sábado, 15 de maio de 2010

RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ VIII ]

Rua do Terreiro do Trigo - (2009) Fotógrafo não identificado (Largo do Chafariz de Dentro e o seu antigo "ROSSIO") in SKYSCRAPERCITY
Rua do Terreiro do Trigo - (s/d) Foto de Eduardo Portugal (Largo do Chafariz de Dentro) in AFML

Rua do Terreiro do Trigo - (s/d) Foto de Mário Novais (Largo do Chafariz de Dentro) in AFML Rua do Terreiro do Trigo - (1940) Foto de Eduardo Portugal - (O Largo do Chafariz de Dentro era atravessado paralelamente pela muralha da Cerca Fernandina) in AFML


Rua do Terreiro do Trigo - (entre 1898 e 1908) Fotógrafo não identificado ( Largo do Chafariz de Dentro e Rua do Terreiro do Trigo - Neste edifício ficou situado o antigo Torreão da Cerca Fernandina) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
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RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ VIII ]
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«O CHAFARIZ DE DENTRO»
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A designação de «CHAFARIZ DE DENTRO» tem a ver com o facto de se tratar dum chafariz no interior da «CERCA FERNANDINA». Também era conhecido por «CHAFARIZ DOS CAVALOS». Em 1622, foi reformado pelo Senado da Câmara, passando a abastecer o público, encontrando-se actualmente desactivado.
O «CHAFARIZ» ou «FONTE DOS CAVALOS» ou ainda «CHAFARIZ DE DENTRO» é uma nascente bastante antiga, sendo que a referência mais primitiva que se conhece data do ano de 1285. (1)
Em (1384 e 1650) era denominado por «FONTE OU CHAFARIZ DE ALFAMA». (2) Contudo, só muito tempo depois da construção da segunda cerca de Lisboa a «CERCA FERNANDINA» e, possivelmente, nos princípios do século XVII, este lugar passou a ser chamado de «CHAFARIZ DE DENTRO», por ficar situado do lado de dentro da «CERCA FERNANDINA» e em contraste ao «CHAFARIZ DA PRAIA» ou ao «CHAFARIZ DOS PÁOS» (mais antigos) que ficavam do lado de fora da cerca.
«FERNÃO LOPES» refere-se a uma fonte dos cavalos, existente em (1373), dizendo que se devia o seu nome a uns cavalos de bronze (que adornavam a frontaria) por cujas bocas saia abundantemente a água; este chafariz, porém , era o actual «CHAFARIZ DE DENTRO» cujos cavalos parece que já tinham sido retirados, mas a denominação conservou-se.
O facto é conhecido de que os «CASTELHANOS» quiseram levar como recordação, quando em 1373 levantaram o cerco a LISBOA. Numa das Crónicas de «FERNÃO LOPES» esclarece ainda que as bicas do chafariz tinham o feitio de cabeças de cavalos em bronze, e que graças à prudência dos lisboetas, foram escondidas atempadamente.
Existem ainda várias referências históricas que apontam para que debaixo do chafariz existisse um lago.
Com efeito, encontram-se no local duas casas de água, cada uma com as sua nascente. Uma é a do «CHAFARIZ DE DENTRO», onde está uma arca da água, a outra é a do tanque das lavadeiras, no «BECO DO MEXIA». Tanto o chafariz como o lavadouro municipal, que estavam ao serviço da população em (1937) eram abastecidos com a água da «COMPANHIA DAS ÁGUAS DE LISBOA».
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( 1 ) - Chancellaria de D. Dinis, Livro I, fl. 163v., era de 1323.
( 2 ) - Chancellaria de D. João I, Livro I, fl, 53 era de 1422 - Elementos, etc., Tomo V, pág. 201, ano 1650.
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ IX ] - AS ÁGUAS DE ALFAMA (1)»





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