sábado, 5 de fevereiro de 2011

CAMPO DE SANTA CLARA [ X ]

Campo de Santa Clara - (2009) Foto de APS - (Templo a SANTA ENGRÁCIA - PANTEÃO NACIONAL visto de Santa Apolónia) in ARQUIVO/APS Campo de Santa Clara - (200_) Fotógrafo não identificado (Templo a SANTA ENGRÁCIA - PANTEÃO NACIONAL) in WIKIPÉDIA

Campo de Santa Clara - (200_) Fotógrafo não identificado (Templo a Santa Engrácia-Panteão Nacional, visto do rio Tejo) in WIKIPÉDIA

Campo de Santa Clara - (entre 1890 e 1945) Foto de José Artur Leitão Bárcia ( Obras na Igreja de Santa Engrácia) in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
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CAMPO DE SANTA CLARA [ X ]
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«TEMPLO A SANTA ENGRÁCIA-PANTEÃO NACIONAL ( 1 )»
Se a expressão «OBRAS DE SANTA ENGRÁCIA» faz parte da linguagem corrente de qualquer habitante da cidade de Lisboa, ela traduz muito mais do que o conhecimento desta Igreja ou da sua história, a lenda e as faladas vicissitudes da sua construção, pois levou trezentos e oitenta e cinco anos a ficar concluída.
Embora o dito se circunscrevesse à morosidade da edificação do Templo que hoje se pode admirar, situado numa pequena elevação do «CAMPO DE SANTA CLARA», é possível alargá-la no tempo e abranger as anteriores Igrejas dessa invocação.
Erigidas no mesmo local, delas não restam hoje quaisquer vestígios, foram obras também demoradas e ficaram marcadas por acontecimentos importantes.
A primeira Igreja dedicada a «SANTA ENGRÁCIA», foi fundada pela infanta «D. MARIA» (1521-1577), a última filha do rei «D. MANUEL I». Este princesa, considerada pelos seus biólogos uma das mais relevantes figuras da «RENASCENÇA PORTUGUESA», a um tempo erudito e requintado, e de grande fervor religioso. Tinha casas próprias no «CAMPO DE SANTA CLARA», onde passava longas temporadas, e aí reunia a sua corte. Essas casas ficavam situadas junto ao «MOSTEIRO DAS FREIRAS CLARISSAS», que dera, desde a sua fundação em finais do século XIII, o nome a este arrabalde de LISBOA.
A permanência da infanta nesta zona, ter-lhe-á feito surgir a vontade de criar uma nova paróquia, desanexando para isso a maior parte da área da freguesia de «STº ESTEVÃO» em ALFAMA, ao tempo demasiada extensa, embora francamente povoada. Assim, por um "BREVE" do papa «PIO V»,datado de 30 de Agosto de 1568 e ratificado pelo Arcebispo de Lisboa, «D. JORGE DE ALMEIDA», a 02.12.1569, pode concretizar-se o projecto de iniciar a construção de uma nova Igreja dedicada à virgem do século IV, «SANTA ENGRÁCIA».
Data primitivo templo nada resta. As obras deverão ter-se iniciado, ainda em vida de «D. MARIA», mas arrastaram-se até ao início do século seguinte.
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Na noite de 15 de Janeiro de 1630, deu-se um desacato na Igreja, tendo sido arrombado o sacrário e profanado as hóstias, acontecimento que alvoraçou a cidade e teve consequências definitivas no desenrolar da história da «IGREJA DE SANTA ENGRÁCIA». Deste grava crime que ecoou pela cristandade, foi acusado um cristão novo, «SIMÃO PIRES DE SOLIS» que embora se tenha sempre declarado inocente, foi supliciado no «CAMPO DA FORCA» que existia no «CAMPO DE SANTA CLARA» a 03.02.1631.
Entretanto o templo foi interditado ao culto, e este transferido para a vizinha «IGREJA DE NOSSA SENHORA DO PARAÍSO». No ano seguinte foi decidido mandar demolir a Capela-mor da antiga Igreja e proceder a obras de reconstrução e ampliação dessa parte do edifício, segundo projecto do arquitecto «MATEUS DO COUTO», que dirigiu as obras até à sua morte, em 1664.
Não se sabe concretamente o que a essa data já teria sido construído, e só em 1676 é nomeado pela IRMANDADE um arquitecto sobrinho do anterior, para medidor da obra. De qualquer forma, concluída ou não, esta nova Igreja teria um destino breve, pois que a 19.02.1681, "numa noite de grande tormenta", ruiu a Capela-mor recém-construída, arrastando consigo parte da estrutura quinhentista.
Reunida a IRMANDADE em repetidas sessões, foram discutidas várias hipóteses e depois de ouvidos arquitectos e mestres, foi decidido demolir toda a construção existente e seleccionar um projecto para a edificação de raiz de uma nova Igreja.
A 17.09.1681 pelo assento então feito no livro da «IRMANDADE», sabe-se que o traçado escolhido para a futura obra foi o que apresentou «JOÃO ANTUNES», mestre pedreiro. Foi este facto que permitiu a revelação daquele que viria ser um dos maiores arquitectos do final do século XVII e princípio do século XVIII e que nesta primeira encomenda conhecida, de grande vulto, consegue, como afirma «AYRES DE CARVALHO», fazer "em SANTA ENGRÁCIA reviver e realizar o pensamento que «PERUZZI» idealizou para São Pedro de Roma».
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CAMPO DE SANTA CLARA [ XI ] - TEMPLO A SANTA ENGRÁCIA-PANTEÃO NACIONAL ( 2 )».



2 comentários:

Ricardo Moreira disse...

Vale a pena o esforço da subida até ao terraço de Santa Engrácia, pela fantástica vista para o estuário do Tejo que dali se desfruta.

APS disse...

Caro Ricardo Moreira
Já tinha pensado nisso, atendendo à panorâmica que se deve desfrutar no terraço do Templo. Santa Engrácia é vista, por uma parte significativa de Lisboa, e na outra margem do Tejo, com identificação bastante relativa. Eu nunca subi, mas gostava de o fazer!
Fique bem, continuação de um bom Domingo.
Um abraço
APS

PS-Recebeu um e-mail meu, sobre as suas produções de maquetas? (Jan.4).