeu Dias - (1988) (Desenho de Dias Sanches)  -  (Pintura a óleo de "BARTOLOMEU DIAS" que se encontra em exposição no MUSEU DA MARINHA em LISBOA) (Abre em tamanho grande)  in    ALCHETRON
 Rua Bartolomeu Dias - (1988)  -  (Percurso do Navegador BARTOLOMEU DIAS para dobrar o CABO DA BOA ESPERANÇA em 1488)  in   CAIS DA MEMÓRIA
 Rua Bartolomeu Dias - (1488-1988) - Desenho de S. Nowers  -  (Selo de "BARTOLOMEU DIAS" editado pelos Correios da  RSA-(Republica Sul África) em 1988, para comemorar o 500.º aniversário do primeiro Navegador a dobrar o CABO DA BOA ESPERANÇA)  in   SHUTLERSTOCK 
 Rua Bartolomeu Dias - (2010)  -  (Réplica da CARAVELA usada por BARTOLOMEU DIAS, na 1.ª viagem de exploração Marítima, na guarnição de Diogo Cão)  in   TROPICALIA
Rua Bartolomeu Dias -  (1941)  -   (Foto de um recorte do jornal  Sul Africano "PUBLIC WORKS" publicado em Novembro do século XX, assinalando o PADRÃO colocado no PARQUE MEMORIAL DIAS CROSS )  in   ARTEFACT.CO.ZA

(CONTINUAÇÃO)- RUA BARTOLOMEU DIAS [ VII ] 

«BARTOLOMEU DIAS DESCOBRE O CABO DA BOA ESPERANÇA»

«BARTOLOMEU DIAS» tem uma RUA consagrada com seu nome em LISBOA, na freguesia de "BELÉM".
Navegador, português, possivelmente de origem Judaica, nasceu em 1450, tendo conquistado o seu lugar na "HISTÓRIA DE PORTUGAL" e do MUNDO, por ter sido o primeiro europeu a descobrir a passagem do "OCEANO ATLÂNTICO" para o "OCEANO ÍNDICO", dobrando assim, o "CABO DA BOA ESPERANÇA.
A "BARTOLOMEU DIAS" foi-lhe encomendada esta importante missão acima de tudo porque era um homem com um nível de formação que garantiam ao MONARCA português DOM JOÃO II, uma percentagem bastante grande de possível êxito.
"BARTOLOMEU DIAS" foi aluno de MATEMÁTICA e ASTRONOMIA na UNIVERSIDADE DE LISBOA e serviu na fortaleza de "SÃO JORGE DA MINA", referencias que o habilitavam quer a determinar as coordenadas de um local, quer a enfrentar tempestades ou calmarias, como as que assolavam frequentemente no "GOLFO DA GUINÉ".
Assim, em finais de Agosto de 1487, "BARTOLOMEU DIAS" larga de LISBOA ao mando de três embarcações, duas caravelas e uma "naveta",( 1 ) com rumo traçado em direcção ao "TORMENTOSO" com o objectivo de encontrar a tão ansiada passagem marítima para as ÍNDIAS, afinal o propósito último que leva o REI DOM JOÃO II a empreender esta empresa.
A viagem, tal como BARTOLOMEU DIAS teria oportunidade de relatar na primeira pessoa ao seu soberano, estaria cheia de sobressaltos e dificuldades, tornando a tarefa mais complicada do que se julgaria a principio. 
Finalmente, em 3 de Fevereiro de 1488, passados quase 6 meses desde a partida de LISBOA, a expedição alcança o seu objectivo.
No entanto coube a BARTOLOMEU DIAS a glória de ser o primeiro a dobrar o "CABO DAS TORMENTAS", como lhe chamou, ou da "BOA ESPERANÇA", como quis DOM JOÃO II. Com este feito, foi ultrapassado o mais espinhoso "ESCOLHO" ( 2 ) no caminho para a ÍNDIA
"BARTOLOMEU DIAS" tinha assim alcançado o feito necessário para que DOM JOÃO II lhe endereçasse o convite para liderar a expedição  mais lógica nestas circunstâncias: "encontrar o caminho marítimo para a ÍNDIA". Mas esse convite nunca chegaria.
Em 1495 DOM JOÃO II viria a falecer e subia ao trono DOM MANUEL I, monarca que em 1497 empreendeu de facto a busca pelas ÍNDIAS mas que entrega o comando da expedição a VASCO DA GAMA, e integrado "BARTOLOMEU DIAS" vai até às águas de CABO VERDE, rumando depois para MINA

Finalmente "BARTOLOMEU DIAS" iria realizar o seu grande sonho:  navegar até ao ORIENTE através do Caminho que ele próprio ajudara a abrir; mas desta vez, na expedição de "PEDRO ÁLVARES CABRAL" e de forma acidental, a descobrir as primeiras terras a que mais tarde dariam o nome de BRASIL. Depois dos primeiros contactos com os nativos das novas terras descobertas, os portugueses rumaram novamente para a ÍNDIA, o seu destino original, no início de Maio de 1500. No dia 23 do mesmo mês avistaram o "CABO DA BOA ESPERANÇA" e, por essa altura uma tempestade de proporções gigantescas destrói e afunda 4 Naus da Armada, entre elas a de "BARTOLOMEU DIAS".
Ironia do destino, o Navegador encontra a MORTE no mesmo local que anos antes o tinha levado à GLÓRIA. [ FINAL ]

- ( 1 ) - "NAVETA" - (de nave), s. f.  pequena nau.

- ( 2 ) - "ESCOLHO" - Rochedo à flor da água; Recife, perigo, obstáculo.

BIBLIOGRAFIA

- ACTAS DA COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA - 1943-1974 - Coordenação de Agostinho Gomes-PAULA MACHADO - Rui Pereira- Teresa Sancha Pereira - Edição da CML - 2000.
- BARTOLOMEU DIAS - História - A. do CARMO REIS - Ed. ASA - 1987 - PORTO.
- BELÉM - Reguengo da Cidade - CML - Pelouro da Cultura - Ed. ASA - 1990 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA- Direc. de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- HISTÓRIA DOS MOSTEIROS - CONVENTOS E CASAS RELIGIOSAS DE LISBOA TOMO II - IMPRENSA MUNICIPAL DE LISBOA - 1972.
- MEMÓRIAS DA LINHA DE CASCAIS - Branca Gonta Colaço e Maria Archer - Parceria António Maria Pereira - 1943 - LISBOA.
- NAVEGADORES VIAJANTES E AVENTUREIROS PORTUGUESES DOS SÉCULOS XV e XVI - de Luís de Albuquerque- Vol. I - Círculo de Leitores- 1987 - LISBOA.
- NOVA ENCICLOPÉDIA LAROUSE - CÍRCULO DOS LEITORES - 1997 - LISBOA.
- OS CINEMAS DE LISBOA - de Margarida Acciaiuoli - 2ª. Ed. Bizâncio - 2013 - LISBOA.
- OS CONVENTOS DE LISBOA - Baltazar Matos Caeiro - Ed. DISTRI - 1989 - LISBOA.  

(PRÓXIMO)«RUA BRAAMCAMP FREIRE [ I ] BRAAMCAMP FREIRE UM NOTÁVEL HISTORIADOR, UM BOM GENEALOGISTA E UM DIGNO POLÍTICO».

sábado, 11 de novembro de 2017

RUA BARTOLOMEU DIAS [ VI ]

«O CONVENTO DO BOM SUCESSO E AS "RAIVAS" - DOCE CONVENTUAL»
 Rua Bartolomeu Dias - (2017)  -  (Aspecto da entrada principal do "CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO" no número 53, da RUA BARTOLOMEU DIAS)  in   GOOGLE EARTH 
 Rua Bartolomeu Dias - ( 2017 )  -  ( A "RUA BARTOLOMEU DIAS" e o "CONVENTO DO BOM SUCESSO" visto da parte Poente)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias - ( 2016)  -  (O muro do "CONVENTO DO BOM SUCESSO" na "RUA BARTOLOMEU DIAS"  in   GOOGLE EARTH
 Rua Bartolomeu Dias - (1990)  -  (Claustro do "CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO", fonte na quadra central)   in    DGPC-PATRIMÓNIO CULTURAL
Rua Bartolomeu Dias - (2011)  Foto de Daniel Figueiredo  -  ("RAIVAS" um produto Conventual, que as Freiras Irlandesas do "CONVENTO DO BOM SUCESSO" surtiu alguma fama)  In  RAIVAS-DOCES CONVENTUAIS

(CONTINUAÇÃO)-RUA BARTOLOMEU DIAS [ VI ]

«O CONVENTO DO BOM SUCESSO E AS "RAIVAS" DOCE CONVENTUAL»

O Claustro é ornamentado de azulejos azuis e amarelos. O CONVENTO é rico em azulejaria, que se encontra por toda a parte, formando rodapés nas salas antigas e nas escadarias, e mesmo em pequenos oratórios embutidos nos claustros.
Sob o chão da sala do capítulo encontram-se os restos mortais de muitos membros da pequena comunidade. As FREIRAS IRLANDESAS eram conhecidas por " Wild Geese". 

No século XIX, estando o CONVENTO muito arruinado, recebeu auxilio da «COMUNIDADE DA CABRA DE DUBLIN». Em 1955, por falta de vocação foi o CONVENTO integrado na "CONGREGAÇÃO IRMÃS DOMINICANAS DA CABRA", "CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO" e de "SANTA CATARINA DE SENA".  Em 1984,  o "BOM SUCESSO" e o recente-fundado "CONVENTO DE ST. ANNE" em OEIRAS, constituíram-se na COMUNIDADE DA REGIÃO DE LISBOA.
No início do século XX recebeu este CONVENTO a visita do "PRÍNCIPE DE GALES", futuro EDUARDO VII e da princesa "ALEXANDRA".  Em 1966 comemorou a passagem pelo local, 100 anos atrás, de "ANTº.  MARIA CLAILE", Santo catalão ligado a missões nas ilhas.

O CONVENTO manteve a traça seiscentista, uma vez que a sua estrutura pouco sofreu com o terramoto de 1755. Está cercado por um muro, com reentrância onde se inscreve o portão, o "Cenóbio" possui um pátio que permite o acesso à casa conventual, disposta à esquerda  e a IGREJA à direita.
No ano de 1860, já depois da extinção das "Ordens Religiosas em Portugal", este CONVENTO, que ainda albergava uma considerável comunidade de freiras, passou a funcionar como COLÉGIO FEMININO, então circunscrito às descendentes de CATÓLICOS IRLANDESES.
No final do século XIX todo este conjunto ficou ocultado no lado SUL, voltado ao RIO, pela construção de um edifício que criou uma barreira física entre o CONVENTO e o RIO TEJO.
O COLÉGIO  mantém-se em funcionamento até aos dias de hoje, tendo sido alargada a actividade educativa a partir de 1955, quando as freiras cessaram o regime de clausura.
"O CONVENTO DO BOM SUCESSO" conheceu várias campanhas de obras, as quais, contudo terão alterado substancialmente o primitivo conjunto.

CURIOSIDADES
No século XIX, os biscoitos Conventuais «RAIVAS» tinham algum sucesso na "AJUDA" e arredores.
Confeccionados pelas freiras IRLANDESAS do "CONVENTO DO BOM SUCESSO", na "RUA BARTOLOMEU DIAS, 53, eram depois comercializados,  segundo o ajudante "MÁRIO DE SAMPAIO RIBEIRO", na sua obra "A CALÇADA DA AJUDA" por JOSÉ PINCEL. (O mesmo que deu o nome ao "PÁTIO ZÉ PINCEL", na CALÇADA DA AJUDA).
A tradição morreu e as freiras IRLANDESAS, que ainda hoje permanecem neste CONVENTO seiscentista, há muito que deixaram a confecção da doçaria Conventual. Actualmente, as "RAIVAS" podem ser encontradas em embalagens industriais em qualquer supermercado, embora a sua origem viesse deste CONVENTO DO BOM SUCESSO.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA BARTOLOMEU DIAS[ VII ]-BARTOLOMEU DIAS DESCOBRE O CABO DA BOA ESPERANÇA».

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

RUA BARTOLOMEU DIAS [ V ]

«O CONVENTO DO BOM SUCESSO E SUA IGREJA»
 Rua Bartolomeu Dias -  (2012) - Foto de Rui Teodósio  -  (Fachada principal da "IGREJA DO COLÉGIO DO BOM SUCESSO" na RUA BARTOLOMEU DIAS)  in   LISBOA UM OLHAR PARA O PASSADO
 Rua Bartolomeu Dias - (Século XVII)  -  (Interior da Cúpula da Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso, fundada em 1640) Foto da FUNDAÇÃO OBRA SOCIAL DAS RELIGIOSAS DOMINICANAS IRLANDESAS - que agradecemos-)   in  FOSRDI
 Rua Bartolomeu Dias -  (Interior da  "IGREJA DO CONVENTO DO BOM SUCESSO"  na RUA BARTOLOMEU DIAS)  in  FLCKR
 Rua Bartolomeu Dias -  (1991)   -  (CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO - PORTAL DA IGREJA ( IPPC)   in  DIRECÇÃO GERAL DO PATRIMÓNIO CULTURAL
Rua Bartolomeu Dias  -  ( 1990 )  -  (Interior do "CONVENTO DE NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO" Claustro e fonte central)  in  PATRIMÓNIO CULTURAL DA CML

(CONTINUAÇÃO) - RUA BARTOLOMEU DIAS [ V ]

«O CONVENTO DO BOM SUCESSO E SUA IGREJA»

O «CONVENTO» teve o seu apogeu nos finais do século XVII, início do séc. XVIII, e entrou com a extinção das "ORDENS RELIGIOSAS EM PORTUGAL" em 1834.
O único período em que tiveram de abandonar o CONVENTO, foi de 4 semanas, quando fecharam e se fundiram alguns CONVENTOS mas as freiras DOMINICANAS do BOM SUCESSO, conseguiram voltar de novo ao seu CONVENTO com a promessa de se dedicarem ao ensino de raparigas. Aliás, já o faziam antes com algumas filhas de fidalgas, especialmente no ensino do INGLÊS, pelo que lhes foi relativamente fácil voltarem para o ensino.

A IGREJA estava concluída no ano de 1670, quando foi transferido para o seu interior o "SANTÍSSIMO SACRAMENTO", embora o resto da construção se prolongasse até 1688, concluindo-se os dormitórios, estes da responsabilidade de MANUEL CERQUEIRA CAMPOS.
A "IGREJA" é de planta "oitavada", com contrafortes rematados por "Pináculos" e "Cúpula" revestida de azulejos. Segundo alguns estudiosos, as obras da construção da Igreja foram dirigidas pela "Vigária" da ordem, uma portuguesa de nome "MARIA MADALENA DE CRISTO" que ali se encontra sepultada.
A porta do exterior é voltada a NORTE e encimada por um nicho com a imagem de "NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO". Interiormente, situa-se do lado direito da IGREJA a porta de entrada, e a "CAPELA-MOR" que está orientada para poente. Os seis arcos das capelas laterais têm pilares lavrados. Por cima dos arcos e dos retábulos da capela ficam seis janelas, tendo a separá-las paredes de cantaria onde foram colocadas pinturas representando figuras ilustres da família DOMINICANA, figurando entre elas a de "SANTA JOANA PRINCESA", filha de "DOM AFONSO V", que também vestiu o hábito da ORDEM.
O "ARCO DA CAPELA-MOR" é o maior, ocupando o retábulo, todo o vão. Assenta em oito colunas de "Jaspe" matizado. A abóbada da CAPELA-MOR  é de pedra e o tecto forma como que "um dossel sobre o sacrário", o trono é de prata e tem pinturas atribuídas a BENTO COELHO DA SILVEIRA (Século XVII), representando cenas do «CÂNTICO DOS CÂNTICOS» e é rematado por uma enorme coroa. O grande crucifixo suspenso é trabalho do século XVIII.
No retábulo do ALTAR-MOR encontram-se as imagens de SÃO FRANCISCO e SÃO DOMINGOS em baixo, e SANTO ANTÓNIO e SÃO TOMÁS em cima.  A imagem de "NOSSA SENHORA DO BOM SUCESSO" é venerada desde o início da fundação do CONVENTO, tendo apenas saído de sua casa durante quatro semanas, quando as freiras foram obrigadas a ausentar-se, voltando ao CONVENTO com elas. Num dos lados da CAPELA-MOR encontra-se o TÚMULO de "DONA IRIA DE BRITO" (CONDESSA DE ATALAIA), e no lado oposto o do seu filho, que faleceu de acidente aos 13 anos. Em oposição ao ALTAR-MOR encontram-se dois coros, superior e inferior, com cadeiras e altares com frontal de azulejo e imagens.  O claustro é sóbrio, de dois pisos, e ao centro tem o fontanário.  Num dos lados situa-se o refeitório do século XVII, construído pouco depois da fundação do CONVENTO.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA BARTOLOMEU DIAS [ VI ] O CONVENTO DO BOM SUCESSO E AS "RAIVAS"(DOCE CONVENTUAL)».