Largo do Carmo - (2013) (Aspecto do "LARGO DO CARMO" numa tarde de Verão, com seus jacarandás ainda floridos) in GOOGLE EARTH
Largo do Carmo - (2013) (= LARGO DO CARMO no seu topo mais a Norte, confrontando com a "Rua da Trindade" (ainda com as linhas dos eléctricos) e a "Rua da Oliveira ao Carmo" (antiga "Rua da Oliveira") in GOOGLE EARTH
Largo do Carmo - (1925) Foto de Eduardo Portugal ("Largo do Carmo" casa onde se supõe ter nascido "Camilo Castelo Branco" a 16 de Março de 1825) in AFML
Largo do Carmo - (1939) Desenho de Jesuíno A. Ganhado) (Planta do sítio do CARMO em 1939 para ser conjugada com as plantas dos séculos XIV, XV e XVI, e observando o seu desenvolvimento) in O CARMO E A TRINDADE
Largo do Carmo - (1969) Foto de João H. Golart ("Escola Básica do 1º Ciclo "antiga "Escola Primária Nº 73", no "Largo do Carmo" esquina com a "Travessa do Carmo") in AFML
(CONTINUAÇÃO- LARGO DO CARMO [ II ]
«O LARGO DO CARMO ( 2 )»
Chamava-se então à actual passagem do elevador o "PÁTIO DO CARMO". Em 1855 a Câmara ainda pensou em colocar naquele local umas casas para servir de "sanitários".
O "CORREDOR DO CARMO" que a Câmara tinha adquirido foi vedado com um muro e portão de ferro, substituindo o antigo tapume. Assim, o facto de se estar a construir o «ELEVADOR DE SANTA JUSTA» entre a RUA DO OURO e o LARGO DO CARMO, e este ser destinado para sua serventia. O antigo PÁTIO ou CORREDOR DO CARMO de que a Câmara se apossara foi cedido à empresa construtora do ELEVADOR para a passagem do público entre o ELEVADOR DE SANTA JUSTA, que liga o LARGO DO CARMO à BAIXA POMBALINA, mais exactamente à RUA DO OURO.
O ASCENSOR foi construído entre 1898 e 1901 pelo Engenheiro portuense RAUL MESNIER DU PONSARD e inaugurado em Setembro de 1901.
Como complemento da obra fez-se o "arranjo" do CORREDOR DO CARMO e a representação da Associação detentora das ruínas da IGREJA, reclamou, mas foi prontamente atendida. Montou-se uma vedação defendendo a serventia da porta lateral, que ficou inferior ao pavimento da passagem, e construiu-se escada de acesso. O piso para onde se abre a referida porta lateral, marca a altura do primitivo pavimento.
Por aí se pode ver que a parede da IGREJA está soterrada e se calcula, confrontando essa observação com a da porta principal que abre para o LARGO DO CARMO, a altura do entulho que se lançou para diminuir o desnível entre o CARMO e a TRINDADE. O actual LARGO DO CARMO deve estar quase dois metros acima do antigo. Daí nasceu igualmente, a redução do declive da antiga CALÇADINHA DA TRINDADE (hoje RUA DA TRINDADE).
Os prédios no LARGO DO CARMO foram delineados consoante o plano pombalino, formando-lhe três das faces. O lado Nascente ocupa-o as ruínas da IGREJA DO CONVENTO DO CARMO e o CONVENTO que será eventualmente representado pelo QUARTEL DA GNR.
A face OCIDENTAL deste LARGO é formado por dois grandes prédios. Tanto um como o outro foram construídos pelos "POMBAIS". o 1º Ministro de D. JOSÉ I comprara, depois de 1755 alguns chãos e ruínas neste local. O PALÁCIO que constituía a face SUL do Largo. tinha uma frente pequena, era a casa nobre dos "SILVEIRAS ALBUQUERQUE MEXIAS". Na face NORTE existia desde o século XVII a Instituição da ORDEM TERCEIRA DO CARMO, num prédio modesto entre a "RUA DA OLIVEIRA AO CARMO" e a "RUA DA CONDESSA" (da Vidigueira).
Segundo nos informa a GAZETA de 15 de Outubro de 1791, estiveram instalados neste LARGO DO CARMO, embora não se possa localizar com precisão, uma Oficina de Tipografia de António Gomes. Em 1823, a GAZETA de 7 de Julho, refere-se ao armazém de fazendas de BENTO ANTÓNIO DE ANDRADE, onde eram vendidos tecidos originários de Damasco e da Índia.
Entre os anos de 1826 e 1828 existia por estas paragens uma oficina de fabrico de móveis e outras bugigangas. A GAZETA de 14 de Janeiro e 12 de Julho de 1882 citam, que neste LARGO DO CARMO existia uma "Fábrica de Massas e de Aletria" que, no início desse ano viera para aqui do LORETO, e que depois foi para a a RUA DA ROSA.
E quantas mais lojas e oficinas não terão passado por este velho "ADRO DO CARMO".
Também, entre os anos de 1908 e 1912, alugou um quarto (onde viveu sozinho), no número 18 -1º Esqº. deste LARGO DO CARMO, o nosso grande «FERNANDO PESSOA».
O LARGO DO CARMO encontra-se rodeado por via pública pavimentada a calçada de basalto, tendo a zona central com "CALÇADA À PORTUGUESA" formando desenhos geométricos, pontuando por bancos e árvores, criando um espaço ajardinado.
Em tempos, neste LARGO também existiram algumas carreiras de eléctricos, chegando mesmo a ser o seu término.
Para ilustrar um pouco esta narrativa, tendo como fonte o livro "LISBOA-125 anos sobre carris" de JOÃO DE AZEVEDO. A 02.11.1907 era inaugurada a linha de eléctricos (CARMO-BENFICA) - 17.12.1942 a linha 24 (CARMO-PRAÇA DO CHILE). Existiu ainda a chapa Nº5 (CARMO-BENFICA) a 07.04.1962, tendo a eliminação desta chapa acontecido em 15.07.1973.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ III ] O SÍTIO DA PEDREIRA»
Segundo nos informa a GAZETA de 15 de Outubro de 1791, estiveram instalados neste LARGO DO CARMO, embora não se possa localizar com precisão, uma Oficina de Tipografia de António Gomes. Em 1823, a GAZETA de 7 de Julho, refere-se ao armazém de fazendas de BENTO ANTÓNIO DE ANDRADE, onde eram vendidos tecidos originários de Damasco e da Índia.
Entre os anos de 1826 e 1828 existia por estas paragens uma oficina de fabrico de móveis e outras bugigangas. A GAZETA de 14 de Janeiro e 12 de Julho de 1882 citam, que neste LARGO DO CARMO existia uma "Fábrica de Massas e de Aletria" que, no início desse ano viera para aqui do LORETO, e que depois foi para a a RUA DA ROSA.
E quantas mais lojas e oficinas não terão passado por este velho "ADRO DO CARMO".
Também, entre os anos de 1908 e 1912, alugou um quarto (onde viveu sozinho), no número 18 -1º Esqº. deste LARGO DO CARMO, o nosso grande «FERNANDO PESSOA».
O LARGO DO CARMO encontra-se rodeado por via pública pavimentada a calçada de basalto, tendo a zona central com "CALÇADA À PORTUGUESA" formando desenhos geométricos, pontuando por bancos e árvores, criando um espaço ajardinado.
Em tempos, neste LARGO também existiram algumas carreiras de eléctricos, chegando mesmo a ser o seu término.
Para ilustrar um pouco esta narrativa, tendo como fonte o livro "LISBOA-125 anos sobre carris" de JOÃO DE AZEVEDO. A 02.11.1907 era inaugurada a linha de eléctricos (CARMO-BENFICA) - 17.12.1942 a linha 24 (CARMO-PRAÇA DO CHILE). Existiu ainda a chapa Nº5 (CARMO-BENFICA) a 07.04.1962, tendo a eliminação desta chapa acontecido em 15.07.1973.
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«LARGO DO CARMO [ III ] O SÍTIO DA PEDREIRA»
2 comentários:
Conheço Lisboa tão pouco, cá estive duas vezes e por poucos dias. Agora, vou ter a oportunidade de conhecê-la melhor. Hei de voltar!
Um abraço.
Cara Luísa Bezerra de Paiva
Venho agradecer a sua visita a este blogue, bem assim como desejar que volte breve, para poder conhecer mais profundamente LISBOA.
O seu apelido é-me familiar.
Também sou "de Paiva" parte maternal.
Com os meus respeitosos cumprimentos
Agostinho de Paiva Sobreira-APS
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